Procurando por Você escrita por vanessa_56


Capítulo 10
Capítulo 10 - Conversa constrangedora


Notas iniciais do capítulo

N/A:

Nem demorei muito dessa vez, né? Curtam esse capítulo. Espero que gostem!



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PROCURANDO POR VOCÊ

Capítulo X – Conversa constrangedora

P.O.V. Bella

Alice não me deixou em paz nem por um segundo sequer desde que entrei no apartamento, me seguindo como se fosse minha sombra. Por tudo quanto era canto que eu ia, ela estava lá. Chegava a ser irritante toda essa perseguição.

A toda hora ela me perguntava como ele era, qual era seu nome, em que hotel eu havia passado a noite – até mesmo sobre o número do quarto ela me questionou –, entre outros milhares de perguntas, mas, para sua completa e total frustração, eu apenas me limitei a responder:

– Sem comentários.

Eu já imaginava que ela me questionaria sobre tudo o que ocorrera na noite passada, mas ainda havia uma parte de mim – pequena, mas ainda assim existente – que tinha esperança de que ela entendesse a deixa e encerasse o assunto. Tolice!

Ela reclamava, brigava e, quando percebeu que eu não estava disposta a abrir minha boca para revelar nada por livre e espontânea vontade, ela choramingava usando o maldito olhar pidão dela, sabendo que assim eu cederia. Eu odiava quando ela fazia aquela cara, era simplesmente impossível negar algo a ela quando seus olhos brilhavam com lágrimas preste a cair e o lábio inferior trêmulo de um choro contido.

Eu me negava veementemente a contar qualquer coisa – era minha vida sexual, deveria ser algo privado e não a ser contado e detalhado em um megafone. Mas ela sempre soube como insistir, afinal, Alice é... Alice. Não há palavras que possam descreve-la.

Quando vi que estava começado a me abalar com suas súplicas – ou exigências, melhor dizendo –, virei de costas para ela e me dirigi ao banheiro, fechando a porta e passando a chave.

Respirei aliviada quando me vi a salvo no banheiro. Andei até a banheira, para deixá-la enchendo, mas no caminho novamente vi meu reflexo no espelho.

Meus cabelos estavam cheios e completamente bagunçados, minha maquiagem estava borrada e os meus lábios estavam inchados e levemente mais vermelhos que sua cor normal. Parecia que eu havia sofrido um ataque, o que, de certa forma, não deixava de ser verdade. Minha aparência parecia gritar “fiz sexo!” e isso já estava me deixando irritada. Ninguém precisava ficar sabendo, droga.

Balancei minha cabeça tentando me acalmar e não me permiti recordar da noite anterior agora, não queria correr o risco de minha razão, já de volta ao meu corpo, manchasse a noite "perfeita" que eu havia tido. Não queria me sentir mal, culpada por algo que me fez bem, mesmo sendo uma tamanha irresponsabilidade.

Dei mais uma olhada no espelho e suspirei. Eu estava acabada. Precisava descansar. Tendo meus pensamentos focados na cama a minha espera, tirei minha roupa e fui para a banheira a fim de tomar um longo banho relaxante antes de cair na inconsciência.

Assim que tirei minha calça, não me surpreendi em encontrar mais um par de marcas em minhas coxas. Tenho que admitir que a noite foi boa – muito, muito, muito boa –, apesar de estar repleta de hematomas. Entrei na banheira quase cheia e suspirei de alívio ao sentir a água morna em contato com minha pele. Imediatamente senti meus músculos relaxando um a um, me permitindo fechar os olhos e aproveitar o ambiente com aroma de frésia  do meu sal de banho preferido.

Acho que fiquei uns trinta minutos olhando para a parede a minha frente sem pensar em absolutamente nada.

Sai da banheira quando a água já estava fria e me enrolei na toalha. Meus olhos estavam focados apenas para o chão, tentando evitar um tombo, e encontraram uma peça de roupa que me trouxe uma certa frustração. Meu sutiã de renda preto. A calcinha conjunto está perdida em algum lugar daquele quarto. Bufei indignada. Como ele conseguiu sumir com ela entre quatro paredes?

Caminhei em direção ao quarto, ainda enrolada na toalha, e abri meu closet. Nem perdi tempo olhando as roupas ali dentro. Peguei a primeira que vi e vesti. Era uma blusa grande e folgada de meia-manga com um short curtinho, também folgado. Se Alice me visse nesse exato momento, seu rosto de feições miúdas e delicadas exibiria uma carranca junto de um olhar reprovador, mas eu não me importei.

