No Mundo Das Séries escrita por Biah Costa


Capítulo 26
Apenas Um Sonho


Notas iniciais do capítulo

Resolvi postar dois capítulos seguidos ♥
Enjoy!



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Abri meus olhos devagar. Estava em um quarto de hospital. Tinha poucas lembranças do que havia acontecido em Sokovia. A última coisa da qual eu me lembrava era de ter sido atingida por um dos robôs. Não sabia quanto tempo havia ficado desacordada, muito menos aonde eu estava. Não sabia se a luta havia acabado do jeito que acabou no filme, esperava que sim.

Suspirei e fechei os olhos novamente. Minha cabeça doía um pouco. Aquele era o último filme. Dali para frente, eu não sabia mais o que ia acontecer. Estava nas mãos do destino. E eu realmente não sabia se podia confiar no destino.

A porta do quarto se abriu e eu abri os olhos. Steve estava cabisbaixo. Parecia triste. Ele não me olhou, por isso sua expressão não mudou. Foi em direção a janela e começou a chorar baixinho. Aquela cena foi de partir o coração. Nunca havia visto Steve chorar daquele jeito, tão desesperadamente. Eu só queria abraça-lo e dizer que tudo ia ficar bem.

— Steve – o chamei baixinho. Minha voz estava fraca.

Ele se virou para mim e pude ver que seus olhos estavam inchados, com olheiras. Parecia que ele não dormia há dias. Ele limpou suas lágrimas e se aproximou de mim, me abraçando tão intensamente. Eu retribuí o abraço.

— Achei que tinha te perdido – ele sussurrou, com a voz triste. – Não podia te perder...

— Você não me perdeu – eu sussurrei de volta. – Você nunca vai me perder... – ele se separou de mim e se sentou na cama.

Notei que havia uma máquina medindo meus batimentos cardíacos ao meu lado.

— O que aconteceu? – Perguntei.

— Bom, estávamos lutando quando um dos robôs te atingiu. Você bateu a cabeça naquela máquina do Ultron e desmaiou. Nós conseguimos o impedir, mas tivemos uma perda. Pietro morreu tentando salvar o Barton – ele suspirou. – Depois da batalha, Thor voltou para Asgard, Clint tirou férias e Tony decidiu aposentar sua armadura por um tempo. A equipe teve grandes perdas, mas também temos novos integrantes. Wanda, Rhodes, Sam, Visão. Somos os novos Vingadores.

— Isso é bom – toquei em sua mão. – E o Banner?

— Nós o perdemos. Não sabemos sua localização – ele suspirou. – Wanda e Natasha estão abaladas.

— Você também está – afirmei. Ele me olhou e depois suspirou.

— Todas as pistas que tínhamos sobre Bucky, acabaram. Romanorff não tem mais nada para nós. O governo está irritado por causa de Sokovia. As coisas não estão indo bem – ele olhou para o chão. – E eu achei que você ficaria em coma. Eu não podia te perder.

O beijei. Não foi um beijo intenso, muito menos feroz. Mas foi o que nós precisávamos. Algo triste, mas confortante. Quando nos separamos, fiquei acariciando seu braço.

— Quanto tempo eu fiquei desacordada? – Perguntei.

— Uma semana – ele respondeu.

Suspirei. Havia perdido algumas coisas e não havia tido a chance de me despedir de Thor. Mas acho que o pior de tudo, foi ver o quão abalado Steve estava. Foram tempos difíceis.

(...)

Eu estava andando pelo corredor da nova base. Ela ficava em lugar afastado, próximo à Nova York. Para chegarmos a cidade, eram trinta minutos. O lugar em que morávamos, ficava no segundo andar. No primeiro, eram os laboratórios e os centros de treinamento. A doutora Cho estava hospedada ali para a sua pesquisa, assim como Maria Hill.

Os quartos dos Vingadores, que ficavam no segundo andar, eram no mesmo corredor. O meu, era entre o quarto da Wanda e o de Steve. Era um quarto básico, com uma cama, um guarda-roupa, uma televisão e algumas estantes. Estava decorado exatamente como o meu antigo apartamento, na Torre dos Vingadores.

Cheguei na sala de estar, que era acoplada com a cozinha e uma sala de lazer. Sam estava jogado no sofá, lendo uma revista. Visão, lia um livro. Sam e Steve, estavam jogando sinuca. Natasha tentava fazer algum milagre na cozinha. Wanda observava todos de um canto afastado da sala.

Fui em direção a Wanda. Eu havia saído da ala hospitalar há apenas alguns dias, então ainda não havia tido muito tempo para conversar com todos ali. Mas, pelo que Steve havia me contado, Wanda não conseguia dormir direito.

— Oi – disse para ela, me sentando ao seu lado.

— Oi – ela suspirou.

— Eu sinto muito pelo seu irmão. Ele parecia ser uma pessoa legal – eu disse, olhando para o meu namorado, que jogava sinuca.

— Ele era – ela suspirou. – Me desculpe por ter entrado na sua mente. Não devia ter feito aquilo.

