Out of Mind - Fred & Hermione escrita por IsaMultiboooks


Capítulo 7
O Vôo


Notas iniciais do capítulo

Ai gente, vocês são uns amores! Sério, eu amo de paixão ler os comentários! Então, vai demorar um pouquinho para as cenas de ciúmes que muita gente pediu, mas é só porque realmente eles ainda não tem uma coisa, e o Krum ainda não entrou em ação, por assim dizer. Mas podem ter certeza que elas vão chegar.... Aproveitem o cap!



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Não aguentava mais ouvir Ronald me consultando para ver o quão infalíveis eram suas táticas para burlar as regras. Já tinha deixado bem claro que não apoiava nada disso, e que não iria o ajudar, e só na quarta vez, a qual foi uma explosão da minha parte, ele finalmente parou.

Também já estava de saco cheio das fãs de Viktor Krum. Céus, como elas eram estressantes. Conseguiram tornar a biblioteca, que era antes meu refúgio, em um inferno. Agora, como Krum resolveu que lá era um ótimo lugar para atrair suas seguidoras, era um lugar insuportável.

E era lá onde eu estava.

Dessa vez, não porque eu queria algum tempo de lazer ou sossego, e sim porque eu precisava de um livro sobre Rowena Ravenclaw e outro para um trabalho. Peguei cada um, lançando meus melhores olhares de ódio e intimidação para aquelas garotas irritantes.

Meu mau-humor estava impossível. Nem sabia para onde ir, tamanha era minha raiva. Em todo lugar, o único assunto era aquele Torneio, e Ron tornara completamente insuportável ouvir mais uma palavra sobre aquilo. E era em todo lugar. Não tinha escapatória do assunto. Quando não estavam falando da competição em si e de como entrar nela, estavam comentando sobre os alunos de Durmstrang e Beauxbatons.

Merlin, como eu queria apenas parar o tempo e deixar tudo em silêncio.

Resolvi tentar a sorte no Lago Negro. Estava frio, então pensei que talvez as pessoas prefeririam ficar aquecidas dentro do castelo.

E eu estava certa.

À exceção de dois grupinhos razoavelmente silenciosos de alunos, o jardim estava vazio. Suspirei, aliviada, e me sentei embaixo de um carvalho, apertando meu cachecol. Abri os livros e me submergi no universo dos fundadores de Hogwarts.

E logo avistei Ron a distância. Não sabia se ele estava me procurando, mas achei melhor nem arriscar. Olhei ao redor e saí correndo para a outra entrada para o castelo que não tinha um ruivo na porta. Logo que entrei no calor da escola, suspirei de alívio. A última coisa que eu precisava era de outra tentativa de Ronald de me fazer aprovar suas ideias.

E entrei justamente pelo corredor pelo qual Krum passava.

Ou seja: Viktor Krum e seu bando de fãs enlouquecidas.

Era definitivamente o pior dia do ano.

Saí dali completamente emburrada. Entrei na sala comunal psicologicamente me preparando para mais conversas sobre o incrível acontecimento de Hogwarts.

E estava certa.

Consegui encontrar as cabeças de Fred e George junto com Lino no meio da lotação, e empurrei pessoas com o poder que meu mau-humor me dava.

– Mione! Você e o Fredoca brigaram? – Lino disse, sorridente, notando minha expressão de aborrecimento. Para falar a verdade, estava muito acabada para fazer algo além de revirar os olhos.

– Na verdade, vim para pegar ele emprestado por um segundinho. – Expliquei. Fred piscou para os dois e me seguiu para fora da sala comunal, ocasionalmente ficando para trás por ser maior que eu e não empurrar pessoas por aí.

– Ficar muito tempo longe de mim já te afetou assim? – Fred se apoiou na parede de pedra, rindo.

– Quem dera se fosse só isso. Não aguento mais ouvir nada desse Torneio Tribruxo. É sério! Em todo lugar que eu vou, só estão falando disso. E Ronald fica me perseguindo querendo que eu avalie as ideias de quebrar a regra da idade dele. Como se isso não bastasse, a biblioteca fica insuportável toda hora que Viktor Krum entra, já que ele atrai aquelas garotas que amam ele. Aliás, todo lugar fica impossível quando Krum chega. – Despejei tudo nele, gesticulando enfaticamente com as mãos. Quando terminei, Fred apenas me olhava com um sorriso, um ar brincalhão nos seus olhos esverdeados.

– Bom, Mione, por mais trágica que seja sua situação, eu posso ajudar. – Fred segurava meus ombros por trás, exagerando. Logo, ele veio para minha frente, fez uma reverência e estendeu a mão. – Me acompanhe, milady.

