Harry precisava de um guardião para acompanhá-lo, e convenientemente, Stúrgio Podmore não estava lá, fazendo com que Sirius tivesse a oportunidade de acompanhar seu afilhado até a estação, obviamente na forma de animago.

              A Ordem nos acompanhou até King`s Cross, e Sirius não podia estar mais feliz. Ocasionalmente, algum de nós dava um tapinha carinhoso em suas costas enquanto o enorme cachorro caminhava faceiro à frente.

              Antes de entrarmos no trem, a Ordem nos deu um último aviso, dizendo que em nenhuma circunstância deveríamos mencionar a Ordem em qualquer tipo de carta. Era uma coisa meio óbvia para mim, mas quem sabe para os outros não.

              Eu e Ronald nos dirigimos para a cabine dos monitores, e deixamos Harry e Gina com Neville e Luna Lovegood.

              - Quem você acha que serão os outros monitores? – Sussurrei enquanto caminhávamos.

              - Malfoy com certeza deve ter comprado uma vaga. – Ron resmungou, mal-humorado.

              - De qualquer forma, não precisamos passar a viagem toda aqui. Vamos só ver quem são os outros monitores, receber nossas instruções e voltar para nossa cabine. – Falei baixo enquanto abria a porta.

              Malfoy logo de cara nos olhou com nojo, seguido por Pansy Parkinson.

              - E houveram dias em que o cargo de monitor era reservado para a elite talentosa... – Draco disse, com um tom que beirava o tédio.

              - Dumbledore deve estar desesperado. – Pansy riu.

              - Hermione, sabia que conseguiria o cargo. – Hannah sorriu abertamente. – Esse é Ernest Macmillan, o outro monitor da Lufa-Lufa.

              - Prazer, Robert Hillard. – O monitor da Corvinal acenou para nós, assim como Padma Patil.

              Recebemos algumas orientações e um curto discurso sobre a responsabilidade de ser um monitor de Hogwarts, o qual todos receberam com atenção, à exceção de Draco e Pansy, que pareciam ansiosos para atormentar qualquer um que cruzasse seu caminho e não fosse mais velho.

              - Prazer em conhecê-los. – Disse, olhando para todos menos o par da Sonserina. – Espero que tenham um bom ano. Se precisarem, estaremos na cabine do vagão ao lado.

              Ron, com um aceno de cabeça, também se despediu.

              - Merlin, esse ano vai ser difícil. – Ron grunhiu.

              - Só temos que ter cuidado. Agora que Malfoy pode perseguir Harry o quanto ele quiser, temos que andar na linha se não quisermos ser expulsos.

              Cumprimentamos Luna e Neville quando chegamos à cabine. Eu, particularmente, não era a maior fã de Luna [N/A: me corrijam nos comentários se eu estiver errada por favor, mas eu lembro que no livro Hermione não gostava da Luna no começo...]. Ela parecia sempre muito longe do mundo ao seu redor, falando de coisas que obviamente não existiam e lendo o tal do Pasquim, que seu pai editava. Porém, na maioria das vezes era fácil apenas ignorar o que a loira dizia, em prol do bem social.

              - Draco é monitor. – Ron resmungou para Harry, se jogando em seu assunto. – Pronto para um ótimo ano?

              Harry revirou os olhos e bufou. Ele se sentia cada vez mais injustiçado. O tempo mal passou que o objeto de nosso infortúnio escancarou a porta. Depois de suas provocações sobre Harry ser o segundo melhor depois de Weasley e ser incapaz de aplicar punições, ele disse uma coisa interessante.

              Draco disse que estaria perseguindo Harry como um cão. Ron não entendeu, mas eu troquei um olhar desesperado com o menino de cabelos negros e bagunçados. Claro, poderia ser apenas uma coincidência, mas era pouco provável. Expulsei Malfoy de nossa cabine, que saiu depois de olhar para Harry e rir. Eu sabia que Sirius ir até a estação era perigoso.

