Opostos que se Atraem escrita por paular_GTJ


Capítulo 9
Capítulo 9




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POV JACOB:


Estava sentado no lado de fora do hospital, sozinho. Gostei um pouco desse momento a sós, assim podia pensar um pouco com calma em tudo que estava acontecendo, sem aquele bando de pessoas impacientes, tagarelando o tempo todo e enchendo minha cabeça de asneiras.


Apesar de gostar dessa solidão momentânea, eu ainda ansiava por a companhia de alguém. Não de qualquer um. Eu sabia que apenas uma pessoa poderia me fazer bem agora.


Sinceramente, o que está acontecendo comigo? Quer dizer, eu sei que Nessie mexe comigo de uma forma diferente, mas eu sempre pensei que fosse uma atração ou desejo por ser mais como um “desafio” para mim, uma vez que ela foi a única garota que se mostrou indiferente comigo. Algo totalmente novo, modéstia parte.


Eu estava começando a achar, porém, que tinha alguma coisa a mais nessa atração. Eu já beijei a garota, certo? Então, por que eu não a tiro mais ela da minha cabeça, e anseio por provar o gosto dos seus lábios novamente? Por que ela não sai dos meus sonhos? Por que essa dependência desesperadora por ela? Eu não podia estar... Apaixonado, não é? Não, isso é totalmente insensato.


Meu cérebro estava dividido em dois pensamentos distintos: uma parte dele era sempre tomada por Nessie, e a outra estava presa ao meu melhor amigo.


Pensar que ele está lá em cima, em uma cama de hospital inconsciente e com uma probabilidade de não acordar, é torturante demais.


Eu nunca pensei que era capaz de sentir uma dor tão grande como estava sentindo neste momento. Eu só senti uma vez em toda minha vida uma dor assim e foi quando perdi minha mãe na minha infância. A idéia de perder meu melhor amigo era tão dolorosa que eu já não conseguia controlar as malditas lágrimas. Como estava sozinho, deixei-as cair livremente.


Não tinha a menor idéia de quanto tempo permaneci ali, sozinho, perdido em pensamentos e deixando a dor sair em forma de lágrimas. Limpei os resquícios do choro que ficaram no meu rosto assim que ouvi passos se aproximando de onde eu estava.


Não levantei a cabeça para ver quem era; Temi ser Paul. Imagina a gozação que ele iria fazer se me achasse ali chorando que nem um bebê? Porém, era inevitável. Eu não conseguia mais me controlar e já estava sentindo novamente meus olhos se enxerem de água. Não havia nenhum modo de parar com essa droga, não?!


– Quer ficar sozinho? – A voz dela chegou aos meus ouvidos, surpreendendo-me.


Não era Paul. Era Nessie.


Sem pensar eu levantei os olhos para encará-la, já me arrependendo instantemente. Eu não queria que ela me visse chorando. Iria achar que eu sou um frouxo ou qualquer coisa do gênero.


Porém, ao ver seu rosto eu me senti um pouco melhor. Nessie me olhava com certo receio, talvez até pena. Eu não queria que ela me visse desse modo, porém ao mesmo tempo eu a queria ali comigo, por incrível que pareça.


Neguei com a cabeça para sua pergunta e já desviei o olhar quando senti uma lágrima grossa escorrer pela minha face. Pensei que ela faria algum comentário sarcástico típico dela, ou então faria qualquer outra coisa. Eu só não esperava que ela agisse do modo que agiu.


Nessie sentou-se ao meu lado e abraçou meus ombros de forma consoladora. Eu me senti menos angustiado instantemente e já era inevitável segurar as drogas das lágrimas que agora desciam involuntariamente.


Bem, eu já estava ali mesmo, não é? Então, não pensei nem uma vez a mais e afundei meu rosto no vão do pescoço da garota ao meu lado inalando seu cheiro embriagante. Deixei tudo que estava preso em mim, desde que soube da noticia, toda aquela dor sair livremente enquanto sentia sua mão delicada afanar minhas costas de forma confortadora.


