Procurando por Você escrita por vanessa_56


Capítulo 11
Capítulo 11 - Reunião em família


Notas iniciais do capítulo

N/A:

Olá, pessoal!

Tô de novo aqui para postar a atualização da minha bebê *cutcutdamamãe* rsrs. Leiam e se divirtam. Ah! Olhem o final do capítulo e lá vocês encontraram links para ver as roupas da Bella e da Alice que foram "usadas" nesse capítulo e também a mansão dos Cullen (+ as roupas usadas na boate, pois eu não havia postado aqui).

Encontro vcs no final do capítulo.



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PROCURANDO POR VOCÊ

Capítulo XI – Reunião em família

P.O.V. Bella

Estava deitada no sofá marrom-terra de dois lugares do meu apartamento com o controle remoto na mão enquanto apertava insistentemente o mesmo botão a cerca de dez minutos. Eu tentava desesperadamente achar algo de interessante a se assistir na televisão, mas parecia uma missão impossível; domingo nunca tem nada que preste passando – fato comprovado –, mas mesmo assim não desisti. Depois de mais dezessete clicks e três suspiros entediados, achei um filme de romance em um canal qualquer que parecia razoável de se ver.

Quando finalmente começo a entender a trama simples onde mocinho tenta conquistar a mocinha enquanto alguém tenta a todo custo separa-los, sai do quarto uma Alice toda arrumada.

Vestindo calça jeans escura e justa com uma blusa branca por baixo de um colete marrom, ela se equilibra em uma perna apoiando uma mão na parede enquanto a outra termina de pôr sua bota, também marrom, exageradamente alta e olha para mim com sua sobrancelha bem-feita arqueada.

– Por que você ainda não está pronta?

– Para o que?

– O almoço, Bella. Não acredito que você esqueceu! – Oh! Sim, isso.

Droga!

Eu havia mesmo me esquecido de que tinha aceitado ir com Alice hoje no almoço que Esme, sua mãe, sempre preparava aos domingos para reunir a família.

Acredito que meu lapso de memória se deve ao fato de que eu não estava verdadeiramente empolgada com isso. Claro que eu adoraria ver os pais de Alice – que são duas pessoas adoráveis –, mas algo me fazia querer ficar em casa e não sair daqui tão cedo. Parecia que hoje não estava animador o suficiente para me fazer sair do apartamento para algum lugar, como se fosse mais seguro permanecer dentro dessas quatro paredes e deitada no meu confortável sofá. Mas é claro que Alice percebeu isso também, pois logo começou a encher meus ouvidos e acabar com a minha paciência.

– Vamos, Bella. Você me prometeu ontem.

– Eu sei, Lice, mas esse é um almoço de família e, bom, eu não sou um membro dela e você sabe disso.

– Você é sim! Pára de frescura, Bella – não era frescura. Tá, talvez, mas tinha fundamento! – Deixa mamãe te ouvir falando isso. Ela ia ficar muito triste.

– Alice...

– Nada de "Alice". Levanta logo essa bunda desse sofá e vai pro quarto logo. Deixa de ser teimosa! Você é da família sim! Agora vai se arrumar – quando percebeu que eu iria argumentar novamente, ela mudou de tática – Pense em como Esme vai ficar feliz em ver você lá. Ela me pergunta onde você esteve nas últimas três semanas e eu não sei mais o que dizer. Você não vai desaponta-la, não é?

Eu não acredito! Chantagem emocional de novo não! Será que ela não cansa? Toda vez é a mesma coisa!

Usar o carinho que Esme sempre demonstrava comigo como chantagem não era nada agradável e, como se não bastasse, aqueles olhinhos pedintes somados ao lábio inferior projetado minimamente para frente em um adorável biquinho sempre davam certo, e ela sabia disso – poucas foram vezes em que isso não funcionara comigo, ou com qualquer outra pessoa na face da Terra.

Pensei nas opções e cheguei a conclusão que ela não desistiria. Conhecendo Alice como eu conheço, ela me arrastaria pelos cabelos pessoalmente se eu não aceitasse ir com ela. Então, evitar uma dor de cabeça futura e visitar Esme não seria uma má opção. Sem falar que eu havia prometido que iria ao almoço hoje em troca de seu perdão pelo meu – de acordo que ela e Rose – sigilo "imperdoável". Dentre todos os males possíveis, qual poderia ser o pior: sentir-se deslocada em um meio familiar que você não faz parte ou enfrentar a possível tortura de ir às compras com Alice como castigo? Bom, a resposta é óbvia, pelo menos para mim.

