Opostos que se Atraem escrita por paular_GTJ


Capítulo 32
Capítulo 32


Notas iniciais do capítulo

Por favor, não me matem! Fiz o máximo que pude :( MIL DESCULPAS!
Espero que gostem!
Boa leitura



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POV NESSIE

Eu não era capaz de produzir som algum. Limitei-me em encarar seus grandes olhos negros pelo reflexo do espelho, enquanto uma voz gritava dentro de mim:

ELE ESTÁ AQUI! ELE ESTÁ AQUI! ELE ESTÁ AQUI!

E VOCÊ ESTÁ DE PIJAMAS.

Franzi o cenho, um pouco envergonhada. Tudo bem, eu não estava de pijamas, mas fiquei um pouco frustrada por não ter vestido as roupas que Claire me alcançou. Essas que vestia no momento eram lastimáveis.  

- Estou atrapalhando? – Jacob murmurou, distraindo-me dos meus pensamentos inúteis.

- N-Não. – Foi tudo que consegui dizer, virando-me lentamente para encará-lo.

Ele fitava-me com uma expressão impassível. Apesar de eu achar que um fantasma de um sorriso brincava em seu rosto. Ele estava tão... Lindo! Como pude ser tão burra e estragar tudo isso? E tudo por causa daquela loira falsa nojenta.

Ninguém falava. Aquilo estava me matando!

- Hum... – Decidi quebrar o silencio constrangedor.  – Então, é... O que está fazendo aqui? – Murmurei um pouco seca demais.

Ele franziu o cenho e desviou o olhar do meu.

Será que fui grossa?

- Quer dizer, é... Claire disse que Quil estava aqui para lhe entregar um presente.  – Tentei concertar, mordendo o lábio.

Acho que nunca fiquei tão tímida na presença de Jacob. Contudo, estava encontrando certa dificuldade em manter minha atitude impassível.  O que será que ele queria? Eu mal podia acreditar que ele estava realmente aqui.

Toda a vez que pensava que possivelmente ele estava aqui porque quer voltar comigo também, afastava essa possibilidade da minha mente. Não queria me iludir. Ele podia apenas querer ser meu amigo, e nada mais. Isso era extremamente doloroso de, ao menos, considerar.

- Bem, na verdade era eu no telefone com Claire. – Admitiu, fazendo-me voltar minha atenção a ele.

- Você? – Repeti, franzindo o cenho.

Aquela traidora! Podia ao menos ter dado um toque para eu vestir algo decente.

- É. – Deu de ombros com um sorriso tímido. – Precisava conversar com você... Em particular. – Explicou simplesmente.

Seu olha era intenso.

- É mesmo? – Mexi-me desconfortável.

Tudo que eu queria era pular em seu pescoço e lançar-lhe um beijo um tanto quanto ousado. Respirei fundo, ignorando o impulso.

- É. – Disse simplesmente. Sorriu percebendo que eu não estava muito propensa a dizer qualquer palavra. – Você é uma excelente cantora, Swan.

Oh.

Todo o sangue do meu corpo subiu para a minha face, enquanto eu desviava o olhar de Jacob para as minhas mãos. Ah, ótimo. Entramos enfim no assunto principal.

- Obrigada! – Minha voz estava baixa.

Levantei, relutantemente, meus olhos e Jacob estava mais próximo do que imaginei. Quando foi que ele se aproximou?

- A música também era linda. Foi você que compôs?

Dei-lhe um breve aceno com a cabeça. Ainda deveria estar com as bochechas coradas.

Jacob suspirou parecendo ver que o assunto não iria progredir muito. Arrisquei um rápido olhar ao seu rosto. Não estava mais sorrindo.

- Então, você quer voltar? – Falou muito rápido e baixo, como se também estivesse nervoso.

Corei mais ainda. QUE INFERNO! QUANDO FOI QUE FIQUEI TÃO TÍMIDA ASSIM NA MINHA VIDA?

- É... Se você quiser... Quer dizer, vou entender se... Eu... – Gaguejei involuntariamente, sem saber muito bem o que dizer.

Jacob colocou um dedo em meus lábios, silenciando-me.  Meu coração disparou. Quando tempo faz que ele não me toca? Como senti falta disso!

- Isso não faz sentido. – Suspirou colocando uma mecha do meu cabelo atrás da orelha.

Estremeci.