Perdi a noção do tempo e me deixei ser consolado por Nessie. Despertei apenas quando senti meu celular vibrar no bolso. Levantei o rosto, muito contrariado, do pescoço dela - um pouco tonto pela perfeição do seu cheiro - e puxei o aparelho enquanto limpava o que restava no meu momento sentimental do rosto.


– Alô? – Atendi com a voz rouca depois de ler no visor do celular "casa".


Nessie me olhava com curiosidade, mas eu estava um pouco constrangido para encará-la. Ela devia estar me achando um fraco, um bebezinho.


Jake? – Rachel falou do outro lado da linha, preocupada. – Como você está maninho?


– Oi Rach. – Respondi pigarreando um pouco para que minha voz saísse menos rouca em função do choro.Nessie se virou para frente e cruzou os braços parecendo irritada. – Está tudo bem. Por quê? – Perguntei, virando-me para a garota e tentando entender sua reação repentina.


Você está com a voz estranha. – Minha irmã falou, fazendo-me murmurar um “Hum” um pouco distraído. Nessie não me olhava mais, parecia que tentava ficar alienada da minha conversa com o nariz empinado e fitando a direção oposta. Estranho.


Como está Quil? – Rachel perguntou me fazendo voltar à atenção ao telefone.


– Ah, está... Instável. – Suspirei alto. – Não deram muitas notícias sobre ele, mas ao que parece, depende somente dele agora.


Ah, eu sinto muito Jake! – Murmurou com nítida preocupação. – Olha, você acha que vai poder ir naquele jantar do papai?


– Que jantar? – Perguntei confuso. Ninguém me disse nada sobre isso!


Papai falou que iria ter um jantar com uns cantores sei lá do que, e perguntou ontem se nós queríamos ir. Você não lembra?


– Não, eu não o ouvi falando isso.


Claro que ouviu! E você até falou que iria. – Rachel falou confusa, fez uma pausa e continuou com um tom mais divertido agora. – Mas é claro que você estava pensando na tal garota misteriosa e não se lembra de ter concordado, não é?


Ela parecia estar segurando o riso. Eu revirei os olhos me mexendo desconfortavelmente no banco. Graças à Deus Nessie não conseguia ouvir o que minha irmã dizia. Não que ela fosse saber quem era a garota que não sabia da minha mente, de qualquer forma.


– Ah, não sei... Eu não estou muito no clima, Rach.


Ai maninho! Você não pode ficar nessa deprê, né! Eu sei que é difícil, mas talvez seja bom você ir... Assim você se distrai um pouquinho. – Falou naquele tom maternal costumeiro.


– Não sei... – Eu realmente não me sentia bem para ir a jantarzinhos naquele momento.


Ah Jake!! – Rachel resmungou chorosa do outro lado.


Eu já estava vendo que eu teria que ir mesmo. Quando ela começava a choramingar por alguma coisa era melhor fazer o que era queria de uma vez.


– Tá legal! – Respondi, dando-me por vencido. – Que horas é esse tal jantar?


– Eba! – Cantarolou feliz. – É daqui a duas horas. Você precisa tomar um banho antes... Eu já preparei sua roupa.


– Ótimo. Eu já vou ir então. – Respondi sem emoção. – Daqui a uma meia hora ou uma talvez estou ai.


– Ta bom. Tchau maninho.


Guardei o celular no bolso, bufando alto. Festinhas ou jantarzinhos era a última coisa que eu queria num momento desses. Como eu podia ir sair e “me divertir” sabendo que meu melhor amigo estava em coma?


Nessie continuava olhando para frente com os braços e pernas cruzadas e movimentava seu pé de forma frenética, parecendo nervosa.


– Qual é o problema? – Perguntei curioso.


– Nada, não. – Falou seca.


Ficamos em silêncio por um momento. Eu ainda estava um tanto curioso pela sua mudança de humor repentina, mas achei melhor não comentar nada. Era bem provável que ela fosse me dar um soco naquele estado de humor que estava.


– Você não tem pena das garotas, não? – Nessie murmurou de repente, como se não fosse mais capaz de aguentar ficar quieta, olhando-me indignada.