Já vestida confortavelmente, eu literalmente me joguei na cama, esquecendo por completo o mundo ao meu redor e me deixando ser tragada feliz para a escuridão dos sonhos.

Mas, como diz o ditado: “tudo que é bom, dura pouco’”.

Não sei ao certo há quanto tempo estava dormindo – não acredito que muito –, mas percebi uma leve movimentação no meu quarto e vozes sussurradas.

–  Você não pode estar falando sério.

– Mas eu estou.

Eu não estava plenamente acordada, mas tinha uma vaga noção de que conhecia aquelas vozes. Não consegui ouvir mais muita coisa, ainda eram leves sussurros.

–  Ela não é dessas. É uma piada sem graça sua.

– Antes fosse piada! - nesse momento a voz elevou-se um pouco, mais ainda não foi forte o bastante para me arrancar desse estado de semi-topor – Vem que eu vou te mostrar.

Por um instante achei que estivesse tendo mais um daqueles meus sonhos malucos e sem nexo algum, por isso não dei importância. Mas, alguns segundo depois, senti alguém próximo a mim, mexendo na barra da minha camisa. Rolei inquieta na cama e senti alguém ofegar.

Abri meus olhos, subitamente alarmada, e dei de cara com a "fadinha-do-mal" e a "loira-perfeição" – em outras palavras, Alice e Rosalie – ao meu lado.

Fiquei meio confusa com o que estava acontecendo. Por que elas estariam no meu quarto? E por que Rosalie me olhava parecendo um tanto assustada, como se estivesse vendo um fantasma?

– O que está acontecendo?

– Eu é que pergunto – disse Rosalie, me deixando ainda mais confusa.

Segui seu olhar e vi o que ela tanto encarava incredulamente. Minha camisa havia sido levantada o suficiente para ele ter uma visão privilegiada da minha nova "tatoo". Puxei minha camisa para baixo, tapando a visão que elas tinham de minha cintura marcada.

– O que vocês estão fazendo aqui? – perguntei irritada.

Elas se entreolharam e fizeram cara de culpadas. Olhei mortalmente para Alice, que olhava para os lados repetidamente, só faltando assoviar uma musiquinha animada para entregar que tinha seu dedo na história. Por que ela trouxe Rosalie até aqui?

– Acho bom as duas me explicarem o que estão fazendo aqui – disse secamente, encarando cada uma demonstrando minha irritação.

Rosalie olhou para Alice e parecia estar com raiva.

– Você me disse que ela tinha transado com alguém!

– E transou! – defendeu-se Alice.

– Não é o que parece. Olha o mal-humor dela! Quem tira o atraso não fica rabugento e resmungão desse jeito!

Isso só pode ser uma pegadinha. Onde é que está a câmera? Elas estão mesmo discutindo a minha vida sexual com se eu não estivesse ouvindo nada?

– Se você visse o chupão no seio dela, não estaria duvidando de mim.

– Já chega! O que eu preciso fazer para as duas saírem do meu quarto?

Elas pararam com a discussão infantil e olharam para mim com os olhinhos brilhantes. Merda! Acabei de dar carta branca para duas taradas.

– Relatório da noite – disse Alice, sorrindo como criança em manhã de natal.

– Completo! Nós perguntamos e você responde, sem mentira.

– Vão sair do meu quarto depois? – as duas assentiram e eu dei meu primeiro passo ao abismo – Mandem, mas vocês só têm direito a cinco perguntas.

Elas discutiram e insistiam que isso não era o suficiente para acabar com sua curiosidade. E por que elas acham que não dou direito a mais perguntas? A última coisa que eu queria era ter que descrever passo a passo minha noite.

Depois de convence-las que não iria mudar de opinião com relação à quantidade de perguntas, disse que elas deveriam pensar bem antes de perguntar. Elas fizeram caras pensativas, como se fizessem em suas mentes uma lista de importância.

Quando Rosalie ia perguntar algo, Alice avançou na direção dela, pulando em suas costas e tapando a boca dela com suas mãos pequenas, no rosto com uma expressão assustadora. Ela estava parecendo uma maníaca sádica. Naquele instante, fiquei com medo dela. Sério.

