Out of Mind - Fred & Hermione escrita por IsaMultiboooks


Capítulo 10
A Chuva


Notas iniciais do capítulo

GENTE, GENTE, GENTE!!! Eu estou sem chão! MaliaMultiboooks e LizaChevalier, eu amo vocês! Muito obrigada mesmo pelas recomendações, eu não esperava receber tão cedo! Sério, obrigada! Então, já que vocês duas são uns amores, esse é meu presente de natal pra vocês. Acho que vão gostar muito desse capítulo... ( ͡° ͜ʖ ͡°) (Ah, tem um pequeno aviso sobre a menina misteriosa nas notas finais!)



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Quando Fred veio para mim com aquela barba ridícula que ganhou com a poção do envelhecimento, quase caí da cadeira de rir.

– Bom, eu avisei que a poção não ia funcionar... - Consegui dizer em meio às gargalhadas.

– Tá bom, tá bom. Quando quiser parar de rir me avise. - Resmungou.

Ele devia ter seguido meu conselho sobre não tentar violar as regras.

.........................................

Eu estava desolada. Harry tinha sido escolhido para participar do Torneio, mesmo que Cedrico já tivesse sido selecionado. Minha cabeça girava e girava. Eu já tinha entrado em pânico com a ideia ridícula de Fred e George de botarem os nomes do Cálice, e foi um alívio quando o mesmo rejeitou os papéis deles. A mera possibilidade de perder os dois, principalmente Fred, me fez tremer.

Mas Harry...Como ele ia sair dessa vivo?

Já tinha lido todos os livros que consegui achar na biblioteca sobre o Torneio Tribruxo. Até o momento, as provas tinham sido absurdas, e não acreditava que alguém poderia achar que isso era algo aceitável aos alunos. Roubar o filhote de um hipogrifo, pegar um anel em um lago cheio de explosivins... E essas eram as mais leves. Parei de ler, já com lágrimas nos olhos. A mera possibilidade de perder Harry me deixava sem chão.

– Como o Potter conseguiu?

– E ele nem queria!

– Que sortudo!

Não conseguia acreditar nos murmúrios que chegavam ao meu ouvido. Como essas pessoas achavam que ser escolhido era algo bom? Era tudo que Harry não precisava no momento. Ainda mais, havia alguém querendo colocá-lo em perigo. Querendo matá-lo.

Entrei na Sala Comunal, que já estava se esvaziando. Separei mais alguns livros e tentei focar em alguma coisa, mas comecei a entrar em desespero. Respirei pesadamente e olhei ao redor. Não vi ninguém, então deixem as lágrimas brotarem em meus olhos. Harry não merecia nada daquilo, e acho que ele estava perdido no meio de um furacão ao seu redor. Mas não podia deixá-lo me ver assim. Se tinha que chorar, era melhor que fosse agora, quando ninguém poderia me ver, do que acabar desmoronando na frente de quem mais precisava que eu fosse forte. Deixei tudo sair, lágrimas caindo em minha bochecha desesperadamente.

Harry já tinha passado por tanto. Esse ano era para ser completamente normal. Era para ser a folga que ele tanto merecia. E o único perigo era o Torneio, mas era completamente opcional.

E ainda assim alguém conseguiu fazer isso com ele.

– Ai, droga, meu pão... Mione? – Reconheci a voz de Fred. Enxuguei meu rosto com as mangas desesperadamente. Virei para trás e lá estava ele, com os braços atolados de doces da cozinha. Só consegui ver seus olhos e seu cabelo em meio a toda comida que ele carregava.

– Oi, Fred! – Tentei soar animada, ou pelo menos normal. – Tudo bem?

– Ok, Mione, se tem uma coisa que você não consegue fazer de jeito nenhum é atuar. – Sua voz era abafada pela pilha de comida. - Espere um segundinho, vou deixar isso no quarto e já volto.

E em um piscar de olhos, lá estava ele de volta.