              Antes de descer, tentei encontrar Fred para contar sobre quem seriam os novos monitores, e logo o encontrei saindo de um banheiro e já completamente vestido com sua tradicional camisa meio desabotoada e gravata alargada.

              - Confesso que senti falta de você em seu uniforme. – Sorri para ele.

              - Eu acho que fico melhor sem nada. – Fred sorriu, malicioso. – Sabe, o banheiro está livre.

              - Fred!

              - Tá bom, tá bom... - Ele levantou as mãos em sinal de rendição. – Mas sempre que você quiser monitorar meu dormitório, o caminho está livre.

              - Fr... – Comecei, mas deixei para lá, sabendo que era uma batalha perdida. – Enfim, falando em monitores, adivinhe quem são as novas adições.

              - Deixa eu adivinhar... Draco e aquele trasgo de namoradinha dele?

              - Exatamente. Também tem Hannah, Padma, um tal de Robert Hillard, Ernie Macmillan e Hannah Abbot. - Comentei.

              - Ainda bem que nunca fui feito pra esse tipo de coisa. – Fred riu. – Aliás, você vai poder dar cobertura para mim e para George, agora que é monitora!

              - Nem pense que vou te dar cobertura, Fred Weasley! Ronald já que abusar de seu cargo para perseguir Crabbe e Goyle sem motivo, e já basta um para envergonhar a Grifinória. – Não pude conter o sermão.

              - Bom, não custava tentar... – Fred sorriu. Ele olhou rapidamente ao redor, e em um piscar de olhos, estávamos no banheiro individual masculino. Olhei para ele surpresa. – Você disse que não podíamos fazer muita coisa em público...

              - E se alguém quiser entrar aqui para se trocar? E se alguém nos ver saindo juntos daqui? – Sussurrei, exasperada.

              - Shh... Eu já pensei em tudo, como sempre. – Ele colocou o polegar sobre meus lábios praticamente sem encostar neles. Sua outra mão segurou meu pescoço e me puxou para ele, em um beijo terno.

              Agarrei a frente de sua camisa em uma tentativa de puxá-lo mais para perto. Ele correspondeu, e sentia seu coração pulsando contra mim. Segurei seu pescoço, e acho que minhas mãos estavam geladas, já que ele estremeceu rapidamente, mas logo voltou ao normal, e eu não pude conter um sorriso entre nossos lábios. Quando me senti ser colocada contra a parede, consegui tomar as rédeas e sabia que tínhamos que parar antes que aquilo saísse do controle. [N/A: https://66.media.tumblr.com/f0539b1a83c793ec1567280dcf41f149/tumblr_mnrhzxbqN51rwh77jo1_500.gif ]

              - Fred, é melhor voltarmos para a cabine. Estamos chegando.

              - Continuamos depois? – Ele murmurou, ainda próximo demais.

              - Com certeza.

              .....................................................

              Chegamos ao Grande Salão, onde o Chapéu Seletor começou seu discurso habitual. Porém, diferentemente da maioria dos alunos, eu realmente prestei muita atenção, e parecia que o Chapéu estava... Criticando o sistema de Casas. Ele falou sobre união, e que no momento, os alunos deviam desenvolver unidade e força, e não a separação.

              Como se não bastasse a ausência de Hagrid para receber os primeiranistas e a estranha conclusão da música do Chapéu Seletor, uma nova professora de Defesa Contra as Artes das Trevas chamada Dolores Umbridge foi anunciada por Dumbledore. Harry reconheceu-a de seu julgamento, enquanto ela interrompia o diretor para discursar durante um período que pareceu interminável.

              Poucos realmente prestaram atenção no que a mulher que lembrava um sapo dizia, mas a inferência era clara: o Ministério da Magia iria interferir na educação de Hogwarts esse ano. Não sabia exatamente o nível, mas ter uma representante ali já seria o suficiente. Umbridge poderia com facilidade espiar o que cada um falava, por exemplo. Um sussurro seria o suficiente para Fudge saber sobre a Ordem da Fênix.

