No Mundo Das Séries escrita por Biah Costa


Capítulo 47
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Notas iniciais do capítulo

*Home: Casa. Também é o título da música da Gabrielle Aplin, que meio que inspirou tudo isso.
Espero que gostem do capítulo e tem textinho nas notas finais!
OBRIGADA DE VDD NYRA RAGNAROK PELA MARAVILHOSA RECOMENDAÇÃO QUE ME DEIXOU MUUUUUUITO FELIZ!!! LI E RELI MIL VEZES, NEM SEI O QUE DIZER ♥ ♥

Galera, aqui vai meu último "enjoy".
Enjoy!



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As Joias do Infinito foram dividas para os Guardiões da Galáxia e Doutor Estranho. Assim que a batalha acabou, a equipe do espaço teve que voltar para defender a galáxia. Tony Stark pagou toda a reconstrução de Nova York e a ONU decidiu anular o Tratado de Sokovia, o que fez os Vingadores (e eu) deixarmos de ser fugitivos. As pessoas nos viram como heróis novamente e aquilo foi reconfortante.

A pior parte foram os enterros. Todos os mortos foram enterrados em um mesmo cemitério e todos estávamos presentes. Conforme os caixões desciam, as lágrimas desciam em meu rosto. Felicity estava lá, segurando as mãos de Oliver para que ele não chorasse por causa de Diggle. Mas ninguém segurava a minha mão, porque era tudo minha culpa. Eu meio que desabei naquele momento. Eu não consegui lidar com o mundo. E, quando me pediram para fazer o discurso de despedida, eu fui, me sentindo totalmente imprestável.

— Nesses últimos meses, aconteceram muitas mudanças de um dia para o outro. Ganhei amizades que nunca pensei que ganharia. E perdi amizades que pensei que nunca perderia — respirei fundo. — Todas essas pessoas... eu conheci cada uma delas e sentia um carinho por todas elas. Mas Wanda, bem Wanda era minha melhor amiga. E ela se sacrificou por mim de um jeito que eu nunca imaginei que alguém se sacrificaria um dia. E, eu sei que, mesmo que eu me sinta totalmente horrível, ela sempre vai estar comigo — virei-me para seu túmulo. — Wanda, não importa aonde você esteja ou aonde eu esteja. Eu nunca vou deixar você.

Quando terminei, sentei-me na cadeira novamente. E fiquei ali, até que todos já tivessem ido embora. Eu só queria ficar ali observando a pessoa que eu conheci um dia, antes de lhe dar a rosa branca em minhas mãos. Pensei que se ficasse ali por mais alguns minutos, conseguiria ficar mais tempo com ela. Mas, foi quando uma mão tocou em meu ombro, que eu percebi que não poderia guardá-la comigo, mesmo que quisesse.

— Sam — eu disse, ao ver quem era o dono da mão.

Ele sorriu e se sentou ao meu lado. Ajeitou a gravata que usava e olhou para os túmulos alinhados ali.

— Sinto muito — ele suspirou. — Por tudo.

Eu apenas olhei para ele e assenti. Não havia mais nada a ser dito da minha parte, por isso continuei a segurar aquela rosa branca.

— Segundo as nossas contas, você já pode voltar para casa — ele disse e eu olhei rapidamente para ele, com um sorriso. — Se quiser, é claro.

— Está brincando? É o que eu mais quero — eu disse, dando-lhe um abraço.

— Tem certeza? — Ele perguntou, assim que se soltou de mim.

— Nunca tive tanta certeza na minha vida.

Ele assentiu e sorriu, se levantando e me deixando sozinha ali, novamente. Se eu tinha certeza de que queria voltar para casa? Claro que não. Meu coração estava ali. Oliver estava ali. Mas este era o problema: Oliver não era meu e provavelmente nunca seria. Ele havia me explicado o óbvio: Damon o havia hipnotizado para que ele beijasse Felicity. E, quando ele disse aquilo, eu simplesmente não quis ouvir o resto e saí andando.

Levantei-me da cadeira e andei até o túmulo de Wanda. Toquei em sua lápide, a analisando. “Wanda ‘Feiticeira Escarlate’ Maximoff, 16 de fevereiro de 1989 — 3 de novembro de 2016”. Agachei-me e coloquei a rosa na terra que ali estava.

— Não queria espiar, mas você vai para casa? — A voz de Barry se fez presente, pregando-me um susto.

