Keep u Safe. escrita por Liids River


Capítulo 3
Jealousy.


Notas iniciais do capítulo

Oi de novo internet ♥
tudo belezinha ai? eu espero que sim.
eu ia ,
>>>ia
eu estendi,teremos no MÁXIMO cinco capitulos aqui,sendo o quinto.... uma coisa aí que eu preciso ver se eu consigo fazer
eu gostei desse
gostei de verdade
mas isso é porque eu amo quem apareceu aqui u.u
eu quase não revisei,perguntem a Márcia.
eu andei pensando em nomes para o/a novo/a Jackson ... eu gostaria de saber qual o palpite de vocês. Quem acertar,ganha um bj virtual
(vai ter beijo,sejam pacientes jovens padawans)
até mais



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– Eu agradeceria se você encontrasse os bolinhos de baunilha – ela sussurrou,com a minha arma nas mãos, e os olhos atentos nos corredores do supermercado.

Depois daquele incidente com Annabeth nos limites da cidade,envolvendo ela,taco de baisebol e cabeças voando,decidimos – e com “decidimos” eu quero dizer que eu decidi – que deveríamos voltar para o centro atrás de mantimentos e essas coisas. Regredir era melhor que progredir no nosso caso.

Não sabemos o que nos esperava na cidade a frente, mas temos ideia do que deixamos na cidade de trás. Então,voltamos.

Depois de entrar com ela na cabana,limpar-lhe o rosto e as mãos e pedir desculpas pela minha atitude – que apesar de certa,reconhecemos que foi....impulsiva – ela finalmente me deixou dormir.

Junto com ela. Estava se tornando um hábito entre nós...vocês sabem.

E ela começou a agir diferente comigo depois daquilo. Ela não era uma garotinha indefesa – bom,pelo menos não o tempo todo – muito pelo contrário. Descobri que essa habilidade com o taco de baisebol na cabeça das coisas lá fora,era muito boa.

E então descobrimos que ela era quase tão boa quanto eu em atirar.

E eu sou um Deus nesse quesito.

Annabeth – minha eterna Srta.Ninguém – sorria com mais frequência agora. Os dias difíceis? Nem pareciam existir mais. Ela fazia piadas bobas,e ria das minhas próprias piadas bobas. Conversava mais,parecia se preocupar mais comigo.

Eu - como um belo reflexo de neandertal – ainda ajo com brutalidade. Não estou acostumado a ter pessoas se preocupando comigo.Não mais.

É sempre o contrário. E com ela,não era diferente. O problema,é que Annabeth de repente começou a agir da mesma forma :

“- Seu babaca,cabeçudo, peixe morto! Você não deveria esperar eles chegarem tão perto pra acabar com a raça deles!”

“ – Percy eu já disse que se você comer apenas bolinhos,vai acabar morrendo da coisa mais estúpida diante da situação que estamos!”

“- Percy....não fique acordado a noite toda vigiando. Vamos ficar bem! Você precisa dormir!”

“ – Eu preciso de você bem...para que eu esteja bem.”

Annabeth estava mais confiante também. Não esperava que eu dissesse para ela acabar com as coisas sem cérebro lá fora. Ela mesma o fazia,e fazia bem. Eu tinha a impressão que ela ... bem,ela gostava mais do que deveria de fazer cabeças de ex-seres humanos voarem.

Ela cantava enquanto cozinhava pra mim. Bem...ela não cozinhava só pra mim,fazia isso para si mesma também,mas falar desse jeito faz com quê eu me sinta querido.Tinha uma voz de doer os ouvidos – pelos menos,quando ela cantava para me irritar. Mas quando cantava para si mesma,eu não podia tirar meus olhos dela. Usava os cabelos mais soltos do que presos agora – o que me causou uma tremenda dor de cabeça....já pensou se eles agarram os cabelos dela? – e era impressionante como ela parecia mais jovem porém mais madura com eles assim.

E bem...o nosso nível de intimidade já tinha aumentado significativamente depois de eu...bem,foi um acidente!

Ela estava no pequeno banheiro da cabana,e eu havia acabado de acordar. Percebi que ainda era noite,porquê estava escuro lá fora,e percebi também que Annabeth não estava comigo,então levantei-me afim de aliviar a pressão que a minha bexiga fazia.

Só que...bem,ela estava aliviando a pressão que a bexiga dela fazia.

Eu disse que foi um acidente!

