No Mundo Das Séries escrita por Biah Costa


Capítulo 8
Se cair, voe!


Notas iniciais do capítulo

OOOIE seus lindos divosos!!!
Capitulo fresqueeenho saindo do forno para vocês!!!
Estou amando o fato de vocês estarem amando e, pfvr, continuem me dizendo o que acham, o que querem e o que vocês gostariam que acontecesse!
Enjoy!



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Eu estava sentada no sofá da minha sala quando o telefone tocou. Olhei para Steve e ele afirmou com a cabeça, pausando o filme para que pudesse atender. Estávamos assistindo (olha a ironia) Batman, o cavaleiro das trevas.

Naquele momento, já faziam três dias que eu e Steve erámos vizinhos. Decidimos que seriamos amigos depois que eu contei a minha história para ele. Acho que ele encarou isso como “somos duas pessoas com poderes em um mundo ao qual não pertencemos. Por que não seremos amigos?”. E eu concordei.

Atendi o telefone no segundo toque.

— Oi – ele disse do outro lado.

— Oi – um sorriso se formou nos meus lábios.

— Você está louca? – O sorriso se desfez. – Lutar contra alienígenas? Sério?

— Lá vem você – bufei. – Eu faço o que quero da minha vida. Você não manda em mim.

Ele deu um riso debochado do outro lado.

— Talvez eu devesse. Já que a primeira vez que eu confio em alguma decisão sua, você vai lutar contra alienígenas. Não sério, existe um cérebro aí dentro? – Ele afalava sarcástico.

— Vai se ferrar Queen – balbuciei um “desculpe” para o Steve. Ele não gostava de palavrões. – Ligou mesmo só para me atormentar?

— Não – ele suspirou. – Liguei porque queria saber se você estava viva. Eu conversei com o Coulson da SHIELD e ele me disse que você é vizinha do Capitão América. É verdade?

— Por que ele mentiria? – Ele bufou do outro lado. – Sim é. Ele está aqui agora.

Steve arqueou a sobrancelha.

— Posso falar com ele?

— Não – eu respondi ríspida. – Pra que você ia querer falar com ele? Não tem nada pra falar com ele. Vai lutar contra seu vilão e me deixa em paz.

— Você me dá nos nervos – ele suspirou.

— Ninguém te pediu pra me ligar!

— Na verdade, o Diggle me obrigou – ele deu um sorriso sarcástico.

— Então eu preciso ter uma conversa séria com ele – suspirei. – Já posso desligar?

— Faz o que você quiser – ele soltou.

Mas eu não desliguei. Nem ele. Por algum motivo que eu não sabia explicar, mesmo com todas as brigas, falar com ele ainda era a coisa que mais me dava paz.

— Ainda está aí? – Eu perguntei, depois de um tempo.

— Sim – ele disse, mais calmo.

— Vai parar de mandar em mim?

— Quando você parar de fazer escolhas ruins.

— Quem você é para me dizer quando minhas escolhas são ruins?!

— Mimada.

— Idiota.

— Infantil.

— Babaca.

Então eu desliguei. Não era (e ainda não sou) obrigada a ficar ouvindo alguém me ofender.

— Seu namorado? – Steve perguntou, inocente.

Dei risada dele. Só podia ser piada aquela pergunta. Com certeza era uma piada.

— Não. É só um babaca que tenta controlar a minha vida 24 horas por dia – respondi, com uma cara de nojo.

Definitivamente Oliver Queen tinha esse poder de estragar a minha tarde com apenas uma ligação. Esses três dias sem ele falando no meu ouvido foram tão bons. Aliás pensei por que ele demorou tanto tempo para ligar?

— E por que você ainda fala com ele? – Ele me trouxe de volta a realidade.

Suspirei.

— É um dos meus únicos amigos aqui – a verdade era essa. Eu querendo ou não.

(...)

O dia estava claro. Eu havia acabado de acordar. Meu cabelo deveria estar uma coisa que só por Odin. Mas mesmo assim eu estava feliz. Estava feliz porque faltava apenas uma semana para eu me livrar daquele mundo. Não que Steve não fosse uma boa companhia. Apenas era porque eu não aguentava mais viver em um mundo no qual um cara se transformar em um monstro verde é algo normal.