Bufando irritada, eu desliguei a televisão e me levantei do sofá lançando um olhar raivoso na direção de Alice, que pulava de alegria por sua vitória. Deus, porque toda a vez que eu olho ela está pulando ou saltitando na minha frente? Ela não fica cansada não?

– Agora, tire essa cara de enterro, Bella. Se apresse; te dou meia hora para ficar pronta.

Coloquei um sorriso falso no rosto fazendo-a sorrir ainda mais abertamente e me dirigi para um banho rápido enquanto Alice me esperava na sala.

Quase meia hora depois, eu saí do quarto já completamente arrumada e pigarreie para chamar a atenção de Alice, que estava focada em um programa de vendas de jóias pela televisão. Ela desligou o aparelho, levantou do sofá enquanto seus olhos críticos avaliavam o que eu vestia. Típico dela.

– Linda roupa – elogiou ela –, mas sua blusa tem gola. Não é você que odeia blusas assim?

Eu adoro essa versão morena da Sininho, de coração, mas também odeio quando ela é observadora como agora, principalmente quando se trata de roupas. Nada passa despercebido por seus olhinhos verdes brilhantes.

Estava vestindo uma blusa rosa e preta listrada verticalmente com uma fita branca presa na cintura e outra o pescoço junto com uma bermuda branca simples e uma sapatilha, também branca, como complemento. A razão estava ao seu lado quando ela disse que eu odiava blusas como a que usava agora, mas não era como se eu tivesse muitas escolhas dessa vez. Quando estava em frente ao espelho penteando meus cabelos, notei uma pequena – não tão pequena – marca em meu pescoço e não havia como esconde-la de outra forma. Ou era isso, ou mostrar para quem quisesse ver o lindo chupão deixado como cortesia por Edward em meu pescoço na madrugada de sexta para sábado. Nem preciso dizer qual foi minha opção, certo?

– Sim, mas não havia como esconder aquela marca – disse sem especificar que era do chupão que eu me referia; ela estava comigo quando xinguei Edward de todas as ofensas que conheço ao descobrir a marca em meu pescoço – Acho que nem uma bela maquiagem seria capaz de sumir com aquele roxo de minha pele – completei em um sussurro com o rosto corado.

Desviei meu olhar para o chão ao notar como minha amiga mordia os lábios para não rir de toda a situação. Mas, mesmo com muito esforço de sua parte, ela não conseguiu se controlar e explodiu em risadas a minha frente. Eu mereço! Essa não é a parte que ela tenta ser solidária ou compreensiva comigo?

A resposta era visível: NÃO!

Enquanto Alice gargalhava de meu desconforto, eu saí do apartamento que divido com minha melhor amiga a passos duros. Quando chegamos ao estacionamento do prédio e fomos em direção ao porshe amarelo-canário exageradamente chamativo de Alice, rumo a mansão dos Cullen, ela ainda estava rindo da minha cara emburrada. Amigas são para isso, não é? Rir da desgraça alheia, inclusive a sua. ¬¬'

Como eu já deveria esperar, eu passei boa parte do percurso ouvindo as piadas sem graça – pelo menos para mim, já que ela ofegava e se contorcia no assento do motorista em busca de ar de tanto que ria – sobre minha noite de sexta. Eu apenas revirava os olhos e a mandava prestar atenção à estrada já que ela gostava de dirigir como se estivéssemos em uma pista de corrida.

Acho que foram os quarenta e dois minutos mais longos e irritantes da minha vida.

A casa dos pais de Alice era um pouco afastada do centro da cidade, localizada em um nobre bairro residencial onde todas as moradias eram grandes e elegantes com jardins maiores ainda. Um sonho para qualquer pessoa. E comigo não era diferente, sonhava em um dia poder chamar uma casa como aquelas de lar.