Ela não trancou a porta? – vocês se perguntam.

Não.E você também não trancaria se estivesse na mesma situação que nós.Ficariam surpresos com as formas que os....as coisas lá foram sabem como invadir os abrigos. E eles não são do tipo : Ei,senhor zumbi! Você se importa de esperar enquanto eu termino de fazer o meu xixi,e então você pode tirar o meu cérebro fora.

Então não. Não trancávamos a porta.E nunca foi necessário,foi como eu disse....foi um acidente. Eu acordei sozinho e precisava mijar.

Só não me dei conta de que ela também precisava...então quando eu abri a porta,e me deparei com a cabeleira loira sentada no vaso sanitário,com as calças para baixo....já era tarde.

Não é como se eu tivesse visto alguma coisa. Mas....eu nunca imaginei meninas fazendo xixi.

Era engraçado. Elas sentam.

– Hn...

– Sai daqui!

– O que? Eu preciso fazer xixi! – reclamei fechando os olhos institivamente. Ela tinha coxas grossas que nunca,nunca mesmo eu teria percebido se não fosse por essa terrível situação.

Eu já tinha repardo em Annabeth desse outro jeito. Ele tinha um corpo bonito,mas eu acho que me encatava mais pelo o que ela tinha na cabeça.

–Eu estou fazendo xixi,seu cabeçudo!

– Ora então ande logo – reclamei ainda de pé na porta do banheiro,esperando que ela terminasse.

–...

–...

– Eu não consigo com você vendo tudo! – ela reclamou baixinho.

–Eu estou com os meus olhos devidamente fechados!

–Mas você ainda tá aí! – ela reclamou mais alto. – Ouvindo.

–Annabeth isso é bobagem! – revirei os olhos.

–Fecha os olhos! – ela gritou e suspirou – Percy-

–Anda logo ou eu vou até atrás do box e fazer meu xixi lá – reclamei – Tenho certeza que eu teria menos obstáculos quanto à isso.

–Você não ousaria!

Dei um passo para frente e ela gritou novamente.

–Sua bexiga é cinco vezes maior que a minha!

– E mesmo assim você consegue segurar mais tempo que eu! – rebati. O quê? Isso é biologia,minha área.

–Argh,se você...bem,se pelo menos pudesse se retirar por uns segundinhos,eu já estava terminando!

–....

– Por favor? – pediu baixinho.

–....

–Percy!

–Ah,ok! Mas apenas alguns segundos,eu preciso mesmo me aliviar. –reclamei virando de costas,abrindo os olhos e finalmente saindo do banheiro.

Alguns segundos depois eu ouvi a pia do banheiro ligando e desligando,e ela saindo com as mãos molhadas,fazendo careta e beicinho para mim.

Eu podia mordê-la por ser tão adorável às vezes.

– Isso foi muito rude! Quero ver se você conseguiria fazer xixi comigo olhando – cruzou os braços,levantando uma sobrancelha.

–Bem,tenho certeza que você aproveitaria o monumento.... – brinquei,entrando no banheiro e fechando a porta - ....e o espetáculo!

Eu disse. Nós éramos quase...quase namoradinhos,eu acho. Não tenho experiência nessas coisas,mas :

Dar as mãos

Conversar

Dormir junto

Vê-la fazendo xixi

Só não fazíamos aquilo que namorados faziam o tempo todo : beijar,beijar mais,beijar na boca,trocar saliva.

Ei...não que eu esteja reclamando.

Mas droga,eu estou.

Pela primeira vez relatando desde que comecei esse relato....eu admito sem rodeios de que eu gosto de Annabeth. Annabeth que depois de uns dias eu descobri ser uma Chase. Eu me lembro de ter feito o ensino médio com um Chase.

Eu gosto dela. Faria qualquer coisa para mantê-la por perto,segura e protegida. Se estivéssemos em outro tipo de situação,eu não pensaria duas vezes em chama-la para sair,a levaria à casa dos meus pais,Paine se apaixonaria por ela,e ela por Paine. Minha mãe e meu pai fariam brincadeirinhas bobas e mamãe buscaria os álbuns antigos de família para lhe mostrar fotos minhas de quando eu era bebê.

Provavelmente eu estaria mostrando a minha bunda branca na maioria delas.

Puxaria ela pela mão e subiria as escadas até o meu quarto. Eu a beijaria umas duas ou sessentas vezes,sem descanso.