– Como é? – Perguntei devolvendo seu olhar, porém, o meu era confuso.


– Você está “namorando” – Ela ergueu os dedos fazendo aspas no ar. – A Leah, e agora mesmo acabou de combinar de sair com a tal de Rachel. – Pronunciou o nome de forma debochada, afinando um pouco a voz. - Quer dizer, por que você as faz de idiota desse jeito? Você não se sente nem um pouco mal, não?


Demorei um tempo para entender do que ela estava falando. Depois que eu juntei aquelas palavras com sua mudança de humor e seu deboche ridiculo, não consegui conter o riso. Ela estava mesmo com ciúmes. Eu não havia me enganado na primeira vez.


Ela ainda achava que eu estava namorando a Leah e que Rachel outra garota qualquer que eu pegava? Lembrei-me vagamente dela ralhar indignada comigo quando eu falei eu te amo para minha irmã. Tentei não lembrar o que acontecera em seguida. Inutilmente, é claro.


– Não fiz piada nenhuma para você achar tanta graça, Black. – Nessie sibilou seca, repreendendo-me, indignada.


– Você não deveria tirar tantas conclusões precipitadas, sabia? – Comentei fazendo força para manter a voz séria.


– Ora me poupe! Não precisa ser um gênio para entender a mente masculina. – Deu uma risadinha sem graça.


– Você generaliza demais os homens, Nessie. – Apressei-me a continuar quando ela fez menção de me interromper. – Para sua informação, não que eu lhe deve alguma, eu não estou mais namorando com a Leah. Aquilo não passou de um mal entendido.


Nessie me olhou com o cenho franzido, e perguntou curiosa:


– Mal entendido?


– Sim. - Respondi passando as mãos nos cabelos. – Eu não estava prestando atenção no que ela estava me falando, então concordei com uma coisa que não tinha idéia do que era. – Dei de ombros um tanto indiferente, afinal isso é bem normal, não é?


Nessie bufou revirando os olhos, mas ela parecia bem menos rabugenta.


– Típico de homens. – Murmurou, lançando-me um sorrisinho cínico.


Revirei os olhos lhe mostrando a língua. Nessie riu baixinho.


– E quanto a outra garota, a Rachel... – Continuei assistindo Nessie deixar o sorriso desaparecer de seu rosto e encarar as próprias mãos, parecendo muito interessada nelas de repente. – É minha irmã.


A garota virou o pescoço em minha direção, encarando-me surpresa. Ela abriu e fechou a boca diversas vezes sem produzir nenhuma palavra. Por fim, gaguejou perplexa:


– Ir-Irmã?


– Sim. – Respondi, mantendo minha expressão indiferente a muito custo. Ela ficava tão linda com ciúmes. – Eu tenho que ir para um jantarzinho idiota do meu pai agora. Ela me ligou para me convencer a ir.


– Eu não... Eu não sabia que você tem... Tem irmã. – Nessie falou lentamente, parecendo animada e encabulada ao mesmo tempo.


– Pois é.


Ficamos em silêncio por um tempo. Eu ainda estava achando muita graça no ciúmes bobo de Nessie, ao mesmo tempo, estava um tanto contente de produzir essas reações nela.


– Então, como está a Claire? – Perguntei tentando desesperadamente quebrar aquele silêncio constrangedor.


– Ah, ela está bem. – Nessie falou brincando com um cordão de sua jaqueta. – Pelo menos, estava até o pai dela chegar.


– Como assim? - Franzi o cenho.


– É que agora ele descobriu que ela está... – Nessie me olhou um pouco em dúvida e calou-se, pensativa.


– Que ela está...? – Incentivei, curioso.


– Eu não sei se deveria contar... Mas, afinal, os pais dela já sabem... Não faria mal contar ao melhor amigo dele, não é?! - Nessie falava mais consigo mesmo do que comigo.


– Contar o quê? Fala logo, garota! – Virei-me no banco para poder analisá-la melhor.


– Ok. Eu vou falar, mas se você abrir o bico eu juro que arrebento a sua cara. – Ameaçou, apontando-me um dedo.