- O que não faz sentido? – Consegui pronunciar, estudando sua face.

Ele estava com uma mínima ruguinha em sua testa. Parecia receoso, magoado e talvez até um pouco irritado. E ainda assim, extremamente lindo. Lembrei da minha imagem refletida no espelho minutos atrás. O que ele viu em mim, afinal?

Realmente, não fazia o menor sentido.

- Isso. – Disse simplesmente, jogando os braços para cima, distraindo-me.

Respirou algumas vezes, e por fim, resolveu falar tudo de uma vez, caminhando pelo quarto agitado.

 – Por que, Nessie? É tudo muito confuso. – Não esperou resposta. - Quer dizer, primeiro você age de modo estranho a semana toda, depois não quer nem ao menos escutar o que tenho a dizer quando me vê na casa de Jéssica e simplesmente quer terminar tudo. Depois não fala mais comigo e aparece na sala do zelador com aquele seu amigo. – Sua irritação era nítida quando pronunciou essa última parte e eu tive que me controlar para não revirar os olhos. Ciúmes do Nahuel? Sério? – E para terminar você me grava um vídeo, do nada, querendo voltar e me pedindo desculpas?

Sentou-se na minha cama. Passou os dedos pelos cabelos, lançando-me um olhar cansado.

- Não sei mais no que devo pensar. – Finalizou.

Suspirei fundo. Conforme ele foi citando os acontecimentos, senti-me cada vez mais estúpida. Eu poderia ter evitado tudo isso. Poderia ter evitado se tivesse compartilhado a situação com ele. Nós teríamos encontrado uma solução juntos. Por que fui tão burra?

- Qual dessas coisas eu devo explicar primeiro? – Tentei colocar um tom de brincadeira, contudo não surtiu muito efeito em Jacob.

Ele torceu os lábios, como se estivesse pensando em algo desagradável.

- O que você estava fazendo na sala do zelador com... Você sabe. – Murmurou aborrecido.

Bufei sorrindo levemente. Jacob lançou-me um olhar frio.

- O quê? Qual é a graça? – Cruzou os braços como uma criança que acaba de ter um pedido recusado.

- Você. – Disse simplesmente, indo me sentar ao seu lado na cama.

Sentia-me um pouco melhor vendo o seu ciúme bobo. Oh, como senti sua falta.

- Você vai me dizer ou...

- Jacob, pelo amor de Deus, será que você não vê? – Interrompi-o rolando os olhos.

- Vejo o que? – Franziu o cenho.

- Nahuel é gay. – Murmurei como se fosse óbvio. E, na verdade, era.

Jacob juntou as sobrancelhas abrindo de leve a boca. Depois, seus lábios subiram como se estivesse prestes a dar uma gargalhada. Contudo, congelou e fitou-me irritado.

- Então essa é a desculpa?

- Que desculpa?

- Que ele usa para se aproximar de garotas. – Bufou, cruzando os braços.

Essa foi demais e eu explodi em uma gargalhada alta.

 - Ei, do que você está rindo? – Estava mal-humorado. – Ele pode estar apenas fingindo ser “gay” – Fez aspas no ar – para virar seu amiguinho.

Sacudi a cabeça, sem conseguir desfazer meu sorriso. Isso estava deixando-o ainda mais irritando, mas eu não me importava. Ele estava aqui. Na minha cama. Com ciúmes do Nahuel. Ele ainda me ama! Eu ainda posso ter uma chance.

- Jake! - Coloquei minha mão direita no seu rosto.

Oh, como é quente. Exatamente como eu lembrava. Fiz um leve carinho ali e sua expressão mudou. Ele agora fitava-me sério. Não era capaz de saber o que estava se passando em sua cabeça.

- Ainda quer ficar comigo? – Murmurei baixinho, sentindo um aperto no coração.

Aquela resposta poderia me levar às nuvens, mas poderia também fazer meu coração em mil pedaços.

Ele não respondeu. Continuou me encarando. Impassível.

Decidi mudar a pergunta.

- Ainda me ama? – Arrisquei.

Pude perceber que ele fez força para não bufar.

- É óbvio que eu ainda a amo.

Sorri.

- Então a gente não precisa falar mais nada. – Aproximei-me, sentindo seu cheiro. Ele não se moveu. Rocei meu nariz no dele. – Pelo menos por agora. – Finalizei juntando nossos lábios.