Mas não era uma situação normal. Estavamos perdidos,éramos só nós dois em meio ao caos. O que eu esperava? Um relacionamento normal?

Sem dúvidas que sim,mas eu,vocês e todo o continente asiático sabe que ter um relacionamento normal já é complicado. Imagine isso ainda pior na situação em que nos encontramos.

Afastei a imagem dela conhecendo minha irmã mais nova. Vendo que os cabelos tão pretos quanto os meus e os olhos verdes eram definitivamente coisa de família.

–Baunilha? – sussurrei,puxando a lanterna do bolso de trás da calça,a acendendo procurando o corredor dos bolinhos – Você,lembre-se se pegar pastas de dente e sabonetes....eu mal posso esperar pelo meu próximo banho.

–Pode deixar – ela riu baixinho,segurando minha mão esquerda e colocando dez pratas nela – Deixa isso aqui de caixinha.

–Annabeth-

–Eu sei que ninguém vai vir aqui pegar caixinha....mas eu não me sinto bem pegando as coisas assim – ela franziu as sobrancelhas para mim,inclinando a cabeça para o lado direito. Os olhos cinzentos brilhantes – Por favor?

Ela sabia como me convencer das coisas. Era só inclinar a cabeça e usar aqueles olhos cinzentos...que droga.

–Não prometo nada –dei um tapinha no topo de sua cabeça,e puxei seu corpo pra perto do meu – Se alguma coisa acontecer-

–...é só gritar –ela completou. Era uma das nossas recentes regras.

Isso valia para nós dois.

Olhei em seus olhos cinzentos,e puxei a touca da sua blusa para cima da cabeça dela,fazendo-a sorrir um pouquinho mais. Puxei-a pelos lados da jaqueta e num ato de pura – impulsividade – coragem,beijei-lhe a testa.

–Dez minutos. – sussurrei.

–Dez minutos. –concordo,aproximando os lábios dos meus.

–Gritar se algo acontecer. –sussurrei,prendendo um sorriso.

–Gritar se algo acontecer – concordou – E trate de gritar se acontecer – resmungou.

–Pode deixar. –puxei-a mais um vez,dando-lhe outro beijo na testa e libertando-a.

Ficamos divididos em buscar nossos mantimentos da seguinte forma : ela pegava os produtos de higiene e as coisas que realmente sustentavam,e eu pegava as besteiras e lanches rápidos,pro caso de precisarmos sair correndo do nosso abrigo se algo acontecesse. Segurei minha mochila – disponível na sessão de volta às aulas do supermercado – e andei calmamente pela sessão de salgadinhos e barrinhas de cereais. Minha arma estava com Annabeth , mas eu tinha minha espada ali comigo. Coisa feita pelo meu pai,como eu disse anteriormente.

Afastei novamente a imagem da minha irmã da minha cabeça. Não era hora para aquilo.

Peguei tudo aquilo que estava enlatado : de feijões à picles. Vai saber o que Annabeth poderia fazer com aquilo.Passei triste pela área dos frios e iogurtes – que infelizmente,o cheiro de podre não me deixou nem chegar perto daquilo. Encontrei o corredor dos biscoitos e tive vontade de fazer uma dancinha feliz. Tinha de tudo e o melhor é que o prazo de validade dessas coisa é o maior que existe no mundo.

Peguei de bolachas doces à bolachas salgadas. Então passei pelas barrinhas de cereais e pelos docinhos,pegando tudo que cabia nas minhas mãos,e jogando boa parte na mochila.Encontrei o corredor dos bolinhos que nós tanto gostávamos.

Annabeth contou uma história engraçada de como ela e o pai costumavam passar por esses corredores quando a família saia para fazer as compras do mês : posicionavam o carrinho,com ela dentro e saiam passando as mãos por tudo,jogando o máximo que conseguiam no carrinho.

Sorri imaginando uma loirinha de olhos cinzas rindo das gracinhas do pai.

O que diabos deve ter acontecido com ele para fazer tal barbaridade com ela?

Passei a vasculhar as prateleiras pegando os sabores mais gostosos : canela,chocolate,goiaba....nada de baunilha. Continuei procurando pela prateleira,pegando mais alguns de canela e quando finalmente achei os de baunilha,eu tive uma sensação estranha atrás de mim.

Sabe quando você pensa que está completamente sozinho e então você ouve uma respiração atrás de você? Ou quando no escuro do seu quarto,você está prestes a dormir e você vê um movimento mínimo pelo canto do olho?

