Procurando por Você escrita por vanessa_56


Capítulo 7
Capítulo 7 - Acertando minha vida


Notas iniciais do capítulo

N/A:

Voltei, gente!

Eu sei que faz um bom tempinho que não dou as caras e peço mil desculpas. Não irei fazer vocês perderem seu precioso tempo lendo minhas deculpas e deixarei que se divirtam lendo o capítulo novo que eu trouxe para vocês.

Vejo vocês no final do capítulo.



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PROCURANDO POR VOCÊ

 

Capítulo VII – Acertando minha vida

 

P.O.V. Edward

 

Nossa, eu estava casando pra caramba. Aquelas poltronas do avião deveriam ser proibidas de tão desconfortáveis que eram. Estiquei os membros e girei meu pescoço sentindo meu corpo estralar com o movimento. Mesmo com uma vontade imensa de me jogar naquela cama aparentemente confortável, eu precisava de um banho.

 

Sem paciência de esperar a banheira encher – até porque, se eu tomasse banho de banheira, provavelmente dormiria durante o processo –, tirei minha roupa e liguei o chuveiro. No instante que a água morna entrou em contato com minha pele, meu corpo começou a relaxar.

 

Eu sabia que estava com os músculos tensos, não apenas pelo cansaço físico, mas também pelo desgaste que tive nos últimos dias para que tudo estivesse pronto para meu retorno ao país. Não que eu esteja reclamando, mas encaixotar todos os meus objetos e pertences em poucos dias para ainda passar pelo processo de despacho, era muito trabalhoso.

 

Além disso, havia também o desgaste emocional. Com o tempo, eu construí uma vida em Londres. Uma vida incompleta e sem grande significado, mas ainda assim, uma vida. Tive que me despedir de amigos que eu com certeza iria sentir falta. Essa era uma das coisas que eu realmente lamentava em minha mudança. Provavelmente nunca mais nos encontraríamos. Cada um segue sua vida e a distância dificulta a manter os laços da amizade – a não ser que sejam realmente fortes e sinceros.

 

Com um suspiro resignado, decidi que era hora de parar de pensar um pouco e dar o tão merecido descanso físico e mental a mim mesmo. Concentrei minha atenção apenas em concluir meu banho relaxante e mais nada. Alguns minutos depois, desliguei o chuveiro e sai do box, enrolando uma das toalhas brancas, macias e felpudas, que estavam dentro do armário abaixo do lavatório, em minha cintura. Peguei outra e sai do banheiro com elas em mãos, esfregando sobre a cabeça a fim de tirar a umidade de meus cabelos.

 

A primeira coisa que me veio à cabeça foi: “vou dormir”. Parecia que minha mente só pensava nisso, como um cântico interno murmurado por uma voz melodiosa ecoando em minha cabeça, onde meu subconsciente me avisava que estava exausto, porém um som alto me alertou que meu corpo também tinha outras necessidades. Seria desconcertante se eu estivesse acompanhado de alguém, seja quem quer que fosse. Meu estômago emitiu um som tão alto que me vi perguntando há quantas horas eu não me alimentava de algo que não fosse o saquinho de amendoins no avião. Dez horas, doze. Nem sei ao certo.

 

Direcionando-me a meu mais novo propósito, eu caminhei até o telefone liguei para a recepção. O serviço de quarto me pareceu muito mais convidativo do que ir ao restaurante do hotel. Não sabia ao certo o que pedir, então fiquei satisfeito em pedir apenas uma salada e sanduíches simples com sucos naturais.

 

Caminhei sem pressa pelo quarto assim que desliguei o telefone e fui até uma das cinco malas que eu havia trazido comigo. Abri uma qualquer e procurei pela primeira roupa confortável que encontrei. Uma calça de moletom folgada na cor cinza clara foi a primeira que encontrei e não pensei duas vezes antes de vesti-la.

 

Nem a menos havia me dado conta de que o tempo havia passado enquanto pensava em várias coisas banais até que ouvi uma batida na porta; o serviço de quarto chegara. Levantei na beira da cama e, ao abrir a porta, meu estômago protestou audivelmente de novo ao sentir o cheiro da comida no ar do pequeno corredor.

 

Fiquei meio sem graça ao perceber que o som fora alto o suficiente para que o funcionário ouvisse e, evitando que isso se repetisse, dei passagem para que ele colocasse a comida na mesa com cadeiras na minúscula sala do quarto e saísse rapidamente após lhe dar uma gorjeta.

 

Minha fome era tamanha que em poucos minutos eu já havia terminado de comer tudo o que havia na mesa, deixando apenas para trás farelos daquilo que, antes, fora uma refeição. Sem mais demora, larguei tudo do jeito que estava, fui ao banheiro e escovei meus dentes. Ao observar meu reflexo no espelho, vi que estava horrível. Meu rosto pálido demais acentuava as proeminentes marcas roxas abaixo dos olhos, deixando claro que dormi pouco nos últimos dias.