— Vou — respirei fundo. — Estou errada? — Ele deu de ombros.

— Seja qual for a sua escolha, vai sair ganhando. Assim como vai sair perdendo. O que posso dizer? É assim que funciona a vida — ele disse, olhando para o túmulo de Wanda. — Perdi meu pai recentemente, então sei bem como é a dor.

— Sabia que eu já conheci seu pai? — Disse, me lembrando da vez em que topei com um homem no Jitters que falava sobre seu filho ser uma grande pessoa. — Foi há muito tempo, antes de toda essa confusão. Ele achava que você faria algo de especial com a sua vida. Que você faria a diferença no mundo. Talvez até o mudaria — sorri levemente.

— Como sabe como ele se sentia? — Ele perguntou, curioso.

— Sei como todos se sentem — suspirei. — E é por isso que tenho que ir embora Barry. No meu mundo, esses poderes não existem. No meu mundo, eu sou alguém feliz.

— No seu mundo você também é apaixonada por alguém? — Ele perguntou, me fazendo revirar os olhos e olhar para ele.

— Olha Barry, eu amo o Oliver. Amo mesmo. Amo como nunca achei que amaria alguém, mas ele não me ama. E, apesar de ser um pouco idiota de vez em quando, eu não sou sadomasoquista — suspirei. — Não consigo ficar perto dele sabendo que ele nunca vai me amar.

— Bom, você é quem sabe — ele sorriu de lado. — Vou sentir sua falta brasinha.

— Brasinha? — Ri levemente e lhe dei um abraço. — Também vou sentir sua falta, ligeirinho.

(...)

Assim que eu disse que queria ir embora, Tony Stark resolveu me dar uma festa de despedida. Mesmo que eu tenha insistido para ele não fazer, era impossível convencer Tony Stark de não fazer algo que ele queria fazer. Então, naquela noite quente de outono, eu vesti meu vestido vermelho longo e fui para o endereço indicado. Era uma festa privada e isolada da cidade, mas mesmo assim estava lotada.

A primeira pessoa que vi, foi Steve. Não sabia se deveria cumprimenta-lo, mas mesmo assim o fiz. E ele me devolveu com um abraço caloroso que durou vários segundos, mas que não se tornou constrangedor, porque sabíamos que era um dos últimos abraços que daríamos um no outro.

— Como você está? — Ele perguntou, quando nos soltamos.

— Estou tão bem quanto poderia estar — suspirei — e você?

— Nervoso — ele disse.

— Por que?

— Estou prestes a me declarar para alguém e não sei bem o que dizer.

— Ah sim, isso é bem comum e... — Parei de falar e olhei para ele, que emitia um sorriso nervoso. — O que?! Como assim? Conta tudo!

— Eu estou completamente apaixonado por ela desde que trabalhamos juntos e decidi que a vida é curta demais para ficar esperando, então vou dizer para ela o que realmente sinto — ele tomou um gole de sua bebida.

— Finalmente! Já estava na hora né Rogers! — Disse, sorrindo. — Mas quem é ela mesmo?

Antes que ele pudesse me responder, Natasha se aproximou com Sharon e Clint. Os três conversavam animadamente. Steve colocou sua bebida em minha mão, respirou fundo e começou a falar.

— Talvez eu tenha demorado demais, mas queria te dizer uma coisa — ele disse, fazendo com que os três parassem de conversar. — Nós deveríamos estar juntos. Você é o amor da minha vida, e isso é idiota. É idiota nós ficarmos fingindo. Eu amo você. Eu quero ficar com você, de verdade e para sempre. Simples assim. Eu te amo, Natasha.

Quase pulei de alegria. Na verdade, eu dei pulinhos de alegria quando ela respondeu que o amava e os dois se beijaram. Dei a bebida para Sharon e comecei a bater palmas e as pessoas me acompanharam. Quando os dois pararam de se beijar, dei parabéns para os dois e os deixei à sós, para que eles tivessem um pouco de privacidade.

Comecei a andar por aquele sítio e finalmente achei um lugar para respirar em paz. Ficava longe do salão de festas. Eram dois pequenos balaços que tinham vista para um lago. A lua cheia no céu me dava uma certa paz e me permitia a reflexão. Sentei-me do balanço, mas apenas fiquei parada.

— Achei que te encontraria aqui — a voz de Oliver me fez arrepiar. Ele se sentou no balanço ao meu lado e ficou observando o lago comigo.

— Não sabia que estava me procurando.

