No Mundo Das Séries escrita por Biah Costa


Capítulo 16
Completamente Estranhos


Notas iniciais do capítulo

Olá Pessoas de Deus!
Tudo bem com vocês? Comigo tá tudo ótimo, maravilhoso, melhor impossível! Estou tendo umas semanas muito boas graças a Deus! Bom.... Espero que gostem do capítulo e posso dizer que as coisas estão começando a andar hehe Maaas , não se preocupem, eu ainda não estou nem perto de concluir a fic. Mas já sei com quem ela fica e como eles ficam juntos!
Enjoy!



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Destranquei a porta do meu apartamento usando meus poderes, não queria chamar Steve, só queria entrar logo, tomar um banho e descansar um pouco. Haviam sido dois longos dias e não podia esperar para finalmente estar à sós com minha conta na Netflix que logo seria cancelada.

Porém, ao entrar na sala, tive uma enorme surpresa. Tony Stark estava sentado no meu sofá, conversando com Steve, que parecia feliz demais para o meu gosto.

— Invasão? – Perguntei divertida, fechando a porta atrás de mim.

Ao verem, os dois sorriram alegremente. Tony foi o primeiro a me cumprimentar. E depois Steve me dá um longo e intenso abraço, o que faz Tony pigarrear desconfortavelmente.

— Deixem o namoro para quando eu não estiver aqui, por favor – ele brincou.

— O que está fazendo aqui Stark? – Eu disse, quando me afastei de Steve.

Os dois ficaram em silêncio, acho que um esperava o outro falar, o que não era muito comum, já que os dois não conseguiam ficar no mesmo cômodo por mais de trinta segundos sem começarem a discutir um com o outro.

— Tenho uma proposta irrecusável para vocês dois – Tony disse, presunçoso. – Se quiserem, vão poder ver meu rosto todo dia desde a manhã até a noite.

— Ok, mas e a proposta irrecusável? – Provoquei.

Steve riu, mas Tony não, o que me fez rir um pouco.

— Vocês precisam de um lugar para ficar que seja seguro e eu tenho esse lugar. Por que não? – Tony suspirou de leve.

Olhei para Steve que ainda tinha o mesmo brilho no olhar que ele geralmente tinha quando queria fazer algo extremamente estúpido. Mas eu sabia que aquele algo extremamente estúpido era minha única opção no momento. Mesmo que eu recusasse, para onde iria quando o aluguel expirasse? Morar com Tony podia não ser a melhor ideia do mundo, mas pelo menos era alguma coisa.

— Tudo bem, eu topo – suspirei.

— Eu também – Steve concordou comigo e Tony quase pulou de alegria.

— Vejo vocês amanhã então, preciso organizar alguns quartos para a chegada de todos – Tony disse, já colocando seus óculos.

— Todos? – Steve perguntou, meio desconfiado.

— Esqueci de dizer que todos os Vingadores morarão juntos? Não sei porque sempre omito essa parte, mas até amanhã – ele saiu rapidamente, antes que pudéssemos contestar.

(...)

Deixei a água quente cair sobre o meu corpo devagar. Era tudo o que eu precisava para relaxar. Enquanto a água quente molhava meu cabelo, não pude deixar de pensar no beijo que Oliver havia me dado, no “eu te amo” que ele havia falado e também “Oliver também acha” que Diggle havia sussurrado em meu ouvido. Porém, também não pude deixar de pensar no quanto Steve estava ali para mim o tempo todo e o quanto eu realmente me importava com ele.

Também não pude deixar de pensar no porquê de eu estar pensando aquelas coisas. Não podia me dar ao luxo de nutrir qualquer tipo de sentimento por duas pessoas que eu nem sabia se sentiam a mesma coisa por mim. Quer dizer, sabia que Oliver não sentia e que Steve provavelmente também só me via como uma amiga.

Minha mente amava me pregar peças com as possibilidades infinitas de algo bom acontecer comigo, por isso, muitas vezes eu acabei me iludindo com situações em que tudo estava claro, mas eu queria achar algo nas entrelinhas.

Sai do chuveiro, me sequei na toalha e coloquei minha roupa de ficar em casa: uma camiseta cinza que eu havia roubado de Steve e um short jeans confortável e velho. Fiquei apenas com um chinelo porque não havia necessidade de usar um tênis.

