Out of Mind - Fred & Hermione escrita por IsaMultiboooks


Capítulo 9
O Momento


Notas iniciais do capítulo

Ooolá! Então, para compensar minha ausência, aqui está o capítulo prometido! Espero que gostem! E vamos ver quem consegue achar a cena de ciúmes super sutil (ou mais ou menos, porque pra mim tá tipo...Muito óbvia hahahahah)! Enfim, aproveitem o cap!



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E lá fui eu, em direção ao campo de Quadribol. O ar gelado soprava em meu rosto, e apertei o passo. Quando cheguei ao jardim, já sabia que não seria mais pega por Filch a partir dali, tirando um peso enorme dos meus ombros.

Consegui ver, mesmo no escuro, a silhueta de Fred e seus cabelos flamejantes.

– E de novo, eu cheguei aqui sem ser pega. – Surpreendi-o por trás.

– Ok, ok, quem sabe você tenha mesmo um talento para isso. – Nos sentamos no gramado frio, e percebi que ele estava muito mal agasalhado, e eu também. De qualquer forma, se iríamos explodir coisas ali, supus que ficaríamos bem.

Começamos a trabalhar rapidamente. Ele e George já tinham feito a maior parte dos cálculos e do projeto geral, como o tamanho, o design e tudo mais. Só precisávamos cuidar de alguns detalhes da teoria e testar as Orelhas Extensíveis. Ou seja, a minha ideia de que íamos nos aquecer com o calor de uma explosão foi por água abaixo.

Fizemos toda a parte teórica relativamente rápido, e logo estávamos prontos para o teste das Orelhas.

– Mione, eu vou subir no gol e você diz algo aqui embaixo.

Assenti com a cabeça, e ele correu rapidamente até os vestiários e pegou sua vassoura, que ele provavelmente deixara ali de tarde. Com um impulso, ele logo estava naqueles 15 metros de distância entre o aro e o chão.

– Pode falar! – Ele gritou lá de cima, descendo a Orelha com um fio ligado a ela.

– Meu nome é Hermione. – Eu disse baixinho, como se fosse uma conversa secreta.

– Que novidade! – Ele disse com um sorriso, de repente atrás de mim. – Funcionou, Mione, Funcionou!

– Sim! Sim! Funcionou! – Pulei de alegria, e nos abraçamos em comemoração. A mão de Fred aquecia minha cintura, e meus braços se encontravam em suas costas. O frio parecera sumir.

– Funcionou. – Ele sussurou, olhando em meus olhos. Assenti com a cabeça, que estava levantada para conseguir olhar para o ruivo.

Conseguia ouvir nossas respirações. Uma de suas mãos estava em minha bochecha, e uma das minhas estava em sua nuca, a qual era surpreendentemente quente. Estávamos tão próximos, e ainda assim algo no fundo de mim dizia que não era o suficiente. O lugar em minha cintura onde sua mão repousava formigava, e meu rosto queimava.

– É melhor voltarmos. – Por quê diabos eu tinha dito aquilo? Não sabia se era certo ou não, nem tinha certeza do que eu queria. Mas parecíamos tão bons juntos naquele momento. Ainda assim, continuamos do mesmo jeito que estávamos, olhando um nos olhos do outro. Nossos rostos pareceram se aproximar, como ímas.

Tão perto.

Nos assustamos ao ouvir um farfalhar nos arbustos e o que me pareceram pisadas fortes. Nos separamos com um susto. Pensei se o que acontecera era verdade. Será que eu realmente tinha acabado de quase beijar Fred Weasley? Mesmo? Parecia algo que eu não faria em um milhão de anos.

– É mesmo. – Fred disse, ouvindo também.

Nos esgueiramos de volta ao castelo, e chegando lá, vimos uma imagem que me deixou com algo para pensar durante o resto da semana.

Era Krum. Ele caminhava discretamente de volta para onde os alunos de Durmstrang estavam dormindo.

– Malditinho! – Fred sussurrou para mim. – Como ele ousa interromper nosso momento? – Ele brincou, me lançando uma piscadela.

– Vamos dar um jeito nele depois. – Brinquei, certa de que eu com certeza não faria nada com ele. E me aliviei, pensando que se Fred conseguia brincar com a ideia de que tínhamos um “momento”, era tudo coisa da minha cabeça e poderia continuar com minha vida normalmente.

– Hermione, Hermione, por que será que eu sinto que estou criando um monstro?