POV JACOB

- Ainda quer ficar comigo? – Nessie lançou sem aviso.

Ainda estava um pouco desconcertado pelo seu toque inesperado. Seus dedos frios me causaram leves arrepios na barriga. Além do mais, ainda estava considerando a idéia do amigo loiro dela ser de fato gay. Isso só pode ser brincadeira. Eu teria percebido antes, afinal eu andei um tempo com ele quando ainda estava namorando.

Não, com certeza ele inventou essa história toda para se aproximar intimamente de Nessie. Não existe outra possibilidade.

- Ainda me ama? – Fui despertado pelo murmuro baixo e constrangido da garota sentada a minha frente.

Oh, droga! Eu não respondi sua primeira pergunta. Devo ter deixado-a nervosa enquanto refletia sobre a opção sexual do loiro topetudo.

Se eu ainda a amo? Mas que pergunta mais idiota! Qual é a duvida dela? Afinal, não fui eu quem terminou o relacionamento.

- É óbvio que eu ainda a amo. – Murmurei fazendo força para não rolar os olhos.

Ela abriu um sorriso lindo. Aquele sorriso que senti falta, e o qual perdia-me facilmente. Ela é tão linda!

- Então a gente não precisa falar mais nada.

Aproximou-se, suspirando fundo. Seu perfume chegou até mim, embriagando-me. Como posso amar tanto uma única pessoa? Seu nariz encostou-se no meu e eu fechei os olhos ao seu toque. Não sei como agüentei tanto tempo longe dela. Eu era completamente viciado em tudo que se diz respeito à Reneesme Swan.

Ela murmurou alguma coisa e, sem aviso prévio, selou nossos lábios. Eram quentes e macios, assim como me recordava. Contudo, ainda não estava tudo resolvido. Aliás, nada estava resolvido. Eu ainda estava confuso e nada daquilo fazia sentido.

Muito a contra gosto, separei-me dela.

- Espera! – Sussurrei, fitando uma Nessie confusa. – Eu ainda quero uma explicação.

Ela suspirou, voltando os olhos para o colchão. Parecia triste agora.

- Certo. Vou lhe explicar tudo então. – Decidiu por fim.

(...)

Muitas coisas se passavam na minha cabeça ao mesmo tempo, enquanto tanto meus olhos quanto minha boca se escancarava ao decorrer do tagarelar de Nessie.

Jéssica sabia? Foi ela quem contou para a escola toda sobre o - até pouco tempo - temido segredo de Claire? Lembro vagamente daquele dia.

Eu havia resolvido faltar a aula, porque... Bem, estava muito depressivo. Minha irmã ficou a manhã toda tentando se comunicar comigo através da porta do meu quarto, dizendo-me que era tolice ficar trancado em casa, quando deveria ir até a escola e conversar francamente com a garota que, pelo que soube por Quil uma semana atrás, havia, felizmente, tido alta do hospital.

Fiquei radiante com essa notícia, contudo vê-la na escola e não poder nem ao menos tocá-la era mais doloroso que eu podia imaginar. Havia motivos demais para eu optar pela cama do que pela escola. Primeiro, porque, apesar de eu evitar passar por lugares onde sabia que a Ness poderia estar - afinal, sabia seus horários praticamente de cor -, às vezes os encontros ocasionais eram inevitáveis. Segundo, porque, a única razão por eu estar me esforçando mais que o normal para obter notas excelentes agora não fazia mais sentido.  Um resultando medíocre não estava me parecendo tão ruim agora. E para completar a Stanley agora não saia mais do meu pé. Parece que acreditava que pelo simples fato de eu estar “disponível” novamente, eu iria voltar a ficar com ela. Ela me perseguia diariamente e estava se tornado mais inconveniente do que Rachel, se é que isso é possível.

Após me livrar da insuportável da minha irmã, a qual não parava de repetir que precisava da minha carona para ir para a aula, voltei a dormir. Minha alegria durou pouco, porque em poucos minutos recebi uma ligação desesperada de Quil dizendo que, de uma hora para outra, a escola toda estava sabendo sobre a gravidez de Claire.

A primeira coisa que considerei foi à possibilidade de Stanley ter aberto sua matraca gigante. Mas, ela sabia? E se ela sabia por que demorou até agora para falar? Lembro-me de até mesmo pegar o telefone para ligar para Nessie, mas me controlei. Não tinha tempo para discussões.

