No Mundo Das Séries escrita por Biah Costa


Capítulo 37
Vagão De Carga


Notas iniciais do capítulo

Quando eu vi que minha última atualização foi no dia 29/06/2016, eu fiquei pasma. O tempo passou tão rápido que eu nem vi. E provavelmente vocês devem estar me odiando e eu não os culpo, eu fui uma pessoa extremamente horrível e gostaria de dizer que vou mudar, mas não é verdade. Por isso, estou oficialmente desistindo da fic. Mais pra baixo eu explico direitinho:













HÁAAAAA PEGADINHA DO MALANDRO
BRINCADEIRAAA GENTEEE
NÃO DESISTAM DE MIM, EU NÃO VOU DESISTIR DISSO AQUI, PROMETOOOO
Mas é que foram férias cheias de coisas pra fazer agora eu estudo em período integral (não é etec, mas é bem puxado) então mil perdões!!!
Para vocês verem o quanto eu me importo, são 23:18 de um domingo, tenho que acordar amanhã às 5:10 e tô aqui, porque prometi para mim mesma que de hoje não passava! Sério gente, vou até entender se não tiver quase nenhum comentário, mas não posso negar que não vou ficar triste!
Bom, já falei demais então,
Enjoy!



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A viagem até Londres fora cansativa. Steve ficou calado a maior parte do tempo, assim como Sam. Era compreensível o porquê de Sam estar ali, afinal, os dois haviam se tornado grandes amigos nos últimos meses. Desde a missão em Washington, Sam e Steve não se desgrudavam e tudo aquilo se dava ao fato de estarem procurando o Bucky.

Sam e eu estávamos sentados nos bancos da grande igreja enquanto Steve carregava o caixão em que Peggy estava adormecida. Apesar de que ele seria o único necessário para tal ato, mais três homens o ajudavam. O coral cantava a música triste que todos ouviam nos enterros e aquilo me fez lembrar de que eu não sabia se meus pais ainda estavam vivos, afinal, em dez meses tanta coisa havia acontecido comigo, como não aconteceria com eles também.

Assim que os homens colocaram o caixão no altar, Steve veio se sentar conosco. Assim que o fez, segurei sua mão, a acariciando. Ele deu um sorriso triste a apertou de volta. Os olhos dele estavam inchados por conta de seu choro. Só queria que ele ficasse bem. Soltei sua mão assim que o pastor chamou a parente de Peggy.

Sam tocou em Steve ao ver quem era. O mesmo abriu os olhos, surpreso. Minha reação fora a mesma. Sharon, nossa antiga vizinha, era parente de Peggy...

— Muitos a conheciam como fundadora da SHIELD. Eu a conhecia como tia Peggy — ela disse, olhando para Steve. — Tia Peggy tinha uma foto em seu escritório ao lado de JFK. Era impressionante, mas eu logo percebi que nunca chegaria ao seu nível. Foi por isso que nunca disse a ninguém que erámos parentes — ela disse, como se estivesse explicando apenas para Steve. — Eu gostava de perguntar para ela como ela conseguiu dominar a diplomacia e espionagem quando ninguém queria ver uma mulher se dar bem nos dois. E ela dizia: “Comprometa-se quando puder. Se não puder, não o faça. Mesmo que o mundo inteiro lhe diga que algo errado é o certo, mesmo que o mundo inteiro lhe diga para se mover, é seu dever dizer ficar plantado como uma árvore e dizer ‘não, movam-se vocês’”.

(...)

Steve pediu que Sam e eu fôssemos na frente. Ele precisava de um tempo sozinho na igreja. Então assim o fizemos. Do lado de fora da grande igreja de Londres, as pessoas conversavam, choravam e esperavam seus carros. Sam estava encostado na parede da igreja, aéreo. Eu segurava meus braços, enquanto me concentrava para bloquear aqueles pensamentos em massa. Ficar em um lugar com muitas pessoas não era algo que eu conseguia fazer. Bloquear uma ou duas pessoas era fácil, várias nem tanto.

