Out of Mind - Fred & Hermione escrita por IsaMultiboooks


Capítulo 21
O Depois


Notas iniciais do capítulo

Oi gente, é a amiga da Isa aqui, ela está viajando e ela me pediu para postar esse capítulo: espero que gostem e que não queiram matar a Isa!



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No jantar, depois de uma acalorada discussão entre Molly e Sirius, foi decidido que nós receberíamos informações sobre tudo o que estava acontecendo, mas Gina não (obviamente, ela ficou possessa de raiva).
Justo quando começaram a nos dar os detalhes importantes, no entando, fomos mandados para as camas. Porém, agora sabíamos que Voldemort estava atrás de uma arma, algo que ele não possuía antes. Obviamente, todos nós ficamos incrivelmente intrigados, mas ninguém tinha realmente uma resposta.
Quando os gêmeos aparataram em nosso quarto, para discutir o quê tínhamos ouvido no jantar, ouvi alguém dizer que não poderia haver nada pior que a maldição da morte. Eu, no entanto, conseguia pensar em inúmeras coisas piores que a morte. Coisas que fariam alguém implorar pelo descanso. Porém, todas já estavam sendo colocadas em prática por Voldemort, o que me fez duvidar que a interpretação fosse algo sentimental ou poético.
Tentei pensar como um Comensal. Para eles, o mundo gira entre o poder e o medo, então cheguei à conclusão que a arma era, de fato, algo físico.
Fui dormir com a cabeça envolta em pensamentos.
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Eu, Ron, Gina, Fred e George tivemos que ajudar Molly e Sirius a se livrarem de uma infestação. No começo, todos aqueles serviços domésticos ficavam cansativos, mas a vida no Largo Grimmauld era tão entediante que ter um propósito tornava tudo mais suportável.
No dia após minha chegada, Molly teve a ideia de formar pares para tornar a limpeza mais eficaz. Gina ficou comigo e com Fred, e George acabou com Ron. Gina, obviamente, saiu de perto de mim e de Fred, dizendo que queria nos dar privacidade e iria limpar outro quarto (encontrei-a lendo em sua cama). Eu e Fred sorrimos ao sermos colocados juntos, e sempre havia alguma coisa do tipo “Eu consigo limpar isso mais rápido do que você!” e inúmeras vezes Fred começara guerras de sabão.
Agradeci mentalmente que, dessa vez, Molly não repetiu sua estratégia.
Eu terminara com Fred alguns dias depois que cheguei.
Era algo novo para mim. A sensação de ter oceanos entre nós, de saber que ele não merecia morrer por ter alguma conexão comigo.
Sacudi a cabeça enquanto esfregava uma parede, tentando me livrar desses pensamentos. Claro que a constante presença dele não ajudava muito, mas me manter ocupada limpava minha mente. Pensar racionalmente também era uma boa solução. Ver as coisas de uma forma simples e clara. Terminando tudo eu estava salvando sua vida. Ponto.
Enquanto limpávamos, o elfo doméstico de Sirius geralmente aparecia, resmungando e murmurando insultos. Monstro carregava uma história muito triste, na minha opinião. Elfos domésticos eram criados para tamanha submissão a ponto de adotar a mentalidade de seus donos, tinham sua individualidade geralmente tiradas. Por isso eu tentava ser o mais gentil possível, e honestamente, ser chamada de Sangue-Ruim já não era uma ofensa para mim. Se meu sangue era o maior insulto contra mim, eu estava feliz.
Limpei aquelas paredes até que eu esquecesse de qualquer coisa que eu tinha em mente.
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— Fred... Eu preciso falar com você. – Sussurrei, saindo de seu abraço no sofá puído de uma das salas do Largo Grimmauld.
— Hum? – Ele respondeu, se virando para mim.
— Tudo que aconteceu no Torneio, Fred, me fez pensar... – Merlin, por quê era tão difícil? – Eu não aguentaria colocar você em perigo. Não conseguiria conviver com isso, já tem sido difícil desde a...
— Eu sei, Mione. Eu percebi. – Fred olhou em meus olhos, sorrindo tristemente, só de canto. E o sorriso estava apenas em seus lábios.