              Tentei dividir meu desespero com Fred quando olhei para ele, mas Fred nem estava prestando atenção em nada. Harry e Ron, no entanto, entenderam o que aconteceria esse ano quando contei para eles o que Umbridge realmente tinha falado.

              Realmente, seria um longo, longo ano.

              Vi que praticamente todos os cochichos durante o jantar vinham da mesa da Corvinal, onde supus que a maioria também tinha pego a mensagem escondida nas palavras da nova professora. Esperei até que Fred cruzasse seu olhar com o meu, e quando ele me lançou uma piscadela, sinalizei que precisava falar com ele, que assentiu logo em seguida.

              Continuei comendo com aqueles ao meu redor, e abafei o riso quando McGonagall teve que interromper uma guerra de comida que estava prestes a eclodir na roda dos gêmeos. Por mais que as regras fossem de extrema importância, não pude deixar de pensar que aqueles dois deixariam a escola mais alegre na presença de Umbridge.

              Ajudei a orientar os primeiranistas até seus dormitórios, expliquei sobre as escadas e tudo o mais, e esperei que Ron estivesse fazendo tudo direito. Larguei minhas coisas em minha cama e desci, sentada em um sofá enquanto lia um livro.

              - Solicitou meus serviços? – Fred sussurrou brincalhão em meu ouvido por trás, me fazendo pular, e logo depois mordiscou minha orelha.

              - Merlin, Fred... – Murmurei, estremecendo e fazendo-o rir. Ele sabia o que conseguia fazer em mim e adorava. Convencido. – Você ouviu o discurso da professora Umbridge?

              - Da cara de sapo? Hermione, eu mal estava acordado no de Dumbledore, imagine no daquela velhota! – Fred exclamou, pulando no sofá por trás e se jogando ao meu lado. Antes que eu pudesse piscar, ele estava com a cabeça em meu colo, encarando-me com seus olhos esverdeados. Merlin, aqueles olhos. Corri minha mão preguiçosamente por seus cabelos, fazendo-o fechar os olhos em infantil satisfação.

              - Em resumo, o Ministério vai interferir na educação de Hogwarts. – Fred abriu os olhos repentinamente, me sobressaltando. Ele pegou minha mão e levou-a até seus lábios, beijando-a em um pedido de desculpa. – Não sei como e nem em que nível, mas estou com medo.

              - Bom, se passar dos limites eu e George teremos que tomar uma atitude... – Fred ponderou, sorridente. Ficamos algum tempo em silêncio, e quase achei que Fred tinha dormido se ele não tivesse levantado de supetão. – Hermione?

              - Sim?

              - Acho que nunca realmente te pedi em namoro. – Ele parecia sério, mas seus olhos tinham certa leveza e brincadeira.

              - Bom, acho que aconteceu naturalmente... – Ponderei.

              - Hermione Granger, você, como a menina mais incrível dessa birosca, aceita namorar esse humilde menino incrível? – Fred se ajoelhou em minha frente, segurando minhas mãos nas suas.

              Revirei os olhos, rindo.

              - Isso é realmente necessário, Fred?

              - Sim, muitíssimo necessário. – Disse, assentindo enfaticamente com a cabeça.

              - Então sim, Fred Weasley, eu aceito ser sua incrível namorada. – Ri, e mal tive tempo de levantar que Fred já agarrara meu pulso e me levara corredor acima. Fred olhou ao redor e testou a maçaneta de uma porta, que estava aberta.

              Mesmo uma tranca não seria grande problema, diga-se de passagem.

              - Eu disse que continuaríamos depois. – O ruivo murmurou em meu ouvido.

              Fred sorriu para mim maliciosamente antes de colocar as mãos nos lados do meu pescoço e me puxar para ele. Colidi contra seus lábios com força, e agarrei seus cabelos para puxá-lo mais perto, me adaptando cada vez mais rapidamente às nossas mudanças de clima. Suas mãos pairavam sobre minhas costas, parando no meu cóccix quando percebeu que talvez estivesse descendo demais. Ele separou nossos rostos em milímetros, somente o suficiente para pedir meu consentimento com os olhos. Sem querer parar, assenti rápida e freneticamente com a cabeça, desesperada para ter a droga que seus lábios pareciam me dar.