— Vamos parar de fazer joguinhos por um minuto? — Ele pediu. — Você acha justo simplesmente ir embora sem nem ao menos se despedir de mim?

— E você acha justo Oliver, que eu tenha que me despedir de você mesmo depois de você ter quebrado o meu coração?

— Não era eu.

— Eu sei que não, mas isso não impede que a dor exista — senti as lágrimas brotarem em meus olhos. — Eu te amava. Eu te amo, droga. Mas você não sente o mesmo.

— Quem disse que eu não sinto o mesmo? — Ele perguntou, aumentando o tom de voz. — Naquele dia, você simplesmente saiu, você nem me deixou terminar! Sim o Salvatore me hipnotizou para beijar a Felicity, mas aquilo foi tudo. Os meus sentimentos por você são reais! Nós somos reais! Antes de você, eu era só escuridão. Você é a única luz que eu conheço — ele se agachou perto de mim e limpou as lágrimas que escorriam de meus olhos. — E é porque te amo, que preciso dizer que tudo bem se você quiser partir. Todos nós queremos que você fique. Eu quero que você fique mais do que já desejei qualquer outra coisa na minha vida. Então só queria dizer que entendo se você decidir partir. Tudo bem se tiver que nos deixar. Depois das coisas pelas quais você passou, eu entendo o porquê de você querer partir, mas eu estou apaixonado por você. E se você quiser ficar, eu prometo que não tem lugar mais seguro no mundo do que aqui comigo.

— Eu não posso ficar — a dor em minha voz era palpável. — Eu não sei como lidar com isso, me desculpe.

Ele me beijou. Foi um beijo lento. Um beijo de dor, mas intenso. Foi como se aquele beijo tivesse sido nosso primeiro beijo. Um beijo de necessidade, como se nada mais importasse.

— Tome — eu lhe entreguei um objeto, assim que nos separamos.

— O que é isso? — Ele olhou para a antiga pulseira que havia me dado.

— É só uma pequena recordação de quando as coisas eram mais simples, para nós, do jeito que erámos — sorri e ele sorriu de volta, mas nenhum de nós estava feliz.

(...)

Stephen Strange era quem me ajudaria a voltar para casa. Um de seus feitiços conseguia transmutar uma pessoa de uma realidade para a outra e era aquilo que me levaria para casa. “O Cone Conjurado”. No fim, eu nunca precisei esperar pelo meu destino estar selado para conseguir voltar para casa. Tudo o que eu precisava era conhecer Stephen Strange.

Nós estávamos no antigo esconderijo de Oliver, o que ficava embaixo de sua boate, onde tudo começou. Todos que haviam sobrado estavam lá, incluindo Matt Murdock. Eu me despedi de cada um deles, até que cheguei em Oliver e não soube o que dizer. Fiquei parada por algum tempo apenas observando seus olhos azuis.

— Ter que me despedir é muito pior do que eu imaginava — disse, já sentindo as lágrimas em meus olhos. — Estou chorando demais ultimamente.

Ele sorriu, tristemente e me abraçou com tanta força que eu nunca me senti tão segura quanto naquele abraço.

— Você não precisa ir — ele sussurrou em meu ouvido. — Você pode ficar comigo.

— Não, não posso — eu respondi, me desvencilhando de seu abraço. — Tenho que ir para casa. Eu te amo, Queen.

— Eu também te amo, King — ele me deu um último beijo e enfim me soltou.

Olhei para Stephen que começou a conjurar o feitiço. Em poucos minutos, um portal verde se abriu na minha frente. Respirei fundo e olhei uma última vez para Oliver, sentindo um aperto no meu peito.

Então abracei Wanda. Aquele fora o abraço do qual eu nunca me esqueceria. Eu não sabia ainda, mas Wanda seria tão importante na minha vida. E eu não queria soltá-la, porque tinha a sensação de que não deveria fazer aquilo. Não pude deixar de me perguntar como aquela pessoa havia passado de inimiga mortal por ter me feito ver coisas que eu não queria, até a minha melhor amiga.

— Lembre-se: casa é onde o seu coração está — ela sussurrou em meu ouvido.

A última lembrança de verdade de Wanda invadiu minha mente, como um flashback. E ela estava certa. Eu sentia falta da minha família. Sentia falta do meu mundo. Mas meu coração estava ali. Eu não estava mais no mundo das séries, eu estava no meu mundo. Olhei para Stephen e ele entendeu. Fechou o portal e eu nunca tive tanta certeza de algo na minha vida.