Revirei os olhos para ela.


– Eu prometo. - Ergui uma mão, como se fizesse um juramento. - Agora desembucha.


– A Claire está grávida.




POV NESSIE


Assisti calada às variações de expressões de Jacob ao meu lado. Primeiro ele me olhou com a testa franzida, em seguida, pareceu assimilar minha frase e arregalou absurdamente os olhos, depois abriu e fechou a boca diversas vezes sem pronunciar nenhuma sílaba, gesticulando para todos os lados e parecendo pateticamente chocado.


– O Quil... A Claire... O Quil e a Claire... – Ele gaguejava sem parar, ainda movendo os braços para todos os lados. Dei-lhe um tapa nas costas para que destravasse logo e falasse de uma vez. – O Quil e Claire vão ter um bebê? – Falou em seguida do meu tapinha carinhoso.


– Pois é. – Suspirei alto, afirmando com a cabeça. – Era por isso que ela não estava falando direito com ele. Estava com medo que ele fosse dar um pé na bunda dela e lhe deixar a responsabilidade de criar a criança sozinha.


– Nada mais certo. – Jacob deu de ombros e eu o olhei com um misto de indignação e reprovação.


– Quer dizer... Não. N-nada certo! – Gaguejou. – Claro que ele não fará isso. – Não parecia acreditar muito em suas palavras.


– Será mesmo? – Perguntei um pouco alarmada.


Se Jacob, que conhecia Quil desde que eram pequenos, achava isso, talvez minha amiga estivesse certa em esconder do garoto sua gravidez.


– Não. Quer dizer eu... Eu não sei. – Olhou-me, franzido o cenho. – O Quil que eu conhecia antes, não assumiria essa criança. Mas, ele mudou muito desde que conheceu sua amiga... Então, eu não sei de nada.


Ficamos em silêncio, cada um com seus devaneios. Eu queria ir até o quarto de Claire e ver como ela estava, como fora a conversa com seus pais. Contudo, eu não estava muito a fim de sair dali, da companhia dele.


Quando ele me explicou sobre não estar mais namorando Leah e que a garota ao telefone era sua irmã, eu simplesmente não cabi em mim de tanta felicidade. Pois é, eu sei, tem alguma coisa muito louca acontecendo comigo... Eu só espero que não seja o que eu estou pensando.


– Eu tenho um jantar idiota do meu pai para ir. Então acho que já vou. – Jacob murmurou entediado, tirando-me de meus devaneios, e levantando-se do banco.


– Ah, ok. – Imitei seu gesto e fiquei de pé também. – Eu acho que vou ver Claire. Sabe, ver se ela sobreviveu a conversa com o Sr. Fúria.


Jacob deu uma risadinha baixa, mas seu riso não chegou aos seus olhos. Ele devia estar mesmo morrendo de preocupação por Quil, mas também, quem não estaria no lugar dele?


– Vou entrar e ver se tem mais alguma notícia sobre Quil. – Suspirou.


Fomos para a entrada do hospital em silêncio. Cheguei lá e avistei minha mãe de papinho com, adivinha quem? O médico gostosão. Eu acho que vou precisar ter uma conversa muito séria com a dona Dwyer quando chegar em casa.


– Vem comigo. – Falei para Jacob que estava ao meu lado olhando para todos os lados, possivelmente a procura algum conhecido.


Encaminhei-me com ele ao meu lado até onde minha mãe estava dando risadinhas animadas para o medico sorridente. Jacob me olhou com a testa franzida ao ver a cena.


Eu apenas balancei a cabeça querendo dizer que nem eu estava entendendo também. Na verdade eu até estava, mas aquilo me parecia muito improvável para ser verdade.


– Mãe? – Chamei incerta.


Reneé me olhou ainda com um sorriso no rosto e ao ver minha expressão mudou sua fachada para mais séria.


– Olá filha, já conhece o doutor... Desculpe! – Deu uma risadinha olhando para o médico. - Phil, não é?


– Claro que sim. – Acenei para o médico e pisquei discretamente para minha mãe.