– Qual o nome dele? – perguntou Alice, enquanto apertava seus braços ao redor de Rose.

– Sem nomes. Ou localização – decretei.

Do jeito que Alice era doente – diga-se louca ou insana –, pouco custava ela bater na porta do quarto de hotel de Edward para pedir o relatório de outro ponto de vista. Eu a conhecia o suficiente para não duvidar de que quando ela queria algo, céus e terras eram movidos para alcançar seu objetivo.

Rosalie, que ainda tinha uma Alice pendurada em suas costas, parou de se debater como louca contra a macaquinha e olhou para mim chocada.

– Você não sabe o nome dele? – perguntou-me com a voz falha devido ao esforço, assim que se livrou do aperto dos braços de Alice.

– Claro que sei – ela estava achando que eu iria para a cama com ele sem nem ao menos saber seu nome?

– Então diz! – disse Alice, impaciente.

– Não. Se quiserem saber mais, vão ter que se contentar em chama-lo apenas de... – pensa, pensa! AH! – Chamem ele de gostoso. Pronto. Esse vai ser o codinome dele.

Por mais estranho que fosse, dizer o nome para essas duas não me parecia o certo. Eu estava tentando não tornar isso tudo algo muito real e concreto, preferindo a perfeição e ilusão de um mundo abstrato onde ninguém mais entrava a não ser eu. Revelar o nome dele para minhas amigas era como dar acesso a elas a uma parte de mim que não era compartilhada com ninguém.

As duas olharam para mim fazendo biquinho, mas esqueceram rapidinho, voltando sua atenção a lista de perguntas que elas pareciam ter elaborado mentalmente.

– Ele era mesmo gostoso? – perguntou Alice, com os olhos cintilando de curiosidade.

– Como ele era?

– Ele era muito gostoso. O corpo dele não era aquela coisa bombada e desproporcional. Era perfeito. E tinha os olhos verdes mais intensos que já vi.

Eu podia contar muito mais. Dizer que ele era alto, com o cabelo desalinhado de uma maneira que gritava “sou sexy e gostoso”, tinha braços longos e fortes, mãos grandes e firmes, tinha “a” pegada – coisa que Jake não tinha –, que era incrível a forma que sua boca me envolvia... Enfim, detalhes que eu morreria e levaria pro túmulo, pois só de imaginar contando isso eu já ficava envergonhada.

– E os documentos dele? – tinha que ser Rosalie perguntando.

– Eu sou mesmo obrigada a responder essa pergunta? – questionei com os olhos arregalados, rezando para tudo quanto é santo que ouvissem minhas preces e não me obrigasse a responder essa questão.

– Claro! – responderam as duas ultrajadas.

– Era... er...

– Céus! É só dizer se era grande! – engasguei com minha própria saliva diante da resposta direta de Alice.

Eu sabia que de santa ela não tinha nada a não ser a aparência – as noites produtivas e barulhentas dela e Jasper no quarto ao lado eram uma prova disso –, mas perguntar isso na lata? De onde eu tinha tirado essas amigas?

– Era – disse, já vermelha – Satisfeita?

– Não – respondeu ela – Queremos que você dê uma descrição usando três adjetivos para isso.

Chega! Descanso nenhum no mundo vale o preço desse constrangimento. Levantei da cama num pulo, olhando para a porta: minha única rota de fuga.

– Pode voltando aqui mocinha – Rosalie agarrou meu braço e me puxou de volta para a cama, acabando com minha tentativa de encerrar o assunto – Você ainda tem que responder a três perguntas.

– Meninas... – choraminguei um pouquinho para ver se elas tinham um pouco de pena de mim.

Elas novamente se entreolharam, notando claramente que eu não estava nem um pouco confortável conversando sobre isso, e suspiraram derrotadas. Rosalie voltou sua atenção para mim com uma cara nada satisfeita.

– Só preciso saber de uma coisa muito importante – pela sua expressão, que se tornou subitamente preocupada, eu percebi que a coisa era séria.

– Diga.

– Você se arrependeu? – perguntou ela, olhando-me diretamente nos olhos.

Parei para pensar um instante em tudo o que havia acontecido.

Não acreditava estar arrependida de algo. Claro que a bebida me influenciou um pouco, me deixando mais desinibida, mas se estivesse arrependida eu saberia, né?

