Opostos que se Atraem escrita por paular_GTJ


Capítulo 31
Capítulo 31




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– JACOB! – Ouvi uma voz feminina gritar atrás de mim quando estava quase chegando até meu carro.


Virei-me lentamente, procurando a origem do som, curioso.


Era Leah. Ela corria em minha direção com um sorriso bobo no rosto.


Franzi o cenho.


Esperava, sinceramente, que ela não voltasse a ser aquela cliclê ambulante que conheci. Afinal, de uns tempos para cá estávamos nos dando incrivelmente bem. Ela não parecia ser a mesma pessoa que conheci no inicio das aulas. Porém, eu não estava mais namorando e talvez ela “transformou-se” em um ser agradável somente por respeito à meia irmã. Tomara que eu esteja enganado.


– Oi. – Respondi receoso.


– Tudo bem? – Cumprimentou assim que parou ofegante em minha frente, não se importando com meu tom seco. – Preciso lhe entregar uma coisa. – Anunciou após arrumar os cabelos embaraçados em função da correria.


Abriu sua bolsa e começou a fuçar por toda a parte.


– Você guarda sua casa inteira ai, é? – Murmurei fitando ela remexer em diversos objetos. Pentes, espelho, maquiagem, cadernos...


Escorei-me em meu carro, colocando as mãos no bolso, entediado. Leah revirou os olhos, rindo.


– Só carrego o necessário. – Deu de ombros. – Aqui. – Exclamou contente, alcançando-me uma caixa retangular.


– O que é isso? – Analisei o com a testa franzida. Na verdade, não estava com a menor curiosidade em olhar o que era.


– Não sei. A Nessie mandou lhe entregar no inicio da manhã. – Sorriu de modo suspeito.


– A Nessie? – Surpreendi-me, desencostando-me do carro e voltando meus olhos para a caixa, muito mais curioso agora.


– Isso. – Pude perceber que ela estava contendo um sorriso.


– O que é? – Não me contive.


– Não sei. – Deu de ombros, fitando o objeto, parecendo curiosa também. – Ela simplesmente me entregou isso antes de sair de casa hoje e pediu que lhe entregasse o quanto antes, contudo meu dia foi bastante corrido e só fui procurar você agora.


– E porque ela mesma não fez isso?


– Ah, sei eu lá Jacob. – Rolou os olhos, incomodada pelas inúmeras perguntas. – A única coisa que posso lhe contar é que ela passou a noite inteira fazendo isso. – Colocou a bolsa no ombro, sorrindo em função do meu nítido desespero. – A gente se vê. – Acenou um tchauzinho antes mesmo que eu pudesse abrir minha boca.


Permaneci estagnado por uns minutos, limitando-me em fitar a caixa que segurava. Muito lentamente a abri, encontrando ali um pedaço de papel dobrado em vários pedaços.


Jake

Bom, vou admitir que eu estou encarando esse papel há 10 minutos e não faço a mínima ideia do que escrever.

Acho que... Acho que o vídeo que fiz explica por mim. Então... Assista.

E bem... Depois você me procura. Se quiser, sei lá.

Nessie


Era a quinta vez que lia aquele pedaço de papel quando as palavras começaram a fazer sentido. Espera ai, eu disse sentido? Aquilo me deixou ainda mais confuso e curioso. O que essa garota está aprontando afinal? Sem nem me dar por conta de meus atos, entrei rapidamente no carro e, mais do que depressa, acelerei rumo a minha casa. Durante o caminho todo tentei achar alguma lógica para aquilo tudo.


Ela quer me dizer o que? Quer voltar? Não. Definitivamente, não deve ser isso. Se fosse isso, ela poderia muito bem vir me procurar. Contudo, talvez seu ego não deixe. Mas porque ela iria me fazer um vídeo, meu Deus?


Muito mais devagar do que eu queria, cheguei à garagem da minha casa. Entrei pelo cômodo da cozinha mal reparando no ambiente. Meu foco era somente assistir o tal vídeo misterioso que segurava em minha mão como se fosse o objeto mais preciso do mundo. E, no momento, realmente era.


– Não cumprimenta mais nem o próprio pai, Jacob? – Uma vez grave soou atrás de mim.


Interrompi minha quase corrida e voltei meus olhos, agora prestando mais atenção, para o homem sentando a mesa da cozinha, o qual nem havia reparado. Meu pai estava segundo uma xícara de café em uma mão, enquanto se encostava descontraidamente na cadeira. Havia um sorriso enorme de boas-vindas em seu rosto. Não pude deixar de sorrir também.