– Tudo bem, agora, deixa eu adivinhar. Triste pelo Harry? – Ele se sentou em minha frente no sofá.

– É. Eu só estou com muito medo. E não consigo parar de pensar em como deve estar sendo para ele, preso no meio dessa confusão. E todo ano, parece que não percebem que ele, todos nós, somos crianças. Não sei o que faria se ele se fosse. – Suspirei, sem conseguir olhar para Fred. O nó na minha garganta impediu que eu continuasse a falar.

– Olhe, ninguém pode garantir que Harry não vai virar torradinha. – Lancei um olhar de reprovação a ele. – Mas o que nós podemos fazer é ter certeza que ele tenha ajuda e apoio, porque ele com certeza vai precisar. – Fred levou os dedos ao meu queixo, pedindo que eu olhasse para ele. – Então, Mione, ao invés de pensar em como o Potter pode bater as botas, pense em como evitar isso e ajudar ele com todo o seu conhecimento, que, convenhamos, não é pouco. Certo?

– Certo. – Sussurrei, a voz fraca. Deitei a cabeça em seu colo. – Eu estou com tanto medo, Fred. Você não leu o que eu li sobre o Torneio. Eu não acredito que Dumbledore permitiria algo assim acontecer aqui.

– Vai ficar tudo bem, eu já te disse. E se não ficar, eu vou estar aqui. Sempre. – Senti a mão de Fred fazer carinho em meus cabelos. Acho que era tudo o que eu precisava. Não de alguém que afirmasse que ia ficar tudo bem, mas de alguém que estaria lá.

Ele sabia a coisa certa a dizer, mesmo que depois de uma ou duas brincadeiras fora de hora.

Sempre.

.....................................................

Tinha acabado de sair da biblioteca, e finalmente alguém devolveu o livro que eu estivera procurando. Desde que o nome de Harry fora escolhido, estive procurando todo tipo de feitiços mais avançados que pudessem ajudá-lo em tarefas gerais. Vi Angelina Johnson no corredor, comentando algo com Katie Bell.

– Eu acho que eu e ele ainda temos algo. Estamos mal resolvidos, entende? – A morena disse, vulnerável.

– Então corre atrás dele! Tá esquecendo de quem você é? Angelina, vai, hoje mesmo! Eu sabia que ele ia voltar correndo para você, e ele te chamar para o baile só comprova isso.

Por algum motivo aquilo fez meu coração parar. Será que eu estava ficando biruta? Eu estava mesmo gostando de Fred? Eu já suspeitava que eu estava sentindo algo, mas... Não fazia sentido.

Mas... Será mesmo?

Quanto mais eu remoía o assunto, mais eu ficava com raiva.

Se ele tinha algo com Angelina, por quê ele me enrolou por tanto tempo? Ou será que era eu mesma que estive inventando tudo isso? E se ele estivesse apenas sendo um bom amigo e eu me deixei iludir? E convidá-la para o baile... Céus, era a cereja no topo do bolo.

Não sabia se ficava irritada comigo ou com ele. Ou com nós dois.

E eu ainda achei que talvez, só talvez, ele pudesse gostar de mim também.

Pisei forte até os jardins, sem conseguir tirar tudo da cabeça. Maldito Torneio, maldito Fred, maldita eu. Não conseguia tirar toda aquela raiva e aquele rancor do meu sistema, e nada que eu fazia ou pensava conseguia me distrair de toda aquela emoção acumulada. Um nó se formava em minha garganta, e eu sentia que poderia socar alguém, e desejei que Malfoy estivesse ali de novo.

E senti pingos no meu cabelo.

Que logo se transformaram em uma cachoeira.

Ótimo. Simplesmente ótimo. Levantei meu braço, e minhas vestes já estavam completamente ensopadas. Isso sem contar o cabelo, que eu teria que lavar de novo para não ter que conviver com os efeitos da umidade.