Cheguei à escola quase ao meio dia para poder conversar com meu amigo pessoalmente, uma vez que considerava aquele problema mais importante para levantar da cama do que levar Rachel para aula. Quando cheguei lá, porém, Quil estava agitado murmurando algo do tipo “Claire saiu correndo daqui, dizendo algo sobre ser tudo culpa da Nessie”.

- Eu me lembro de ter mesmo pensando que tinha sido ela. – Murmurei fazendo Nessie encarar-me assustada. – Sim, claro. Primeiro a escola toda sabe de tudo, Claire diz que era culpa sua e por fim você sai aos tapas com Jéssica. – Enumerei os fatos com os dedos.

- A Claire lhe falou que era culpa minha? – Franziu o cenho.

- Quil me contou, assim que cheguei à escola. – Dei de ombros. – Tentei falar com você depois, mas... – Fiz força para não bufar. – Você estava acompanhada.

Ela fez uma careta, tentando se recordar daquele dia. Logo depois bufou alto.

- Jacob Black, será que pode parar de ter ciúmes do meu amigo gay? – Colocou as mãos na cintura. – Isso já está ridículo.

Rolei os olhos mordendo minha língua para não repetir a discussão de antes.

- Enfim, Jéssica foi a culpada, então? – Retomei o tópico anterior.

- Aquela vagabunda! – Nessie murmurou rancorosa. – Falou que ficaria de bico fechado.

- Como é?

Ela voltou seus olhos para mim e pude perceber que estava constrangida.

- Ok, eu vou contar. – Pareceu tentar achar fôlego. – Mas não me odeie, tudo bem? Sei que vai ficar bravo e dizer que eu deveria ter lhe contado tudo antes, mas... Não consegui. – Mordeu o lábio, esperando minha resposta.

Não fui capaz de falar nada. Não estava esperando esse tipo de reação dela.

- Fale, Ness. – Disse por fim, após segundos de silêncio.

- Bem, eu lhe falei que a Stanley veio falar comigo na aula de educação física. Antes de ela sair eu perguntei o que ela queria em troca... Sabe, para ficar de boca fechada – Fez uma pausa, envergonhada. – E ela falou que queria que eu terminasse o nosso namoro.

Muito lentamente as palavras começaram a fazer sentido.

Minha primeira reação? Rir.

- Mas que idiotice! É claro que você... – Congelei o riso dando-me conta que foi isso mesmo que aconteceu. – Espera... Eu não acredito! – Levantei-me encarando-a incrédulo. – Foi por causa disso?

Não sabia de quem eu estava com mais raiva. De Stanley por ser tão baixa e covarde e a esse nível ou de Nessie por não ter me falado nada e simplesmente agido como ela queria.

- Desculpe...

- Desculpe? – Sibilei. – Estamos separados até agora por causa de uma chantagenzinha dessas? – Bufei, chutando um chinelo sem par para longe. – Tem idéia de como fiquei essas ultimas semanas?

- Não foi bem assim... – Ela tentou explicar. – E eu também não passei muito bem. – Fez bico.

- Então como foi Reneesme?

Ela se assustou. Talvez tenha sido seco demais, mas e daí? Eu estava muito irritado.

- Bem, ela... Ela colocou coisas na minha cabeça. – Murmurou tão baixa que tive dificuldade de ouvir.

- Que coisas?

Nessie arriscou um olhar para mim. Estava com os olhos lagrimejados. Isso me fez murchar um pouco. Ela também estava sofrendo. Mas isso tudo por causa de uma bobagem.

- Que coisas, Nessie? – Repeti, passando os dedos nas têmporas dos olhos, cansado.

- Ela deu a entender que você podia não ser tão fiel quanto eu acreditava. – Cuspiu tão rápido que precisei de uns segundos para compreender.

- Que? – Minha voz saiu fraca.

Será possível? Essa garota ainda vai me fazer ter um ataque cardíaco!

- É. – Murmurou um pouco mais segura. – Bem, você nunca fez o tipo de cara que fica com apenas uma garota.

Rolei os olhos. De novo?

- Eu mudei. – Tentei soar calmo.