– E ai, meu velho! – Cumprimentei-o esquecendo-me por um momento do que estava fazendo.


Meu pai estava fora, em função e suas costumeiras viagens, há quase um mês. Não podia negar que senti falta dele.


– Lembrou que tem filhos, é? – Brinquei após lhe dar um longo abraço.


Billy rolou os olhos, rindo de leve.


– É a segunda vez que escuto isso hoje. – Murmurou fazendo sinal para que eu sentasse na cadeira ao seu lado. – Eu mandei mensagens e liguei pra vocês dois sempre que podia. – Justificou-se com uma careta.


– Eu sei, cara. – Ri do seu desconforto. – Mas sabe que não é o mesmo de ter você aqui.


– Eu sei, eu sei. – Billy ficou sério. – Agora vou dar uma freada. Estou ficando velho, não tem mais como continuar viajando tanto!


– Isso é verdade. – Incomodei, recebendo um soco de leve em resposta.


– Mas então, - Meu pai tomou um gole de café. – porque a pressa toda?


Não precisei muito para entender que ele estava se referindo a minha correria quando cheguei.


– Ah! – Voltei meus olhos para a caixinha que ainda segurava firmemente. A curiosidade voltou à tona. – Nada. – Desconversei.


– Nada? – Billyu repetiu, levantando uma sobrancelha. – Qual é, Jacob? Acha que vou acreditar que você chegou em casa cantando pneus e ainda passou pela cozinha como se o mundo estivesse para acabar, por nada?


Fiquei em silencio. Droga! E agora?


– Eu... Hum... Eu, na verdade, não sei mesmo. – Resolvi ser sincero, fitando a caixa.


– É por causa da Nessie?


Estava tão na cara assim?


– É.


– Vocês ainda estão separados?


Aquilo me surpreendeu. Voltei meus olhos para Billy, que fitava-me seriamente.


– Rachel? – Adivinhei, sem precisar pensar muito.


Meu pai afirmou com um aceno rápido e eu rolei os olhos.


– Aquela fofoqueira. Será que não sabe ficar de boca fechada? – Resmunguei. – Por isso daquelas mensagens todas, pendido como eu estava, que você me mandou nos últimos dias? – Adivinhei, lançando um olhar interrogatório ao meu pai.


– Mais ou menos. Depois que sua irmã me contou que vocês haviam brigado fiquei bastante preocupado. Sei o quanto você gosta dela, filho. – Olhou-me com piedade.


Suspirei fundo, fazendo-me de forte.


– Que besteira, pai. – Dei uma risada sem graça. – Você acha mesmo que uma garota irá conseguir me abalar?


Eu sabia que aquelas palavras não soaram nem um pouco convincentes. Billy, com certeza, também pensou isso.


– Não está enganado ninguém aqui, Jacob. – Ergueu uma sobrancelha. – Sua irmã estava bastante preocupada com seu comportamento nesses últimos dias. Disse que você não comia direito, não saia mais de casa. Se trancava no quarto quando chegava e saia apenas para ir a escola... Quando ia. – Colocou as últimas palavras com um tom de repreendimento.


– Ah, vocês dois exageram, sabia? Principalmente a louca da minha irmã. – Levantei-me de imediato, não querendo mais continuar naquela conversa. – Eu estou legal. Talvez nem tanto, mas vou sobreviver.


Billy não falou mais nada. Entortou os lábios, parecendo um tanto quanto preocupado. Sinceramente, não fazia a mínima idéia do que lhe dizer para lhe convencer de que eu estava bem. Afinal de contas, eu não estava.


Dei-lhe as costas e caminhei até meu quarto enquanto relembrava o meu objetivo principal em chegar a casa rápido. É claro que agora estava sentindo-me um pouco mal por ter deixado Rachel preocupada.


Parando para pensar direito, Billy estava completamente certo sobre meu comportamento nos últimos dias. Não me lembro de ter conversado muito com minha irmã ultimamente. Alias, acredito que não mantive um dialogo por mais de dez minutos com ninguém nessas ultimas semanas, nem ao menos com Quil. Talvez com Nessie, aquele dia que discutimos no refeitório. Afastei imediatamente aqueles pensamentos da minha mente. Nao queria lembrar daquilo agora.


Suspirei ao colocar o CD no meu computador. Meus pensamentos, então, focaram-se em outra coisa: o que será que aquela garota, o motivo de tudo isso, aprontou agora?


Batucava os dedos na mesa de forma impaciente, aguardando até aquela lata velha fazer a leitura. O computador que tenho deve ser o mais antigo da história! Aquilo nunca me incomodou, porque apenas o utilizo para fazer trabalhos da escola, portanto nunca vi necessidade de comprar um melhor.