Acompanhei-o em corredores, e ocasionalmente ele me girava ou girava sozinho, me fazendo rir.

– Mas você sabe que, aqui em Hogwarts, a vida pode ficar extremamente desinteressante. Principalmente quando eu e George tiramos uma folga. Então, se algo grande desse jeito acontece, é óbvio que vão comentar.

Concordei, meio sem vontade. Ele tinha razão.

Paramos em um quadro com uma tigela de frutas, e me perguntei o quê exatamente estávamos fazendo ali.

– Agora, vá para trás. O mestre precisa trabalhar. – Fred disse com um ar solene e importante. Fui alguns passos de ré e cruzei os braços, levantando uma sobrancelha. O menino à minha frente fez gestos exagerados, rodopiou e....

Fez cócegas na pêra do quadro.

Só isso.

A fruta começou a se mexer e a rir, para então se transformar em uma maçaneta verde, revelando uma porta. Fred abriu-a e estendeu o braço para a entrada do lugar, e entrei na frente dele, ouvindo a porta se fechar atrás de nós.

– E aqui, é onde a mágica acontece de verdade! – Fred disse, lambendo os beiços. Pelo tanto de elfos que havia ali, devia ser a cozinha. Sempre quis saber como entrar, já que eu poderia promover o FALE diretamente à quem eu estava tentando ajudar, ao invés de esconder meias na sala comunal.

– E aí, Dobby? – Fred estendeu a mão para um high-five com o elfo, que retribuiu.

– Oh, senhor Weasley, é muito bom vê-lo aqui de novo! – Dobby disse, seus enormes olhos brilhando. Estava usando o que pareciam todas as meias que eu já tinha feito, e a única tentativa de um cachecol que eu arrisquei, o qual ele usava como o que me parecia uma saia. Para completar o visual, ele empilhou alguns gorros que eu também tinha feito com lã colorida. – Senhorita Granger! Como vai? Dobby está usando tudo que a senhorita tricotou! São muito bonitas! Dobby se sente incrível nelas!

Ri, cumprimentando-o. Avistei Winky, a pequena elfa que eu, Harry e Ronald conhecemos na Copa Mundial de Quadribol. Ela parecia miseravelmente triste, arrastando-se para os cantos e chorando.

– Dobby, como está Winky? – Perguntei, cautelosamente para que não fosse ouvida.

– Ah, senhorita, ela ainda não se adaptou ao trabalho daqui. Sente muita falta do antigo dono... Mas Dobby está ajudando ela! Ofereci algumas roupas minhas para que ela fosse livre como Dobby, mas Winky quase caiu no chão.

– É uma pena... Os elfos não seriam tão dependentes dos donos, o que aliás já é um erro, já que vocês são seres vivos e nunca deveriam ter um dono, se recebessem salários justos e tudo mais.

Olhei ao redor, esperando a piadinha que eu sabia que Fred ia fazer. Mas não o vi em lado algum. Logo, avistei-o, ajoelhado em frente à Winky. Ele sorria para ela, e depois de revirar seus bolsos, achou um chocolate em forma de coração e com sua varinha, fez uma flor aparecer em sua mão. Winky ficou encantada, e desatou a chorar, dizendo que não podia aceitar. Fred insistiu, sorridente como uma criança. Ela sorriu timidamente e guardou os presentes com todo o cuidado do mundo, indo buscar algo na despensa para o menino com cabelos cor de fogo.

Aquela cena derreteu meu coração.

Continuei conversando com Dobby até que ouvi uma coisa que chamou minha atenção.

– Mas você pode mesmo oferecer isso aos alunos?

– É só cerveja amanteigada, senhor. – Era a voz normalmente embargada de Winky, dessa vez com um tom envergonhado.

– Claro, é sim. – A risada de Fred me dizia que tinha algo errado. Caminhei até lá discretamente, e vi que a garrafa que Winky servia para ele era na verdade de Whiskey de Fogo. Corri zunindo até lá e tirei o copo das mãos de Fred. Merlin, como eles tinham isso em Hogwarts? Concluí que devia ser para os professores, mas ainda assim!

Fred fez uma careta, e roubou o copo de mim. Tirei dele e joguei o conteúdo na pia. Me abaixei para Winky e expliquei carinhosamente para ela que aquilo era uma bebida muito forte, e até achei graça no erro dela.

– Dobby vai ajudar Winky a se adaptar melhor. Dobby sente muito, senhorita... – Dobby disse, pegando duas cervejas amanteigadas e dando-as para mim e para Fred, que aceitou me olhando com as sobrancelhas franzidas, fingindo estar muito bravo.