Corri até Oliver e o abracei. Ele, por surpreso que estivesse, me abraçou de volta.

— Você não vai para casa? — Ele perguntou, sem me soltar.

— Você é a minha casa — respondi, dando-lhe um beijo.

E foi assim que eu conheci o amor da minha vida.

ALGUNS ANOS DEPOIS

— Satisfeita? — Perguntei.

— Sim, mamãe — ela sorriu, mostrando o espaço entre seus dentes. — Essa é a melhor história que eu já ouvi.

— Wanda King Queen, você não deveria estar fazendo seu dever de casa? — Oliver a puxou pela cintura, a abraçando.

— Ela já vai fazer, só estava me enchendo de perguntas sobre como eu te conheci — respondi, dando risada enquanto ela fugia dele.

— Ah é? — Ele passou o braço ao redor dos meus ombros. — E o que disse a ela?

— Pouca coisa, uma história bem resumida — ele riu. — E disse que nunca me arrependi da decisão que tomei. E que nunca vou me arrepender.

Depois que eu decidi ficar, as coisas continuaram complicadas, como sempre soube que elas ficariam. Stephen conseguiu ir para a minha dimensão e entregar uma carta para meus pais, que achavam que eu estava morta. Ele disse que eles sentiam mais a minha falta do que qualquer coisa, mas que entendiam o porquê de eu ter que ficar. Steve e Natasha se casaram, assim como Tony e (acredite se quiser) Maria Hill. Soube que Felicity ganhou um prêmio Nobel ou algo assim. Damon pediu desculpas ao seu modo e ficou afastado de mim, como eu pedi que ficasse. Thor ficou na Terra, para protegê-la, mas Bruce voltou para o espaço e, mesmo que insistíssemos, ele decidiu que o melhor seria ir embora.

Nós continuamos a viver nossas vidas. E é engraçado como, em apenas um ano, eu consegui passar por tantas coisas. Eu estava no mundo das séries, mas agora estou no meu mundo. Casei com Oliver e temos a menina mais linda do mundo. Ela herdou meus poderes e a aparência de Oliver.

Eu acho que deveria estar puta com tudo o que aconteceu. Mas é difícil ficar zangada quando há tanta beleza no mundo. Eu sempre quis entender o porquê de tudo aquilo, mas nunca consegui entender, então simplesmente desisti. E quando me casei com Oliver, foi o dia mais feliz da minha vida. No fundo, nenhum de nós pode jurar ser perfeito. No final, tudo o que podemos fazer é prometer amar ao outro com tudo que temos. Porque amar é a melhor coisa que fazemos.


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Notas finais do capítulo

Quando eu comecei a escrever essa história, eu não sabia direito o que queria que ela virasse. Eu simplesmente estava sentada no meu sofá, assistindo o episódio de Arrow em que o Barry aparece pela primeira vez e a ideia simplesmente veio. Uma garota que entrava em sua série favorita. No começo, eu ia fazer a história apenas com Arrow e Flash. Mas, por que deixar as outras de lado, certo?
Conforme ela cresceu, as pessoas começaram a gostar e eu percebi que estava fazendo alguma coisa de útil da minha vida. Esses personagens fizeram parte da minha evolução e eu nunca vou esquecer deles ou de vocês, leitores e leitoras. Vocês não fazem ideia de como são importantes para mim!
Confesso que pensei e repensei no final umas trinta vezes. Pensei em fazer ela ficar com Steve, em ela ficar sozinha, em ela acordar e perceber que era tudo um sonho, em fazer ela ficar com a Wanda (pois é), em fazer ela voltar para casa, em, no final, tudo ser apenas uma redação. Porém decidi apelar para o bom e maravilhoso final feliz, porque decidi que ela merecia depois de tudo. E também porque uma amiga minha ficou me enchendo o saco para isso.
Para terminar logo, porque isso está muito grande, quero lhes dar algo em que pensar. É uma mania minha, dar uma reflexão no final de cada fic. Quero lhes dizer que o medo é normal. Se você não sente medo, é porque você não está tentando. E se você não está tentando, que merda vocês estão fazendo? É assim que a vida funciona. Ela vai te arrastar para cima, para baixo, para os lados, mas você tem que permanecer firme e nunca deixar a maré te levar. E, claro, nunca esquecer: casa é onde seu coração está.

PS.: E então?