Out of Mind - Fred & Hermione escrita por IsaMultiboooks


Capítulo 5
A Dança


Notas iniciais do capítulo

Oooi! Gente, LEIAM AS NOTAS FINAIS!!! Aproveitem o cap ♥



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– Fred... O que você pretende fazer à essa hora da madrugada? – Perguntei, com a mão na testa. Já abusamos da sorte, afinal, ninguém acordou com a nossa pequena gritaria e guerra de comida. Seria tão ruim acordar a casa inteira, e pior ainda seria explicar o que exatamente estávamos fazendo e o motivo.

– Na verdade, só não queria que nossa aventura tivesse um final tão triste com a morte do nosso bolinho. Mas... Já que você não quer... – Ele insinuou que ia embora, sabendo que não aguentaria de curiosidade e o pediria para voltar.

– Ok, ok, eu me rendo.

– Eu sabia que você não resistiria ao meu charme. Vamos! – Ele pegou minha mão e disparou escadas acima. A Toca era imensa, e as escadas não pareciam ter fim. Chegando no último andar, mal conseguia respirar.

– Fred... – Murmurei, entre as longas inspirações que eu dava na tentativa de puxar ar para meus pulmões. – Você... esqueceu... um pequeno... detalhe.

– Qual? – Ele me olhou, confuso.

Fiz uma pausa de sabe Deus quantos minutos, até que consegui me recompor.

– Eu não tenho o condicionamento físico de alguém que jogou Quadribol durante a vida inteira!

– Ah, que nada. Você está ótima! Aliás, já chegamos ao nosso destino. – Ele disse, puxando uma escada de um alçapão. - Primeiro as damas? – Fred fez uma reverência exagerada com o braço estendido na direção da escada. Subi os degraus, seguida por ele. – É o telhado. Não tem nada demais, confesso, mas eu acho particularmente bonito.

– É tão calmo... Deve ser ótimo para ler. Ou pensar. A brisa também é ótima. – Comentei, fechando os olhos ao sentir o ar fresco da noite em meu rosto.

Ficamos um tempo ali em silêncio, e Fred passou seu braço em meu ombro. Ficamos olhando as estrelas, e eu e ele começamos a contar as constelações que sabíamos o nome.

– Aquela ali, está vendo? Olha onde eu estou apontando. Aquela ali se chama Cruzeiro do Sul. Meu pai sempre sabia achar, e demorou um bom tempo até eu conseguir também. – Ri, lembrando com saudade da minha família.

– Só conheço as Três Marias. Nunca entendi para quê estudar esse tipo de coisa. Sei lá, eu acho que tem coisas que são feitas para serem admiradas, não analisadas. Coisas complexas e lindas demais para estudar e tornar entediante. – Ele deu de ombros, ainda encarando as estrelas. – Por exemplo, eu adoro olhar o céu de noite. Mas se isso valesse nota e fôssemos forçados a estudar isso, ficaria maçante em um piscar de olhos para a maioria das pessoas. E as estrelas são bonitas demais para serem uma matéria chata.

– Bonitas demais para serem compreendidas. – Murmurei, vendo o lado dele. Continuaria amando meus livros e meus estudos, mas tinha uma nova visão.

– Bom, senhorita Granger, sinto informá-la, mas acho que oficialmente, nossa primeira aventura acabou. Temos que ir dormir antes que não consigamos acordar amanhã. – Me deu as mãos para que eu levantasse junto com ele. Concordei com a cabeça, e olhamos uma última vez para o céu antes de descer.

Fred me acompanhou até o quarto de Gina, e parou em frente à porta, os ombros apoiados na parede, sorridente.

– Boa noite, Hermione.

– Boa noite, Fred. – Sorri, ainda parada à porta. Ficamos assim por um curto tempo, até que entrei no quarto e ele subiu as escadas.

Logo, ouvi três batidinhas leves na porta.

– Hermione? Esqueci de te dar uma coisa. – Ele sussurrou.

Abri a porta, e iluminando-o com minha varinha, vi que ele tinha dois comprimidos azuis nas mãos.

– Eu e George desenvolvemos isso faz algum tempo, quando começamos a realmente trabalhar na nossa futura loja. Precisávamos de algo que intensificasse nosso sono para que madrugar não nos prejudicasse no dia seguinte, entende? Tome esse comprimidinho sem nome aqui... – Ele pegou minha mão com delicadeza e colocou a pedrinha azul reluzente na minha palma. – E três horas de sono parecerão oito. Só deixe os aplausos e reverências para quando a casa inteira não estiver dormindo.

– Merlin Fred, se vocês já não fossem gênios a meu ver antes, vocês com certeza seriam agora. Muito obrigada.