— Já sabe quem assinou? — Perguntei, olhando para o céu azul.

— Rhodes, Visão, Tony, Natasha... — ele olhou para mim. — Vai assinar?

Olhei para ele, debochadamente.

— Me desculpe Sam, mas se o governo acha que é o melhor... Depois do que fiz em Lagos, não tenho muitas opções... — não precisei terminar a minha frase para ele entender meu ponto. — E você?

— Estou com o Capitão — ele disse.

Assenti. Já imaginava que aquela seria sua resposta.

— E o resto da equipe? Wanda, Clint... — eu perguntei.

— Wanda ainda está pensando — ele suspirou. — Não temos notícias do Clint.

— Por que eu tenho a sensação de que isso tudo não vai acabar bem? — Perguntei.

Ele abriu a boca para responder, mas não disse nada, pois Natasha veio nos cumprimentar. Assim que o fez, entrou na igreja para falar com Steve.

— Você tem certeza disso Lucy? — Ele perguntou, assim que ela se afastou. — Tem certeza de que vai assinar?

Suspirei, olhando para ele. Se eu tinha certeza? Claro que não. Há pouco tempo atrás, quando o tratado ainda era apenas uma possibilidade, eu havia dito que não assinaria. Mas as circunstâncias haviam mudado e tudo estava diferente. Eu era responsável pela morte de várias pessoas. Não tinha opção.

— Tenho — menti.

Steve e Natasha saíram da igreja. Eu deveria ir com ela para Viena, onde nós duas assinaríamos o tratado e oficializaríamos o mesmo. Mas com a morte de Peggy e o jeito em que Steve se encontrava, eu decidi que assinaria depois, com mais calma, na sede dos Vingadores.

(...)

Sam e eu estávamos no hotel comendo algo enquanto Steve conversava com Sharon. Eu estava morta de fome, por isso pedi um almoço completo. Sam riu do meu enorme prato de batata frita com bacon e cheddar. Ele havia pedido apenas uma xícara de café. Eu observava a televisão, onde as notícias eram passadas. A oficialização do tratado era notícia em todos os jornais importantes.

— O que vão fazer depois que o tratado for oficializado? — Perguntei, fazendo ele olhar para mim com a expressão confusa. — Não vão poder mais salvar o mundo...

— Vou ser um mecânico em Las Vegas— ele zombou, fazendo com que eu sorrisse. — Talvez, continuar a dar palestras, achar uma casa, ter filhos...

Assenti. Nunca tive esse sonho de ter filhos e um casamento como a maioria das pessoas, mas não zombava de quem tinha. Um sonho continua sendo um sonho, mesmo que seja diferente do meu. Quem sou eu para julgar o sonho de alguém?

Foi quando uma explosão aconteceu na televisão. Alguém havia explodido uma bomba em Viena. Olhei para Sam imediatamente e nós fomos atrás de Steve. Quando chegamos lá, notei que havia um clima entre ele e Sharon. Não posso negar que senti uma pontada de ciúmes.

— Steve, precisa ver uma coisa — Sam disse, cortando o clima entre os dois.

Nós subimos para o quarto de Steve no hotel e ligamos a televisão imediatamente.

Uma bomba explodia numa van de notícias — a repórter falava.

— Quem está por trás disso? — Sharon falava com seu chefe da CIA.

Mais de setenta pessoas ficaram feridas e doze morreram, incluindo o rei de Wakanda. Houve um vídeo solto pela polícia do suspeito conhecido como James Buchanan Barnes, o Soldado Invernal. O infame agente da HIDRA ligado a vários atentados de terrorismo e assassinatos... — a repórter continuou.

Olhei imediatamente para Steve, que olhou para Sam, que olhou para mim. Depois de tantos meses procurando, Bucky havia saído das sombras. Eu só não esperava que ele estivesse trabalhando com ataques terroristas ainda, afinal, ele já não trabalhava mais para a HIDRA.