Fui para cama, mesmo que ainda estivesse de dia. Eu não dormia desde a noite anterior e precisava descansar a minha mente de todas as coisas que aconteciam na minha vida. Tantas coisas que, se alguém me dissesse que iriam acontecer comigo messes atrás, eu daria risada da pessoa e diria “quem dera”. Conhecer os personagens das minhas séries favoritas, dos meus filmes e quadrinho favoritos? Melhor coisa que poderia me acontecer.

Naquele momento, eu percebi que não era algo tão bom assim. Apesar de ter criado vínculos com todas essas pessoas, eram um mundo muito perigoso e cheio de artimanhas. Cheio de poderes e mentiras. Heróis e vilões.

Quando percebi, já estava sonhando com meus pais e a minha casa, algo que me doeu muito, mas me trouxe uma certa paz, só por saber que eu ainda não estava louca e que eles ainda existiam.

(...)

— Tony tem boas ideias às vezes – tive que admitir quando vi meu quarto na antiga Torre Stark, agora Torre Vingadores.

Tony usou os dez últimos andares da Torre para transformá-la em uma casa. O primeiro andar modificado era uma espécie de sala de estar/cozinha/ adega. Os outros andares eram feitos de quartos, um em cada andar, para todos nós. O penúltimo andar era o quarto de Tony (o meu ficava no quinto andar, acima de Bruce, abaixo de Steve). E o último andar era uma espécie de laboratório para missões.

Meu quarto era a minha cara: havia uma cama com lençóis rosa claro na parede esquerda; uma estante de livros na parede direita, logo acima de uma mesa com um notebook, um tablet e um IPhone; uma janela com vista para NY; um closet cheio de roupas novas; e uma banheiro particular.

Meu quarto era enorme e a janela o iluminava totalmente, mas, mesmo assim, notei a falta de uma lâmpada no teto. Foi quando eu percebi que em toda a extensão do meu quarto havia pequenas lâmpadas ligadas umas nas outras, que o iluminariam a noite.

— Vou ver o meu quarto, te vejo lá embaixo em trinta minutos – Steve disse, entrando no elevador. Assenti e ele me deu um leve sorriso antes de a porta fechar.

Me joguei no sofá que havia no meio do quarto. Havia uma TV em frente a ele e, na pequena cômoda que a abrigava, vários filmes estavam enfileirados. Mas quando eu a liguei e vi o símbolo da Netflix é que eu surtei. Tony era definitivamente a melhor pessoa na face da Terra. Ok, exagerei. Mas ele era alguém razoável.

Senhorita King, o Senhor Stark a espera na sala — A voz de JARVIS ecoou pelo local.

— Diga a ele que eu já estou indo – respondi para o ar. Cada vez mais gostava daquele lugar.

Abri o closet, peguei uma camisa com um tigre como estampa, um short jeans preto e um all star. Mais uma vez agradeci a mim mesma por ter decidido ir morar com Tony. Assim que estava vestida, fui em direção ao elevador e, enquanto desci, pedi para JARVIS selar meu andar. Era como se a minha voz fosse a chave e JARVIS a fechadura.

A sala de estar era composta por vários sofás brancos, com uma mesa de centro na frente de Televisão gigante. Mais à frente havia uma parede de vidro que dava para a cidade. Atrás, uma adega cheia de vinhos importados e essas coisas que Tony amava. Ao lado da adega, havia uma escada que dava em direção à cozinha, onde havia um balcão, geladeiras e dois fogões. Entre a parede de vidro e os sofás, havia uma mesa de sinuca. Acima da parede de vidro, havia uma sacada que completava a própria parede.

Um pouco atrás da mesa de sinuca, havia outra adega. As adegas eram como um bar: vinhos e todo tipo de álcool enfileirados em estantes de vidros e um balcão mais à frente.

Tony estava jogado no sofá, jogando, acredite ou não, videogame contra Thor. Steve jogava sinuca contra Barton e Natasha estava conversando com Bruce em frente à parede de vidro.

— Olha só quem se juntou à nós! – Tony exagerou.

Dei um leve sorriso e me sentei ao lado de Thor no sofá.

— Lady Lucy, já jogou esse jogo? É fascinante – olhei para a tela e percebi que eles estavam jogando GTA V. – Só não consigo entender porque toda vez que ele encontra uma mulher eles vão até o carro e ele começa a balançar.