              Suas mãos me apertaram de leve, e Fred não conteve um gemido. Enlacei meus braços em meu pescoço quando ele me içou para cima, minhas pernas cruzadas em seu quadril [N/A: http://67.media.tumblr.com/04d40f016edd641f03d1fdbcbb5cb894/tumblr_inline_norqbf6qVi1t94j4e_500.gif ]. Ele me pressionou contra a parede de novo, e lembrei da vez que, com um beijo em seu pescoço, o fiz estremecer. Se ele tentara algo naquele momento, quem sabe eu poderia fazer o mesmo ao invés de deixá-lo sempre me guiar.

              Relutantemente, mordi seu lábio, fazendo-o grunhir. Sorri, com satisfação, e percorri uma trilha de beijos que chegou em sua orelha, onde puxei seu lóbulo macio e sardento com meus dentes levemente, como ele costuma fazer comigo.

              - H-Hermione... – Ele arfou, depois de um gemido abafado – Merlin.

              - O que foi? – Exclamei, levemente preocupada. – Não fiz certo?

              - Você pode tentar o que quiser comigo, entendido? – Fred disse, com a respiração irregular e a voz rouca. – Sou todo seu, Mione.

              Sorri, mas logo seus lábios estavam de volta aos meus, ainda mais vorazes.

              - Draco, quer parar por um segundo de falar no Potter? Não sou sua psicóloga, preste atenção em mim também, por Merlin! – Era Pansy Parkinson, e agradeci por sua voz ser tão audível.

              - Merda. – Fred resmungou, enquanto corríamos para o canto da sala, onde seríamos cobertos pela porta caso ela fosse aberta.

              - Você é muito boca suja as vezes, sabia disso? – Sussurrei, enquanto nossos corpos estavam espremidos entre o quadro e a parede.

              - Sinta-se livre para limpá-la quando quiser. – Ele pisou para mim em resposta, me fazendo revirar os olhos e ter que abafar o riso.

              - Acha que eles já foram? – Murmurei.

              Não precisei de resposta. A porta se escancarou e quase bateu contra nós dois.

              - Eu disse que não tinha ninguém aqui, Draco. Agora venha, vamos embora por tudo que é mais sagrado. – Pansy grunhiu, mal-humorada.

              - Poderia jurar que ouvi algo. – O loiro murmurou, projetando sua cabeça como um cão de caça que fareja algo, enquanto eu e Fred prendíamos a respiração.

              - Esperava encontrar Potter aqui para dar uma detenção para ele? – Parkinson provocou. – Eu gostaria de pegar a sangue-ruim no flagra, isso sim. Já imaginou? Seríamos lendas só por pegar a carola no flagra.

              Eu e Fred nos seguramos mutuamente, provavelmente um com medo do outro bater na garota, e com dificuldade abafamos nosso riso depois de trocar um olhar.

              - Ouviu isso? – Draco explodiu, atônito.

              - E de onde você acha que isso veio? Será que não dá pra ver que a porcaria da sala está vazia? Ou você espera aplicar punições em fantasmas também? – Pansy parecia ter atingido seu limite, sabe-se lá porquê.

              - Humpf. Não pense que pode falar comigo assim. Não se esqueça quem te deu essa vaga. – Draco resmungou, com o queixo empinado. – Vamos embora daqui.

              Finalmente, eu e Fred respiramos tranquilamente.

              - Potter tem um admirador secreto! – Fred riu.

              - O quê? – Virei meu rosto para ele, incrédula. Ele estava se referindo a Draco? Draco Malfoy?

              - Não é óbvio? Draco tem um crush no nosso Harryzinho... Você ouviu o que a Miss Trasgo ali disse? Ele não para de falar no Potter! Quem diria. Bom, se nós demos certo, acho que todo mundo tem uma chance. – Fred ponderou, divertido. Eu refutei a ideia com todas as minhas forças.

              - Nem pensar.