— Nós precisamos... Eu... – Gaguejei, com um bolo gigantesco se formando em minha garganta. – Fred. Não podemos mais continuar juntos. – Me recompus, com algumas lágrimas nos olhos.
— Hermione, eu não me importo em... – Ele começou, mas tive que interrompê-lo. Tinha que fazer aquilo, e se ouvisse o que ele tinha para falar, ia acabar cedendo. Colocá-lo em perigo.
— Não torne... Não faça isso mais difícil do que já é. – Murmurei, uma lágrima descendo pela minha bochecha. Antes que eu conseguisse limpá-la, o polegar de Fred tirou-a com cuidado.
Não consegui. O toque dele era demais para mim.
— Fred, eu tenho que fazer isso. Você não vai se machucar por minha causa. – Me levantei do sofá e saí dali, sem olhar para trás. Sabia que se o fizesse, eu voltaria para ele. Desistiria.
E tudo que eu falei, disse sem olhar em seus olhos. Não conseguiria olhá-los por um bom tempo, talvez.
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— Quando você ia me contar? - Era a voz de Ron, sentando ao meu lado na escada. 
Ele não estava bravo. Parecia decepcionado, e de certa forma, era bem pior.
— Sobre o quê? – Perguntei, com a voz levemente aguda. No fundo, eu sabia do que ele estava falando. Mas uma parte de mim esperava que ele pensasse que eu roubei algum doce dele, ou algo do tipo.
— Sobre você e Fred. – Ele suspirou, exasperado. – Logo meu irmão, Hermione?
Fiquei em silêncio, e ele também.
— Quando você descobriu? – Sussurrei.
— Agora. Ouvi George e Gina falando algo sobre isso.
— Não se preocupe. Já acabou, de qualquer forma. – Murmurei.
— Eu sei. – Ron disse, com calma. Ele colocou a mão em meu ombro, tentando me confortar. – Acho que era para acontecer de uma forma ou de outra.
— Como assim?
— Bem, você e Fred são bem opostos, não? Acho que trariam o pior um no outro. – Ele estava tentando me confortar, e tentei reconhecer seus esforços. À esse ponto, sabia que Ron quase sempre acabava falando demais, e não tinha lá muito tato para lidar com sentimentos.
— É. Acho que sim.
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Eu sempre odiei as férias.
Não que eu não gostasse de ter um sossego, mas eu odiava minha casa. Aquele lugar era um inferno, graças à minha mãe.
Eu já estava uma bagunça quando saí de Hogwarts. Perdi Alicia, me distanciei de Angelina por consequência e, pela primeira vez, fui sozinha em uma cabine no Expresso.
Que bosta.
E era todo dia a mesma coisa. Acordar ao meio dia, sair do quarto para almoçar (e consequentemente receber uma enchurrada de críticas) e voltar. Sair novamente para o jantar e depois ir dormir às seis da manhã.
Eu aguentava as críticas como vinha fazendo durante a minha vida inteira, mas enquanto remexia a torta salgada em meu prato, minha cabeça pareceu ferver. Quando o problema era comigo, sobre como eu não gostava de usar saltos, sobre como eu nunca acharia alguém, ou como eu não tinha um futuro, eu geralmente aguentava.
Mas dessa vez, não era eu quem ela estava gongando.
— E você ainda anda com aquelas... Garotas com pais liberais. Tenho certeza que bebem e perdem a compostura, são péssimas influências. – Ela começou, jogando os cabelos perfeitamente arrumados para trás. Se ela usasse mais poções fixadoras, aquilo ali viraria pedra. – Onde já se viu, uma moça se comportando dessa forma, perdendo a compostura. Elas falam palavrões, também? Devem falar. Quero que pare de andar com elas. Pare de jogar Quadribol. Eu aguentei essa sua besteira por seis anos, Katie. Seis anos. Chega.
— Eu aguentei você a minha vida inteira. – Murmurei, segurando meu garfo com força. Era a primeira vez que eu respondia ela na mesa do jantar.
— O quê disse? – Minha mãe escancarou a boca e usou aquele mesmo tom escandalizado que usava para falar de meus amigos.
— Alwena, deixe Katie... – Meu pai tentou, colocando sua mão sobre a de sua esposa, que se esquivou e se levantou.
— Você apoia isso, Bethan? Quer saber? Se você não vai educá-la, eu vou, como sempre. Katie Bell, escute aqui.