Aquela sua lerdeza costumeira, contudo, hoje estava me irritando. O que será que aquela garota maluca gravou para mim? E porque agora? Por que não foi ela que me entregou?


Meu coração batia acelerado no peito, tamanha a expectativa. Finalmente, para minha felicidade, o arquivo abriu. Era um vídeo.


Suspirei uma vez e dei play.


Sorri ao ver Nessie posicionando a câmera para enquadrá-la corretamente. Ela estava segurando um violão muito bonito e, pelo que pude reparar, encontrava-se sentada em sua cama, na casa de Charlie.


Hum... É... Oi. – Disse por fim, após sentar-se confortavelmente e acomodar o violão em seu colo. Mordeu o lábio inferior, desviando o olhar da câmera.


Nem ao menos dei-me conta de quando comecei a sorrir, contudo, o fato era que quando reparei nas minhas reações, um sorriso bobo brincava em minha face – possivelmente depois de vários dias. Eu não entendia o que significava aquilo, mas o jeitinho constrangido de Nessie estava cômico. Eu sentia tanto a sua falta!


Então, Jake – Suspirou. – Esse foi o modo que encontrei de lhe pedir... Desculpas. – Franziu o cenho, entortando os lábios de forma adorável. Meu coração acelerou instantemente. – Eu... Ah, eu fui uma idiota, tá bom? Eu errei em te culpar, mas bom, se você me quiser ainda como sua namorada... Ou amiga – Franziu o cenho com aquela possibilidade -, vou lhe explicar com calma tudo que aconteceu naqueles dias. É mais complicado do que parece. – Passou os dedos pelos cabelos e fitou o violão. – Já que não tive mais meu professor particular, tive que improvisar um. – Sorriu de um modo tímido. – Não ficou das melhores, mas foi o que deu pra fazer...


Seus dedos timidamente começaram a brincar pelas cordas do violão. Parou por um segundo e fez uma careta. Começou novamente, parando logo em seguida.


Está certo, filha. Continuei. – A voz de Charlie soou ao longe.


Pai! – Ela ralhou indignada. – Eu falei pra você sair daqui!


Sua imagem desapareceu e fiquei encarando apenas a sua cama e o violão em cima da cama, enquanto ouvia os seus paços pelo assoalho e seus resmungos para com Charlie. Posso estar enganado, mas tenho quase certeza que ouvi uma espécie de risada vindo do homem. Quem pode culpá-lo? Acredito que vou ficar com dor nas bochechas de tanto sorrir feito um idiota.


Essa garota era simplesmente impagável. É claro que não era apenas esse seu jeitinho atrapalhado que produzira esse sorriso gigante que agora, dificilmente, sairia do meu rosto. Ela pediu desculpas? Reneesme Swan disse que estava errada? Ela queria voltar a namorar?


Eu só posso estar em um sonho muito louco.


Antes que eu pudesse tirar alguma conclusão com sentido, ela voltou para a câmera.


Bom, eu não faço a mínima idéia de como editar vídeos, então possivelmente você acabou de me ver discutindo com Charlie. – Sorriu constrangida. – Enfim, voltando... – Apanhou o violão novamente. – Se eu errar alguma nota... É culpa do Charlie. – Deu de ombros, fazendo-me gargalhar baixinho.


Seus dedos voltaram, então, para as cordas do violão e agora ela pareceu mais segura quando iniciou as primeiras notas musicais. Ela estava tocando maravilhosamente bem. Pensei que não poderia me encantar mais com a melodia, quando Nessie começou a cantar. É isso mesmo. Minha boca se escancarou de surpresa e prestei toda a atenção na letra.



The only exception (A única exceção)

When I was younger I saw (Quando eu era mais jovem eu vi)

My mamma cry and curse at the wind (Minha mãe chorar e xingar ao vento)

She broke her own heart and (Ela quebrou seu próprio coração e)

I watched as she tried to reassemble it (Eu assisti enquanto ela tentava remontá-lo)

And my daddy swore that he would (E meu pai jurou que)

Never let himself forget (Jamais se deixaria esquecer)

And that was the day that I promised (E aquele foi o dia em que eu prometi)

I'd never sing of love if it does not exist (Nunca iria cantar nada sobre amor se ele não existisse)

But darling... (Mas querido...)

