No Mundo Das Séries escrita por Biah Costa


Capítulo 40
A Guerra Será Infinita


Notas iniciais do capítulo

DESCULPEM PELA DEMORA, SOU UMA PESSOA HORRÍVEL EU SEI, MAS VOU COMPENSAR COM O FATO DE QUE O SAMMY E O DEAN ESTÃO AQUI GALERA!!!!!!!
Espero que gostem, obrigada por todos os comentários!!!
Enjoy!



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Achar Sam e Dean foi fácil. Por algum motivo eles estavam na sua antiga casa, investigando algo sobre um espírito. Não perguntei muito, porque sinceramente não me interessava saber sobre um espírito flamejante que sai das paredes.

Eu os achei dentro de seu carro, parados em frente à sua antiga casa, observando-a com atenção. Quando bati no vidro da janela, Dean se assustou ao perceber que aquela era eu e quase derrubou o seu café. Acenei levemente para Sam que me deu um sorriso gostoso de se ver.

— Preciso da ajuda de vocês — eu disse, assim que ele abaixou o vidro, fazendo Sam parecer tenso.

(...)

Estávamos em um motel local. Eu havia alugado um quarto para o caso de precisar passar mais do que algumas horas naquela cidade. E havia sido uma boa ideia já que, segundo eles, precisaríamos do espaço.

Sam estava sentado na cama velha, enquanto Dean colocava alguns livros na escrivaninha de madeira velha. Eu havia contado tudo o que sabia para eles. Desde quando comecei a ter sonhos estranhos até o momento no aeroporto. Eles ouviram com uma certa atenção e depois pegaram alguns livros no porta-malas. E lá estávamos.

— Ok, pelas informações que nós temos — Dean começou — essa mulher que você viu em seus sonhos é a responsável pelas suas habilidades e quer tomar conta do seu corpo.

Assenti.

— A única forma de descobrirmos mais é invocando-a — ele continuou e eu estremeci.

— Invocar? — Perguntei, com medo da resposta.

— Você não precisa se não quiser — Sam disse. — Mas é a única forma de descobrir o que está acontecendo.

Suspirei e assenti. Eles tinham razão. Eu estava ali para descobrir tudo e se não aceitasse não conseguiria fazê-lo. Então Sam se levantou e começou a procurar algo em um livro de capa preta. Dean colocou uma cadeira para que eu me sentasse. Assim, Sam se virou para mim, com o livro aberto.

— Et deprecabantur eum spiritus, appareant in primordi. Ostende nobis potestas — ele disse, em uma língua que mais tarde identifiquei como latim.

Então tudo ficou escuro e me senti ser empurrada para baixo. Eu estava caindo no vácuo e não conseguia parar. Até que minhas costas se chocaram contra o chão de asfalto. O lugar começou a aparecer e percebi que estava na Ilha de Manhatan. Levantei-me. As ruas estavam desertas, então comecei a andar por elas.

Folhas de jornal voavam por conta do vento. Os prédios, estabelecimentos, carros... todos estavam abandonados, como uma cidade fantasma.  O vento ficou cada vez mais forte, até que se formou uma nuvem de poeira. Ela me atingiu e quando cessou, percebi que estava em um deserto.

Pela primeira vez, a vi. Seus olhos escuros estavam na minha direção, como se analisassem cada um de meus passos. Seu cabelo — vermelho como sague — era longo e liso, indo até seus pés. Usava um vestido preto justo, que acentuava cada uma de suas curvas. Sua pele era bronzeada. Suas mãos estavam cobertas por anéis e pulseiras.

— Et vocavit me — ela disse. Sua voz era horrivelmente demoníaca.

— O que? — Perguntei, me levantando.

— Devia ter mais cuidado ao invocar alguém que pode te destruir — estremeci.

— O que você quer comigo? — Perguntei, com a voz vacilante. Apenas a sua presença era assustadora.

Ela estalou os dedos e gritos preencheram o lugar. Eram gritos familiares, de pessoas que eu amava. Meus pais... meus irmãos... Oliver... implorei para que ela parasse. Podia sentir a dor que emanava de cada um daqueles gritos e queria muito que eles parassem.