Ri alegremente dele e Tony me acompanhou. Fiquei observando eles jogarem. Era tão estranho como estar com essas pessoas era a única vez em que eu me sentia aceita de verdade por alguém. Nunca havia me sentido desse jeito perto das pessoas. Sempre fiquei sozinha porque não conseguia me encaixar. Mas eu sentia que aquele lugar, era o meu lugar. Como se eu pertencesse àquele lugar.

— Eu estava pensando – Barton se jogou ao meu lado no sofá. – Que tal um filme para inaugurar a casa?

— Eu concordo – Steve se sentou na poltrona.

— Romanorff, Banner, parem de namorar e venham aqui! – Tony gritou para os dois. – Vamos assistir um filme – disse, quando eles se aproximaram.

— Por mim tudo bem – Natasha deu de ombros.

Bruce apenas assentiu, um pouco envergonhado com a forma que Tony havia chamado eles. Então decidimos assistir Cinquenta Tons de Preto, que era uma comédia muito divertida. Colocamos alguns colchões no chão. No sofá, fiquei entre Steve e Tony. Nos colchões, Thor ficou ao lado de Barton, enquanto Nat deitou ao lado de Barton e Bruce.

O filme nos arrancou muitas risadas e, ao final dele, Thor, Clint, Bruce Nat e Tony dormiam. Thor roncava alto e estava deitado em cima de Bruce e Clint, enquanto Nat estava virada de lado, dormindo como se estivesse acordada. Muito tensa.

Tony estava com os pés na cabeça de Bruce e os braços para fora do sofá. Se eu fosse um super vilão e os visse do jeito que estavam, mataria todos na hora. Os heróis mais poderosos da Terra, totalmente vulneráveis.

Tentei me levantar sem acordar ninguém e Steve me acompanhou. Nós fomos de elevador para nossos quartos.

— É engraçado como nós podemos ser pessoas normais e ao mesmo tempo ainda sermos completamente estranhos – eu suspirei, fazendo Steve soltar um sorriso.

Mas ele estava tenso. Seu cenho estava franzido e ele não parava de olhar para o chão. Sem contar que a distância entre nós dois estava consideravelmente desconfortável. O elevador chegou no meu andar e, como JARVIS esperava pelo meu comando de voz, ficamos parados.

— O que aconteceu? – Perguntei.

— Nada – ele mentiu.

Suspirei. Pedi que JARVIS destrancasse o andar e nós entramos.

— Se quiser ficar por aqui, como nos velhos tempos, tem o sofá – apontei para o sofá.

— Eu acho que vou para o meu quarto – ele disse, se voltando para o elevador.

Assenti, mas o que queria era perguntar porque ele estava agindo tão estranho. Mas já estava tarde e eu não queria começar uma conversa, só queria dormir um pouco.

(...)

— Você viu o Steve? – Perguntei para Natasha, que estava encarando a cidade.

— Não. Eu acho que ele saiu ou alguma coisa assim. Ele não me disse para onde estava indo. Eu achei que ele teria te dito. Vocês dois parecem um casal – revirei meus olhos com a provocação e comecei a andar pela grande área de lazer.

— Hey Barton, você viu o Steve? – Perguntei, começando a ficar um pouquinho preocupada.

— Ele saiu. Estou jogando. Se importaria de me deixar sozinho? – Perguntou, um pouco bravo por eu ter interrompido seu jogo de Call Of Duty.

Bufei. Que droga, onde aquele projeto de picolé em forma de homem estava? Já passava do meio-dia e eu ainda não havia visto ele. E ele estava agindo estranho desde que eu havia chegado. Distante e calado, como eu tivesse feito alguma coisa para ele. O que eu não tinha. Então, não pude deixar de pensar que seria algo com Bucky.

Peguei meu celular (doado generosamente por Tony Stark) e liguei para Sam. Ele não atendeu na primeira vez, mas eu não parei de tentar e, na oitava vez, ele resolveu me atender.

— Alô? – Sua voz estava tensa demais.

— Sam? É a Lucy. Aconteceu alguma coisa? – Perguntei, um pouco receosa com a resposta.

— Na verdade sim. Encontrei uma pista muito importante, mas ainda a estou seguindo. Avise para o Capitão por favor – ele murmurou.

— Espera, Steve não está com você? – Bufei. – Droga!