Sorri, e corremos para a Sala Comunal. Mesmo depois de nos despedirmos e quando eu já estava na cama, não conseguia parar de imaginar o motivo de Viktor Krum estar nos espionando. Ainda mais, me seguindo! Estava decidida a ir perguntar para ele, de maneira direta. Afinal, eu e ele conversamos, o quê, três vezes? E esses breves momentos não tiveram um milímetro de profundidade emocional!

Deitei e dormi, afirmando a mim mesma que não adiantaria nada remoer o assunto por mais tempo se eu iria resolver tudo amanhã de qualquer forma.

Merlin, meu sábado tinha sido mais movimentado do que eu esperaria de um fim de semana normal.

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Levantei decidia a encontrar Krum antes mesmo do almoço. Iria falar com ele no café da manhã, se possível. Ele tinha aprender que ninguém sai por aí me espionando sem ser no mínimo questionado.

Pisei forte até o Grande Salão, e encontrei ele saindo. Peguei a gola de sua camisa e o empurrei na parede.

– Você estava me espionando ontem à noite. Eu te vi. Por quê você estava lá?

– Hermion... Por favor, se acalme. Eu posso explicar tudo. Só pode ser em outro lugar? Não é algo que eu queira falar aqui.

Olhei-o de cima a baixo, de braços cruzados. Ele parecia sincero, e não conseguiria segurar minha curiosidade de qualquer forma. Segui-o até os jardins, mas tive certeza de parar em um ponto visível a qualquer um.

– Certo... Hermion, você sabe que eu nunca tive muitos amigos. Acho que é por isso que fiquei tão... Ansioso quando te conheci. Você é muito diferente do tipo de menina que encontro geralmente, e acho que nenhuma delas me jogaria em uma parede na frente de todo mundo. – Ele parou, e me permiti rir com ele. – Enfim, ontem, eu fui encontrar Karkaroff nas masmorras, e vi você no caminho. Queria parar e conversar com você, mas acho que minha curiosidade me levou até o campo contigo. E vi você com aquele menino engraçado e ruivo, e decidi ir embora.

– Ele é o Fred. Estou ajudando ele e o irmão dele com algumas coisas. – Viktor levantou uma sobrancelha, malicioso, e desatei a rir. Realmente, deveria ter parecido muito mais para ele do que realmente era. – É sério, e é só isso.

Começamos a conversar, e de assunto em assunto, paramos em minha amizade com Harry e Ronald.

– A única coisa que me ofende um pouco é que Ron parece não me ver como uma garota. Não que eu dê muita importância, já que não quero nada com ele de qualquer forma, mas o jeito com o qual ele fala... Parece que eu sou um trasgo! Falando toda hora de Fleur Delacour e sabe-se lá mais quantas meninas como se eu nem estivesse ali. Mas o quê posso fazer, não é mesmo? – Dei de ombros, sorrindo com o canto da boca.

– Eu tenho uma ideia, na verdade. Hermion, nunca, nunca mesmo, deixe os comentários desse Ronald chegar à você. Qualquer homem com olhos pode ver que você é a menina obviamente mais bonita dessa escola, e digo isso como amigo. – Sorri, corando. Quem sabe ele disse isso para me fazer sentir melhor, mas ainda assim, foi muito bacana da parte dele. – Então vamos fazer o seguinte: Venha comigo ao Baile, como amigos, mas ninguém precisa saber que nosso relacionamento se limita a isso. Sei que sou famoso por aqui, e isso vai surpreender esse Weasley. Fazemos uma entrada triunfal e vamos ter uma noite muito divertida! Que tal?

– Eu aceito! – Sorri, imaginando a cara de Ron quando eu entrasse com o ídolo dele no baile. Já sabia que ficaria muito bonita com o vestido que eu tinha escolhido, mas isso seria bem melhor.

– Mas não conte a ninguém! Vamos manter em segredo até lá e fazer uma surpresa! – Ele disse, em um tom sorrateiro.

Continuamos jogando conversa fora, e voltei para o castelo sabendo que tinha feito um novo amigo.

Voltei ao Grande Salão e consegui pegar algumas torradas e tortinhas antes que desaparecêssem dos pratos dourados, e fui achar Fred para começarmos nossa busca pelo tal lugar secreto de Rowena Ravenclaw, e avistei os gêmeos no corredor, enquanto a professora McGonagall passava ali por perto.

– Com licença, saiam do caminho, tenho um pedido muito importante para fazer. – George disse, abrindo caminho pelos alunos e parando em frente à professora. – Professora McGonagall!

– Sim, senhor Weasley?

