Out of Mind - Fred & Hermione escrita por IsaMultiboooks


Capítulo 16
A Sala


Notas iniciais do capítulo

Oii! Então, nesse cap, eu me apaixonei muito por escrever do ponto de vista da Katie, e achei ela uma personagem muito boa ♥ Espero que gostem também! LEIAM AS NOTAS FINAIS!!



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Droga.

Por quê eu fui perder o controle justo na frente da Granger?

Nunca tinha acontecido antes. Sempre consegui esconder muito bem o que sentia, menos para Alicia e às vezes Angelina.

Alicia.

Droga.

Por quê eu não podia ser como todos queriam que eu fosse? Eu sabia que se eu admitisse o que eu sentia para qualquer um, seria o fim. Flint e seu time nunca mais me deixariam em paz.

Todo dia era a mesma coisa. Acordar e colocar a máscara sob a qual estava vivendo. Estava entediada.

E era até bem divertido ter coisas sob meu controle. No começo era um bom entrenimento fazer a Angelina e o Fred se acertarem logo, e era a coisa que mais conseguia me distrair. Mas depois da conversa que eu tive com a Granger? Ela tinha uma coisa que poderia usar contra mim.

Eu sabia bem como destruir uma pessoa com um olhar ou uma simples frase. Sei dizer onde dói, e todos deixam seus pontos fracos tão à mostra. Granger não teria coragem de falar.

Engraçado como Alicia, a pessoa que parecia ter sido a melhor coisa que acontecera em toda minha vida, poderia me destruir até as cinzas de mil e duas maneiras.

Ninguém me veria desmoronar. Ninguém teria nada contra mim, nem mesmo Granger. Se ela contasse para alguém, o que tinha certeza que faria, eu negaria.

Negaria para sempre.

Meu travesseiro estava molhado de lágrimas. Eu tinha sido fraca.

“Katie, você vai participar de outra coisa. Quadribol é para garotos, ponto final. Não me importo se suas amiguinhas sapatonas participam dessa besteira. Seu pai é mole demais com você.”

“Céus, Katie, use um pouco de maquiagem. Está parecendo uma dessas desleixadas que andam com roupas de garotos.”

“Voar numa vassoura atrás de bolas não é um emprego e nem dará futuro, Katie. Torça para casar com um marido rico que te sustente.”

As palavras de minha mãe pareciam me golpear constantemente. Senti mais e mais lágrimas descerem, e limpei-as com força. Tinha que parar de ser fraca.

– Kat? Tá tudo bem? – Era Alicia. Ela sorria para mim, como sempre. Seus pais eram tolerantes com ela, e ela era tão... Tranquila. Suas ações não eram pensadas, ela confiava tanto no instinto e no calor do momento. Para ela, as estratégias de Wood não eram muita coisa, já que Alicia sabia que faria tudo na hora, do jeito dela.

– Sim, sim. – Me virei de costas antes que ela visse meus olhos vermelhos. Fingi pegar algo nas gavetas da minha cômoda enquanto passava as mãos com força em meus olhos.

– Olhe, sobre a Angelina e o Fred... – Ali começou, meio cansada de ter que insistir no assunto.

– De novo, Ali? – Sorri, brincando com ela. – Eu entendi. Conversei com a Granger e resolvi tudo com ela. Vou deixar quieto.

– Eu sei, Kat. – Ela murmurou, sorridente. Fiquei feliz de vê-la sorrir, e logo as palavras de minha mãe e todas as minhas preocupações foram embora. – Quer ir pro campo? Eu sei que os jogos foram cancelados, mas sinto falta de voar.

– Claro.

Merlin, como eu queria correr até ela e dizer tudo o que eu sentia. Mas eu não podia ser fraca. Não agora.

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– Mione, o quê aconteceu? – Fred se sentou comigo, preocupado. Alicia tinha ido embora, dizendo que tinha algo para fazer no quarto dela.