– Droga, droga, droga... – Murmurei, tentando enxergar algo na chuva, que virara tempestade em dois segundos. Minha meia se encheu de água, e me perguntei se existia algum feitiço para frieiras.

Estava longe do castelo, mais do que eu imaginava. A cada vez que eu pisava na grama, uma pequena poça subia, e amaldiçoei o mundo inteiro por aquele dia horroroso.

– Hermione? – Era a voz de Fred. Mas o que diabos ele estava fazendo ali? Era ironia do destino, só podia.

– Fred, não agora. – Ele era, francamente, a última pessoa que eu queria ver. Não estava com cabeça nem para lidar comigo mesma, quem diria com ele.

– Ei, o que houve? – Senti suas mãos no meu ombro, e tirei-as dali. Era mais fácil acabar com aquilo. Eu estava me iludindo, e ele era parcialmente responsável por isso. Todos os abraços, tudo, e aparentemente ele ainda estava ligado à Angelina. E afinal, se ele gostasse mesmo de mim, por que não tomou uma atitude antes?

– Você! Você houve! Você, eu, Angelina, tudo. Agora, por favor, me deixe passar.

– Angelina? Mas o que tem ela? Não, não vamos sair daqui até você me explicar isso.

– Não sei se você notou, mas estamos no meio de uma tempestade. Fred, saia. – Já estava ficando de saco cheio, isso se já não estava antes. E ele ainda se fazia de besta!

– Já estamos ensopados de qualquer jeito. Agora, desembuche. O que eu fiz?

– Como se você não soubesse! Mas quer saber? Quem sabe a culpa foi minha! Chamar a Angelina para o baile? Por que você não me falou que você tinha algo com ela? Eu... – Relutei por um segundo. Mas afinal, o que eu tinha a perder? Chutei o balde e continuei a colocar tudo para fora. – Eu... Eu acho que estava sentindo algo por você. Não sei o quê, mas você, com todos os seus abraços, brincadeiras e não sei mais o quê, causou algo em mim. Não se preocupe mais com isso, vou garantir que não me iluda mais. Mas no fundo, eu achava que era recíproco. Não sei por que diabos, mas achei, bem no fundo. Quer saber? Acho que eu fui estúpida, achar que você iria...

E então senti. Seus lábios comprimidos contra os meus, suas mãos em minha nuca, puxando-me para perto.

Não sei como aquilo aconteceu, mas minhas mãos se entrelaçaram em seus cabelos ensopados, depois dos dois segundos de choque. Ele percorreu minha nuca, minhas costas, e toda proximidade ainda parecia pouco. Minhas costas se arqueavam ao seu toque, e nossos lábios se recusavam a separarem-se. De seus cabelos, meus dedos foram para sua nuca, para seu pescoço e seu rosto.

[N/A: Alguns gifs LINDOS que achei pra representar esse momento:

https://45.media.tumblr.com/054d56b92c4c9a3462251100268fb55f/tumblr_nj3ey9ZrpH1r7eta3o1_500.gif

https://49.media.tumblr.com/0be78eb7213b74af09c5dc3c214d6808/tumblr_mum82vJgYT1snzlfbo2_500.gif ]

A chuva continuava a bater contra nossos rostos, e a mão de Fred protegia minha bochecha. Nos afastamos alguns centímetros, procurando ar desesperadamente.

– Eu tinha que te fazer parar de falar besteiras de algum jeito. – Ele ofegou, sorrindo. Ainda me segurava em seus braços, mas lutávamos para manter os olhos abertos contra a força da tempestade.

Me sentia perdida. Nem sabia se isso tinha realmente acontecido ou não. E sabia que provavelmente éramos uma bomba-relógio, esperando para não dar certo e explodir. Minha cabeça girava e girava, e não conseguia parar de pensar no que aconteceu.

– Eu... Eu tenho que ir. – Tentei soar acima da chuva, e voltei correndo e tropeçando para o castelo. Olhei para trás, e vi Fred confuso, parado ali.