 

Suspirei cansado e regressei ao quarto para me deitar sobre a cama e dormir. Mal coloquei minha cabeça sobre o travesseiro macio e senti que estava sendo tragado para a inconsciência.

 

[...]


Despertei de meu sono com o som de um telefone no quarto, rompendo com o silencio tão prazeroso do ambiente. Sem nem ao menos abrir os olhos, me mexi na cama, rolando por toda a superfície plana e macia, resmungando palavras incompreensíveis até mesmo para mim sobre quem poderia estar me ligando há essa hora. Estiquei meu braço o máximo que pude, minha mão tateando as cegas a mesinha ao lado da cama até meus dedos encontrarem o aparelho alguns toques depois.

 

– Alô? – minha voz estava rouca e embargada, denunciando por completo meu sono recém-desperto.

 

Perdoe-me, senhor Cullen – a mulher se desculpou do outro lado da linha, provavelmente chegando à conclusão de que me acordara – A senhorita Ângela Webber está na linha e deseja falar com o senhor.

 

– Ah!

 

Droga! Já havia me esquecido por completo que tinha dado o número do hotel que ficaria hospedado para ela. Ângela é uma funcionária de uma agência de corretores que contratei para procurar um apartamento para mim aqui em Seattle. Ela entrou em contato comigo logo que cheguei ao hotel e eu deixei meu telefone para contato e pedi que ela me ligasse hoje para ela me passar as informações pertinentes aos possíveis imóveis que ela encontrou durante a semana.

 

– Sim, claro. Passe a ligação, por favor.

 

Sim, senhor – respondeu a funcionária do hotel.

 

Enquanto a linha era transferida, a clássica música de fundo que os atendentes utilizam para testar nossa paciência apareceu. Pigarreei umas duas vezes, tentando tirar os vestígios de rouquidão provocada pelas horas de sono de minha voz e esfreguei meus olhos com o punho da mão livre forçando meus olhos a se manterem abertos enquanto com a outra mantinha o fone com a música irritante firmemente contra a minha orelha esquerda.

 

Não foi necessária muita paciência, já que rapidamente a ligação foi passada para mim.

 

Senhor Masen? – uma voz feminina, fina e baixa transmitindo timidez já antes ouvida chamou-me.

 

Apesar de costumar usar meu outro sobrenome quando faço negócios – assim como na reserva do hotel que estou agora –, meu antigo registro feito nessa firma foi feito pelo sobrenome Masen.

 

– Senhorita Webber – respondi em reconhecimento.

 

Ângela, por favor – disse ela, sendo tão simpática como das outras vezes que nos falamos – Desculpe se o incomodei, senhor Masen.

 

– Edward, por favor – interrompi sua fala, pedindo para que ela também me chamasse pelo nome. Nunca fico muito confortável com conversas formais demais.

 

Claro – ela riu timidamente – Estou entrando em contato como me pediu para lhe informar que eu encontrei alguns imóveis que se encaixam em algumas de suas especificações. Deseja que eu marque as visitas aos apartamentos, Edward? Podemos agenda-las de acordo com seu tempo disponível.

 

Demorei uns instantes pensando no que eu deveria fazer, qual seria a melhor opção. Não tinha tempo a perder – bom, na verdade, tempo livre não era exatamente um problema no momento, mas isso não vem ao caso no momento –, então quanto antes encontrasse o apartamento ideal, melhor para mim. A última coisa que queria era passar tempo desnecessário em um quarto de hotel e também não queria ter que ir para a casa dos meus pais enquanto não tivesse meu próprio canto.

 

Não tenho dúvidas de que minha mãe e meu pai me receberiam de braços abertos. A questão, porém, era que eu já era bem grandinho para viver sob o mesmo teto que meus pais. Tenho quase vinte e sete anos e, mesmo que fosse para passar pouco tempo com eles, eu não conseguiria. Minha mãe não  deixaria eu sair de lá tão cedo. Ela faria questão de me ter por perto por tanto tempo quanto conseguisse e não é a coisa mais fácil do mundo se dizer não para dona Esme.

 

O silêncio provocado por meus devaneios foi mal interpretado por Ângela, que logo se pôs a falar nervosamente.

 

Ou posso lhe enviar as fotos de alguns deles e o senhor escolhe aqueles que deseja visitar quando tiver tempo disponível...

 

– Não! Eu tenho pressa – deixei claro minha urgência – Vamos vê-los hoje mesmo se possível. Algum problema para você?

 

– Não. Estou com a cópia das chaves dos apartamentos, basta apenas marcar a hora.