– Tudo pelas damas, minha querida. Agora, boa noite. – Ele disse, e nós nos despedimos com um olhar.

Fred e aquele simples remédio sem nome acabaram de salvar meu dia. Fui dormir dez vezes mais tranquila.

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O jogo de Quadribol passou em uma bola de energia, e ao invés de prestar atenção no jogo, meus olhos vagavam pela torcida e pelas feições dos jogadores. Ver cada sinal de nervosismo, ansiedade e animação em seus rostos era incrível. Outra coisa que captava minha atenção era a variedade de produtos que eram vendidos. Tentava adivinhar como cada uma funcionava enquanto comemorava cada ponto da Irlanda.

O tal Krum passava os olhos com frequência pela parte da arquibancada onde estávamos, deixando Ron animadíssimo. Ele era o único jogador que parecia não ficar tão afetado com o jogo, mantendo sua fachada calculista.

Quando tudo acabou, fui descendo as escadas e parei para comprar um pequeno souvenir para minha família. Eles eram super empolgados com o mundo bruxo, e adoravam quando eu trazia coisinhas, por menores que fossem.

Combinei com Arthur que logo os encontraria na barraca, e parei em uma pequena tendinha de lembranças. Enquanto olhava algo que fosse o mais impressionante possível, senti uma mão em meu ombro. Me virei, e lá estava Krum, suas sobrancelhas grossas cobrindo seus olhos. De perto, era muito bonito.

– Não pude deixar de notar você na plateia. Prazer, me chamo Viktor. – Ele disse, em um sotaque muito carregado, e estendeu a mão, um sorriso simpático brilhando em seu rosto.

– Acho que seria difícil não te notar no jogo. Me chamo Hermione. – Estendi a mão, pensando o que Ronald não daria para estar em meu lugar, e em quanto Fred implicaria com ele se estivesse aqui comigo e Ron não.

– Her... Mionini? – Ele tentou, e eu ri, balançando a cabeça. – Se você não importa a pergunta, de onde você é?

– Reino Unido. Acho que você conhece a escola de Hogwarts, não?

– Conheço sim. – Ao ouvir o nome, uma faísca pareceu acender em seus olhos, como se soubesse de algo que eu não. Sorriu. – Bom, Hermion, acho que essa não será a última vez que nos encontraremos, mas tenho que ir ainda assim. Até!

Acenei, imaginando se ele planejava se transferir para Hogwarts ou algo do gênero. Acabei comprando uma vassourinha em miniatura que flutuava em uma base, rodopiando e deixando um rastro verde, simbolizando a Irlanda.

Voltei para a tenda dos Weasley, vendo Fred e George dançando e puxando Gina junto com eles. Quando notaram minha chegada, logo me puxaram junto, e rodopiei com Fred, completamente sem jeito. Era péssima em dançar, nunca sabia o que fazer com os braços, e por vezes, nem com as pernas.

Ronald ficou emburrado em um canto, sabendo que Fred e George estavam tirando sarro dele pela derrota da Bulgária, e Harry só dava risada. Arthur logo veio e nos disse para irmos dormir, e assim fizemos.

...................................................

Quando todos já estavam na Toca e em segurança, ninguém sabia o que dizer além de Molly, que se ocupava em abraçar cada um de nós. Fora isso, todos em silêncio, ainda abalados.

Abracei Harry e Ronald de noite, pensando em como seria se tivesse acontecido alguma coisa. Não sei se aguentaria. Caminhei em passos leves até meu quarto, mas desisti antes mesmo de entrar. Sabia que Fred estaria no porão, e fui direto para lá.

– Oi, meninos. – Disse, entrando no quarto. Ele e George acenaram com a cabeça, sorrindo sem mostrar os dentes.

– Então, vocês realmente querem estudar? Agora? Depois de tudo isso? – George perguntou, encostado nas paredes. Eu e Fred trocamos um olhar de cumplicidade, e fizemos que sim com a cabeça. Me perguntei por um momento que aventura viveríamos na expectativa de esquecer o que ocorreu na Copa. – Merlin, Hermione, quem é essa cenoura e o que você fez com o Fred?

Pegou uma maçã e saiu, risonho.

– Fiquei preocupado com você. – Fred e eu dissemos juntos, e ele me deu um abraço apertado. Tinha feito isso com tantas pessoas hoje, e o sentimento sempre era o mesmo. Medo da perda. Alívio. Enterrei a cabeça no peito dele, com medo do que estava por vir.

– Ei, ei, ei. Deu. Nada aconteceu, estamos todos bem. Afinal, quem é esse bruxo sem nariz para nos perturbar? Vamos falar sobre coisas animadas e engraçadas, que tal? – Ele disse, louco para sair dessa situação de temor. Fiz que sim com a cabeça, sorrindo, igualmente ansiosa para deixar tudo aquilo para trás.