— Preciso ir trabalhar — Sharon disse, nos fazendo olhar para ela.

Claro que iríamos com ela até Viena. Claro que Steve não perderia a oportunidade de encontrar Bucky. Claro que haveriam consequências. E claro, depois de termos achado o Bucky, eu assinaria o tratado e tudo ficaria bem. Eu esperava pelo menos.

(...)

— Oi — Natasha disse assim que atendeu o telefone.

Steve achou melhor ligar para ela, apenas para saber se ela estava bem. Sam e eu esperamos no café próximo ao local, mas conseguíamos ouvir tudo pelos comunicadores. Nós todos usávamos bonés e óculos escuros.

Você está bem? — Steve perguntou.

Tô, tô sim, valeu. Eu tive sorte — ela respondeu, fazendo uma pequena pausa. — Olha eu sei o quanto o Barnes significa para você, é sério. Mas fica em casa. Você só vai piorar tudo para todos nós. Por favor.

Tá dizendo que vai me prender?

Não... — ela respondeu como se fosse a pergunta mais idiota do mundo. — Mas alguém vai, se você interferir. Agora é assim que funciona.

Se ele chegou tão longe Nat, eu deveria trazê-lo a justiça.

Por que?

Porque eu tenho menos chances de morrer tentando.

Steve desligou o celular e veio em nossa direção. Senti uma sensação ruim crescer em meu peito. Um pressentimento ruim que parecia não ter fim.

— Ela mandou você ficar de fora? Ela pode ter razão — Sam disse, bebericando o seu café.

— Ele faria isso por mim — Steve suspirou.

— Em 1945 — ele disse. — Eu só quero saber se consideramos as nossas opções. As pessoas que atiram em você, geralmente acabam atirando em mim.

— Steve, estou preocupada — eu disse. — Eu disse que ia assinar o tratado...

Ele me olhou e soube exatamente o que aquele olhar significava: “Vai assinar um tratado tosco quando eu preciso de você?” E aquilo fez com que eu me calasse. Sharon se sentou ao lado de Steve no balcão.

— Denúncias não param de chegar desde a liberação das imagens. Todo mundo acha que viu o Soldado Invernal por aí. A maioria é pista falsa — ela lhe entregou um arquivo. — Exceto essa.

Steve pegou o arquivo de sua mão, lendo-o.

— Meu chefe espera um relatório meio que agora, então esse é o seu tempo de vantagem — ela disse.

— Obrigado.

— E vocês tem que se apressar. Temos ordens para atirar quando vimos.

(...)

Graças ao fuso-horário, ao chegarmos na Romênia ainda estava claro. O plano era que Steve iria até o apartamento do Bucky e conversaria com ele, convencendo o mesmo a se render. Então Sam e eu ficamos em cima do prédio dando a cobertura área.  

— Se liga Capitão, forças especiais pelo sul — Sam avisou, avistando um carro militar.

Entendido — Steve disse. — Você me conhece?

Você é o Steve. Eu li sobre você no museu — Bucky respondeu.

Os homens desceram dos carros e formaram um perímetro ao redor do prédio.

— Estabeleceram um perímetro — avisei.

Sei que está nervoso. E tem muitas razões para estar. Mas está mentindo — Steve acusou.

Eu não estava em Viena, não faço mais aquilo — Bucky disse.

Alguns homens ficaram no perímetro e outros começaram a entrar no prédio. Olhei para Sam. Posicionei-me na beirada do prédio para ter uma visão mais ampla da cidade e, por alguns segundos, me peguei admirando a beleza daqueles prédios.

— Estão entrando no prédio — Sam avisou.

As pessoas que acham que você fez estão vindo. E não planejam levar você vivo — Steve disse.

— Bem pensado, boa estratégia — Bucky ironizou.

Um helicóptero sobrevoou por cima de nós e eu já me preparei para uma luta.

— Estão no telhado, já nos viram — eu avisei. — Vai rápido Steve!  

Não tem que terminar numa luta Bucky.