Peguei um copo de leite e coloquei achocolatado. Era minha rotina diária. Então, após tomar meu leite quente e penteei meu cabelo. Fiquei com minha camiseta grande e cinza que eu havia roubado do armário do Steve e coloquei um short jeans. Fiquei com minhas pantufas e fui encher o saco do patriota. Era o que eu fazia todo dia de manhã.

Bati na porta devagar e ele atendeu. Sua cara de sono estava implícita. E ele também estava sem camisa, então foi fácil notar que ele havia acabado de acordar. Adentrei sem pedir licença e me joguei em seu sofá.

— Steve se você estiver com escassez de roupas eu posso te devolver sua camisa – eu brinquei.

Ele riu e se sentou na poltrona. Ficou me encarando por um bom tempo, até que eu fiquei sem graça.

— Então é você que tem roubado minhas roupas – ele semicerrou os olhos.

Ficamos nos encarando por um tempo até que demos risada um do outro. Sentei-me no sofá, dando espaço para ele se sentar ao meu lado, o que ele fez. Ligamos a TV no jornal. Já fazia um tempo que eu não salvava alguém. Quem sabe alguma tragédia poderia ter acontecido...

Mas nada havia mudado. Apenas alguns aprimorados que tinham aparecido do nada. Acho que nada anormal para aquele mundo. Com o qual eu tinha certeza de que nunca me acostumaria.

— Já conheceu nossa nova vizinha? – Eu desliguei a TV.

— Não, deveria? – Ele perguntou, inocente.

— Você deveria conhecer qualquer mulher Steve. Não é saudável ficar sozinho – eu comentei, mexendo no meu cabelo.

— Você está sozinha – ele suspirou.

— Eu só tenho dezesseis – eu retruquei. – Por que não convida aquela garota do TI da SHIELD? Tenho certeza que ela aceitaria.

— É por isso que eu não convido – ele sorriu de lado.

— Aceite o meu conselho de amiga e arranje um encontro – uma ideia incrivelmente louca veio na minha cabeça. – Vamos sair hoje!

Ele me olhou como se eu fosse maluca.

— Ah qual é Steve. Só uma noite. Vamos para um barzinho! Eu tenho certeza que ninguém vai me impedir de entrar. E você ainda pode aprender a como arranjar uma garota nos dias de hoje. Sem contar que podemos sair desses apartamentos um pouco!

Ele negou com a cabeça, mas eu continuei insistindo, com minha carinha de cachorrinho sem dono – a qual eu sei que ele não resiste – e ele não resistiu.

— Tudo bem – eu comemorei. – Mas se eu não gostar de ninguém, nós vamos para uma sorveteria, nos empanturrar de sorvete.

Sorri e concordei, dando um abraço nele. Combinamos de sair lá pelas nove. Ainda bem que já eram seis da tarde – desvantagens de trabalhar para a SHIELD¹: você trabalha de madrugada – e eu não teria que ficar ansiosa.

— Bom, eu vou escolher uma roupa para você, porque tenho certeza que você vai querer ir vestido como meu avô quando jovem – ele riu do meu comentário.

(...)

Depois de muitas trocas de roupa, Steve finalmente ficou pronto. Eu o fiz colocar uma camiseta social branca com um cardigã azul por cimas e uma calça jeans preta. Também o fiz colocar um all star. Como ele me deixou escolher a roupa dele, eu deixei que ele escolhesse a minha. Mas avisei logo de início que, se fosse brega, eu não iria usar.

Ele escolheu um vestido preto meu que tinha mangas com algumas aberturas na parte do busto e dos ombros. E também me fez colocar um salto prata, mesmo que eu estivesse relutante.

— Se você achar que for cair, é só voar – ele brincou.

Arrumei meu cabelo e o deixei solto. Passei rímel, blush, base e um batom vermelho sangue. Quando terminei me olhei no espelho. UAU. Nunca achei que eu poderia ficar do jeito que estava. Não estava linda, mas estava bem. De um jeito legal.

Saí do quarto e o Capitão me esperava no sofá. Estávamos no meu apartamento. Quando entrei, ele se levantou.

— UOU – ele disse, boquiaberto. – Você está linda – ficou sem graça por causa da sua reação.