Entrei na sala comunal correndo e pingando, e fui tomar banho.

Ainda não acreditava no que tinha acabado de acontecer. Eu realmente tinha acabado de beijar Fred Weasley? E ainda por cima, se Angelina descobrisse, eu não teria dúvida que ela ganharia fácil de mim em um corpo a corpo, ainda que eu soubesse o dobro de feitiços que ela. Mas o quê eu estava pensando, parecia até que tinha esquecido quem eu era! Quando que eu, Hermione Granger, me envolveria em uma briga com uma menina legal por causa de um garoto? Eu não era nenhuma louca!

Angelina.

Será que Fred achou que com um beijo eu ia tirar tudo da cabeça? Claro, funcionou, mas ele ainda tinha muita coisa para explicar. E eu não sabia se podia ter mais drama justamente agora, que Harry precisava da minha ajuda. Acho que a melhor coisa a se fazer era deixar quieto, pelo menos até o Torneio acabar ou algo assim

Droga, eu tinha esquecido que estava recebendo para ajudar os gêmeos.

Pensei e pensei no que eu ia fazer. Sabia que não conseguiria olhar na cara do Fred por algum tempo sem corar ou agir igual uma pateta, mas eu ainda tinha que ajudar os gêmeos. Até porque eles estavam me pagando.

Decidi manter tudo em níveis profissionais. Só isso.

Desci até a sala comunal decidida, quando todos já estavam dormindo, e encontrei Fred no sofá.

– É... Oi. – Comecei. Eu tinha um plano, mas não fazia a menor ideia de como colocá-lo em prática ou deixá-lo claro para ele. Pensei em simplesmente deixar de lado, e deixar claro que estava ali para estudar, e só. – Então, Vomitilhas?

Fred franziu as sobrancelhas.

– Mione, se você vai ficar melhor se fingir que nada aconteceu, eu topo. Mas não quero que você fique brava comigo sem saber o que aconteceu. Senta aí e ouve. Olhe, Angelina e eu terminamos. Ela é legal, até você namorar ela. Fica ciumenta e para de conversar para ficar só no físico. Se é que você me entende. Claro, no começo eu achava incrível, porque, bom... É. Mas, ah, enjoa tanto. E a Katie fica enchendo a cabeça dela com baboseiras, tipo que eu ainda gosto dela. E daí a Bell veio e me disse que Krum ia levar você para o Baile. E eu fiquei meio irracional e chamei a Angelina, até porque Ronald não parava de questionar minhas habilidades.

– Eu ainda não entendi o quê você quer. O quê nós seríamos. – Falei, sinceramente. Não sabia nem o que eu queria direito, e as intenções dele ainda eram um mistério. Afinal, o que ele esperava? Que começássemos a sair, se ele provavelmente nem sabia se gostava de mim?

– Nem eu. – Fred disse, com uma risada. – Mas eu sei algumas coisas. Eu quero jogar farinha no seu cabelo, acalmar você dentro de armários apertados, ensinar você a voar, ter guerras de travesseiro com você e queimar bolos com você.

– Eu... Eu acho que eu também. – Ri baixinho, e finalmente subi meu olhar para o seu. Nos seus olhos, havia emoção, algo que eu não estava acostumada a ver. Seu rosto tinha um sorriso discreto, quase envergonhado.

Vi sua mão estendida no sofá, e estiquei a minha para segurá-la.

E ficamos assim por sabe-se quanto tempo, corados.


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Notas finais do capítulo

Gostaaaaram? ( ͡° ͜ʖ ͡°) Espero que sim! Deixe sua opinião, sugestão ou crítica aqui nos comentários! Se estiver gostando da fic, e quiser me dar uns presentinhos de natal, clique em favoritar, acompanhar e quem sabe (se estiver gostando muito da fic) recomendar! Ah, e sobre a menina misteriosa que seguiu a Mione... Vocês vão saber mais sobre ela no próximo capítulo! Beijoss!