Sempre termina em luta.

— Cinco segundos — Sam começou a contar.

Voei para fora do prédio, ficando de frente para o andar onde Steve estava.

Você me impediu que eu me afogasse. Por quê? — Steve perguntou.

Eu não sei.

— Três segundos — avisei.

Sabe sim — Steve disse.

Invasão, invasão, invasão! — Sam avisou.

Os homens invadiram o apartamento, atirando algumas granadas neles. Olhei para tentar enxergar de onde elas estavam vindo. Havia um atirador no prédio ao lado. Levantei a mão e torci o cano de sua arma, o fazendo ficar assustado.

Sam, cobertura sudoeste — Steve avisou.

Quem é esse outro cara?

Eu já vou descobrir.

Olhei para o prédio que Steve se referia e percebi que Bucky estava lutando contra um homem em uma fantasia preta. Desci até a cobertura do prédio onde eles estavam. Joguei o homem contra o ar condicionado ali presente. Bucky me olhou e começou a correr novamente. Um helicóptero começou a atirar em nós e eu fiz um escudo de proteção.

Steve saltou no prédio em que estávamos, enquanto eu ainda tentava manter os tiros afastados. Steve, assim como o homem na roupa preta ­— que tinha a sua máscara em forma de gato —, começaram a correr atrás de Bucky. Eu impulsionei o campo de força contra o helicóptero, fazendo ele perder o equilíbrio.

Lucy, não deixe o helicóptero cair! — Sam advertiu.

Bufei. Levantei voou. O helicóptero estava inclinado para o lado e o piloto havia perdido o controle do mesmo. Estiquei as mãos, tomando o controle do mesmo. Puxei com a maior força que pude e o piloto retomou o controle dele. Assim voltei a me concentrar nos rapazes. Continuei a voar por ali, mas não os achava.

— Steve, onde você está? — Perguntei.

No túnel!

Procurei pelo túnel, adentrando no mesmo quando o achei. Steve estava dirigindo um carro, enquanto Bucky tentava fugir com uma moto e o homem de preto corria atrás deles. Ele era incrivelmente rápido.

Sam também adentrou no túnel e o homem de preto pulou em cima dele. Estava tentando alcançar ele, quando Bucky jogou um explosivo na ponta do túnel, fazendo alguns destroços caírem. Sam abriu suas asas, pegando um impulso para trás, mas eu voei por dentre os destroços.

O homem de preto conseguiu tirar Bucky da moto, fazendo os dois caírem. O carro de Steve tombou e o mesmo saiu de dentro. O homem de preto tentou atacar Bucky, mas Steve o empurrou para trás. Eu pousei ao lado de Steve. Mas antes que pudesse fazer qualquer coisa, vários carros da polícia Romênia chegaram. Assim como Rhodes.

— Rendam-se agora! — Ele exclamou, apontando suas armas para nós.

Steve abriu os dois braços, como se estivesse tentando nos proteger. Olhei para ele e assenti. Assim, ele colocou seu escudo atrás de suas costas, mostrando que se rendia.

— Parabéns Capitão, Fênix, vocês são oficialmente criminosos — ele disse, com um certo sarcasmo.

Sam chegou ao local, erguendo suas mãos para o alto. O homem de preto retirou sua máscara e notei que seu rosto era um tanto familiar.

— Alteza... — Rhodes reverenciou.

O homem no traje preto era, ninguém mais, ninguém menos do que T’challa, o rei de Wakanda.

(...)

Após pousarmos em Berlim, fomos escoltados de carro até o lugar em que deveríamos ficar. No carro, Cada um estava sentado em uma fileira de bancos. Já não usávamos mais nossos trajes e minhas mãos estavam amarradas por algemas para que, segundo eles, eu não conseguisse mover nada. Mal sabiam eles que os meus poderes estavam na minha mente e não nas minhas mãos. Se quisesse fugir, o teria feito.

— Então você gosta de gatos — Sam provocou o rei.