Eu estava satisfeita, acho que até mesmo feliz. Embora tivesse pensado na minha primeira vez com meu namorado em um lugar especial depois de nos declararmos e toda aquela coisa romântica de um casal feliz e apaixonado, aquela noite havia sido perfeita a seu modo. Eu o desejava e o sentimento era recíproco, mesmo que tenha sido algo de apenas uma noite.

Olhei para minhas amigas que me olhavam apreensivas e lhes respondi sinceramente.

– Não. Foi ótimo, não tenho porque me arrepender.

Ambas suspiraram aliviadas e soltaram sorrisos de satisfação. Depois disso, elas ficaram em silêncio. Rosalie lançava olhares para mim de canto de olho a cada poucos segundos e Alice, que estava sentada a minha frente, me olhava mordendo os lábios enquanto se remexia inquieta. Elas estavam estranhas e não entendi essa súbita mudança de comportamento. Um silêncio se instaurou no ambiente que veio a ser quebrado por Alice.

– Chega! – gritou ela, me fazendo pular de susto – Somos suas amigas. Por que você não pode nos contar como foi sua noite?!

– É mesmo, Bella – concordou Rosalie, mexendo-se até que ficasse de frente para mim sobre a cama – Achei que não tivéssemos segredos uma com as outras. Eu conto pra você absolutamente tudo sobre meu relacionamento com o Emm!

Meu rosto se contorceu numa careta involuntária ao ouvir o argumento de Rose. Quando ela disse que conta tudo, ela não está mentindo. Desde pequenos desentendimentos e grandes brigas até suas incontáveis noites de reconciliação – com descrições relatadas detalhadamente de sua vida sexual com Emmet. Não era algo que eu gostava de ficar ouvindo, definitivamente. Na verdade, ninguém gostaria de ficar ouvindo isso à não ser um maníaco sexual.

– Qual é, Bella? Pensava que fossemos suas amigas – disse Alice.

Wow! Perigo. Aquela voz levemente embargada e os olhos brilhando mais que o normal com lágrimas frescas prontas a serem despejadas era o sinal de que ela usaria todo o seu arsenal para arrancar de mim as informações tão preciosas. Eu devia imaginar que ela usaria chantagem emocional. Ela sempre faz isso. Mas dessa vez eu não vou me entregar.

– Esquece, Lice. Da minha boca não sairá mais nada.

Ao ver que eu estava determinada a manter sigilo, instantaneamente sua expressão mudou para uma carranca. Os olhos a beira de lágrimas segundos atrás agora olhavam para mim indignados. Tanto ela quanto Rose bufaram e viraram os rostos para o outro lado em uma sincronia perfeita, começando a saírem do quarto.

Respirei aliviada e, após ouvir a porta do meu quarto ser fechada com um pouco mais de força que o necessário, joguei minha cabeça de volta ao travesseiro.

Sabia que as garotas estavam chateadas comigo pelo fato de não ter contado nada para elas. Não é que eu não confiasse nelas, eu apenas não me sentia à vontade para isso. Eu compreendia que elas apenas queriam fazer parte da minha vida, saber as novidades e estarem presentes em cada passo que eu dava, mas isso era deveras pessoal para mim.

Procurando não ficar pensando muito em como elas estavam decepcionadas comigo, tentei voltar a dormir, considerando que eu ainda estava muito cansada e minha cabeça ainda estava zonza por conta do excesso de álcool ingerido na noite de ontem. Mas não obtive sucesso nenhum.

Irritada comigo mesma por não conseguir ignorar elas, eu me levantei da cama depois de meia hora rolando por toda a sua extensão sem conseguir fechar os olhos. Fui a passos rápidos para a cozinha de onde era possível ouvir as vozes de Alice e Rose.

Elas estavam sentadas nas cadeiras altas em frente à bancada da cozinha, uma de frente para a outra. Ao notarem minha presença, ambas me olharam e, após um movimento sincronizado de levantar minimamente o queixo e desviarem os olhares, um silêncio incômodo se instalou pelo lugar.

Fui até a geladeira e peguei um suco. Em momento algum elas me olharam ou falaram comigo. O silêncio estava surtindo um efeito maior do que se elas estivessem aos berros.

– Não quero que fiquem chateadas... – comecei, sem saber ao certo o que dizer.

As duas olharam para mim e pude ver o quanto estavam ressentidas. A culpa estava me matando e, por mais que pudesse vir a me arrepender, eu comecei a falar.