— Não me desafie de novo — ela falou grossamente e os gritos cessaram. — Menina tola. Ousa mesmo me perguntar o que quero com você? Deveria agradecer a mim. Deveria se ajoelhar perante mim — ela me fez ficar de joelhos. — Assim, agora está melhor.

A areia quente me acorrentou ao chão como uma espécie de corda.

— Non me temptais — ela disse. — Você deve obedecer, deve agradecer. Muitos matariam para ter o poder que você tem.

— Quem é você?

— Eu sou o fogo e a vida encarnados. A escuridão e a luz em uma só. Sou a brasa do infinito que acende os mortos — ela se transformou em uma águia de fogo. — Eu sou a Fênix Negra!

Fiquei boquiaberta. Aquela visão me deu náusea. A grande águia de fogo preenchia o céu e, entre ela, podia ver as vítimas que já fizera. Todas as almas presas naquele ser pareciam querer escapar, pareciam agonizar. Quando ela voltou a sua forma normal, eu quis ataca-la, mas não pude. Estava presa. Mas ainda conseguia sentir toda aquela dor, aquele desespero.

— Apenas quero o seu bem, filha das chamas. E acredite quando eu digo que bellum erit finis! — Então eu acordei.

(...)

Bebi a água que me havia sido entregue. Minha cabeça ainda doía e meus olhos não paravam de derramar lágrimas. Fora, até aquele momento, a pior experiência da minha vida.

— O que ela disse? — Sam perguntou.

— Que era a Fênix Negra — suspirei, colocando o copo na escrivaninha. — E algo em uma língua que eu não entendo.

— O que? — Dean cruzou os braços.

— “Bellum erit finis”

Sam arregalou os olhos.

— A guerra será infinita — ele disse. — Mas que guerra?

Enxuguei a lágrima que escorria do meu olho. Não queria falar sobre aquilo, não queria falar sobre nada naquele momento. Apenas a sensação que tive daquela mulher me deu náuseas, desconforto... foi como se meu coração estivesse congelado e tudo ao redor fosse trevas.

­ — Falamos disso amanhã — Dean impôs. — Estamos todos cansados. E quanto a você Lucy, essa noite você precisar sonhar. Precisa dormir e sonhar com um mundo diferente deste. Um mundo onde não existam demônios, monstros, super-heróis e pessoas ruins. Um mundo onde todas as pessoas querem apenas fazer o bem.

E assim eu obedeci.

(...)

Quando a manhã veio, um toque de celular veio junto. O celular de Dean tocava desenfreadamente. Ele acordou e atendeu, se retirando para falar em particular. Enquanto isso, Sam observava os livros que eles haviam trago.

— Aconteceu muita coisa desde a última vez que nos encontramos? — Ele perguntou, fechando o livro e sorrindo para mim.

— Se contarmos o fato de que já faz quase onze meses desde a última vez que nos vimos, pode-se dizer que tenho algumas novidades — eu sorri, fazendo ele rir.

— E quanto ao Oliver? — Meu sorriso se desfez.

— A última vez que soube dele, ele estava morando com alguém — disse, encarando o chão.

Ele pareceu surpreso.

— Sério? Sempre achei que vocês dois iriam ter alguma coisa — ele disse, me fazendo dar uma risada seca.

— Digamos que eu não sou uma pessoa de muita sorte nos relacionamentos afetivos — eu tentei sorrir. — E ele... bem... são tempos difíceis demais para se ter algo comigo.

— O verdadeiro amor nasce em tempos difíceis — ele disse.

Ficamos em silêncio por algum tempo, esperando por Dean. Ele tinha certa razão em sua frase, mas não achava que ela se aplicava a Oliver e eu. Se era nos tempos difíceis que o verdadeiro amor nascia, aonde estava ele quando eu precisei tanto?

— Bom, talvez não seja nosso caso — dei de ombros, olhando para o chão. — E, de qualquer jeito, não há sentimento. Eu não gosto dele o suficiente — tentei me convencer daquilo.

— Tem certeza? — Ele ergueu uma sobrancelha. — Olha não estou dizendo nada, mas você não parece ser muito sincera quando diz que não existe um sentimento.