— Sam — Steve o advertiu.

— Que foi? O cara aparece de gatinho e você não quer saber mais? — Sam zombou.

— Seu traje... é de vibranium? — Steve perguntou, ignorando o comentário de Sam.

— O Pantera Negra tem sido protetor de Wakanda há várias gerações. Um manto passado de guerreiro para guerreiro. E agora, porque seu amigo matou o meu pai, eu também visto o manto de rei. Eu o pergunto como guerreiro e rei: por quanto tempo acha que manterá seu amigo à salvo de mim? — Sua voz era suave, mas estranhamente tenebrosa.

Steve ficou calado, apenas observando o chão. Eu estava na última fileira, então conseguia observar cada movimento dos três. E Steve estava tendo dias cheios. Em quarenta e oito horas, muita coisa havia acontecido.

— Sinto muito pelo seu pai — eu ousei falar. — Mas Bucky não o matou. E você pode não acreditar agora, mas a verdade sempre prevalece.

Ele não me respondeu e eu achei melhor assim. O resto do caminho foi silencioso, até que chegamos no local em que ficaríamos. Quando descemos do carro, Sharon e um homem pequeno nos esperavam. Bucky estava bem atrás de nós, preso por uma cela de aço. Estiquei minhas mãos para um dos guardas, para que ele retirasse as algemas.

— O que vão fazer com ele? — Steve perguntou.

— O mesmo que com vocês. Avaliação psicológica e extradição — o homem pequeno respondeu.

— Everett Ross, comandante da força tarefa — Sharon o apresentou.

— E o advogado? — Steve perguntou.

— Advogado, que engraçado — Everett respondeu. — Vejam se guardaram as armas deles. Vão mandar o registro para vocês.

Um homem passou ao nosso lado, levando as asas de Sam nas mãos.

— Se eu olhar pela janela e ver alguém voando com isso eu mato um — ele exclamou, começando a andar atrás do comandante.

Eles nos guiaram por um corredor de vidro que ficava acima de um pequeno lago. Homens nos cercavam e aquilo me fez perceber o quanto a representividade estava em falta, mas não era a hora de bancar a feminista problematizadora.

— Vocês vão ficar em um escritório ao invés de uma cela — Everett ditava. — Façam um favor, fiquem nele.

Notei que suas orelhas eram um pouco maiores do que as normais e ele me lembrava o personagem de algum filme.

— Eu não pretendo ir a lugar algum — T’challa disse, com aquele seu tom sombrio.

Natasha apontou no corredor e veio em nossa direção. Parou ao lado de Steve e começou a andar ao nosso lado.

— Só para registrar, é assim que as coisas ficam quando elas pioram — ela disse.

— Ele está vivo — Steve debateu.

Entramos na sala, onde Tony falava com alguém no telefone.

— A Romênia não foi citada no tratado e o coronel Rhodes está supervisionando a imprensa — ele dizia, estressado.

— Não quer desligar e depois resolvemos isso? — Nat pediu.

— Consequências? — Tony olhou para nós. — Pode apostar que haverá consequências. É óbvio que pode contar que fui eu quem disse porque eu acabei de dizer. Mais alguma coisa? Obrigado — ele deligou.

— Consequências? — Arqueei as sobrancelhas.

— O secretário Ross quer processar vocês. Tive que ceder — ele balançou o celular.

— Não vou ter meu escudo de volta, não é? — Steve perguntei, já conformado.

— Tecnicamente é propriedade do governo — Nat disse. — As asas também.

— Que vacilo — Sam bufou.

— Melhor que a cadeia — Tony apontou.

Suspirei. Nós fomos guiados até um escritório, onde as paredes eram de vidro e havia apenas uma mesa de vidro no centro e uma televisão no canto superior direito. Sam estava resolvendo o orçamento de suas asas, por isso apenas Steve eu estávamos ali. Steve observava os monitores do lado de fora da cela, especificamente o que mostrava Bucky.