You are the only exception (Você é a única exceção)

You are the only exception (Você é a única exceção)

You are the only exception (Você é a única exceção)

You are the only exception (Você é a única exceção)

Maybe I know somewhere deep in my soul (Talvez eu saiba em algum lugar no fundo da minha alma)

That love never lasts (Que o amor nunca dura)

And we've got to find other ways (E nós temos que arranjar outros meios)

To make it alone or keep a straight face (De fazer isso sozinhos ou manter a cabeça erguida)

And I've always lived like this (E eu sempre vivi assim)

Keeping a comfortable distance (Mantendo uma distância confortável)

And up until now I had sworn to myself (E até agora eu jurei pra mim mesma)

That I'm content with loneliness, (Que eu era feliz com a solidão,)

Because none of it was ever worth the risk (Porque nada disso nunca valeu o risco)

Well you are the only exception (Mas você é a única exceção)

Well you are the only exception (Mas você é a única exceção)

Well you are the only exception (Mas você é a única exceção)

Well you are the only exception (Mas você é a única exceção)

I've got a tight grip on reality, (Eu tenho um forte controle sobre a realidade,)

But I can't let go of what's in front of me here (Mas não posso deixar o que está aqui diante de mim)

I know you're leaving in the morning, when you wake up, (Eu sei que você vai embora pela manhã, quando acordar)

Leave me with some kind of proof it's not a dream (Me deixe com alguma prova de que isso não foi um sonho)

You are the only exception (Você é a única exceção)

You are the only exception (Você é a única exceção)

You are the only exception (Você é a única exceção)

You are the only exception (Você é a única exceção)

You are the only exception (Você é a única exceção)

You are the only exception (Você é a única exceção)

You are the only exception (Você é a única exceção)

You are the only exception (Você é a única exceção)

And I'm on my way to believing (E eu estou quase acreditando)

Oh and I'm on my way to believing (Oh, e eu estou quase acreditando...)

Ela tocou a última nota e manteve por um momento a cabeça abaixada. Fitou a câmera e pude perceber que seus olhos estavam levemente marejados.


Eu te amo. – Murmurou com a voz embargada e então tudo ficou preto.


Meu coração batia demasiadamente forte em meu peito enquanto meu cérebro trabalhava em uma velocidade surpreendentemente rápida para tentar compreender toda a informação que recebeu em um período tão curto de tempo. E então...


– AHHHHHHHHHHHHHH, QUE LINDAAAAAAAAAAAAAAAAAA!!!!!!


Adivinha quem?


– Rachel! Está maluca, garota? – Ralhei massageando minha orelha. – Quer me deixar surdo? – Encarei seu rosto sorridente, mal se abalando pela minha irritação. – E, além disso, quem foi que lhe deixou entrar aqui?


Eu estava tão compenetrado no vídeo que nem ao menos percebi sua presença no quarto.


– Jakezinhoooo!! Ela te fez uma declaração de amor! Que coisa mais linda! – Ignorou por completo minhas perguntas. – Ela canta tão bem, não? - Surpreendeu-se.


Suspirei desistindo de tentar discutir com minha irmã maluca. Era perda de tempo.


– É. Ela canta muito bem. – Obriguei-me em concordar. – Muito bem.


Nem havia reparado, mas já estava sorrindo novamente.



POV NESSIE


– Ai, porque não posso continuar magra e grávida ao mesmo tempo? – Claire reclamou pela quinta vez na frente do espelho ao provar um vestido meu que costumava usar a tempos atrás.


Estávamos no meu quarto na casa da minha mãe. Claire tentava enlouquecidamente me convencer a ir ao cinema com ela, Quil, Nahuel e, FINALMENTE, o seu amigo misterioso. Pelo visto, ele resolveu sair do armário de vez. Sinceramente? Não estou a fim de ficar de vela.


– É provisório, amiga. – Repeti pela décima vez, fitando o teto, entediada.


Ela virou-se para mim.


– O que você pensa que está fazendo ainda de pijamas encarando o teto?


– Eiiii! – Indignei-me. – Isso não é pijama. Eu fui com essa roupa para a escola hoje.


– Ah. – Claire analisou-me novamente. – Certo. Eu não diria que são pijamas...


– E você está dizendo que eu estou feia? – Resmunguei, irritada.


– Eu não diria feia também. - Fraziu o cenho, pensativa. - Diria mais... Uma dona de casa entediada. – Argumentou, virando-se para o armário. – Vou achar alguma coisa pra você colocar.


Rolei os olhos.


– Eu não vou. Esquece.


Claire separou algumas roupas, ignorando-me por completo. Bufei.


– Cara feia não me assusta não. – Murmurou contente. – Coloca essa.


