Em um dia de chuva, eu me arrumava para a festa da escola. Todos os anos eram a mesma coisa. A mesma festa, com as mesmas pessoas.
Você deve estar se perguntando quem sou eu. Meu nome é Lucy Katherine King, tenho 28 anos. E essa é a história de como eu conheci o amor da minha vida, quando eu tinha 16. Bem, devo dizer para vocês que ela é um pouco confusa e que eu nunca entendi direito como tudo aconteceu. Mas eu senti que precisava compartilhar com as pessoas.
Voltando ao dia chuvoso... Eu estava colocando minha calça jeans preta. Era o que falatava para completar meu look final. Eu usava uma jaqueta verde de couro com uma camiseta preta por baixo e vários colares enfeitando meu pescoço. No meu pé, um coturno.
Decidi que ia deixar meu cabelo solto porque eu gostava dele assim. Meu cabelo não tinha uma cor certa. Eu já havia pintado ele de todas as maneiras que conhecia. Naquela época ele estava meio avermelhado, como um ruivo natural, vom algumas mechas vermelhas bem escuras, algumas castanhas e até algumas roxas. Como eu havia conseguido isso? É uma pergunta que me faço todos os dias.
Fiquei sentada no eu sofá até esperar a festa começar. Eu estava meio adiantada, então comecei a assistir TV. E, para a minha sorte, estava pasaando Arrow. Acho que era o episódio oito da segunda temporada, não me lembro direito. Só sei que era o episódio em que o Barry aparecia pela primeira vez.
Eu estava tão empolgada com o episódio que, quando a minha gata subiu em cima da TV, eu quase a matei. Fui até a TV e me inclinei para pegar a minha gata. Péssima idéia.
Não sei como, mas eu senti meu corpo flutuar. Eu não estava mais na minha sala e sim em um lugar totalmente escuro. Senti um vento me enrolar e vozes ao longe falarem. Então pude ver uma luz na minha frente e senti meu corpo se chocar com o chão gelado.
Levantei-me rapidamente. Eu estava em uma espécie de laboratório subterrâneo cheio de computadores, armas e... Meu coração quase parou quando eu vi aquela cena.
— Quem é você? - A voz de Oliver Queen soou aterrorizada, mas sua expressão era séria.
— Eu... - as palavras não queriam sair da minha boca.
Mas como sairiam? Eu estava de frente a Oliver Queen, Barry Allen, Felicity Smoak e John Diggle.
— Anda! Quem é você e de onde você vem?! - Oliver gritou, fazendo com que eu me assustasse.
— Oliver... - Diggle deu um passo para frente. - Eu acho que nem ela sabe de onde veio.
Ter Oliver Queen me analisando era estranho. Excitante, mas muito estranho. E acho que eu devia estar parecendo uma louca porque eu não conseguia parar de sorrir para eles.
— Meu nome é Lucy - as palavras finalmente saíram da minha boca. - E eu não faço a mínima idéia de como cheguei aqui. Aliás, onde é aqui?
— Starling City - Felicity me respondeu.
— Você sabe quem nós somos? - Diggle perguntou, se aproximando de mim.
— Sim. Sei. Sou uma grande fã. Principalmente da Felicity e do Barry. Mas eu também gosto de você Oliver. Você é meu personagem favorito Diggle - eu soltei, sem respirar
— Personagem? - Diggle perguntou meio confuso.
Então eu expliquei para eles o que havia entendido até o momento. Eu sabia que algo estava errado. Então, pela minha experiência como leitora de fanfics, eu acreditei que havia entrado na série através da minha televisão. Expliquei para eles que eles eram personagens de uma série no meu mundo. Mas não disse que o Barry era o Flash ou algo assim. Isso poderia criar uma confusão na linha temporal.
— Você quer que nós acreditemos nessa história? - Oliver perguntou meio incrédulo.
— É a verdade carinha do capuz - eu ironizei a parte do capuz.
— Seria a única explicação lógica para um buraco roxo ter aparecido no meio do covil e essa garota ter aparecido - Felicity soltou, sem respirar por um segundo.
Tentei notar alguma coisa nos olhares que Oliver e Felicity trocavam no momento, mas lembrei que eles dois ainda não tinham um caso no episódio em que eu estava. Eu não abri minha boca sobre os dois, porque poderia destruir a linha do tempo da série.
— Preciso voltar para casa - eu disse. Na verdade eu havia murmurado, para que apenas eu pudesse ouvir, mas foi em vão, porque eles ouviram.
— Não sei se podemos ajudar você - Oliver disse com os braços cruzados sob o peito.
Eu suspirei. Mas então me toquei de que eu ainda não havia surtado e abraçado o Barry. Então eu fiz isso, porque eu sempre quis fazer isso. É claro que ele me achou doida e ficou meio preocupado com a minha sanidade mental.
— Você pode me soltar agora? - Ele perguntou, meio sem jeito.
— Não - eu respondi rapidamente.
Mas Oliver acabou me puxando de cima dele. Devo confessar que lembrando agora, naquele momento em que Oliver tocou em minha cintura eu me senti sem chão. Ele me arrastou até uma mesa do outro lado da sala e me colocou sentada nela. Na época eu jurei que vi ele dar um sorriso muito malicioso para mim, mas achei que tinha sido só impressão minha.
— Eu tenho dois amigos que talvez possam ajudar com a sua situação - ele disse me encarando nos olhos. - Eles vão demorar um pouco para chegar aqui, mas são os melhores no que fazem e vão descobrir como te mandar de volta. Até lá, você fica sentadinha aqui enquanto nós resolvemos nossos problemas.
— Sim senhor! - Eu fiz uma pequena referência e ele revirou os olhos.
Então, Diggle e Oliver saíram para alguma missão e eu fiquei observando Felicity e Barry falando sobre o relacionamento dela com o de Oliver.
— Tenho experiência em gostar de alguém que não sente o mesmo - Barry disse meio triste.
— Você é um troxa - eu deixei escapar minha indignação.
— Como é? - Ele me encarou ofendido.
— Você ouviu! Você fica ai correndo atrás da Íris como se um dia ela fosse dar bola para você - eu despejei tudo em cima dele. Sempre sonhei em falar isso para ele. - E você Felicity, ainda vai ter que esperar mais uns dois anos pra ficar com o Oliver. E vê se não se torna uma chata quando isso acontecer ok?
Os dois ficaram me olhando, assustados com o que eu disse.
— Você disse que somos personagens de uma série, mas quem garante que você não é uma personagem também? Vai ver é por isso que foi arrastada pra cá - Barry tentou ignorar meu comentário e mudar de assunto.
— Não sei porque estou aqui, quero descobrir ainda - eu respondi, dando de ombros.