Foi exatamente isso o que aconteceu comigo naquele corredor que deveria estar vazio.

Mas não estava.

–Você vai soltar esse bolinho de baunilha bem devagar,com muitíssimo cuidado para não esmagá-lo....se não eu estouro os seus miolos. – a voz grave,porém meio sarcástica disse atrás de mim.

Meu primeiro pensamento foi de responder com uma coisa ainda mais sárcastca....mas então eu lembrei : Annabeth.

Virei-me lentamente,até dar de cara com o rapaz que queria os bolinhos da minha loira.

Ele vestia preto.Tinha cabelos prestos.Olhos pretos.

Nada era mais estranho do que a sua pele extremamente clara contrastando com todo aquele preto. Ele devia ser uns cinco centímetros mais baixo que eu. Era magro,mas tinha músculos nos braços descobertos. O cabelo grande caia na testa e ele parecia irritado com isso. Tinha uns sorriso sarcástico,e a camiseta preta estava um pouco machada de sangue,mas tinha o nome de uma banda nela.A calça jeans e o all star também escuro.

Gótico nada,nada suave.

–Ei Olhos Verdes – ele apontou a arma pra mim.Era uma pistola simples e aparentemente leve,porquê ele usava o cano dela para coçar a nuca. Ele não deveria,não deveria mesmo fazer isso com ela destravada – Coloque os bolinhos no chão.

–Tem outros aqui – murmurei ainda calmo. Tentava a todo custo não desviar os olhos e procurar por Annabeth.

Vai saber o que esse...menino? Rapaz? Andrógeno? Poderia fazer com ela.

Ele inclinou a cabeça pro lado,o sorriso vacilando por um instante.

–Eu quero os que estão na sua mão. Você acha que eu sou idiota,Olhos Verdes? –ele perguntou retoricamente – Eu vou até aí buscar bolinhos e você pega essa monstruosidade das costas e corta os meus braços. – apontou novamente a arma pra mim,o dedo no gatilho como se ele fizesse aquilo o tempo todo – Passa os bolinhos pra cá.

Ele...”passa os bolinhos pra cá”? Isso é sério memso?

–Você... –tentei conter uma risada – Você tá me assaltando por bolinhos?

O garoto ponderou por um momento.Parecia ter a mesma idade que eu ou talvez que Annabeth,mas ele estava com profundas olheiras embaixo dos olhos e isso fazia com que ele parecesse ainda mais novo.

–Olha cara – ele se aproximou dois passos,fazendo-me recuar mais dois – Eu só quero os bolinhos.

Suspirei passando os bolinhos de baunilha para a mão direita e entregando-lhe,tomando o cuidado de não encostar nele. Até agora ele só tinha pedido os bolinhos e apontado a arma pra mim.Vocês ficariam surpresos com o que eu tive que lidar quando estava sozinho.

Os seres humanos estavam mesmo se perdendo.

Então eu tive a mesma sensação. Novamente um movimento rápido pelo canto do olho,e mais uma respiração naquele corredor.

–Você vai abaixar a arma e devolver os bolinhos para o Olhos Verdes . Vai fazer isso bem devagar se não eu estouro os seus miolos – ela murmurou com a voz firme,como se passasse metade do seu dia ensaiando ameaças. – E não queremos bagunças no melhor corredor do mercado,queremos?

Ah Deuses. Eu podia literalmente beijá-la nesse momento. Deitá-la em cima de todos esses bolinhos e me perder naquele ser humano lindo.

De todas as formas possíveis.

Todas.

–Agora – murmurou novamente.

O rapaz revirou os olhos e bufou,colocando a arma no chão e devolvendo-me os bolinhos.

Annabeth suspirou – visivelmente mais aliviada – e se colocou no meio de nós dois. Ainda apontando a arma em direção ao garoto/cara/rapaz/andrógeno (?).

– Agora me dê uma boa razão pra não atirar em você – ela sussurrou e com isso virou-se de frente pra mim.

Epa.

Que plot twist é esse?

Eu fiquei tão sem reação olhando para o cano da minha própria arma apontado para mim,pela garota mais incrível que eu já havia conhecido,que eu só consegui balbuciar :

–Hn...dã....você....quê?

– O que aconteceu com o “gritar” caso algo acontecesse? –ela murmurou furiosa,olhando para o garoto e para mim – Isso aconteceu! – apontou a arma para o rapaz – E você não gritou.