— Obrigada Capitão. Você também não está ruim – brinquei, arrumando a gola de sua camisa.

— Vamos? – Ele estendeu o braço para mim.

— Vamos – eu respondi, com um sorriso no rosto.

Saímos pela porta e eu a tranquei. Esbarramos com a nova vizinha antes de sairmos.

— Oi, você é a Sharon né? – Eu disse.

— Sim sou – ela respondeu com um sorriso, olhando para Steve.

— Se alguém procurar por nós, você pode, por favor, dizer que nós saímos? – Eu pedi gentilmente.

— Claro – ela respondeu.

— Obrigada – eu disse.

(...)

Steve era um banana. E u falei isso para ele quando ele ficou com vergonha de pedir o número da terceira garota que eu indicava para ele e ele gostava.

— Eu sou tímido – ele deu de ombros.

— Você ganhou uma guerra e não tem coragem de chegar em uma garota? Steve você já é lindo e gostoso, elas vão dizer sim – eu dei um tapa de leve em seu braço.

— Se é tão fácil, porque você não pede o número de alguém – Ele desafiou.

— Aponta para alguém que eu vou – aceitei o desafio.

Ele apontou então para um cara loiro que estava em uma mesa bem no canto. Uma mesa com pouca iluminação, por isso de longe era impossível descobrir se ele era bonito ou não.

Comecei a andar em direção ao cara.

— Posso me sentar aqui? – Apontei para o lugar vago na mesa.

— Claro – ele disse, me analisando.

— O negócio é o seguinte, meu amigo ali não pega ninguém há um bom tempo e ele não tem coragem de chegar em uma mulher – expliquei para o cara toda a situação. Mesmo de perto, seu rosto ainda era um pouco vago.

— Quer que eu escreva um número qualquer no papel? – Ele perguntou, sério.

— Se não for muito incomodo – eu fiz uma voz de criança.

— Não é – ele tirou um papel do bolso e começou a escrever os números. – Lucy King certo?

Gelei.

— Como você sabe o meu nome? – Perguntei, aflita.

— Você me disse – ele tentou consertar.

— Não, não disse – fiquei bem na ponta do banco, já pronta para escapar.

— Bom, é um prazer. Sou Stefan Salvatore – ele colocou seu rosto na iluminação e finalmente pude vê-lo.

— O que você quer? – Mudei meu tom imediatamente.

— Apenas garantir que você não vai destruir o mundo.

— E você garante isso me espionando?

— Na verdade, estou cuidando de você.

— Acredite em mim, muita gente já faz isso – bufei.

— Não gente o suficiente – ele explicou. – Quanto mais pessoas, melhor Lucy. Você não ideia do que está por vir.

Olhei para ele desconfiada e suspirei. Era para ser uma noite agradável.

— Obrigada pelo seu tempo – eu disse me levantando.

Fui até Steve e disse que não havia conseguido. E que ele estava certo, uma sorveteria era uma melhor opção.

(...)

— Esse é o melhor sorvete que já tomei – eu disse entre uma colherada e outra.

Já era uma da madrugada. Mas nós conseguimos achar uma sorveteria aberta. A parte boa de ser de madrugada era que estava praticamente deserta. E era muito bom não ter muitas pessoas porque digamos que o meu rosto e o de Steve (e do resto dos Vingadores) estavam estampados em todo tipo de revista ao redor daquele mundo.

Eu comia uma mistura louca que eu havia feito com todos os sorvetes possíveis dali. Era muito boa a mistura do sorvete de flocos com o sorvete de creme! Steve comia uma mistura simples. Aliás, ele era todo simples. Todo diferente dos outros caras.

— O que foi? – Ele perguntou, me fazendo perceber que eu estava o encarando.

— Nada, é só que... Estava pensando... – eu suspirei. – Sabe nos filmes, quando o mocinho tira a mocinha para dançar e tudo parece flutuar e todos param para observar porque o amor que eles sentem um pelo outro é tão grande que qualquer um sente? Eu imagino como deve ser.

— Dançar? – Ele arqueou a sobrancelha.

— Se apaixonar – eu suspirei. – Acho que não tenho essa função.

Ele sorriu de lado e olhou para baixo, pensativo. Olhei pela janela ao nosso lado. Lá fora parecia calmo. Acho que só assim para aquilo ficar calmo. Apenas de madrugada, quando todos os olhos estão fechados e todas as cabeças estão em um travesseiro.