– Não.


Bateu o pé.


– Reneesme Swan, não me faça perder a paciência. Esse seu mau humor já está demais. – Cruzou os braços.


Fechei os olhos e deixe-me cair no colchão.


– E se ele não me desculpar? – Sussurrei sem conseguir me conter após alguns minutos em silêncio.


Tinha medo da resposta.


Mas ela não veio.


Senti, depois de um tempo, os dedos levemente gelados da minha amiga no meu rosto.


– Ele só não vai te desculpar se for um completo idiota. – Assegurou. – E se for, você vai achar alguém melhor. Ei, cadê aquela Nessie que falou que nunca iria se abalar por causa de um garoto?


Abri os olhos. Estavam levemente marejados. Mostrei-me a língua, após suspirar longamente.


– Tudo bem. Eu vou nesse cinema idiota. – Dei-me por vencida.


Estava fazendo aquilo apenas para agradar a minha amiga. Se fosse por mim, trancava-me eternamente no quarto. É, eu sei. Que depressiva, não? Claire abriu um amplo sorriso, fazendo-me sorrir junto com ela.


Antes que mais alguém pudesse falar alguma coisa, uma música preencheu o ambiente.


– Meu. – Anunciou contente, alcançando seu celular que vibrava na minha cômoda.


Lançou-me um olhar antes de atender.


– É o Jacob.


Meu coração parou e eu arregalei os olhos.


– Atende logo! – Pedi urgente, quase pulando em cima da cama e arrancando o celular da sua mão.


– Alô? – Ela murmurou timidamente, sem tirar os olhos de mim. – Ah, oi Quil.


Soltei o ar que estava, inconscientemente, segurando e me segurei para não bufar alto. O que eu pensei? Se Jacob realmente quisesse alguma coisa comigo, iria ligar para mim, não para Claire. Idiota!


– Ah, sei. O que aconteceu com seu celular? – Ela foi falando.


Suspirei e voltei minha atenção a roupa que Claire separou para eu colocar. Meus pensamentos começando a se focar no mesmo de antes... Alias, o mesmo de sempre: Jacob Black.


Será que alguém, por favor, pode tirar esse garoto da minha cabeça? Desde que eu entreguei o vídeo - que passei a noite toda gravando, praticamente - para Leah hoje de manhã, estava em um dilema interno.


Para falar a verdade, estava um pouco arrependida. Afinal, e se ele me achar uma idiota? E se ele tiver me esquecido e ignorar por completo aquela maldita música que eu não deveria ter feito. Não ficou bom. Por mais que Claire insistisse que eu havia cantado muito bem, assim como Charlie e Nahuel, eu sabia que era mentira. Eles nunca falariam na minha cara que eu estava pagando de ridícula.


– Nessie?


– Hum? – Murmurei, sem me virar para encarar minha amiga. Estava ocupada procurando o lado da frente da blusa que segurava.


– O Quil está ali embaixo, disse que me trouxe um presente. – Murmurou sorrindo. – Vou descer rapidinho, tá?


Acenei com a cabeça uma vez, concentrando-me ainda na roupa. E em outra coisa também, é claro. Estava começando a me convencer de que minha tentativa havia dado em nada. Afinal de contas, eu havia entregado o vídeo ainda no começo da manhã para Leah. Por que ele não fez contato até agora?


Bufei, fitando minha imagem no espelho. E, então, eu entendi.


Ora, mas é claro. O que ele viu em mim afinal? Completamente sem graça. O que Jacob Black, o garoto mais lindo da escola, iria querer comigo? Achou divertido por um tempo, mas agora deve ter caído na real.


Passei os dedos pelos cabelos, assim que ouvi o barulho de alguém entrando no quarto.


– Amiga, quer saber? – Murmurei ainda de cabeça baixa. – Não vou mais. Estou horrível.


Silêncio.


Muito lentamente levantei o rosto e fitei o rosto acima do meu ombro pelo reflexo do espelho.


– Eu acho que você está linda. – A voz rouca dele chegou aos meus ouvidos no mesmo momento em que me coração parou no peito.


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Notas finais do capítulo

Vocês sabem porque eu demorei. Nao posso dizer nada, a nao ser, pela décima vez DESCULPAS! Fiz o mais rápido que deu.
OBSERVAÇÃO:
- Eu mudei o começo da letra da música pra se encaixar na história, não sei se perceberam :)
Espero que tenham gostado. A história está no fim.
Muito obrigada aos que ainda comentam, isso me deixa muito feliz. Leio todos os comentários com carinho.
Até mais, meus amores! Beijos