Regras do Jogo escrita por Nina Strain


Capítulo 1
❝ Barefoot Girl ❞


Notas iniciais do capítulo

Posso afirmar que estou contente em poder postar esta fanfic, que conta a história de uma de minhas personagens originais favoritas. Espero que gostem, e comentem se gostarem!



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❝ Barefoot Girl ❞

Certamente, algumas coisas que ouvimos durante nossa infância são pura mentira, mas a maior delas talvez seja aquela onde eles dizem que palavras não doem, que não machucam e que não matam. Qualquer criança acreditava naquilo plenamente, até que crescesse e descobrisse a grande mentira por detrás das palavras ditas, maioria das vezes, por alguém que admiramos; mas ela, a garota dos olhos de vidro, já sabia dessa verdade, ela cresceu sabendo que o mundo era cercado de mentiras piores que aquela, e talvez tenha sido isso que tenha me desperto um interesse tão grande em si. Mas por que olhos de vidro? Lhe aviso, meu caro leitor, que você logo descobrirá, até por quê é este um dos fatos iniciais mais marcantes da história de nossa amada protagonista...

[...]

Academia Vera Cruz, escritório de Mephisto Pheles, Japão, 09:45 AM.

Podia-se afirmar que, fazia tempo que os exorcistas da Academia não se encontravam na pilha de nervos que estão agora, mas também, não é pra menos quando se tem um rei imortal, um rei vampiro e um rei lycan numa mesma sala, um encarando o outro. Em meio aos desesperados, calmamente, caminhava o homem da cartola branca, Mephisto Pheles. Sua alegria era evidente, e ainda está acompanhada daquele clássico sorriso sarcástico costumeiro do alto homem dos fios azulados; ele por fim parou em frente a uma porta, outras dezenas de exorcistas estavam ao seu redor, com expressões de medo, enquanto ele continuava calmo. Ele colocou sua mão na maçaneta dourada e a girou, abrindo a porta em um único movimento e recebendo naquele exato momento a atenção dos outros três homens presentes, e por fim, ele adentrou a sala e fechou a porta.

— Ora, ora, poderia saber o quê trás aqui a presença dos três honrosos reis? — Proferiu sarcasticamente Mephisto, após fechar a porta, visualizando os mesmos, não demorou muito até que apresasse o passo e caminhasse em direção a sua escrivaninha, sentando-se na cadeira por detrás dela. — Karlheinz, Kalisto e Vladimir, é um prazer revê-los.

— Pena que não podemos dizer... — Retrucou o único homem que havia se levantando, por um momento, Mephisto o procurou com o olhar, e só o parou quando viu a figura encapuzada encostada na parede, visualizando os que estavam sentados.

— Kalisto, como sempre se portando como um animal não é mesmo? — Proferiu o homem de cabelos alvos, soltando uma risada. Enquanto o albino ria, o moreno sentado ao seu lado permanecia com a mesma expressão facial séria. — O que foi Kalisto? Assim como seu pai foi dar seu primogênito a Zeus e novamente ele lhe amaldiçoou? Vamos me diga, o quê ele fez desta vez, o deixou mais feio a ponto de cobrir o rosto e o corpo com uma capa? — E as provocações do albino pareceram não ter fim, nem mesmo com o rosnar de Kalisto ele parou de rir; Mephisto apenas observava a situação, ainda sorrindo.

— Por favor, poderiam parar com estes atos infantis? — Proferiu o homem moreno, com a mão destra ele estalou os dedos, atraindo a atenção do local para si. — De qualquer forma, Mephisto Pheles, você sabe bem o por quê de estarmos aqui, daqui a dois dias a Escolhida fará seus dezesseis anos, e como sabemos é ai que a caçada por sua mão em casamento e pelo clã. Só viemos ter uma conclusão quanto a isso.

E o silêncio reinou por alguns segundos, e por fim, Mephisto soltou um suspiro, levou ambos os braços até a escrivaninha, e apoiou sua face na palma destra. Pela primeira vez durante aquele “diálogo” as expressões de Mephisto mudaram, agora para descontentamento.

— Como sempre, Vladimir é o mais direto no assunto, nem tem graça... — Mephisto soltou um suspiro, fechando os olhos. — Os herdeiros já estão aqui? — Questionou.

— Meu herdeiro, Christopher está aqui há quase duas semanas. — Proferiu Vladimir, desviando o olhar para Karlheinz e Kalisto.

— Meus meninos chegaram hoje de manhã, provavelmente estão no hotel até que você libere os quartos na sua moradia, senhor Pheles. — Karlheinz falou sem dar a mínima importância, em um tom tranqüilo.

— Mike chegará daqui a uma hora. — E foram estas as únicas palavras de Kalisto.

— Peço para que falem com minha empregada chefe, Maya, digam a ela que, o senhor Pheles pediu para que ela entregasse as chaves. Mas, deixemos isto para depois, no momento, temos assuntos mais sério que nossa amada Escolhida para discutir... — Finalizou Mephisto, dando um sorriso de canto.