 

Olhei para o relógio para marcar o horário para nos encontrarmos e me assustei ao constatar que já passava do meio dia. Eu havia dormido quase quatorze horas! Eu sabia que estava cansado e que a mudança de horário era bem desnorteante, mas não imaginava que fosse capaz de dormir tanto quando dormi.

 

Balancei minha cabeça e tentei me concentrar, e voltei minha atenção ao telefonema. Estava com pressa de encontrar logo meu apartamento, afinal em breve estaria começando a trabalhar e não me sobraria tempo algum para buscar um lugar para morar. Se eu tivesse sorte, encontraria meu futuro lar ainda hoje.

 

– O que acha de nos encontrarmos as duas da tarde?

 

Por mim não há problema. Em frente ao hotel que está hospedado?

 

– Sim, seria perfeito.

 

Então, até mais tarde, senhor Masen – disse ela educadamente.

 

– Até mais, Ângela – respondi, encerrando a ligação.

 

Revirei meus olhos diante a tanta formalidade. Isso é tão desnecessário! Respirei fundo e recoloquei o telefone na base. Esfreguei meu rosto novamente com as mãos antes de, enfim, me levantar. Libertei minhas pernas que estavam emboladas no lençol fino que havia usado para me cobrir e coloquei meus pés para fora da cama, a aspereza do carpete em contato com a pele dos meus pés foi imediatamente percebida.

 

Apesar de desperto, ainda sentia a sonolência nublando minha mente; as horas de plantão realizadas na última semana somada aos dias de arrumação, além do desconforto das horas no avião, resultaram num desgaste físico maior do que eu imaginava.

 

Decidido a acordar de vez, caminhei a passos lentos – quase me arrastando – ao banheiro. Um banho quente com certeza seria o remédio para me despertar por completo.

 

Sem perder mais tempo, me despi rapidamente, largando a camisa de malha leve que usava pelo caminho e tirando a calça de moletom que vestia, deixando-a caída no chão do banheiro.

 

Entrei no box e liguei o registro, deixando a pele do meu corpo entrar em contato com o jato de água quente que caía do chuveiro. A água batia contra meus ombros e costas como uma deliciosa massagem, produzindo os mesmos efeitos relaxantes que mãos macias e firmes trabalhando em meu corpo, desfazendo um por um os nós de estresse e ansiedade que carregava há dias. Minha respiração ia tornando-se mais tranqüila e compassada com o passar dos minutos.

 

Após me ensaboar e lavar meus cabelos com o pequeno frasco de shampoo que havia no suporte dentro do box , fechei o registro de água e sai do box com uma toalha ao redor da cintura.

 

Uma olhada no relógio me mostrou que permaneci mais de meia hora dentro do banho; as pontas de meus dedos enrugadas, que nem havia reparado até então, deixava claro que demorei mais do que o normal debaixo d’água.

 

Da mesma forma que ontem, liguei para a recepção e pedi o almoço para comer no quarto, poupando-me de ter que ir ao restaurante possivelmente cheio nesse horário.

 

Meia hora depois, eu já estava vestido e dava a última garfada no meu almoço, que por sinal estava uma delicia; adoro massas, de qualquer tipo, e aquela macarronada com molho branco e almôndegas estavam de dar água da boca.

 

Fiquei na mini-sala do meu quarto assistindo algum jogo na televisão para passar o tempo até que fossem duas horas. Assim que a hora marcada se aproximou, eu desliguei a televisão, peguei minha carteira e celular, dei uma checada no espelho, tentando arrumar meu cabelo já naturalmente desalinhado e, após constatar – novamente – que ele não tinha jeito, eu fechei a porta do quarto e desci para o primeiro andar do prédio.

 

Quando os elevadores se abriram, eu me direcionei até o balcão da recepcionista para deixa meu cartão e, após agüentar os olhares discretos, porém perceptíveis, da funcionária do hotel, eu fui até uma das diversas poltronas de couro preto que havia no ambiente.

 

Como combinado, assim que Ângela chegasse em frente ao hotel, meu telefone tocaria me informando que ela já me esperava. Nunca a havia visto antes, mas não fora difícil encontra-la considerando-se que ela era a única que estacionara um carro Corsa Sedan prata ali.

 

No telefonema, disse a ela que já estava no térreo e que não fosse desligasse seu carro, pois dessa forma nos pouparia tempo. E, em alguns minutos, nós dois estávamos navegando pelo trânsito de um pouco caótico da cidade de Seattle à procura do apartamento ideal.


 


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Notas finais do capítulo

N/A:

Eu sei que pela demora você mereciam muito mais do que isso e sei também que vocês querem ver o POV do Edward na boate e eu posso garantir que o próximo capítulo será o tão esperado. Já estou com ele bem adiantado e, com certeza, eu postarei na sexta-feira que vem. Então, encarem esse capítulo como a entrada para que possam degustar o prato principal, valeu?

Então, até semana que vem!
Bjss



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