– Ótimo. Bom... O que você acha da ideia do baile? Animada com os gatinhos? – Ele piscou para mim, sorridente.

– Vai ser legal, acho. Gostei da ideia de sair um pouco da rotina. Mas estou com um pé atrás, porque sou um completo zero à esquerda quando o assunto é dança.

– Ah, é? – Fred sorriu, surpreso.

– Com certeza. Minha mãe tentou me colocar em uma aula de balé quando eu era pequena, e logo na primeira aula vi que aquilo não era para mim.

– Bom, Hermione, hoje é seu dia de sorte. – Ergui uma sobrancelha. – Acontece que eu sou um ótimo pé de valsa. Agora, levanta daí.

Me botei de pé e o encarei, brincalhona.

– Muito bem. Agora, você coloca sua mão... – Ele pegou minha mão e a levou até seu ombro com delicadeza. – No meu ombro forte e másculo. – Ele então pousou sua mão em minha cintura, e minhas costas se arquearam ao sinal de seu toque. – E me dá sua outra mão. Pronto, a posição já está certa. Viu? Não é nada que Hermione Granger não consiga fazer.

– Ficar parada é fácil. – Comentei, temendo o momento no qual eu sabia que ia pisotear os dedos do pé do coitado.

– Ah, esqueci a parte mais importante! – Ele disse, tirando a varinha do bolso. Com um movimento e um murmúrio, uma música clássica começou a tocar. – Certo. Daí em diante, não pense muito. Eu vou te guiando e você pega o ritmo, ok?

– Não subestime minha falta de habilidade, sério.

– Confie em mim. Tá comigo, tá com Merlin.

Ele me conduziu pelo porão, olhando nos meus olhos e ainda assim sabendo exatamente onde me levar. No começo eu pisei nos pés dele, fazendo-o sorrir, e só conseguia olhar para o chão. Ele só levava um dedo ao meu queixo e me trazia de volta ao seu rosto alegre. Foi aí que eu deixei tudo de lado e o acompanhei. Nossos pés finalmente entraram em sincronia, e eu consegui manter meus olhos longe do chão e direcioná-los aos olhos que me observavam. Ele me guiou como em um sonho, e até arriscou me girar a um certo ponto, o que surpreendentemente funcionou.

Ao final da música, a mão de Fred que estava em minha cintura me levou para trás, e ele se inclinou sobre mim. As batidas acabaram e meu coração pareceu substituí-las em meus ouvidos, e ficamos apenas ali, olhando um nos olhos do outro. O calor aumentava entre nós, e eu senti um arrepio percorrer minhas costas. Naquele momento, vi que suas bochechas iam para cima quando ele sorria, tornando seus olhos um pouquinho menores e mais infantilmente amáveis.

– Tem certeza que nunca fez isso antes, Granger? – Ele sussurrou.

– Se tenho.

– Porque eu acho que você usou esse truque para conseguir um momento com esse pedaço de mau caminho disputadíssimo aqui. – Ele disse, perto do meu ouvido. Começamos a rir, deixando para trás tudo que passou.

Foi a primeira vez que eu e Fred ficamos tão perto um do outro, o que provocou um sentimento completamente novo e desconhecido em mim. Quem sabe era porque ele realmente era bonito, ou porque era o irmão do meu melhor amigo. Mas era uma sensação engraçada, que fazia arrepios percorrerem meu corpo.

Mas foi, além de tudo, a primeira vez que notei como Fred tinha um cheiro bom. E ótimas táticas para sair de uma situação estranha.

Decidimos terminar os últimos detalhes no projeto das Orelhas Extensíveis e começar a escolher outro para voltar ao trabalho nos dias seguintes, já que havíamos ficado noites só de brincadeira. Depois disso, nos despedimos e fui para o quarto.

Já deitada, apreciei por alguns minutos minha relação com Fred. Gostava tanto de como tudo era leve com ele, completamente sem preocupações. Era uma daquelas amizades que crescem em pouco tempo e você quer guardar para sempre, como uma foto.

Além disso, era tão engraçado como éramos diferentes e nos dávamos tão bem. Se eu soubesse que o trabalho com os gêmeos me daria uma das amizades mais preciosas para mim, teria aceitado o acordo sem pensar duas vezes.


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Notas finais do capítulo

Então, no cap anterior, muitos leitores não comentaram... Eu me oriento muito pelos comentários, e queria saber o que vocês acham: A história tá lenta? O romance tá devagar? Vocês estão gostando? Comentem a opinião de vocês (◕‿-)