Eu não gostava da agitação e tumulto do centro de Seattle. Onde eu atualmente morava era o reflexo direto de um aglomerado de edifícios e arranha-céus característicos que formavam a imagem principal cidade. Eu almejava um lugar tranquilo e pacífico para ser meu lar, assim como a casa dos Cullen, mas por enquanto isso seria apenas um sonho. Havia acabado de sair da faculdade de administração e estava me dedicando inteiramente à loja que abri com Alice, não tinha condições financeiras para adquirir meu próprio teto no momento – minhas prioridades eram outras.

Sai do carro assim que minha amiga desligou o motor e começou a tirar o cinto de segurança. Olhei para a casa na minha frente e fiquei mais uma vez encantada, mesmo já a tendo visto milhares de outras vezes.

Não havia como ignorar o quão linda e perfeita era a casa de Esme e Carlisle. Ela, como decoradora profissional, fizera todos os reparos necessários para tornar uma simples casa em um modelo de lar perfeito.

A fachada branca com quatro imensas pilastras destacava-se das paredes de pedra clara da casa. O jardim extenso e bem-cuidado era coberto de grama verde bem aparada que cercava a mansão, formando um lindo tapete natural e vívido. Flores dos mais diversos tipos, cores e cheiros estavam estrategicamente posicionadas na parte frontal da residência e, para completar a paisagem, várias árvores baixas fixaram suas raízes ao redor da casa, criando um contrate simples e exuberante entre a construção ali erguida e o verde intenso e natural do lugar.

Subimos os poucos degraus da entrada – com Alice alguns passos a minha frente – e caminhamos sem pressa até a porta restaurada e, antes mesmo de anunciarmos nossa presença, a mesma foi aberta por uma senhora vibrante de alegria com um enorme sorriso no rosto.

– Minha filha, que saudade! – Esme gritou em júbilo, antes de puxar sua única filha para um abraço apertado, como se não a visse há anos ao invés de dias.

– Oi, mãe – cumprimentou Alice, ainda nos braços de Esme.

Esme ainda não tinha notado minha presença ainda e Alice estava tão absorta na demonstração de afeto de sua mãe que eu fui esquecida ali. Era por momentos como esse que eu não me sentia à vontade de comparecer nos almoços de domingo de Esme. Mesmo sem a intenção de me excluir, eu sempre ficava como "a deslocada" do cenário familiar. Sendo assim, desviei meu olhar para o chão, o analisando detalhadamente como se fosse a coisa mais interessante do mundo enquanto meu peito sentia um aperto ocasionado pela saudade. Ver o afeto de Esme por sua filha me lembrava da distância geográfica que me impedia de receber o mesmo abraço de minha mãe.

Minha mãe, Renée, estava na Flórida com seu novo marido, Phill, e eu apenas conseguia visitá-la nos feriados de fim de ano ou quando tinha férias na faculdade. Sempre que presenciava essa cena de amor materno, eu lembrava de como eram os braços de minha mãe me envolvendo e me apertando enquanto dizia doces palavras em meus ouvidos.

Elas ainda ficaram alguns poucos segundos abraçadas até que Alice se afastou delicadamente e anunciou minha presença.

– Olha só quem está aqui, mãe.

Os olhos de Esme, que antes fitavam o rosto perfeito da única filha com carinho e amor, desviaram-se para mim. O mesmo sorriso de instantes atrás se espalhou pelas feições elegantes e suaves do rosto dela.

– Bella, minha querida! – disse ela tão carinhosamente ao me ver parada em frente à porta.

Esme Cullen era um doce de mulher, sempre tratando a todos de forma amorosa e acolhedora. Desde que a conheço, nunca a ouvi levantar seu tom de voz ou tratar uma pessoa de maneira desrespeitosa.

Mesmo mãe de três filhos já adultos, seu rosto levemente arredondado com o queixo fino e as pequenas covinhas que se evidenciam ao abrir de seu adorável sorriso davam a ela um ar puramente jovial, com cabelos ondulados num tom caramelo e os lindos e invejáveis olhos azuis esverdeados. Qualquer pessoa que olhasse para Esme alegaria que ela não passava dos quarenta e poucos anos, quando na verdade ela completara cinqüenta e dois anos no final do ano passado.

Seus braços magros com a pele macia e tão branca quanto a minha me envolveram em um abraço apertado enquanto sua voz suave murmurava o quanto sentira saudades de mim em meu ouvido. Quando nos afastamos, ela continuava sorrindo abertamente.