— Tudo bem – olhei para baixo. – Acho que eu precisava ver as coisas que eu vi.

Ela me olhou e depois voltou o olhar para Steve.

— Vocês dois namoram, não é? – Ela perguntou.

— Sim – sorri.

— Gostaria de ter alguém assim – ela olhou para o Visão. – Mas acho que não nasci para ter um romance com alguém.

— Ninguém acha, – eu respondi – até que um dia a gente encontra aquela pessoa que nos faz sentir como se o mundo girasse devagar. Como se tivéssemos vivido em vão esse tempo todo. Como se nada antes dele importasse – suspirei, olhando para Steve.

Ele era tão lindo. Seus olhos, apesar de estarem tristes, eram a única coisa que me davam paz naquele momento.

— Espero – ela suspirou.

(...)

Era madrugada. Eu estava tendo um pesadelo. Nele, eu corria em uma estrada no meio de um deserto. Algo me perseguia, mas eu não conseguia ver o que era. O céu estava vermelho como sangue. Eu usava um vestido branco rasgado e sujo.

As pedras machucavam meus pés, mas eu não parava de correr. Um barulho ensurdecedor preencheu os meus ouvidos, me fazendo gritar. Senti um terremoto no lugar que fez o chão rachar. Tive que parar para não cair dentro do buraco. Lava saia de dentro dele.

Olhei para a minha frente e vi Oliver do outro lado. Ele me olhava confuso, como se tentasse entender o que estava acontecendo.

Então, uma flecha atravessou seu corpo. Levei as mãos a boa para abafar um grito. Ele caiu de joelhos e sua boca começou a sangrar. Atrás dele, estava eu. Mas não era eu, era a mesma pessoa que eu havia visto na manipulação da Wanda. A outra eu o empurrou para dentro do buraco de lava. Havia um sorriso maligno em seu rosto.

— Oliver! – Gritei.

Acordei. Estava na minha cama, suando. Steve me observava da porta. Wanda estava atrás dele, assim como Sam. Os três pareciam assustados e estavam apoiados em algo. Senti minha cama se chocar contra o chão e só então percebi que ela estava flutuando no ar. Olhei para o meu quarto e vi que as coisas estavam jogadas no chão, a janela quebrada e a televisão rachada.

Esfreguei meus olhos, tentando me livrar das imagens. Steve começou a se aproximar de mim devagar. Ele parecia assustado. Sam e Wanda permaneceram na porta.

— Você está bem? – Ele perguntou, se sentando na minha cama.

— Eu... eu – estava ofegante.

— Você nos assustou – ele tentou me acalmar.

— O que... o que eu fiz? – Perguntei, olhando para ele. Sentia meus olhos lacrimejarem.

— Você moveu a base de lugar. Alguns centímetros para o lado. E quebrou algumas coisas – ele falava calmamente. – Mas o Stark pode concertar.

— Movi a base? – Perguntei, assustada.

Steve olhou para Sam e Wanda e pediu que eles nos deixassem sozinhos. Wanda fechou a porta ao sair.

— Você estava sonhando com o Oliver? O Arqueiro? – Ele perguntou, tentando entender.

— Sim – olhei para baixo. – Ele era assassinado por alguém, eu não conseguia ver seu rosto – menti. – Foi desesperador.

— Foi só um sonho – ele me abraçou.

— Eu sei, mas... – deixei uma lágrima escapar. – Steve, eu não consigo controlar os meus poderes. Eu movi a base... – não conseguia terminar a frase.

Ele suspirou e começou a acariciar meu cabelo. Seu peito era confortador e quente. Mesmo assim, eu estava assustada. Por que eu continuava tendo sonhos com aquela mulher? Quem era aquela mulher? E como eu havia movido a base?

— Quer que eu durma aqui com você? – Ele perguntou.

— Sim – disse entre um soluço e outro. – Por favor.

Então, ele retirou seu chinelo e se deitou comigo. Aninhei-me junto ao seu peito e ele passou seu braço ao meu redor, me deixando colada a ele. Adormeci com o barulho de seu coração. Steve era a melhor coisa que havia me acontecido.

(...)

Acordei no dia seguinte com Steve ainda grudado em mim. Olhei para seu rosto, que estava calmo. Toquei em seu queixo e lhe dei um selinho. Ele acordou e intensificou nosso beijo. Ficamos nos beijando assim. Então a manhã se passou.

Aquele foi um dia bom para nós. Fizemos tudo juntos. Almoçamos juntos, treinamos os Vingadores juntos, passamos o tempo juntos, jantamos juntos e por fim, dormimos juntos. Eu não senti falta de nada ou ninguém naquele dia. Mas o pesadelo que tive, quebrou todas as estantes do quarto e a cama também. Por mais que as coisas parecessem melhorar, elas também pareciam piorar.


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Notas finais do capítulo

E então??
Mini-spoiler: No próximo capítulo, segurem seus lenços, vocês vão chorar hehe ♥



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