– Ele não é daqui. Tinha um sotaque inglês e estava hospedado em um hotel. Não acredito que vá voltar a vê-lo, talvez nem esteja mais na cidade.

Elas se entreolharam mais uma vez, mas mantiveram o silêncio.

– Eu nem sei ao certo o que me levou a fazer aquela loucura – ri de mim mesma e notei que elas sorriram de leve – Quero dizer, vocês sabem que eu não sou assim.

– Estava bêbada? – sugeriu Alice.

– Ou com tesão acumulado? – perguntou Rose, me fazendo soltar uma gargalhada.

– Acho que um pouco dos dois – admitir ainda rindo, provavelmente, corada – Mas eu me senti bem, como eu nunca tinha me sentido antes. Foi... perfeito, porque não tinha pressão. Era algo que eu realmente queria.

Um sorriso leve estava em meu rosto ao admitir a verdade para elas. Eu ainda não me sentia à vontade para contar tudo o que elas queriam saber – e isso possivelmente inclui a cueca que Edward usava –, mas era bom desabafar como eu realmente me senti. E foi isso o que eu fiz.

Contei para elas que eu realmente queria aquilo. Que nunca estivera mais certa sobre algo em minha vida e que estava realmente me sentindo bem.

A conversa aconteceu como eu imaginei que aconteceria. Perguntas constrangedoras foram feitas e eu procurei responder o máximo possível, ainda deixando aquela aura de mistério que envolvia a figura de Edward. E mesmo quando palavras não saiam de minha boca, meu rosto corado era resposta mais do que eficiente.

Quando as perguntas cessaram e o silêncio novamente reinou na cozinha, eu perguntei sobre algo que estava me corroendo por dentro.

– Estou perdoada?

– Ééée – respondeu Rose, relutante, mas antes que pudesse perguntar algo, Alice completou.

– Mas terá que fazer algo para merecer nossas desculpas – um sorriso travesso surgiu em seu rosto de fada.

Meus olhos se arregalaram ante as possibilidades e minha mente se focou na pior das torturas. Compras, não! Compras, não! Compras, não!

– Amanhã à tarde. Você e almoço com dona Esme. Já na agüento mais ouvi-la me perguntando sobre você. Ela está triste com a sua ausência.

Ótimo, agora ela conseguiu me fazer sentir culpada por isso também.

– Fechado – concordei em nem mesmo discutir.

Depois disso a conversa voltou e falamos um pouco sobre tudo. Como eu previra, muitas indiretas – bem diretas, na minha opinião – foram jogadas sobre ontem à noite e meu rosto permaneceu num tom bem forte de vermelho na maior parte do tempo.

Em um determinado momento, Alice e eu começamos a conversar sobre a loja e o problema com um dos fornecedores de tecidos. Eu disse que já estava resolvendo sobre isso e, como o assunto sobre loja já havia vindo à tona, nem dois segundos depois, ela e Rose falavam sobre uma nova coleção da Chanel que estava preste a ser lançada.

Essa foi a minha deixa para sair dali e voltar ao meu quarto, agora com uma promessa de que eu poderia dormir tranqüilamente. Avisei as meninas que estava com sono e cansada, recebendo em troca muitos olhares e sorrisos maliciosos e comentários sobre alguém que soube me deixar cansada na noite anterior.

Sabiamente, as ignorei e caminhei para meu quarto, trancando a porta quando estava lá dentro. Deitei em minha cama e minutos se passaram antes que qualquer indício de sono aparecesse. Mas dessa vez não era culpa que me mantinha acordada e sim cenas da loucura que ocorrera naquele quarto de hotel.

Meu corpo pareceu reviver uma parte das sensações que eu senti quando lembrei a forma como ele se movia dentro de mim. m calor intenso me atingiu e me senti desperta em vários sentidos. Respirei fundo e notei que começara a ofegar. Com muito esforço, consegui o controle de mim mesma e aos poucos todo o cansaço de algumas poucas horas atrás me abateu, levando-me para sonhos que me deixaram muito mais excitada do que eu estava quando fui dormir.

 

 


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Notas finais do capítulo

N/A:

E aí? Sei que não é muito, mas... Bom, os próximos capítulos sim prometem.

Obrigada por tudo, pessoal. Bjsss e até o próximo.



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