– Pensei que não a veria esse domingo novamente. Você tem estado tão ausente – observou ela.

Ok, admito: sou culpada.

Mordi meus lábios ao ouvir sua reprimenda. Mesmo que sua voz e rosto permanecessem alegres com a minha presença, pude ver em seus olhos que ela esteve triste por eu não ter comparecido nos últimos tempos e não pude deixar de me sentir mal por isso.

– Eu garanto que ela não irá mais arranjar desculpa alguma para não vir – prometeu Alice por mim, não deixando que eu dissesse mais nada.

Lancei a Alice um olhar raivoso pelo fato dela responder por mim e recebi em troca um olhar mortal junto de uma ameaça sobre castigos se eu não a obedecesse – tudo isso dito aos sussurros e meias palavras –, fazendo eu encolher os ombros e levantar as mãos em rendição, declarando derrota. Alice sabia ser vingativa e eu não preciso realmente que ela se chateie comigo, então não custa nada acatar seus pedidos – leia-se: ordens.

Esme, alheia a qualquer discussão silenciosa entre duas melhores amigas, rapidamente nos conduziu ao interior da residência e, quando adentramos na sala sempre belamente decorada, encontramos Emmet e Carlisle sentados no sofá conversando. Carlisle segurava uma xícara de café quente em uma das mãos enquanto ouvia atentamente seu filho mais velho falando sobre alguns pequenos problemas relacionados aos seus pacientes em recuperação.

Emmet era trabalhava em uma clínica como fisioterapeuta e amava sinceramente seu trabalho, dedicando-se ao máximo na recuperação deles. Carlisle era um cardiologista famoso, cujo nome já foi reconhecido como um dos melhores em sua área de trabalho, e seu outro filho, Edward – se não me falha a memória, esse é o nome dele – foi para Londres para cursar a faculdade de medicina também, mas focado na área da neurologia. Até mesmo Alice começou a cursar enfermagem, mas abandonou por se identificar mais pelo mundo da moda. Tudo me leva a crer que o gosto por salvar ou cuidar de vidas é uma característica genética da família.

Saindo de meus devaneios, percebi o instante em que eles notaram a nossa aproximação e ambos se levantaram, encaminhando-se a nós para nos recepcionar.

Emmet correu até mim e me abraçou daquela forma em que eu sentia minhas costelas protestarem e meus pulmões reclamarem pelo ar que lhes fora roubado enquanto Carlisle abraçava sua única filha. Quando Emmet me soltou, gargalhou como sempre faz ao perceber meu rosto vermelho pela perda de fôlego devido ao excesso de força que ele empregou em seu abraço-de-urso. Ainda rindo, ele foi para o lado da sua irmã gritando euforicamente um "Tampinha!" antes de pegar seus dedos e embrenha-los nos cabelos sempre espetados de Alice. Ele riu novamente ao receber mais uma dos milhares de juras de morte de Alice tanto por bagunçar seu cabelo como pelo apelido tão odiado. Não importa quanto tempo passe, Emmet sempre agirá dessa forma espontânea quase infantil.

Esme repreendia os filhos pelos maus modos enquanto Carlisle assistia a tudo com um pequeno sorriso nos lábios, denunciando o quanto essa cena familiar tão comum o agradava. No fundo, eu sabia que Esme também se sentia dessa forma, pois apesar de criticar o comportamento de Alice e Emmet, seus olhos brilhavam de alegria e divertimento.

Enquanto seus filhos pediam desculpas um ao outro como crianças mal-criadas, Carlisle – um homem muito atraente apesar de seus cinquenta e seis anos; cabelos loiros com algumas mechas grisalhas e os olhos verdes iguais aos de seus filhos – vira para mim e me dá um singelo abraço acompanhado de palavras corteses de como eu parecia muito bem e de como eu estava bonita. Claro que, diante dos elogios, minha reação automática foi tingir meu rosto de vermelho e um sorriso constrangido brincar em meus lábios. Não importa quanto tempo passe ou quem seja que fale, sempre ficaria corada diante de um elogio.

– Sentem-se e me contem as novidades. Como você está, Bella?

– Eu estou ótima, Esme.

– Que bom, querida. Estava ontem mesmo falando com Carlisle sobre você e ele disse que nem no hospital você tem aparecido.