- Ela me disse que também achava isso quando vocês estavam juntos. – Deu de ombros, deixando uma lágrima solitária percorrer por sua face. – Eu não quis acreditar no início, mas depois, observando você durante a semana... Os telefonemas misteriosos... As conversinhas com Leah e outras garotas... E depois, na casa dela... Sem camisa... Eu... – Agora as lágrimas vieram com força.

Suspirei e me aproximei dela, puxando-a para um abraço. Nessie apoiou sua testa no meu ombro, chorando demasiadamente, enquanto eu fazia um leve carinho em suas costas.

- Pode até ser compreensível. – Murmurei a contra gosto. – Mas ainda assim deveria ter vindo falar comigo. E você tem que confiar em mim quando digo que não quero ficar com mais ninguém. – Beijei seus cabelos, inalando seu aroma único.

- Eu sei. – Indagou contra meu ombro. – Desculpe.

- Tudo bem! – Ela voltou seus olhos castanhos marejados para mim. – Deu tudo certo no final. – Brinquei recebendo um olhar de desaprovação.

- Deu tudo certo no final? – Repetiu ironicamente. – Não vejo assim.

Sorri, afanado seus cabelos.

- Ah, não? – Indaguei fingindo estar intrigado, limpando suas lágrimas. – Bem, veja só: Claire e Quil assumiram a gravidez e não vão precisar se esconder no fim do mundo. – Fiz uma careta pensando aonde eles iam. Nessie assentiu contente, dando-me um mínimo sorriso. – E Stanley não conseguiu o que queria. – Completei contente.

Acho que não me sentia tão bem em muito tempo.

- Não? – Repetiu afastando-se um pouco mais.

Sua expressão era confusa.

- Claro que não.

Coloquei uma mecha do seu cabelo atrás da sua orelha e antes que ela refletisse um pouco mais, puxei-a para mais braços, prendendo-a ali fortemente.

- E respondendo a sua pergunta anterior, meu amor... É claro que quero ficar com você. – Sussurrei em seu ouvido. – Pra sempre! – Completei ao ver seu sorriso gigante e selei nossos lábios.

POV NESSIE

Jacob roçou seu nariz em meus cabelos, produzindo risos por minha parte. Nós estávamos deitados em minha cama agora, tentando recuperar o tempo perdido. Eu estava deitada de barriga para cima, apoiando minha cabeça no travesseiro, enquanto Jacob deitava-se de lado e voltado para mim. Seu braço abraçava minha barriga, enquanto o outro ele usava para se apoiar no colchão e poder me fitar.

Afastou seu rosto dos meus cabelos com um sorriso lindo. Não posso descrever a alegria que sentia nesse momento. Era como se eu tivesse perdido dez quilos de dentro de mim. Sentia-me inexplicavelmente leve e... Feliz. Na verdade, feliz chegava a ser pouco. Como pude ser tão burra e ter aberto mão de tudo isso?

- Estava com tanta saudade! – Jacob murmurou com carinho.

Seus olhos pareciam refletir o mesmo que eu estava sentindo.

- É? – Afanei seu rosto. – Eu não estava com muita. – Fingi refletir um pouco.

- Ah não? – Ele estreitou os olhos para mim, com um sorriso divertido.

Neguei com a cabeça uma vez, tentando me manter séria. Isso era um pouco difícil, porque de tudo que estava sentindo naquele momento, nada chegava perto de seriedade.

- Bem, então acho que você... – Jacob foi interrompido por uma música.

Meu celular!

Já começou? Não estamos juntos nem há uma hora e já começando a nos interromper com telefonemas inconvenientes?

- É a Claire. – Murmurei ao ler o visor do aparelho. Jacob rolou os olhos, afundando o rosto no meu ombro. – Alô? – Murmurei rindo do garoto que estava abraçado em mim.

- Amiga, está tudo bem? – Havia receio na sua voz.

- Está tudo mais do que bem, Clai. – Murmurei, sendo distraída por beijos que Jacob começou a distribuir em meu ombro. Pude perceber que ele estava sorrindo.

- Oh, que ótimo Ness! – Ela gritou animada do outro lado da linha. – Eu sabia que ele não seria tão idiota a ponto de te deixaria escapar. Apesar de ele ser um pouco idiota.

Gargalhei, mas muito mais por ver Jacob revirar os olhos. Ele estava ouvindo a conversa.

- Mas então, agora se sente melhor em ir ao cinema? – Continuou minha amiga do outro lado da linha.