– Fred, eu... Eu conversei com Katie. – Balbuciei. Merlin, como era difícil mentir para ele. Seus olhos pareciam ver até o fundo da minha alma. – Ela falou coisas que... Ah, Fred... – Suspirei, afundando minha cabeça em seu tórax. Ele enrolou os braços ao meu redor. - Eu não posso... – Murmurei contra sua camisa. Fred tomou meu rosto em suas mãos, me afastando.

– Calma, calma. Se você não pode falar, eu entendo. Não tem problema, ok? – Ele me tranquilizou, acariciando minhas bochechas com seu polegar. – O importante é que agora está tudo bem.

Deitei a cabeça em seu colo, e não me importei que estávamos na Sala Comunal. De alguma forma, sabia que ninguém nos veria.

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Ao mesmo tempo que queria ignorar o assunto de Katie e dar graças que ela não iria mais interferir comigo e com Fred, eu queria desesperadamente ajudá-la. Como alguém consegue ignorar o sofrimento de outro e simplesmente deixar de lado? Ainda assim, não via uma saída. Como eu perguntaria de maneira casual para Alicia se havia alguma possibilidade de ela gostar de meninas também sem levantar suspeitas? Também não podia falar nada para Fred, por mais compreensivo que ele seja, já que Katie me mataria.

Acabei decidindo que continuaria na minha até eu arrumar alguma solução. Forçar Katie a admitir seus sentimentos seria cruel, ainda mais na situação dela. É algo muito pessoal.

– Mione, querida, o que está afligindo seu coração? – George disse, pulando para se sentar no sofá ao meu lado, na Sala

– É... A segunda tarefa. – Inventei, rapidamente. – Harry e Ron insistem que ainda tem muito tempo, mas é óbvio que Fleur, Krum e Cedrico já estão trabalhando.

– Merlin, Hermione, nem parece que sabe que o forte de Harry é improvisar. Vai dar tudo certo. – Ele piscou para mim, se levantando. – Na última hora. Mas vai dar.

– Obrigada, George.

Ele deu um aceno de cabeça e subiu para seu dormitório. Mal ele tinha saído, Fred entrou correndo, sorrindo e ofegando.

– Mione! Mione, acho que achei a sala de Ravenclaw! – Fred exclamou, sorridente.

– O quê? Como? – Me levantei em um pulo. – Merlin, Fred, isso é ótimo! Onde?

– Só vai descobrir se vir logo. Anda! – Ele me apressou, me puxando para o corredor. Tive que fazer um esforço enorme para acompanhar o passo dele, e enquanto andávamos rápido, Fred me contou o que aconteceu. – Então, eu estava vendo aquela biografia de Ravenclaw, e tinha uma pintura dela sentada em um lugar do jardim. E eu fui ver onde era, porque achei que podia ser algo. E, Mione querida, era.

– Como você achou? – Ofeguei.

– Eu vi que um dos ramos parecia intacto, como se o tempo não tivesse passado para ele e ninguém nunca tivesse pisado nele. Então eu tentei puxá-lo e deu certo. Apareceram algumas escadas.

– E? – Perguntei, ansiosa para saber o quê ele encontrou. Recebi um olhar incrédulo e brincalhão em resposta.

– Hermione, você realmente acha que eu iria sem você? Merlin, como estou ofendido! – Exclamou. Sorri e empurrei-o de leve para fazê-lo voltar a andar.

Quando chegamos no jardim, mal eu sabia que quando Fred disse que ficava longe, ele realmente queria dizer longe. Andamos até os limites, e finalmente chegamos lá. Fazia sentido, afinal, Rowena provavelmente quis garantir que nenhum aluno encontrasse sua sala por engano.

Fred puxou a raiz, que era de um marrom claro e vívido. Parecia completamente nova, quase artificial. A grama afundou e degraus apareceram, espiralando para baixo em uma escada de um cinza azulado e escuro.