[...]

Academia Vera Cruz, pista de corrida próxima a quadra, 10:05 AM.

“ — Ele já está lá faz um tempo, não é? ”

“ — De qualquer forma, o assunto não é de seu interesse, custa buscar manter o foco no que está fazendo agora, Pietro? ”

“— De certa forma, sim, custa. Estou curioso droga! E sem contar que não preciso ficar correndo em volta de uma pista para ser rápido, eu sou o homem mais rápido do mundo. ”

“— Homem? Ora, não me faça rir, você não passa de um pivete, e nada mais além disso, no dia que você for um homem eu irei ser sua esposa.”

E, este diálogo realmente acabou de acontecer, na verdade, ele ainda está acontecendo. Um prateado e uma morena, ele tem olhos azuis, tão claros como o céu, e ela tem íris esmeraldas, tão verdes quando a grama, mas em comum, ambos tem a pele alva, e como diria Pietro, parecem mais dois fantasmas. A amizade de Pietro Manteuffel e Izabela Karenina Pheles é quase resumida em um único universo: ele sempre está errado e ela sempre está certa. Não adiantava insistir, Pietro sempre estaria em pé de guerra com sua melhor amiga, tentando por ao menos uma vez, estar certo quanto a algo.

— Cara, por quê você é sempre tão chata? — Proferiu o albino, durante sua corrida ao lado da morena.

— Eu não forço você a conversar comigo. Não sei se já notou mas, é você que permanece me seguindo e me atormentando com suas idiotices durante esses quatorze anos. — E a seriedade em sua face permanecia, acompanhada das duras palavras ditas por si. Pietro bufou, inflando as bochechas como uma criança.

— De qualquer forma, você consegue ouvir ou observar algo daqui? Dá pra ver o escritório de seu pai desse lado da pista. — Falou Pietro, desviando o olhar de Izabela para a esquerda, visualizando de longe o escritório de Mephisto, que se encontrava na sala do último andar da ala um da academia, que por acaso, era bem distante daquela pista.

— Não. Ele está fazendo o uso de uma barreira mágica, a Leonhardt, diria eu, é uma barreira forte, que por acaso, está além de minhas habilidades. Não sei por quê esse seu interesse repentino nas reuniões de meu pai, lembre-se que ele não é seu sogro nem nada. — E novamente, Izabela foi mais séria que o esperado, e sua fala, fez com que Pietro corasse, como esperado, ela continuou com as mesmas expressões, apenas continuando com a caminhada.

— Eu apenas me pergunto o que ele faz nas reuniões! Nada além disso! — E nervosamente Pietro falou, tentando ao menos, deixar a situação minimamente favorável a si.

— Ora, quer dizer que não é nada além disso? Quer dizer que meu pai só consegue ser um homem interessante em seu escritório, impressionante de se dizer, Pietro. — E ela ainda permaneceu séria em seu jogo de palavras durante o diálogo, e Pietro, a cada momento, aparentava estar ainda mais atormentado.

— Mudando de assunto, e sobre aquilo que você disse estar pensando ontem?

— Ah, ainda bem que tocou neste assunto. Ontem eu passei a noite inteira pensando em uma solução, por horas e horas, mas no fim não consegui pensar em nada, então eu desisti.

E por mais que as palavras tenham sido ditas com calma e suavidade, no mesmo tom sério de sempre, para Pietro, o impacto delas foi forte demais para que pudesse compreender. O “desisti” fez com que o mesmo parasse de correr, enquanto ela ainda o fazia, ele parecia estar fora de si, ainda surpreso por ela ter desistido de algo.

— Oe! Me espere! — Ele falou, assim que “voltou” a si mesmo, correndo para acompanhar a ela. — Como assim desistiu?! Você é a sabe-tudo! Tem que continuar pensando, certo?

— Errado. Quando não algo não tem uma solução nós desistimos, é esse o conceito da vida, seu idiota... Isso apenas está me irritando. — Ela continuou a correr ao lado de Pietro, mas desviou o olhar para o lado, fitando o escritório que ainda permanecia com as janelas fechadas. — Mas admito que não estou com um bom pressentimento.

❝ O coração da Escolhida ❞

[...]

Mansão dos Pheles, ala de jogos, cidade Vera Cruz, Japão, 10:35 AM.

E entre eles o silêncio mostrava-se o rei, já que nenhum ousava dizer uma palavra. Enquanto o ruivo jogava os dardos contra a parede, o moreno de olhos azuis lia, o de íris rubras vislumbrava a paisagem. Todos os quatorze jovens presentes naquela sala mantinham um silêncio tão suspeito quanto o de uma criança; a porta foi aberta em um movimento único, e todos ali presentes desviaram sua atenção até ela, obtendo a visão do homem da cartola branca, os lábios de Mephisto estavam arqueados em um sorriso.


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Notas finais do capítulo

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