— Não. – Falei, em alto e bom tom. Já não aguentava mais. Todas as palavras não ditas que eu acumulei durante toda minha vida demoliram qualquer bom senso que restara em minha cabeça. – Eu sinto muito, mãezinha, querida, mas eu não posso mais. Escutei seus machismos durante toda minha vida. Ouvi suas opiniões homofóbicas. Quer saber? – Eu estava entrando em território perigoso, e sabia disso. Meu cérebro não conseguia pensar, meu coração parecia ocupar meu corpo inteiro e minha cabeça pulsava. – Eu gosto de meninas. É, é isso mesmo. Acho que não vou achar meu marido rico e fabuloso, não é mesmo? Talvez porque o que eu quero é uma esposa! – Disse, cínica. Minha língua parecia antecipar tudo que minha mãe pudesse falar, e a temperatura de meu corpo parecia impossivelmente alta. - E talvez, sim, eu morra sozinha. Mas é porque, ao contrário de você, eu quero mais que um casamento em minha vida.
— Saia. Saia da minha casa agora. – Ela sussurrou, possessa. Olhei furiosa para meu pai.
— Katie... Vamos com calma... Sua mãe tem razão... É imprudente investir em uma carreira tão incerta, uma lesão e você perde seu emprego... Tenho certeza que você só não achou o garoto certo. – Meu pai tentou argumentar. Abri minha boca em choque.
— Eu vou fazer como você quer, mãe. Vou embora. Seria mais feliz embaixo da ponte do que perto de você.
Corri para meu quarto e taquei roupas amassadas, livros e tudo que pude em uma mala que expandi com um feitiço. Eu já era maior de idade, e poderia aparatar para onde eu quisesse. Tinha guardado minhas mesadas.
Não chorei. Não me despedi. Quem sabe estivesse acostumada demais a me sentir entorpecida.
Aparatei para o Caldeirão Furado sem pensar duas vezes. Peguei um quarto e me sentei na cama, quando a gravidade do que eu acabara de fazer me atingiu com força.
Eu não tinha mais uma casa. Não tinha mais para onde voltar. Eu era como uma canoa no oceano, sem remos ou suprimentos.
E ainda assim, eu me sentia livre. Eu perdera Alicia e Angelina, mas ainda havia algo dentro de mim, um fogo que queimava como nunca em meus ossos e em meu coração.
Continuaria lutando. Quem sabe arrumar um emprego de meio período?
Sentei na cama. Precisava esquecer tudo. Fugir da minha própria mente.
Não sei bem o motivo, mas pegar um Hidromel no andar de baixo pareceu a melhor solução que eu consegui pensar.
Quando cheguei, acabei bebendo mais do que eu planejava. Lágrimas cheias de ódio escorriam de meu olho enquanto o líquido quente descia por minha garganta. Logo, não era apenas o Hidromel que arrancava lágrimas de mim, mas também Sherry, Uísque de Fogo e Vinho de Erva-da-Muda. Não foi algo que eu planejei, mas as bebidas tornavam tudo mais leve.
Não consegui mais vocalizar as palavras direito, e muito menos caminhar. Resolvi que sair do banquinho seria uma boa ideia, e acabei caindo no chão.
Era muito engraçado.
Gargalhei, rolando no chão.
Percebi que minha vida estava no chão, então meu riso se transformou em choro enquanto eu me encolhia no assoalho envelhecido.
— Você tá bem? – Era uma voz de uma menina.
— Alicia? – Perguntei. Era ela, claramente! – Por quê você pintou... Pintou o cabelo? O cabelo está... Diferente. Tá vermelho. Mais cabeludo. Onde está... Qual é o nome dela mesmo?
— Me chamo Leri, trabalho aqui. – Por quê Alicia estava jogando jogos comigo?
— Não... Não me engane. Eu te amo. – Balbuciei, com a voz trôpega.
— Ok, você definitivamente não está bem... – “Leri” estendeu a mão para mim, e me içou para cima. – Qual é o número do seu quarto?
— 69. Entendeu? Acho... Acho que é um sinal, sabe? – Tentei, mal conseguindo falar as coisas.
— Certo, certo... Vou te levar para lá.
Ela me arrastou para cima, com meu braço em volta de seu pescoço. Parecia ter muita habilidade em carregar pessoas bêbadas por aí. Ela me deitou em minha cama e foi embora.
Capotei de sono.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Vão comentar com raiva? Legal, eu também (meu Deus que clichê)



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