– Não se preocupe com isso, eu estou esperando a chance de dar algum desafio aos médicos. Acho que eles já cansaram de ver um braço quebrado ou um tornozelo torcido.

Todos riram com gosto ao se lembrar do quão desastrada eu podia ser e a frequência com que visito a ala de emergências do hospital onde Carlisle trabalha devido a minha total falta de capacidade de andar sem cumprimentar o chão de perto. A gravidade sempre fora uma inimiga em potencial para mim e isso não era segredo para ninguém.

Depois disso, nós começamos uma conversa fácil e divertida, onde Emmet sempre soltava algum comentário idiota que arrancava risadas de todos. Vinte minutos depois de nossa chegada, a campainha toca novamente, anunciando a chegada dos outros dois membros ausentes.

Esme pulou do sofá onde sentava junto de Carlisle e correu até a porta, a abrindo com o mesmo entusiasmo que recebera a mim e Alice. Poucos segundos depois, Rosalie e Jasper apareceram na sala e cumprimentaram os demais. Geralmente, eles chagavam junto de seus namorados, mas como o senhor e a senhora Hale estavam na cidade, ambos decidiram passar o maior tempo possível com os pais já que ambos embarcariam de volta antes do meio dia de hoje. Os gêmeos provavelmente vieram do aeroporto direto para cá e seus pais devem estar em um avião cruzando os ares do país em direção a Chicago no momento.

Rosalie e Jasper, logo após cumprimentarem Carlisle, vieram até mim. Jasper, reservado como sempre, estendeu sua mão direita para um aperto formal. Mesmo sendo muito próximos, quase como irmãos, ele sempre mantinha uma postura mais séria dentre todos; ele era, em outras palavras, o completo oposto de Emmet e Alice. Rosalie, ao contrário do irmão, já era mais aberta e espontânea – desde que fosse próximo o suficiente dela, se não ela se tornava um poço de antipatia e mal-humor.

Após os Hale chegarem na casa dos Cullen, todos participaram de uma breve conversa até que Esme se retirou para a cozinha dizendo que precisava terminar de arrumar a comida. Eu me prontifiquei a ajuda-la imediatamente, assim como Rose e Alice, e mesmo depois dela insistir que isso não era necessário, todas fomos em direção à cozinha deixando para trás os homens da família.

O cheiro da comida me acertou em cheio ao entrar na cozinha, instigando meu estômago a protestar pela negligência a qual foi submetido até então. Esme rapidamente foi até o fogão mexer em uma panela que estava no fogo enquanto Alice e Rose sentavam-se lado a lado nas cadeiras altas da bancada, apenas olhando para nós duas já que seus dons no fogão limitam-se ao preparo do café-da-manhã e o telefone com discagem rápida para a pizzaria. Eu, por outro lado, fiquei ao lado de Esme, pegando as panelas e ingredientes que ela me pedia.

Alguns poucos segundos depois, Esme tenta iniciar uma conversa conosco.

– Então, quais são as novidades?

– Não há nada de novo – disse, focada em terminar de cortar as cebolas sem perder um dedo ou chorar feito um neném.

– Isso não é verdade, Bella – contradisse Rose, com um sorriso de quem conta a maior fofoca do ano.

– A Rose tem razão! A Bella terminou com Jacob, isso não é perfeito? – falou Alice, soltando um gritinho agudo no final.

– Isso é verdade querida? – perguntou-me Esme, com os olhos cheios de preocupação.

– Sim, mas não é grande coisa...

– Claro que é! – pronuncio-se Alice, dando um salto da cadeira enquanto Rosalie acenava a cabeça em concordância – Eu estou tão feliz de ver a Bella livre daquele filho da... – Esme repreendeu sua filha com o olhar e ela pigarreou, esquecendo o palavrão e achando outra forma de ofender Jake – Daquele cachorro que eu poderia dar uma festa.

Tive que revirar meus olhos ao notar o quão animada Alice estava com tudo isso, e seus olhinhos brilharam ainda mais quando cogitou a hipótese de montar uma festa por tão pouco. O pior de tudo era que Rosalie estava tão empolgada quanto Allie. A única que não parecia realmente compartilhar dessa felicidade era Esme, que olhava para mim com a testa vincada de preocupação. A início não percebi o porque disso e fiquei ainda mais confusa quando seus braços me envolveram em um abraço apertado.