Reneé corou de leve, ao mesmo tempo em que Jacob tentava transformar o início de uma gargalhada em um tremendo ataque de tosse ao meu lado.


– Então, eu queria saber se vocês têm noticias novas sobre o Quil? – Perguntei enquanto dava leves tapinhas teatrais nas costas de Jacob.


– Devo dizer que nada de muito novo, contudo ele parece estar reagindo bem ao processo. – O doutor-gatão me respondeu. – Como sabem, depende dele agora, contudo já tratamos de casos muito piores que o dele e deu tudo certo no final.


Acenei com a cabeça e olhei para Jacob. Ele não parecia tão conformado, porém estava um pouco menos angustiado do que antes.


– Vai ficar tudo bem. – Dei-lhe o melhor sorriso confortador que fui capaz de produzir. – Ele vai acordar logo. Você vai ver.


Jacob sorriu para mim, não era exatamente aquele sorriso torto conquistador dele, era com um pouco menos de alegria, contudo ainda era de tirar o fôlego.


– Posso lhe pedir uma coisa? – Perguntou incerto passando as mãos nos cabelos.


– Claro! – Falei de imediato. Ele me olhou um pouco surpreso e sorriu de novo.


– Se souber de alguma coisa nova, qualquer coisa, por favor, me liga?


– Ah, sim. Claro que sim! Agora vai pro jantar ou sei lá o que for e se distrai um pouco. Não faz bem ficar pensando nisso o tempo todo.


– Valeu Ness! – Murmurou sorrindo e sem aviso me envolveu com seus braços me dando um abraço forte.


Não sei o que mais fez efeito em mim, se ele me chamando de Ness ou se foi o modo como ele me abraçou, seu toque... Só sei que meu coração agora martelava descopasadamente e eu retribui o abraço sem pensar duas vezes.


– Imagina! – Disse um pouco sem ar quando ele me soltou esboçando um sorriso tímido.


Para de idiotice Ness, vai ficar tímida agora por quê? – Minha voz racional gritou dentro da minha cabeça.


– Vou indo então. – Jacob falou acenando para mim.


Ele lançou um olhar um pouco avaliativo para minha mãe e o tal doutor, mas os dois estavam tão concentrados um no outro que possivelmente não veriam nem se uma bomba estourasse ao lado deles.


– Mãe, eu vou falar com Claire. – Avisei um pouco distraída assim que vi a dona Bennet descer as escadas.


– Claro, claro. – Reneé falou sem dar importância me fazendo revirar os olhos para o novo futuro casal desiludido.


Encaminhei-me até a mãe de Claire um tanto apreensiva. Estava nervosa e curiosa para saber como fora a conversas deles.


– Oi querida, vai subir? – Dona Bennet usou seu tom costumeiro comigo, me fazendo suspirar aliviada. Pelo menos ela parecia menos zangada do que antes.


– É, sim. – Coçei a cabeça em dúvida. – O pai dela ainda está por lá?


– Sim, mas ele já está descendo. – Falou e parecia que realmente estava tudo bem. – Vou ir para casa buscar umas roupas para ela e tomar um banho. Ela terá que passar a noite no hospital.


– Por quê? – Perguntei com a preocupação voltando à tona.


– O médico acha melhor ver se está mesmo tudo bem com ela e com o bebê. – Fiquei surpresa ao vê-la reprimir um sorriso. Então ela estava feliz em ser vovó? Uau, quem diria! – Só por precaução mesmo, mas amanhã logo pela manhã terá alta.


– Ah, ok. – Falei mais aliviada. – Vou ficar com ela enquanto vocês estão fora.


– Você é um amor, querida!


Subi pelo elevador e devo dizer que estava me sentindo um pouco menos apreensiva por Claire. Um problema a menos na listinha dela. As portas do elevador se abriram e...


– Ah, olá Sr. Bennet – Murmurei nervosa tentando lhe esboçar um sorrisinho.