Olhei novamente para ele e ele estava me olhando. Sorri para ele. Era até estranho o jeito que o olhar dele era tão diferente do Oliver. Tão doce e suave. Tão calmo e paciente. Tão amoroso. Ele devolveu o sorriso, doce como seus olhos. Eles faziam uma combinação perfeita de calmaria. Algo que eu precisava tanto naqueles dias. Alguém que fosse calmo e simplesmente isso. Que não esperasse nada de mim, apenas minha amizade. Steve era um cara bom no fim das contas.

— Gosto do seu jeito – eu quebrei o silêncio, fazendo ele sorrir. - Você é diferente dos outros caras. Vai encontrar alguém que você ame um dia.

— Já encontrei, há muito tempo atrás. Não deu certo – ele suspirou.

— E por que não? – Eu perguntei.

— Eu fiquei congelado – ele deu um sorriso triste.

— Ah é – eu me lembrei.

Devia ser difícil para ele naquela época. Peggy Carter foi um amor muito grande para ele. E só de pensar que ele nunca teve a chance de dançar com ela me dava tristeza. Não gostava de ver as outras pessoas tristes.

— Bom, um brinde aos corações partidos – eu levantei minha casquinha de sorvete, fazendo ele rir. – Que eles sejam sempre um lembrete de que tudo que é bom pode acabar!

Ele encostou sua casquinha na minha e nós dois rimos como dois idiotas que estavam sozinhos em uma sorveteria na madrugada.

 (...)

— Tenho notícias ruins – a voz dele se fez presente assim que atendi o telefone.

Ser acordada desse jeito não é a melhor coisa do mundo, pode acreditar em mim.

— Por que você sempre está associado as desgraças da minha vida? – Eu perguntei, me sentando no sofá.

Dormir no sofá também não é a melhor coisa do mundo, pode acreditar em mim.

— Me faço essa mesma pergunta todo dia – ele retrucou. – Quer saber ou não?

Suspirei. Esfreguei meus olhos e minha mão saiu preta. Então lembrei que estava com maquiagem da noite passada. Eu só havia chegado em casa, tirado o salto, colocado umas das camisetas do Steve que eu havia roubado e me jogado no sofá. Meu cabelo devia estar uma coisa que só por Odin.

— Fala – bufei.

— Sam e Dean conseguiram descobrir um jeito para você voltar para casa – ele disse.

Quase pulei do sofá de alegria.

— Antes que você pule de alegria – ele continuou, como se lesse minha mente. – O jeito que eles descobriram é a parte ruim.

O sorriso que havia em meu rosto se desfez. Oliver Queen tinha mesmo esse poder de transformar meus sorrisos em uma cara fechada.

— Continua – eu pedi.

— Você só vai poder voltar quando seu destino aqui estiver traçado, quando o que você tiver vindo para fazer aqui tiver sido cumprido – ele suspirou.

— Isso quer dizer que eu não tenho previsão para voltar para casa – senti lágrimas brotarem no meu rosto.

— Parece que não – ele disse, sério.

Desliguei o telefone sem me despedir. Eu não conseguia acreditar que eu realmente ficaria presa naquele mundo para sempre. Foi bom no começo, mas eu sentia tanta falta dos meus amigos, da minha família!

Deslizei para o chão e coloquei meus joelhos contra meu peito. Comecei a chorar baixinho porque eu nunca consegui chorar alto. Era algo meu. Não conseguia suportar a ideia de que alguém poderia me ver chorando. Não gostava que me achassem fraca ou algo do tipo.

O telefone tocou de novo, mas eu não atendi. Isso se seguiu pelo resto do dia. Sabia que Oliver ia falar alguma coisa da qual eu não iria gostar e eu realmente não precisava de alguém no meu pé agora.

Mas, quando deu seis da tarde, Steve entrou na minha casa sem nem pedir licença – já que ele tinha uma chave extra do meu apartamento. Ele me viu chorando e simplesmente se agachou comigo no chão e me abraçou. Era disso que eu precisava no momento. Então o abracei forte e assim ficamos, pelo resto da noite.


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Notas finais do capítulo

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