–Eu tinha tudo sob controle – resmunguei,guardando os bolinhos na mochila – E...não acho que isso seja algo para discutirmos na frente desse meliante.

–Pare de tentar desviar o foco pro emo! – ela murmurou,mas para o meu alívio,agora apontava a arma só para o rapaz.

–Ei! – ele resmungou.

–Cala a boca – reclamei,apontando um dedo para ele – Ou eu mesmo vou estourar os seus miolos.

–Calem a boca os dois – Annabeth respirou fundo – Como você espera que eu confie nas nossas regras se elas são válidas só pra mim!? – ela revirou os olhos e bufou demonstrando sua frustração. Era igual quando estávamos deitados com ela fazendo trancinha pequenas nos meus cabelos,mas elas não ficavam.

Ok...essa não é uma memória que eu quero contar com detalhes.

–Eu tinha tudo sob controle,docinho – peguei a arma do rapaz no chão,certificando-me de travá-la.

–Ele tinha uma arma apontada pra você. – ela arqueou as sobrancelhas e revirou os olhos – Isso é o seu tudo sob controle?

–Eu vim pegar os seus bolinhos! Será que dá pra se mostrar grata? – pedi.

–Eu vim salvar a sua vida quando você...você,seu idiota- ela apontou de novo a arma pra mim – Eu tenho muita vontade de atirar em você.

–Pois é né...ele não gritou pra senhorita.....eu atiraria – o rapaz coçou a nuca,como se falasse do tempo.

Mas que diabos...? Quando é que esse jogo virou contra mim?

–Cala essa boca – murmurei para ele – Ou eu-

–Cala a boca – Annabeth resmungou pra mim,jogando sua mochila em minha direção. – Eu tô muito brava com você,Percy!

–É memso? –perguntei irônico.

Ela levantou mais a arma,apontando diretamente para a minha testa.

–É mesmo– sussurrou.

–Então atira,docinho – desafiei. Ela passou a língua pelo lábio inferior e a ideia de deitá-la nos bolinhos me veio novamente na cabeça.

–Talvez eu atire,amor – respondeu sarcástica.

–...

–...

–Eu acho que tô sobrando...olha,que tal se nós fizermos assim : vocês devolvem a minha arma,eu finjo que não vi nada da DR de vocês,pego os bolinhos em outro lugar – ele ia se afastando – Tudo numa boa?

– Cala a boca! – gritamos para o garoto.

Encarei Annabeth. Ela tinha os olhos cinzentos furiosos,as sobrancelhas arqueadas,a boca vermelha trêmula,as bochechas rosadas...ela estava assustada.

–É sério? – sussurrei.

Ela balançou a cabeça e mordeu o lábio inferior.Revirei os olhos,cruzando os braços e bufei.

–Eu tinha tudo sob-

–...controle – o garoto resmungou.

–Olha aqui,meliante-

–Tá,calem a boca os dois. –ele gritou.Suspirou e respirou fundo,abaixando a arma. Olhou para o rapaz vestido de preto,e agora analisando bem,ele parecia muito cansado.E com muita fome.

Annabeth desviou os olhos para mim,agora mais calma eles brilhavam e tinha aquele tom mais escuro.... e foi como se eu tivesse lido seu pensamento.

–Não!

–Percy-

–Ele tinha uma arma apontada pra mim – me fiz de vítima. – Você não está querendo abrigar ...isso – apontei pro menino com nojo.

–Ele é uma criança! – ela sussurrou.

–Ei! Parem de falar como se eu não estivesse aqui – ele murmurou com raiva – E eu tenho certeza que tenho a mesma idade que você...moça.

–Você tá bem magro –ela o olhou. Por que ela estava olhando-o? – Você vem com a gente.

–Não! – resmunguei de novo,batendo o pé no chão.Ela ainda desviava o olhar de mim e olhava para ele,mostrando um meio sorriso forçado. – Eu digo que não.

–Eu digo que sim!

–Eu digo que não sou um cachorro e tenho direito de opinar – ele resmungou.

Passei as mãos no cabelo. Eu não queria outro cara comigo e Annabeth,pelo simples fato de ser egoísta demais e não querer compartilhar a sua atenção. Eu não sei quando eu me tornei tão egoísta,mas não gostava nada disso.

Eu costumava ser mais altruísta... o que aconteceu?

Ah é,o apocalipse aconteceu.