— Aí, querem ver um lance legal? Recuperei umas coisas dos arquivos do meu pai. É uma ótima hora. O Roosevelt assinou o ato de empréstimo com ela em 41 — Tony disse ao entrar na cela, mostrando duas canetas tinteiro. — Deu suporte aos Aliados quando eles mais precisavam.

— É, há quem diga que ele aproximou nosso país da guerra — Steve retrucou, ainda olhando para os monitores.

Eu estava sentada em uma das cadeiras, a girando.

— Se não fosse por isso, você não estaria aqui — Tony retrucou. — Estou tentando dar... como você chama? Já sei. “Um ramo de oliveira”. É assim que se chama?

— A Pepper está aqui? Eu não a vi — perguntei, ignorando o que ele havia dito. 

— Nós... meio que... bom estamos... — Tony tentou falar.

— Grávidos? — Sorri, empolgada com a ideia de ver Tony Stark ser pai.

— Não. Definitivamente não. Estamos dando um tempo. Não é culpa de ninguém.

— Eu sinto muito Tony, não sabia — meu sorriso se desfez.

— Há alguns anos eu quase a perdi então... destruí minhas armaduras. Tivemos que varrer a HIDRA e então o Ultron. Minha culpa. E uma coisa levou a outra. Eu nunca mais parei porque a verdade é que eu não quero parar. E não quero perde-la. Pensei que talvez o tratado pudesse fazer a diferença. Em defesa dela eu sou complicado. Ainda assim, meu pai era insuportável e ele e minha mãe sempre deram um jeito.

— Fico feliz por Howard ter se casado. Eu o conheci quando era jovem e solteiro — Steve sorriu levemente, se sentando em uma das cadeiras.

— Mas hein, vocês dois se conheceram? Ele nunca mencionou isso. Talvez só umas mil vezes. Aí eu te odiava — Tony se sentou também.

— Eu não quero dificultar as coisas.

— Eu sei. Porque você é muito educado.

— Se eu vejo que uma situação não vai dar certo, eu não consigo ignora-la. Gostaria de conseguir — Steve suspirou.

— Só que não.

— É não gostaria. Às vezes...

— Às vezes quero socar seus dentes perfeitos. Mas não quero que vá embora. Precisamos de você. Até agora não aconteceu nada que não possa ser reparado se você assinar. Legitimamos as últimas 48 horas. Barnes seria levado para um centro de tratamento psiquiátrico em Nova York ao invés de Wakanda, em uma prisão — Tony estendeu a caneta para ele.  

Steve a pegou, pegando também o bloco de papéis para assinar. Mas ponderou por algum motivo. 

— Não estou dizendo que é impossível, mas deveria haver salvaguardas.

— Claro — Tony se empolgou. — Assim que apagarmos esses escândalos, os documentos podem ser alterados. Farei uma moção para que você e Sam sejam reinseridos. Lucy irá para um centro de detenção e tudo...

— Detenção? — Perguntei o interrompendo.

— É, só por alguns meses. Posso escolher o lugar e...

— Ah caramba Tony! — Steve bateu suas mãos contra as coxas, irritado. — Toda vez! Toda vez que eu acho que você está entendendo...

— Ah qual é! Eu posso fazer o lugar ficar confortável! Tem formas piores de proteger as pessoas.

— Proteção? É assim que você vê isso? Isso é proteção? É confinamento Tony! — Eles começaram a falar como se eu não estivesse ali.

— Ela não é uma cidadã-americana, eles não dão vistos para uma arma de destruição em massa! — Tony alterou a voz.

— Ela é nossa amiga!

— Ah, dá um tempo! — Tony gritou. — Só estou fazendo o que deve ser feito! Para evitar que o pior aconteça.

— Pode continuar repetindo isso — Steve colocou a caneta de volta na caixa. — Odiaria separar o conjunto.

Steve se virou de volta e eu encarei Tony, abismada. Ele realmente pensava em me prender? Talvez assinar aquele tratado fosse uma péssima ideia, talvez Steve estivesse certo... Tony logo saiu, ao perceber que não tinha mais utilização ali dentro.