– Não fique triste com isso, querida. Às vezes foi apenas uma briga passageira; todo o casal passa por isso. Quando você menos esperar já vão estar juntos e felizes novamente.

Fiz uma careta com essa possibilidade enquanto Alice gritava um alto e claro "Deus nos livre!". Esme novamente reprovou a atitude de sua filha, abraçando-me mais apertado e suas mão acariciavam meus cabelos.

– Eu estou bem, você não precisa se preocupar, Esme.

Ela acariciou meu rosto molhado e... Espera! Molhado?

– Não precisa se fazer de forte. Chorar faz bem para qualquer um que está sofrendo.

Eu não estava sofrendo! E também não estava chorando. Como que para mostrar que eu estava completamente errada, mais uma lágrima dentre outras que eu nem havia notado correu por minhas bochechas. Eu estava mesmo chorando! Mas não era por causa do meu término com Jacob...

– Você está chorando? Eu não achei que aquele vira-lata fosse realmente importante para você. Me desculpe! Como eu sou insensível! A pior amiga que alguém poderia ter – exclamou Alice, com os olhos cheios de lágrimas enquanto corria na minha direção com os braços abertos para um abraço – Você gostava mesmo dele? Eu achei que você não o amasse, para mim você via ele apenas como um amigo e essas coisas, afinal você vivia dizendo isso para mim. Eu deveria ter percebido que... – a essa altura até Rosalie estava abraçada a mim chorando e dizendo palavras de consolo.

Eu não podia deixar que isso fosse adiante por causa de um equívoco. Então, antes que todas elas entrassem em depressão por isso, eu soltei a gargalhada que tentava reprimir pela reação exagerada das três mulheres abraçadas a mim e aos prantos.

– Gente! Por favor, eu não estou chorando por causa disso – disse ainda em meio às risadas enquanto recebia três pares de olhos desconfiados e descrentes.

Apontei para a bancada com minha mão e levantei as sobrancelhas como resposta. Elas olharam para a direção apontada e viram a sua frente duas cebolas que antes eu cortava. Elas se entreolharam enquanto eu ria de suas caras envergonhadas, mas não demorou muito e todas elas se juntaram a mim em uma risada coletiva.

– Que droga! Agora eu estou com os olhos e meu nariz vermelho por causa de uma cebola. Uma cebola! – exclamou Alice, assim que se recompôs um pouco, indignada com a situação.

– E a minha maquiagem? Ela está borrada sem motivo algum! – Rose apontou para o próprio rosto enquanto tentava limpar o borrado existente.

– É por isso que eu odeio cebolas. Tá vendo, mãe. Agora a senhora tem motivos para entender minha raiva – disse Alice novamente, suas mãos erguidas próximas ao rosto enquanto balançavam freneticamente tentando ventila-lo.

Esme e eu olhamos uma para a outra após o discurso raivoso das meninas, reviramos os olhos simultaneamente e começamos a rir enquanto ouvíamos mais resmungos das garotas, que ficavam cada vez mais irritadas diante da nossa "falta de sensibilidade".

Quando já estávamos vermelhas e quase chorando – agora de rir – começamos a nos acalmar. Dois minutos depois, com rostos vermelhos e sorrisos que não queriam sair do rosto, montamos uma conversa calma, com assuntos banais e sem importância.

Ficamos assim até que o almoço estava quase pronto. Fomos todas juntas para a sala, servimos vinho tinto a todos e conversamos mais um pouco. A presença sempre agradável de todos os Cullen ainda me impressionava. Mesmo com a sensação de que era uma intrusa nesse cenário familiar, eu conseguia me esquecer de todo esse desconforto no final das contas por ser sempre tão bem recebida por todos.

Grande parte desse ar acolhedor era por causa de Esme. Ela era sempre tão amável e carinhosa comigo que muitas vezes meu carinho e admiração por ela se tornavam tão intensos quanto o que sinto por minha mãe. Sua forma de cuidar de mim como se eu fosse realmente sua filha desarmava qualquer barreira que um dia eu construí por causa da minha timidez. Mas não era apenas ela que agia assim. Carlisle, pai de Alice e Emmet, era tão especial quanto sua delicada esposa. Ele era a peça fundamental naquilo que eu considerava uma família perfeita; ele era o pilar de sustentação dos demais. Seu jeito sempre calmo e disposto a ouvir representava com perfeição a figura paterna desse lar. Eu nunca o vi se estressar com ninguém e sua hospitalidade para comigo era uma qualidade – dentre as muitas – que eu apreciava.