– Olá Nessie. – Respondeu e agora sim eu me permiti ficar aliviada. Ok, ele não estava exatamente calmo e no seu estado normal, porém não saia mais fumaçinhas pelas suas orelhas e ele não transparecia mais aquela áurea assassina. Sim, eu sou exagerada. – Devo me desculpar por antes, fui um tanto rude com você...


– Que é isso! – Ergui as mãos já saindo do elevador enquanto ele entrava. – Não se preocupe, vou ir ver Claire. Até mais.


– Até logo! – Sorriu enquanto as portas do elevador se fechavam.


(...)


– Conta tudo! – Exigi assim que abri a porta do quarto de Claire e ela se virou para mim.


– Ai amiga! Eu pensei que ele ia me matar! – Falou, mas estava muito mais tranqüila do que antes.


– Ele não parecia mais tão maligno agora que eu cruzei com ele no elevador. E sua mãe até parece contente com a idéia de ser vovó.


– É, ela até parece mais contente agora. – Claire se ajeitou melhor na cama. – E papai... Bom, a partir do momento em que eu vi que mamãe estaria do meu lado fiquei mais tranqüila, foi por isso que eu falei para você que estava tudo bem. Eu sabia que ele seria mais compreensivo. - Suspirou. - Tudo bem que eu tive que ouvir uma hora de sermão sobre como eu sou irresponsável e que eu vou ter que criar essa criança e não empurrar para minha mãe enquanto eu saio para festinhas e blábláblá. – Claire fez uma careta revirando os olhos.


– Bom, podia ser pior! – Franzi o cenho.


– Eu sei. – Suspirou fundo novamente e me olhou com seu semblante angustiado. – Alguma noticia sobre... - Engoliu em seco. - Sabe?


– Ele vai melhorar Claire. Os médicos estão otimistas! – Pousei minha mão sobre a dela.


Ela acenou com a cabeça uma vez e voltou seus olhos, muito desfocados, para a TV onde passava um filminho fuleiro. Ficamos ali conversando e rindo enquanto víamos o filminho brega dos anos 60.


Fui embora quando a mãe de Claire chegou para passar a noite com a filha e eu prometi para minha amiga que viria logo de manhã quando ela tivesse alta. Depois teria que ir para o almoço idiota na casa do meu amado papai.


Desci para procurar minha mãe e ir embora do hospital, afinal já estava ficando tarde e eu estava com fome. Minha mãe continuava de conversinhas com o médico gatão. Ela estava um pouco atiradinha demais pro meu gosto.


– Mãe, vamos? – Indaguei assim que cheguei perto o suficiente.


– Ah sim, claro! – Pareceu decepcionada. Ela olhou para o médico e em seguida se virou para mim. – Pode ir esperar lá no carro filha, Edward e Bella estão lá fora em algum lugar. Eu já estou indo.


– Ok. – Dei meia volta um pouco aliviada de que não teria que ver minha mãe se despedindo melosamente do carinha ali.


Edward e Bella estavam sentados no mesmo banco em que eu estivera com Jacob antes. Tentei não pensar nele e fiquei por lá esperando com eles, tentando me alienar do momento pegação. Éca!


Fomos para casa em silêncio, apesar de eu querer fazer algumas piadinhas para minha mãe, eu achei melhor não. Não era sempre que eu a via tão animada e tão bem humorada como agora, não ira estragar aquilo de jeito nenhum.


(...)


Acordei nove e meia e fui tomar banho. Claire disse que iria sair do hospital ali pelas dez horas, mas se eu bem conheço a minha amiga ela vai querer ficar lá com o Quil por um bom tempo, até eles chutarem ela do local, acredito.


– Caiu da cama Ness? – Minha mãe perguntou assim que eu apareci na cozinha. Com certeza não era normal eu levantar de madrugada – dez de manhã – em um domingo.


– Vou ver a Claire e depois vou ir... Almoçar no papai.


Droga, eu esqueci de avisar ela que iria na casa dele. Já estava me preparando psicologicamente para a explosão quando...


– Ah, você vai ir para o hospital? – Os olhinhos da minha mãe brilharam. – Hum, se importa se... Se eu for junto?