Cinema? Tudo que eu queria agora era continuar abraçada nesse homem moreno e gostoso, pelo resto do dia. Antes que eu pudesse responder, no entanto, Jacob arrancou o aparelho de minhas mãos.

- Ei. – Gritei em protesto, mas ele já estava com o fone no ouvido.

- Claire, eu e Ness ainda temos um monte de coisas para conversar e... Fazer, se é que me entende. – Piscou malicioso para mim. Corei. – Então, aproveitem o filme, mas vamos ficar aqui mais um pouco. Tudo bem?

Claire murmurou alguma coisa e Jacob sorriu animado. Despediu-se e desligou o celular, colocando de volta na cômoda.

- Temos um monte de coisa para conversar? – Indaguei pela parte menos constrangedora.

- Oh, temos sim. – Ele analisou minha expressão. – Pelo que eu me lembre, você estava dizendo que não sentiu minha falta. – Murmurou pensativo.

- Ah, pensei que já tivéssemos encerrado esse tópico.

- É claro que não! – Indignou-se falsamente. – Isso merece uma punição!

Estreitei meus olhos, surpresa.

- É mesmo? E o que você pretende fazer?

Um sorriso malicioso crispou em seus lábios. Senti um arrepio de expectativa subir pela minha coluna.

- Ah, você será seriamente torturada.

Não pude nem ao menos pensar em uma resposta coerente. Jacob simplesmente pulou em cima de mim, prendendo meus braços de cada lado do corpo firmemente com suas pernas. Seu sorriso ampliou-se no momento em que me dei conta do que ele estava prestes a fazer.

- Não! – Avisei.

Mas já era tarde de mais. Seus dedos começaram a apertar minhas costelas e risos involuntários saíram da minha boca.

- P-Para, HAHAHAHAHAHAHA, J-J-acoooob!!

Tentava inutilmente me desvencilhar dos seus dedos hábeis, contudo isso parecia apenas estimulá-lo a continuar, gargalhando junto comigo.

- Só depois que disser que sentiu minha falta também. – Murmurou fingindo estar aborrecido.

- T-Taaa! HAHAHAHAHAHA – Lágrimas já estavam escorrendo do meu rosto de tanto rir. – Eu faaaaaalo, HAHAHAHAHA.

Ele parou por um momento, avaliando-me.

- É claro que eu senti sua falta, seu bobo! – indaguei ofegante, assim que encontrei ar suficiente para produzir uma frase.

- Eu sabia! – Sorriu mostrando seus dentes brancos.

Estreitei meus olhos para ele, mostrando-lhe a língua. Jacob saiu de cima de mim e limpou minhas lágrimas.

- Sabia que cócegas eram realmente usadas como método de tortura. - Murmurou contente.  

- Acredito!

Ele riu e selou nossos lábios.

- Que foi? – Murmurou após um selinho demorado e ver minha expressão pensativa.

Franzi o cenho. Era uma coisa que eu queria perguntar desde quando estávamos discutindo os acontecimentos. Mas eu não queria estragar tudo! Estava tudo tão perfeito... Só que... Aquilo estava me remoendo.

- Amor? – Chamou, afanado meu rosto. – Fala!

Suspirei.

- Eu só... Tenho uma dúvida ainda... Sobre... Bem, nós já resolvemos a questão de você estar na casa da vaca loira e tudo mais, mas...

- Mas? – Jacob parecia confuso e talvez um pouco desapontado. – Pensei que já tínhamos encerrado o tópico.

- É sobre as outras garotas. – Mordi o lábio. – E telefonemas misteriosos.

Ele fitou-me apenas.

- Você disse que confiava em mim.

- Eu confio...

- Então?

Sua voz estava seca. Não havia mais o sorriso carinhoso de momentos atrás. Arrependi-me inteiramente por ter tocado no assunto.

- Tudo bem. Esquece. - Beijou-o de leve.  - Acho que já conversamos o suficiente.

Ele pareceu relaxar.

- É, concordo.  – Um leve sorriso apareceu no seu rosto. – Mas ainda temos outras coisas para fazer.

Era isso que eu precisava. Um pouco do meu Jacob! Oh, como senti falta disso!

- Era com isso que eu estava contando. – Consegui murmurar antes de ser calada por um beijo caloroso.

(...) TRÊS MESES DEPOIS (...)

- Eu não acredito que ele esqueceu.