– Você gostaria de me oferecer o prazer de sua companhia, graça e beleza indo comigo ao Baile de Inverno? – George se ajoelhou em frente à ela, sorrindo e agindo com uma solenidade sem tamanho.

Antes que ela conseguisse responder algo ou ralhar com ele, Fred apareceu ali, e fez uma cara de completa indignação.

– Como vocês puderam fazer isso comigo? Os dois sabem como eu me sinto! – E então Fred e George começaram a discutir sobre quem levaria McGonagall ao baile. Eu comecei a rir, até que vi-a tirar um lencinho de renda do bolso das vestes e limpar uma lágrima do rosto sem ninguém perceber.

– Ora, senhores, francamente! Sinto informar, mas já tenho um par! – Ela disse, tentando ser séria com os dois, que fingiram estar de coração partido e com caras de choro. – Você me lembram tanto de dois antigos alunos. Eles chamaram Dumbledore para sair, e tiveram a mesma briga... Agora, com licença, senhores Weasley, mas tenho que ir.

O que eu a ouvi murmurar tristemente enquanto passava perto de mim partiu meu coração.

– Parecem tanto com James e Sirius...

Os gêmeos estavam rindo ao fundo, decepcionados que nenhum conseguiu levar McGonagal para o baile.

– Mas Merlin, pedir Dumbledore em um encontro é uma ideia sem tamanho. – Eles riam, lembrando do que a professora os contou. – Esses dois deviam ser lendários.

Não consegui distinguir quem disse o quê, mas vi Fred se despedir de George com um aceno e vir em minha direção.

– Você supera com o tempo. – Brinquei, colocando a mão em seu ombro e fazendo uma cara triste, como se o estivesse consolando.

– Eu achei que ela me amava! – Ele choramingou, encostando a cabeça em meu ombro como se contasse uma calamidade. Depois disso, nós dois caímos na risada. – E então, novidades?

– Sim, na verdade. Consegui falar com Krum, e já resolvi tudo.

– Ah, sério? Droga, eu já tinha a pegadinha perfeita para ele! – Fred lamentou. Vi que seus lábios se retorceram quase imperceptivelmente na menção do nome de Krum, mas pensei que nem fosse nada.

– Bom, não há motivo para desperdiçá-la, afinal, ainda temos o Draco. – Ele concordou com a cabeça, um sorriso travesso em seu rosto. Eu estava na parede, apoiada com as costas, enquanto Fred apoiava-se nela com o cotovelo. – Aliás, achei alguns livros biográficos sobre Rowena Ravenclaw na biblioteca. Acho que pode ter alguma coisa útil em algum deles.

Decidimos ir estudá-los na biblioteca, e Krum acenou para mim da seção em que estava, lançando uma piscadela quando viu com quem eu estava. Revirei os olhos e acenei de volta.

– Merlin, ele te segue por aí e do nada você estão amiguinhos? – Fred inquiriu, brincando. Não sei se aquilo realmente acontecera, mas parecia que havia algo no tom dele que não estava fazendo uma piada. Ele estava... Com ciúmes? Afastei o pensamento, tamanha era a improbabilidade. – Acho que tenho que comprar um kit de espionagem então.

– Com certeza iria me conquistar. – Ironizei. – Mas sério agora, ele é realmente legal. E descobri que ele nunca teve muitos amigos, além disso.

– O que explica ele achar que é socialmente aceitável sair por aí perseguindo os outros. – Murmurou, levemente rancoroso.

– Acho que sim. – Ri, me sentando ao lado de Fred na mesa. Começamos a estudar, e perdemos a noção do tempo. Anotava todas as partes que achei que poderiam conter alguma pista em um pergaminho que eu tinha trazido comigo. Logo, tínhamos tudo o que precisávamos.

– Ok, agora vamos devolver os livros ali naquela seção. – Fomos até lá, cada um carregando dois livros. Eu comecei a guardar cada um no respectivo lugar, já que eu sabia exatamente onde cada um pertencia. Subi na bancada para devolver o último livro ao seu lugar. Com tudo pronto, tentei descer, mas tropecei e quase caí.

Fred tinha segurado minha cintura, e me levantou, logo em seguida estava no chão.

– Obrigada. – Sussurrei. E lá estávamos nós de novo, próximos e ainda assim parecíamos longe demais.

– O que um cavalheiro não faz por sua donzela, não é mesmo? – Fred brincou, se distanciando.

Eu e Fred fomos conversando até o Grande Salão, e vimos tudo vazio. Porém, ainda havia comida.

Nos entreolhamos.