– Ah, quase esqueci! Aliás, esse era o motivo pelo qual te chamei! – Disse, puxando o livro sobre os fundadores de Hogwarts.

– Oh, minha inocência em achar que era só pelo puro prazer de minha companhia... – Fred colocou a mão na testa e se jogou para trás.

– Isso também, mas enfim, é um livro sobre os fundadores de Hogwarts. Eu já tinha lido no primeiro ano, se não me engano, mas queria relembrar os detalhes sobre Rowena Ravenclaw.

– E aí? Algo sobre a sala secreta?

– Nesse livro, não. Mas em Hogwarts, Uma História, tem uma breve menção, mas diz-se que é só especulação. – Suspirei, desapontada. Especulações não eram o suficiente, e precisávamos trabalhar rápido.

– Já está ótimo! Começamos a pesquisar isso melhor amanhã, ok? Até acharmos essa sala, vamos achando lugares aleatórios e super loucos para trabalharmos. Aliás, que horas são?

– Quatro da tarde, acho. Por quê?

– Merlin, estamos atrasados! Vem comigo, eu tenho uma ideia para o nosso primeiro lugar!

E lá fomos de novo, ele me puxando pelo castelo pela mão.

Quando dei por mim, após perguntar várias vezes onde estávamos indo, chegamos no campo de Quadribol.

– Fred, se você pensou o que eu acho que você pensou, pode desistir. – Até ri da ingenuidade dele. Eu já tinha deixado bem claro que alturas e eu não nos misturávamos, e não era hoje que isso iria mudar.

– Ah, dá uma chance! Vai ser legal, venha! – Fred me puxou para o meio do gramado, onde eu nunca tinha estado antes. Na verdade, a única vez que eu estive ali foi quando Harry quebrou o braço e depois perdeu todos os ossos, mas daquela vez não tinha notado em como os gols eram altos.

Ou seja, iríamos voar ou na mesma altura que eles ou mais.

Estremeci, e revistei todas as desculpas que eu tinha prontas em minha cabeça.

– Pensando bem, eu estou realmente com muita dor de cabeça. Acho melhor eu voltar, sabe, e descansar.

– Hermione, você está esquecendo que eu já usei todas as desculpas nesse mundo para matar aula, e sei quando alguém está usando uma. Agora, deixa disso. Vai ser legal! – Ele repetiu, e o tom de animação infantil em sua voz me derreteu, e resolvi ceder.

– Tá. Contanto que você não vá alto demais. Ok?

– Vamos gradualmente e pronto. – Com um feitiço Accio, sua vassoura veio até nós. – Vem. Agora, eu vou montar e você vem atrás de mim, combinado?

Assenti com a cabeça. Me arrependi instantaneamente de ter cedido.

– Fred, e se eu cair?

– Você esqueceu que está comigo? – Ele riu, e eu montei atrás dele na vassoura. Envolvi meus braços nele, e apertei como se minha vida dependesse disso. Na verdade, ela realmente dependia disso. – Ok, agora minhas costelas estão se arrependendo... Se segura, Mione!

Antes que eu pudesse dizer qualquer coisa, levantamos vôo. Fechei meus olhos, apertando-os. O vento era bom, eu admiti para mim mesma, mas não queria arriscar ter outro surto com Fred ali. Meu estômago se contraiu, e não gostei da sensação de ter meus pés balançando e ter apenas Fred e uma vassoura como apoio.

– Hermione, se você não abrir os olhos, esse passeio todo vai perder a graça! Tudo fica bem mais bonito de cima, veja! – Fred gritou, tentando ser ouvido em cima do vento. Estávamos indo mais rápido do que eu esperava.

– Estou bem aqui! – Gritei de volta, mas algo dentro de mim, sabe-se lá o quê, me fez abrir os olhos. Era lindo. O sol fazia as pedras do castelo refletirem, e as telhas pareciam cintilar. O Lago Negro estava mais bonito do que nunca.

Até que olhei para baixo.

– Fred, Fred, Fred! – Disse, desesperada. – Para isso pelo amor de tudo que é mais sagrado!

Ele parou a vassoura, mas ainda estávamos no alto. Na verdade, ao abrir meus olhos novamente, estávamos em frente ao gol mais alto de um dos lados do campo, e me perguntei o que ele queria fazer ali ao invés de nos botar logo no chão.

– Ok, agora eu vou te passar para lá e depois eu vou. – Antes que eu pudesse protestar, Fred se virou para mim na vassoura, me deixando sem meu ponto de apoio. Me segurei angustiada em seus ombros, e ele riu. Fred me segurou pelo tórax e me colocou sentada no gol. Segurei as bordas de metal, me equilibrando.