Acredito que era a décima quinta vez que murmurava aquilo, e não pude culpar Claire por revirar os olhos.

- Quer se aquietar? – Resmungou acariciando sua barriga já saliente. – São seis horas da tarde, ainda é cedo.

 Bufei alto, tomando um gole do meu milk-shake. Estávamos no shopping para fazer umas comprinhas e pegar um cinema. Nahuel voltou trazendo uma bandeja de batatas fritas.

- Anime-se garota! – Ele murmurou sentando-se ao meu lado. – Eu sei que aquele filme estava de chorar, mas o dia ainda pode melhorar.

Lancei-lhe um olhar irritado, antes de jogar três batatas na boca.

- Vai afogar as mágoas na comida agora? – Claire riu, servindo-se também. – Relaxa, não é o fim do mundo...

- Não é fim do mundo? – Interrompi-a de boca cheia, engolindo o choro. – O meu namorado esquece o dia do meu aniversário e você acha que não é nada demais?

Lancei um olhar para meu celular, como se esperasse que isso o fizesse tocar.

- Nada! Nem uma mensagem, nem um telefonema! N-A-D-A! – Resmunguei enchendo a mão de batatas.

Nenhum dos dois se atreveu a me contestar. E, aparentemente, acabaram-se os argumentos e consolos, porque Nahuel logo falou animado:

- Temos que fazer alguma coisa hoje de noite!

- Não estou afim. – Logo disse.

- Ah, corta essa Reneesme! – Claire se irritou. – Vamos fazer algo sim.

Antes que eu pudesse corrigi-la, meu celular começou a tocar. Peguei-o com tanta ansiedade que os outros dois riram. Traidores!

- Oi pai. – Murmurei seca e frustrada.

QUAL É A DE JACOB?

- Nossa filha! Eu pensei que as pessoas só ficavam infelizes com seus aniversários após os trinta.  – Brincou. – Feliz aniversário, a propósito.

Forcei uma risada.

- Estou bem. Obrigada!

- Sei... Olha, porque não da uma passada aqui mais tarde? Tenho que lhe entregar seu presente. Acho que vai se animar.

- Duvido. – Murmurei baixinho. – Não sei pai, eu estava pensando em...

- Eu não aceito não como resposta! – Murmurou mandão. – Esteja aqui em duas horas ou mando alguém buscar você.

Rolei os olhos.

- Está bem, está bem! Passo ai então, mas coisa rápida.

- Ótimo. Até mais então.

Desliguei o telefone, infeliz.  Por que ele não me liga?

- Acho que não vou poder sair, tenho que passar no Charlie antes e...

- Ora, vamos com você e depois vamos sair. Você não vai se livrar de nós tão cedo, Ness. – Nahuel falou apontando uma batata frita em minha direção.

(...)

Claire estacionou o carro na frente da casa de Charlie cinco para as oito. Já estava bastante escuro.

- Podem ficar no carro, não vou demorar. – Murmurei já abrindo a porta.

- Eu preciso ir ao banheiro. – Claire avisou já tirando o cinto de segurança.

- Você acabou de ir quando saímos do shopping.

- Eu não tenho culpa se a minha bexiga está cada dia mais comprimida. – Irritou-se. – Bebi muito líquido.

- Eu não vou ficar aqui sozinho! – Nahuel avisou já saindo do carro enquanto mandava uma mensagem no celular.

Eu sabia que aquilo não era motivo para me irritar, contudo cada minuto que se passava minha raiva triplicava. Nem um sinal de vida do meu namorado no dia do MEU ANIVERSÁRIO! Mas eu sabia que não podia descontar a raiva nos meus amigos, afinal, eles não tinham nada a ver. Além disso, estavam me agüentando nesse mau-humor infernal.

Toda a minha raiva, porém foi substituída no momento em que abri a porta da casa de meu pai.

WTF?


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Notas finais do capítulo

Amores do meu coração!
Aos que não desistiram de mim, muito obrigada por lerem! Eu estou muito ocupada ultimamente, e quando posso a inspiração vai dar uma voltinha por mim :/
Espero que tenham gostado. Não vou prometer datas, mas me esforçarei para fazer o mais rápido possível.
EU COM CERTEZA VOU TERMINAR A FIC.
PROMEEEEEEEEETO!!!
Já está na reta final :)
Beijos lindas!