E, como não podia faltar nessa equação, seus filhos – e meus melhores amigos. Emmet era alguém que eu realmente descreveria como o "crianção" da família, sempre implicando e soltando piadinhas para o divertimento de todos. E Alice, bom... não existem muitas palavras que podem descreve-la além de elétrica e determinada. Acho que escandalosa e teimosa também seriam bons adjetivos, mas ela não ficaria muito feliz se eu a descrevesse assim.

Meia hora mais tarde, todos tomavam vinho e discutiam qual era o episódio mais engraçado que eles já presenciaram. Acreditem ou não a disputa estava entre o fabuloso tombo que eu levei da escada e o show de dança de Emmet.

No meu caso, eu descia as escadas dos Cullen com uma pequena mala para viagem na mão e tropecei nos degraus – não perguntem como, mas eu desci todo o trajeto sentada na mala preta, deslizando pelos degraus enquanto fechava os olhos prevendo todas as fraturas que teria. Por algum milagre, eu cheguei sem dano algum no andar inferior, com todos olhando para mim como se eu tivesse acabado de ver um porco voando – o que não era de se admirar, considerando que eu fiz "snowboard" nas escadas e sai ilesa. Eu realmente estava satisfeita com meu feito então, quando levantei da mala e fiquei ereta, não percebi que pisei no cadarço desamarrado do meu all star preto e fui com tudo para o chão. Resultado: pulso direito torcido + piadas grátis de Emmet para toda a eternidade sobre minha falta de coordenação. Foi realmente um espetáculo lindo de se ver.

Já Emmet, como na maioria das vezes que ele pagou algum mico, estava bêbado e sem noção alguma do que fazia. Ele, incentivado por Jasper, Alice e Rose, vestiu-se de Carmem Miranda e não poupou na coreografia de "O que é que a baiana tem?". Foi a coisa mais assustadora que eu já vi na minha vida: um homem de quase dois metros de altura e musculoso como ele vestido com uma saia colorida e brilhosa cheia de babados, um top curto e uma cesta de frutas na cabeça. Hilário! O melhor de tudo foi descobrir que Jasper gravou essa relíquia em sua filmadora na hora e, toda vez que queremos dar boas risadas, basta ligarmos o DVD e pronto.

A dança de Emmet estava ganhando na votação e Jasper prometia trazer o DVD para todos verem na semana que vem quando a campainha toca. Todos olham confusos ao redor enquanto Emmet, que estava sentado ao meu lado, solta um "Graças a Deus!" que apenas eu ouvi. É, ele foi salvo pelo gongo, literalmente.

Quem quer que esteja do outro lado da porta não era esperado, considerando que todos já estavam presentes. Mas antes que eu tivesse tempo suficiente para completar minha linha de raciocínio ou apostar que era algum vendedor ambulante que não sabe que domingo é dia de descanso, uma Alice naturalmente elegante e animada, pula do colo de Jasper e se dirige a porta, gritando alto e em bom som para todos.

– Eu atendo!

Todos assistiram acompanhados por mim seu caminhar ritmado sobre saltos 15 cm até a porta, perdendo-a de vista na curva que dava para o hall de entrada. A conversa surgiu novamente, como se nenhuma interrupção tivesse ocorrido enquanto eu ouvia o som de seus saltos batendo contra o piso de madeira da casa. A maçaneta foi girada e a porta foi aberta num rompante.

Demorei alguns instantes para perceber que não houve nenhum outro som de Alice, ou até mesmo da visita. Acho que um minuto inteiro se passou até que o som de dedos estalando foram ouvidos, sendo seguidos pelo estridente e altamente agudo grito de Alice. Sério, um dia ela deixará qualquer um de nós com problemas de surdez!

Não apenas eu, mas todos na sala, se sobressaltaram ao ouvir o berro dela – creio que até os vizinhos no final da rua também ouviram e se assustaram – e, antes mesmo que qualquer um de nós pudesse ficar preocupado sobre o motivo de tamanho estardalhaço, ouvimos alguém resmungar.