– Fred, isso não parece uma boa ideia.

[N/A: Desculpem interromper o momento, mas é rapidinho! Nesse momento, ouçam a música Towards the Sun, da Rihanna. De preferência o refrão. Prometo que não vão se arrepender!]

– Só se segure, já vou aí. – Ele afirmou com um sorriso, antes de pular para o gol junto comigo. Me segurei com uma mão nele e outra na barra ao meu lado, e ele passou o braço em meus ombros. Cerrei os punhos, e só consegui prestart atenção no chão, a 15 metros de distância. Se eu me balançasse um tiquinho para trás, morte certa. – Agora, olha o Sol. Deixa tudo para trás de você, como se fosse a sua sombra. Incluindo seu medo. Respira e fecha seus olhos.

Segui seu conselho, respirando algumas vezes de olhos fechados.

– Viu como o vento é bom? – Ouvi a risada de Fred logo em seguida. Ele se aproximou do meu ouvido e sussurrou. – Abra os olhos.

Tudo parecia bem melhor. Mais calmo. Como se agora, ao invés da altura, eu visse como o que estava ao meu redor era completamente lindo ao pôr do Sol. Olhei para o lado, e vi o rosto de Fred iluminado pela luz solar e por um sorriso brilhante. Seus cabelos cor de fogo pareciam ainda mais incandescentes, e suas sardas pareciam ouro em seu rosto.

Ele estava muito bonito.

– Melhor agora? – Ele perguntou em voz baixa.

Assenti com a cabeça, ainda olhando ele em silêncio.

Não percebi que nossos rostos estavam próximos, nem que estávamos praticamente um em cima do outro, apertado por aquele gol. Só sabia que nossos narizes estavam praticamente encostados um no outro.

E, mais importante de tudo, não sabia se queria ou não sair dali.

– Bom, é... Acho que temos que ir, não? Já está ficando tarde.

– Ah, Hermione, e eu achando que já estava sentindo cheiro de tinta. – Fred balançou a cabeça rindo.

– Como assim?

– Do clima que estava pintando, oras! – E então ele desatou a gargalhar. – Ah, sempre quis usar essa, foi mal. Vamos.

E então, de vassoura, me conduziu para o chão.

Merlin, como ele era bom em sair de situações estranhas.

Logo após esse pensamento, me perguntei se eu queria sair daquela situação ou não. Ele sempre tinha esse dom de me deixar leve, e hoje, quando vi ele sendo todo gentil e brincalhão com Winky, quase virei gelatina. E nunca tive alguém que me fizesse rir tanto como ele.

Minha cabeça e meus sentimentos davam voltas e mais voltas, como um carrossel. Quando, vi, já estava sendo ajudada por ele a sair da vassoura.

– Viu? Foi ótimo! Admita que você adorou voar com esse gatinho aqui. – Fred brincou, me cutucando de leve com o cotovelo.

– Ok, ok, não foi horrível. Ainda assim, prefiro a segurança do chão... Ah, e qual vai ser o próximo projeto?

– Bom, tem as Vomitilhas, que provavelmente vão ser algo bem rápido. Só precisamos da cura e vai ficar pronto. – Ele deu de ombros.

– Acho que essa é fácil. Se vocês estão fazendo alguém vomitar, provavelmente vão aumentar a acidez do estômago. Então, para neutralizar um ácido, usamos uma substância básica. Simples. – Resgatei meus conhecimentos de Química, o que não precisou de muito esforço.

– Eu odeio Química. É o George quem cuida dessa área, mas agora com você ele tá um preguiçoso sem tamanho. – Fred resmungou. – Mas muito obrigado, Mione! Isso foi bem mais rápido do que eu esperava. Quem sabe você já esteja merecendo um aumento...

– Eu também acho.

E assim fomos, rindo até o castelo.

Nos despedimos na sala comunal, e só então voltei a pensar no que tinha acontecido. Estranho como, nos momentos que seguiram, quando estava com Fred, ele logo me fez esquecer tudo de novo.

Quando me deitei, o carrossel dentro de mim continuava a girar e girar, e ao invés de cavalos, havia emoções e lembranças.


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Notas finais do capítulo

Gostaram?? Espero que siim! Se tiverem opiniões, críticas ou sugestões, deixem nos comentários, é por lá que eu me guio! E se quiserem ajudar a fic, cliquem em acompanhar e favoritar. E... Eu sei que é cedo, mas se alguém quiser recomendar... Tô aceitando!