– Para quê você quer ir junto, mãe? – Perguntei reprimindo meu sorriso cruzando os braços e olhando-a curiosamente.


– Ah, você sabe... Hum... É que bom... Eu me preocupo com sua amiga, Ness. – Gaguejou olhando para os lados. – E... Ah, por quê o interrogatório agora?


– Não está mais aqui quem falou! – Disse levantando as mãos em rendição e rindo da expressão da minha mãe.


– Você disse que vai... Vai almoçar no seu pai? – Perguntou mexendo em umas louças sujas em cima da pia tentando parecer indiferente.


– Bom, é – Falei apreensiva. – É que ele quer falar sobre o... Sobre o casamento. Mas se você quiser que eu não vá... – Apressei-me a continuar, mas Reneé me interrompeu.


– Não, não! – Falou rapidamente e eu a olhei surpresa. – É que... O doutor Phil, lembra dele?


– Vagamente. – Rolei os olhos, ironicamente.


– Bom, ele me convidou para almoçar com ele então... – Continuou sem reparar, ou pelo menos fingiu não reparar, no meu comentário irônico.


– HUMMMMMMMMMMMMMMMMM – Debochei fazendo minha mãe corar e revirar os olhos. – O doutor é bem gatinho, né mãe?


– Renesmee! – Ralhou indignada me fazendo gargalhar.


– Oh, mãe relaxa. – Peguei uma maça na fruteira. – Ele é muito coroa para mim. – Pisquei para ela e rumei para a garagem.


Posso estar muito enganada, mas tenho a leve impressão que ouvi minha mãe dar uma risadinha tímida atrás de mim.


Chegamos ao hospital e fomos conversando animadamente antes de chegar à recepção. Eu estava fazendo piadinhas sobre minha mãe o tal médico, mas ela não ficava quieta não. Para minha infeliz surpresa minha mãe não parava de tirar com a minha cara sobre achar que eu estou apaixonada por Jacob. Até parece!


Antes que eu pudesse ao menos encaminhar-me para a secretária vi um ser vir correndo em minha direção, pulando e batendo palmas alegremente. Estava completamente surpresa com o que estava vendo.



POV JACOB


Olhei para o relógio ainda deitado na cama. Eram dez e meia da manhã, mas eu não conseguia mais dormir. Eu estava acordado desde as oito e meia e não consegui parar de me virar de um lado para o outro da cama até agora.


Eu queria ir para o hospital, mas ao mesmo tempo eu refletia que talvez fosse perda de tempo, uma vez que não havia noticias nova e eles não deixaram ninguém entrar para vê-lo.


E além do mais, se acontecesse alguma coisa Nessie dissera que me avisaria.


Nessie.


Agora pensando na garota eu fiquei imaginando qual seria a reação dela quando descobrisse a estupidez que eu fiz ontem naquele maldito jantar. Eu sou um babaca mesmo, mas eu ia fazer o que? Deixaram-me completamente sem escolha...


Fui tirado de meus pensamentos infelizes com o meu celular vibrando embaixo do travesseiro. Puxei-o rapidamente de lá e para minha enorme felicidade, era exatamente quem eu queria que fosse.


– Alô?


Jake? – Sorri ao a ouvir pronunciar meu apelido. Aquilo era tão raro.


– Sim, sou eu. Aconteceu alguma coisa? – Perguntei atropelando as palavras.


Na verdade sim – Nessie murmurou do outro lado, fez uma pausa dramática e continuou fazendo meu coração parar - O Quil acordou!


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Notas finais do capítulo

Olá meus amores! Vocês realmente acharam que eu iria ser louca de matar o Quil? Só queria dar um sustinho em vocês hahahah Bem, eu ia postar esse cap no domingo, mas consegui terminar ele hoje e não me aguentei :x então espero ser recompensada com váaarios comentários =) HAHAHAAh, esse capitulo era para ser um pouquinho maior, mas achei que ficaria muito grande e cansativo então resolvi dividi-lo. A outra parte está quase pronta, acredito que Quarta ou até antes eu a poste! Milhões de beijos para todos que estão acompanhando a fic.



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