Algum tempo depois, Sam voltou para o escritório e se sentou. Todos começaram a prestar atenção no psicólogo que avaliaria a condição psicológica de Bucky. Apesar de não podermos ouvir, ainda podíamos ver. Sharon entrou no escritório com papéis em mão.

— O registro do seu equipamento — os entregou para Sam. 

— Fantasia de pássaro? Qual é — Sam bufou.

— Eu não escrevi isso — ela retirou a culpa de si.

Sorrateiramente, ligou o aúdio do pequeno monitor que havia ali.

Não estou aqui para julgá-lo. Eu só quero fazer algumas perguntas. Você sabe onde está James? — O homem tinha uma voz suave, mas isso não fez Bucky responde-lo. — Não posso ajudá-lo se não falar comigo James.

— Meu nome é Bucky.

Steve pegou um papel com as fotos de Bucky que foram divulgadas pela imprensa.

— Por que a força tarefa compartilharia essa foto? — Ele perguntou para nós.

— Para divulgar, envolver o máximo de testemunhas — Sharon respondeu.

— Sim, mas por que ele deixaria tirarem uma foto dele? Detona uma bomba, sete bilhões de pessoas ficam à sua procura.

— Acha que alguém o incriminou para encontrá-lo? — Perguntei.

— Steve procuramos o cara por meses e nada — Sam expôs.

— Mas não explodimos uma bomba. Isso chama a atenção — Steve suspirou.  

— É isso não garante que quem o criminou chegaria até ele, mas que nós sim — Sharon franziu o cenho.

— É... — Steve olhou para monitor, desconfiado.

Diga Bucky, já passou muita coisa.

Não quero falar sobre isso.

Você teme que, se começar a falar, os horrores nunca mais vão parar — O homem pegou algo em sua mochila. — Não se preocupe, nós só temos que falar sobre um.

Foi quando as luzes se apagaram. Steve olhou para mim e eu imediatamente liguei a minha mente a de Bucky, podendo ouvir o que ele ouvia. Senti meu cérebro paralisar de medo.

— Steve... — disse assustada, enquanto minhas costas escorregavam pela parede de vidro.  

— Subnível cinco, ala este — Sharon indicou.

Sam saiu correndo a pedido de Steve, mas ele ficou comigo, vendo que eu estava um pouco devastada. 

O que está acontecendo? — Bucky perguntava para o homem de óculos.

Por que não falamos sobre a sua casa? Não na Romênia e certamente não na sua casa no Brooklin. Em Bucky, a sua casa — O homem retirou seus óculos, pegando um caderno e começando a ler. — Saudade.

Não... — Bucky disse, olhando para baixo.

— Não... — repeti, sentindo a mesma sensação que Bucky sentia. Não era porque eu estava em sua mente, mas sim porque eu já as havia ouvido antes.

Enferrujado.

Chega — Bucky alterou sua voz.

— Não, por favor — pedi, fazendo Steve segurar meus braços.

— Steve vá ajuda Sam, eu cuido dela — Sharon ordenou e Steve saiu correndo. 

Dezessete.

Chega! — Bucky gritou, conseguindo tirar seu braço de onde estava preso.

Fornalha.

Bucky começou a bater no vidro, tentando escapar do poder daquelas palavras e eu tentava sair da mente de Bucky, mas não conseguia. Algo me prendia ali, algo queria que eu sofresse daquele jeito.  

Nove. Benigno. Retorno. Um — o homem falou.  Bucky conseguiu quebrar o vidro, mas já era tarde demais.  — Vagão de carga — ao ouvirmos essas últimas palavras, nós dois ficamos parados, de pé, olhando para frente.   — Soldado? — O homem disse.  

Pronto para obedecer.

— Pronta para obedecer — eu disse e então minha mente se apagou.  


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Notas finais do capítulo

Me desculpem mais uma vez!
E então??



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