Suspirei. Então Dean entrou e estava um pouco espantado. Franzi o cenho, esperando que ele explicasse o porquê da expressão abalada.

— Era um tal de Stefan Salvatore — ele segurava o celular, encarando ele. — Ele me pediu para te dizer que você tem que parar de fazer o que está fazendo. As coisas só ficarão piores se você continuar — ele olhou para mim, enquanto eu bufava e revirava os olhos. Stefan Salvatore estava virando um pé no saco. — Você o conhece?

— Mais ou menos — eu disse. — A primeira vez que soube que ele estava nesse mundo foi através do irmão, Damon Salvatore que visitou Oliver e eu no nosso apartamento pouco depois de vocês terem ido embora — disse. — Então encontrei Stefan em um bar, quando Steve e eu estava passeando. Depois ele contratou uma detetive particular para me investigar e agora isso — bati os braços nas pernas. — Realmente não sei qual a fascinação dele comigo.

Dean olhou para Sam e depois para mim, como se estivesse pensando em algo. Não pude deixar de sentir um aperto ao lembrar de quando eu morava com Oliver. De quando as coisas pareciam — e eram — mais simples.

— Você sabe o que eles são, certo? — Dean perguntou, colocando o celular na escrivaninha.

— Vampiros — dei de ombros. — Não é grande coisa.

— Eles são demônios — Sam coçou a parte de trás de sua cabeça. — Nós caçamos demônios.

— Se eles estão te incomodando, deveria ter nos falado antes — Dean explicou, se aproximando. — Nós nunca o caçamos porque não achamos relevantes, mas se eles estão te perseguindo...

— Olha eu não quero começar a Terceira Guerra Mundial, ok? — O interrompi. — Eu só quero descobrir o que essa coisa dentro de mim quer e ir para casa.

Dean calou-se. Ele andou até seus livros e começou a guarda-los. Sam e eu apenas observávamos todos os seus movimentos em silêncio, imaginando o porquê de ele estar fazendo aquilo.

— Me desculpe Lucy — ele disse, fechando o zíper da sua mala. — Mas nós não temos como saber o que ela quer.

Suspirei. Já imaginava que aquilo aconteceria.

— Sabemos que ela é a Fênix Negra e que planeja uma guerra — ele jogou a mala nas costas. — Mas não existe jeito de saber como isso vai acontecer. O único jeito é esperar e ter esperança de que as coisas deem certo.

Assenti.

— Obrigada pela ajuda — eu disse, percebendo que aquilo era uma despedida. — Eu não esperava que teria muitas respostas, foram até mais do que eu imaginava.

Ele apertou a minha mão. Pelo visto, Dean gostava de seu espaço pessoal tanto quanto eu. Mas Sam me deu um abraço de lado e aquilo me fez sorrir. Dean se despediu e saiu para o lado de fora do hotel, esperando pelo irmão.

— Não se preocupe, vai dar tudo certo — ele disse, olhando em meus olhos.

— Espero que dê — eu respondi, olhando em seus olhos. — Espero muito que dê.

— Talvez você devesse ir até o Oliver, dizer como se sente. Sei como é perder alguém que se ama, então dê alguma chance, antes que seja tarde demais — ele disse, então deu-me um beijo na testa.

O gesto me fez sorrir, porque me lembrou do meu melhor amigo. Ele costumava fazer aquilo comigo. Acabei sentindo um aperto no peito, uma saudade imensa. O que ele estaria fazendo naquele momento? Se eu o contasse que estava abraçada com Sam Winchester ele riria de mim e diria que eu estava ficando louca.

— Boa sorte — ele disse, ao soltar-se do abraço. E já na porta completou: — Talvez Oliver sinta o mesmo, talvez não. Acho que você só vai saber quando tentar.

Assim que a porta se fechou, eu sentei na cama, quase chorando. Aquilo não havia resultado em nada, mas Sam tinha razão. E eu sabia que só haveria uma única coisa para fazer a seguir: voltar para Starling City.


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Notas finais do capítulo

Lucy em Starling City de novo, seria meu sonho??? heheheh e então?



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