— Não, eu estou na Inglaterra. Um informante me disse que há uma possível instalação da HIDRA escondendo algo grande aqui – ele explicou. – Steve está bem?

— Está sim, eu só... depois eu te ligo. Boa sorte com a pista e qualquer coisa me retorna – eu disse, desligando o celular.

Peguei minha bolsa, que estava no cabide de bolsas perto do elevador, e saí. Não disse para ninguém para onde estava indo porque estava com muita pressa. Eu sabia que Steve não era inocente ou indefeso, mas sentia essa necessidade de ir atrás dele.

Tentava ligar para ele, mas ele tinha essa mania ridícula de deixar o celular desligado. Então, depois de andar várias quadras na ilha de Manhatan, acabei encontrando ele em uma lanchonete, comendo batatas-fritas.

— Eu acho que vou te matar – disse para ele, me sentando na sua frente.

Nós dois usávamos os disfarces tradicionais: boné e óculos de sol. Ele pareceu confuso ao ver, mas não falou nada.

— Steve Rogers! – Esbravejei, não gritei, apenas usei um tom sombrio. – Você pode me dizer por que raios você sumiu e não se importou em me dizer se ainda estava vivo?!

Ele voltou o seu olhar para o meu e deu um leve sorriso.

— Você sabe que eu sou um super soldado com incríveis habilidades em combate e que sei me defender, certo? – Ele sorriu, docilmente.

Então me toquei de que aquilo era ridículo. Steve era um adulto, sabia se defender e não me devia satisfações. Erámos apenas bons amigos. Então por que eu fiquei tão angustiada quando ele desapareceu? Por que eu sentia essa necessidade de estar por perto dele o tempo todo?

— Eu sei, mas... – bufei, por não ter encontrado nenhuma explicação razoável para o que eu estava fazendo. O que eu estava sentindo. – Sam achou uma pista importante – desviei o foco do assunto. – Ele acha que pode haver uma instalação da HIDRA em Inglaterra, escondendo alguma coisa. Alguma coisa grande.

Ele ficou em silêncio por um tempo, olhando para as pessoas que passavam na rua, com certeza pensando em Bucky.

— Espero que ele encontre alguma coisa – Steve suspirou. – Bucky deve estar tão confuso agora. Queria poder fazer alguma coisa, mas sei que se eu sair agora, as pessoas irão desconfiar e Bucky é procurado – explicou.

— Eu sei – devolvi o suspiro. – Vai ficar tudo bem Capitão – coloquei minha mão sobre a sua e a segurei. – Bucky tem sorte de ter você.

Steve sorriu e, quando o clima ficou estranho, soltei sua mão. Nós ficamos em silêncio por algum tempo. Foi um silêncio um pouco pesado, mas mesmo assim, era confortável. Observei um casal que se beijava no parque de frente com a lanchonete e não pude deixar de pensar em Oliver. Eu gostaria muito de entender naquele momento, porque eu pensava tanto em Oliver, sendo que o beijo havia sido falso. E o “eu te amo” também. Tudo parte de um plano. O qual ele podia ter me contado antes de termos chegado na sua casa, onde as câmeras estavam. Mas acho que aquilo fez as coisas mais reais.

— Você está diferente desde que chegou de Starling City – Steve comentou, trazendo minha atenção para ele.

— Não é todo dia que eu enfrento um super soldado – expliquei e Steve sorriu. Ela sabia que o Miraku era uma forma fajuta de tentar imitar o soro usado nele.

— É engraçado porque você sempre fica assim depois que fala com Oliver – ele comeu a última batata. – Há algo entre vocês dois?

— Não – respondi rapidamente. – Já te disse isso uma vez Steve, ele só é um babaca com o qual eu me importo.

— Se você diz – ele deu de ombros.

Pagou a garçonete e voltamos para a Torre, para mais uma noite com aqueles completos estranhos. Que eram tão estranhos quanto nós.


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Notas finais do capítulo

Bom, eu vi que muitas pessoas ficaram um pouco confusas nos últimos capítulos, então decidi esclarecer aqui. O beijo que o Oliver e a Lucy deram, foi encenação (é uma referência ao último episódio da segunda temporada), ou seja, não foi real. Já o eu te amo... Também não foi real (não naquele momento, pelo menos ~mini spoiler).
Qualquer outra dúvida, comentem e eu explico meus amores



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