– Primeiro as damas... – Fred se curvou e estendeu o braço para a escada. Revirei os olhos e desci com cuidado, seguida por ele.

Entramos em uma sala de pedra, iluminada por tochas que acendiam com fogo azul. Havia uma grande águia logo a nossa frente.

– Um viajante chega a uma bifurcação na estrada que leva a duas aldeias. Numa aldeia as pessoas sempre dizem mentiras, e na outra aldeia as pessoas sempre dizem a verdade. O Viajante precisa realizar negócios na aldeia onde todos dizem a verdade. Há um homem de uma das duas aldeias em frente a bifurcação, mas não há nenhuma indicação de qual aldeia ele é. O viajante se aproxima do homem e faz uma pergunta. Depois de ouvir a resposta, ele sabe qual caminho seguir. O que o viajante perguntou? – Uma voz feminina, misteriosa e etérea deixou, calmamente, o bico da ave de pedra.

– Simples assim? Nenhuma introdução? Ninguém ensinou essa águia que sair por aí jogando charadas sem nem se apresentar é extremamente rude? – Fred exclamou.

– Bom, Rowena Ravenclaw vinha aqui para ler, não para bater papo com um pássaro de pedra. – Retruquei. – Deixe-me pensar...

Parei por um bom tempo, e Fred ficou em silêncio.

– Uma pessoa sincera apontaria para a aldeia onde mora, a aldeia onde falam a verdade. Uma pessoa mentirosa também apontaria para o mesmo lugar, não? Sendo um mentiroso, não apontaria para o lugar onde realmente mora... – Murmurei. Meu rosto se iluminou quando as peças se juntaram em minha cabeça. – A resposta é onde a pessoa mora. O viajante perguntou qual o caminho para a aldeia do homem!

– Correto. – A voz disse, e a cabeça da águia se curvou. A escultura foi para trás, como se fosse uma porta.

– Fred... – Sorri para ele. – Nós conseguimos!

– Nós conseguimos, Mione! – Ele exclamou de volta.

Comemoramos por algum tempo, e Fred até imitou os gritinhos de algumas meninas, rindo.

– Bom, o quê estamos esperando? Vamos! – Ele disse, me puxando para dentro.

Aquela sala era a coisa mais linda que eu já tinha visto.

Parei logo na entrada, completamente embasbacada. Meu queixo caiu.

Prateleiras se estendiam até o teto, que era até o alto. O lugar tinha um teto abobadado com pinturas no alto, e não consegui ver onde tudo aquilo terminava. Livros e mais livros, não se podia contar quantos.

Acho que poderia até ter chorado com aquela visão, mas estava chocada demais.

Havia escadas para alcançar as prateleiras mais altas, e eu entendi perfeitamente porque Ravenclaw passava tanto tempo ali. Se eu fosse ela, mal sairia. Na verdade, Fred provavelmente teria que me arrastar para me tirar dali.

– Mione, eu sei que eu causo essa reação nas pessoas, mas babar já é demais... – Fred brincou. Saí do meu transe, e nem soube por quanto tempo eu fiquei parada, de boca aberta, olhando toda aquela perfeição.

– Fred... Esse lugar... – Murmurei. – É simplesmente perfeito.

Andei pelas prateleiras, percorrendo as lombadas dos livros com as pontas dos dedos. Havia todo tipo de história, teoria, peça, ensaio ou estudo.

– Eu mal sei por onde começar... – Balbuciei, ainda aturdida com tudo aquilo. Fred me olhava, divertido, e andou em minha direção.

– Que tal pelas Fantasias Debilitantes? – Ele disse, tirando uma mecha de cabelo do meu rosto.

– Ao trabalho, então.

Parecia que todos os livros continham alguma anotação de Rowena Ravenclaw. Tornou nosso trabalho tão fácil, mas tão fácil, que provavelmente viria à essa sala toda vez que os exames vierem. Era tudo muito fascinante, e se já não tivesse antes, tive certeza que Rowena era, com toda a certeza, a bruxa mais brilhante de sua época.