E lá saímos, catando tudo o que conseguimos antes que a comida desaparecesse. Corremos entre as mesas das casas, nem olhando o que estávamos pegando.

– Mione! Ali, pega as tortas! – Fred sinalizou, correndo em direção a mesa da Corvinal.

Quando tudo finalmente desapareceu dos pratos dourados, eu e Fred estávamos com os braços cheios de doces, já que só conseguimos pegar as sobremesas.

– Agora que eu pensei, nós poderíamos simplesmente ter ido na cozinha... – Ele ponderou.

– Para Winky te embebedar enquanto não estou por perto? É, melhor não arriscar mesmo. – Brinquei.

Eu e ele decidimos comer no jardim, já que se levássemos doces para a sala comunal, acabaríamos sem nada.

Estava um dia mais ou menos ensolarado, mas o gramado estava tão gelado quanto na noite anterior, e suspeitava que iria nevar. Como eu estava bem mais agasalhada que ele, enfeiticei meu casaco para que ele pudesse cobrir nós dois enquando comíamos. Ele passou o braço ao meu redor, e o frio desapareceu.

Eu provavelmente devia parar de encarar ele quando ficávamos próximos. Mas ali, na luz do Sol, Merlin como ele estava bonito.

Na verdade, parecia que toda hora ele atraía meu olhar.

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Karkaroff tinha me chamado para ir encontrá-lo nas masmorras. Me perdi algumas vezes em dois corredores, e não conseguia me achar.

Até que a vi.

Era Hermione, a menina que atraiu meu olhar no meio do jogo da Copa.

Ela andava rápido, olhava para os lados e tinha os braços carregados com dois livros pesados. Sabia que ela estava se escondendo, saindo secretamente. Tentei e tentei chamá-la baixinho, mas Hermione continuava a andar.

Foi quando vi uma outra menina, já estava bem à minha frente. Mas ela também ia atrás de Hermione. Ela não parecia querer chamá-la, como eu. Tentei reconhecê-la, e quando não consegui, resolvi guardar seu rosto para depois perguntar a Olívio Wood, que vinha me ajudando muito, e tinha um interesse fora do comum por Quadribol.

Eu tinha que saber onde Hermione ia, mas não conseguia explicar por que queria tanto estar com ela. Me esgueirei por corredores, tentando ter certeza que ela não me veria. Ela saiu do castelo, e aí realmente comecei a me perguntar no que eu tinha me metido.

Reconheci o que era um campo de Quadribol, mas era bem menor do que os em que eu estava acostumado a jogar. Hermione surpreendeu um menino alto e ruivo, que me pareceu ser George ou Fred. Quando conversei com Olívio Wood sobre os times da escola, ele descreveu os dois como balaços humanos, e parecia ter muito orgulho do time da... Grifonória? Ainda não tinha conseguido decorar os nomes das casas.

Me virei de costas, envolto em pensamentos. Eu sabia que eu tinha uma chance com ela, por menor que fosse. E tinha certeza que ela era perfeita, sabia desde que a vi entre a multidão do campo. Vi a garota misteriosa do corredor sair correndo do campo de volta para o castelo, e pensei em fazer o mesmo, mas meu corpo não se mexia.

Eu tinha que tentar. Não me perdoaria se desistisse tão rápido de Hermione.

Acho que fiquei ali por um bom tempo, sentado de costas para os dois imerso em pensamentos, até que ouvi uma comemoração dos dois. Eles logo estavam abraçados, e senti meu corpo afundar.

Se aproximavam, e aproximavam. Ele segurava-a em seus braços, e ela o puxava para perto.

Eu conseguiria. Eu tinha que conseguir, mas precisava de tempo. E se ela beijasse aquele garoto naquele momento, sabia que minha batalha estaria perdida. Ela tinha que me conhecer, e eu conheceria ela.

Sacudi o arbusto, sobressaltando-os. Não sabia que parte de mim fizera sem querer e que parte fizera de propósito. Mas eu sabia que tinha algo especial em Hermione. Além de beleza e personalidade. Era algo que não conseguia descrever com certeza.

Saí dali, o corpo pesando como chumbo e o coração afundando como uma âncora.


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Notas finais do capítulo

Gostaram?? Espero que sim!! Gente, mesmo, deixem a opinião de vocês nos comentários. Não porque "deixa a fic parecendo mais famosinha" mas porque eu me guio de verdade por lá hahahah Assim eu sei o que cada um quer ver mais na fic, e ajuda DEMAIS. Fora isso, favoritem e acompanhem também se estiverem gostando! E é bem cedo mesmo, mas recomendações são bem-vindas