– Ele precisa se alimentar – ela murmurou mais baixo,olhando diretamente para mim – Você não me deixou....por que deixaria ele? – Annabeth se aproximou novamente,encostando-se em mim.. A mão esquerda agarrou a minha e apertou força. Ela olhava fixamente para mim,e seus lábios quase – quase – encostavam nos meus. Se eu me movesse uns três centímetros para frente,eu sentiria...

Arrebatei minha mão da sua e quis socar tudo ao meu redor.

Bati o pé no chão de novo,e derrubei uma caixa de bolinhos nos pés do garoto.

–Pronto.- sorri sarcástico – Agora vamos.

–Percy – ela segurou minha mão. – Olha pra ele.

Eu o fiz. Ele estava realmente pálido,as olheiras roxas,a boca trêmula.Passou os braços ao redor de si mesmo e sacudiu a cabeça.Parecia desmaiar a qualquer momento.

– Eu sinto muito por ele....- sussurrei – Mas-

–Não...se você for dizer qualquer coisa que não seja “ele vai conosco”,não diga – ela pediu.

O garoto passou as mãos na testa,tirando o cabelo de lá. Usava um relógio no pulso esquerdo.Voltei meu olhar para a maldita chantagista na minha frente e resmunguei ainda mais quando ela virou a cabeça de lado e pediu sem voz : “por favor”.

Balancei a cabeça em negativa.

Ela fez de novo. “Por favor,Percy”.

Suspirei,fechando os olhos momentaneamente e balançando a cabeça em negação.Abri os olhos um momento depois e ela ainda olhava pra mim,tão próxima ....que eu quase fiz a ideia de deitá-la nos bolinhos acontecer em frente ao rapaz/garoto/emo/andrógeno (?).

“Por favor,amor.Não seja tão mandão.” moldou com os lábios.

Bati o pé uma última vez e comecei a tirar meu casaco.

–O que...?

–Se ele vai conosco – coloquei o casaco grosso ao redor dos ombros do garoto – Eu não quero ouvir seus dentes batendo lá fora.

O rapaz colocou a jaqueta direito e olhou-me balançando a cabeça em gratidão.Agora eu estava lá,com os braços expostos pro vento frio e possível chuva lá fora. Que delicia ser altruísta hein,Perseu.

Annabeth sorriu para o cara e estendeu a mão.

–Annabeth.

Eu devo descrever minha reação de duas formas aqui.

Por dentro : Mas como assim bitch. Eu tive que levar uma surra dela e convence-la de um monte de coisas para receber apenas o seu nome. Eu descobri seu sobrenome tem dois dias. Dois dias. Aí o emo gótico chega,tenta atirar em mim ( VITIMISMO MESMO) , faz essa cara de quem não come há dias – e talvez ele não coma mesmo,mas ...ah que se dane!. Ele chega e com um sorriso fantasmagórico recebe o nome dela de bandeija.

Por fora : Mas como assim bitch. Eu tive que levar uma surra dela e convence-la de um monte de coisas para receber apenas o seu nome. Eu descobri seu sobrenome tem dois dias. Dois dias. Aí o emo gótico chega,tenta atirar em mim ( VITIMISMO MESMO) , faz essa cara de quem não come há dias – e talvez ele não coma mesmo,mas ...ah que se dane!. Ele chega e com um sorriso fantasmagórico recebe o nome dela de bandeija.

É isso mesmo,não sou um cara de muitas reações.

O meliante sorriu,e estendeu a mão pegando a de Annabeth que a apertou.

–Nico. Nico Di Angelo. – ele bocejou e coçou os olhos – Eu tenho 20 anos,pra você saber viu! – brincou.

Não brinca com ela.

Pare com isso,Perseu.

Mas ele-

Apenas pare.

Annabeth virou-se novamente para mim,mas eu analisava minhas unhas como se fosse a coisa mais importante no momento. E realmente,tinha um restinho de sangue ali na pontinha e –

–Esse é o Percy – ela socou minha barriga de leve – Ele geralmente é mais legal.

–Não quando-

–Ei – ela me interrompeu fazendo careta – Deixa disso.

Não!

–Tanto faz – suspirei – Vamos logo antes que comece a chover.

E eu mal podia esperara para passar mais uma noite com ela.

E agora bem...com Nico Di Angelo.


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Notas finais do capítulo

Eu espero que vocês tenham gostado :3
talvez eu poste amanhã
>>> talvez