Quando terminamos todo o trabalho das Fantasias Debilitantes, fiquei impressionada. Fizemos tudo em tão pouco tempo, e tudo rendeu bem mais. Resolvemos começar o Febricolate, e então os Chapéus Escudo e depois os Truques de Magia dos Trouxas.

Acho que nunca trabalhamos tanto e tão rápido. Não vi o tempo passar.

Na verdade, nem percebi quando eu e Fred tínhamos dormido. No chão da sala, rodeados por livros.

– Fred... – Murmurei, sonolenta, coçando os olhos. Ele estava deitado de bruços com a cabeça em um livro. – Fred, acho que dormimos...

– Aham... E daí? – Ele resmungou, parecendo completamente tomado pelo sono. Olhei o relógio dourado que ele tinha no pulso, e vi que já passara da meia-noite.

– Temos que... Voltar. - Respondi, a voz embargada de cansaço. Estava naquele lugar entre estar dormindo e quase acordada.

Não percebi quando voltei a dormir, nem que estava babando.

Acordei lentamente. Vi que não estava no chão, e estava sendo colocada em um... Colchão?

– Fred? – Disse, parcialmente acordada.

– Não se preocupe, eu durmo no chão, Mione. – Ele sorria para mim. Beijou minha testa e se deitou no que parecia um amontoado de cobertas.

– Ainda estamos na sala? – Sussurrei.

– Estamos. Não queria acordar você, e agora é a hora que Filch geralmente manda Madame Norra aos jardins... Não se preocupe, amanhã é sábado.

Deitei de novo, e ficamos em silêncio. Ponderei minhas opções. Poderia sair, tentar voltar para o dormitório e correr o risco de ser pega por Filch e por Madame Norra, e talvez até por Hagrid. Isso provavelmente deixaria todo mundo saber que eu e Fred estamos juntos... Ou eu poderia dormir ali, acordar por volta das cinco ou seis da manhã e voltar para minha cama antes que todo mundo acordasse.

Tinha que dizer que a segunda opção parecia mais segura.

– Fred?

– Hum?

– Você pode dormir aqui, sabe? – Disse. Não seria justo ele ter que dormir no chão e acordar com as costas totalmente arrasadas, e esse pensamento não me deixaria em paz pelo resto da noite.

– Tem certeza? – Ele respondeu, levantando uma sobrancelha.

– Tenho. Mas só dormir, entendido?

– Sim, senhora.

Fred se deitou a uma distância considerável, levando em conta que o colchão não era muito grande. Não sei como ele achou uma coisa dessas aqui, mas isso era uma pergunta para depois.

Meus olhos começaram a se fechar, e me aproximei de Fred. Ele me abraçou, dando um beijo em minha testa.

– Eu te amo, Mione.

Era a primeira vez que um de nós dissera isso.

[FOTOS DA SALA :

http://dailynewsdig.com/wp-content/uploads/2013/12/Austria-Vacation-Largest-Monastery-Library-In-The-World-3.jpg

http://static.habsburger.net/files/styles/large/public/originale/admonter_stiftsbibliothek_-_groesste_klosterbibliothek_der_welt_original.jpg?itok=xugfTwr2

http://dailynewsdig.com/wp-content/uploads/2013/12/Austria-Vacation-Largest-Monastery-Library-In-The-World-2.jpg ]


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Notas finais do capítulo

Gostaram??? Espero que sim!! Bom gente, eu tenho percebido que, desde o começo da fic, nós perdemos alguns leitores, ou pelo menos eles não comentam faz um tempo... Não me entendam mal, eu amo cada comentário que eu recebo, mas só queria saber se vocês gostariam algo diferente na fic, ou se não estão gostando de alguma coisa... Enfim, me digam onde eu posso melhorar! Eu prometo que vou fazer o meu melhor sempre :) Até o próximo capítulo!