– Você continua a mesma escandalosa de sempre.

O homem dono de uma voz suave e ligeiramente rouca exteriorizou sua opinião – não que eu estivesse disposta a discordar, muito pelo contrário, concordava em absoluto –, mas alguma coisa estava me deixando inquieta. Aquela voz... mesmo baixa e distante, abafada pelas paredes que nos separavam, despertou em mim uma sensação de familiaridade.

No entanto, antes que eu pudesse ativar minha memória, um grito de pura alegria se fez presente novamente.

– Eddie! Você voltou, maninho! – eu podia imagina-la saltando para cima do homem e o abraçando pelo pescoço.

Mas...

Eddie? Esse não é o apelido do filho do meio dos Cullen? Aquele que estava estudando fora e só o viam nas festas de fim de ano e férias?

Percebi que eu não era a única que estava confusa ali. Jazz e Rose apresentavam a mesma expressão que eu imagino estar presente em meu rosto. Porém, quando olhei nos olhos dos demais, vi algo que se assemelhava com uma felicidade sem igual.

Passos firmes acompanhavam o roçar dos saltos de Alice no assoalho até que eles surgiram. A primeira coisa que eu vi foi o enorme – e quando eu digo enorme, não é exagero de minha parte – sorriso de satisfação de minha amiga. Seus lábios estavam tão abertos que eu temia pelo momento que suas bochechas se partiriam ao meio.

Aos poucos minha mente processou quem a acompanhava. Meus olhos foram subindo pelos braços unidos em um estranho abraço, passando pelo peito definido que era perceptível na blusa azul-marinho que ele usava até encontrar o rosto no único Cullen que eu ainda não conhecia. Ou pelo menos era o que eu achava.

Ao perceber a figura de cabelos acobreados e intensos olhos verde-esmeralda de pé ao lado de Alice e que sorria para seus pais, eu estaquei. Simplesmente não consegui me mexer.

O pouco vinho que eu havia bebido há alguns minutos deveria ser mais forte do que eu imaginava. Eu estou bêbada e vendo coisas que não existem, pensei debilmente. Essa é a única explicação possível para meu delírio momentâneo.

– Surpresa! – disse ele, com seu sorriso torto tão característico.

Não é uma alucinação!

Esme pulou do sofá que estava sentada de mãos dadas ao seu marido e foi praticamente correndo ao encontro de seu filho, o abraçando enquanto lágrimas que só podiam ser de felicidade escorriam por seu delicado rosto em forma de coração. Emmet gargalhou gritando o apelido de Edward enquanto este, como resposta automática, lhe dava uma careta engraçada e Carlisle esperava pacientemente para saudar seu filho.

Rosalie e Jasper assistiam a cena emocionante, preferindo ficar em seus lugares no sofá ao invés de perturbar um momento tão familiar. E eu?

Quanto a mim, que apreciava meu vinho até pouco tempo, não tive outra reação.

Bom... Eu engasguei.

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Links do capítulo 11:

 

Roupa da Alice:

http://i831.photobucket.com/albums/zz233/Nessinha_Cullen/Procurando%20por%20voce/alice2.jpg

 

Roupa da Bella:

http://i831.photobucket.com/albums/zz233/Nessinha_Cullen/Procurando%20por%20voce/bella2.jpg

 

Mansão dos Cullen:

http://i831.photobucket.com/albums/zz233/Nessinha_Cullen/Procurando%20por%20voce/ResidnciadosCullen.jpg

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Links do capítulo 02:

 

Roupa da Alice:

http://i831.photobucket.com/albums/zz233/Nessinha_Cullen/Procurando%20por%20voce/alice1.jpg

 

Roupa da Bella:

http://i831.photobucket.com/albums/zz233/Nessinha_Cullen/Procurando%20por%20voce/bella1.jpg

 


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Notas finais do capítulo

N/A:

Como prometido, aí está o reencontro entre eles. É claro que não dá para saber muita coisa agora, mas no próximo capítulo vcs verão como a Bella e o Edward vão reagir a isso.

PESSOAL! Me diga o que está achando; eu aprecio muito críticas. Elogios são ótimos, claro, mas apontem os defeitos para que eu possa melhorar minha fic. Obrigada pela atenção (pareço até gente importante discursando quando falo isso rsrs).

Bjss e arrivederci.