Opostos que se Atraem escrita por paular_GTJ


Capítulo 13
Capítulo 13




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POV NESSIE:


– É, bem é que eu estou com um problema... – Suspirei pesadamente encarando a frente da sala.


– Ah, bem eu suspeitei pela sua cara. - Nahuel comentou convencido. - Será que eu posso lhe ajudar? - Perguntou de forma simpática.



Fiquei muda por um momento considerando a ideia absurda que acabara de ter. Mas por que não? Quer dizer, eu não fazia a MÍNIMA ideia de quem convidar e só em cogitar a possibilidade de não ter par, ou ir com algum primo gordo qualquer, e ainda por cima ter que assistir Leah e Jacob juntos o casamento inteiro, era completamente abominável.


– Na verdade, sim. – Murmurei rapidamente antes que a minha mente começasse processar o que eu estava prestes a fazer.


– Pode falar. – Nahuel concordou parecendo animado em me ajudar.


– Querircomigonocasamentodomeupai? – Cuspi tudo para fora de uma vez só e não pude repreender o rapaz a me olhar como se eu fosse doente mental.


– Desculpe, não entendi.


– Quer... – Não consegui falar o resto.


MEU DEUS RENESMEE, APENAS DIGA A DROGA DA FRASE. – Ralhei comigo mesma.


O garoto me olhava cada vez mais torto, então tomei coragem e falei rápido, porém agora palavra por palavra.


– Quer ir comigo no casamento do meu pai?


Ele me lançou um olhar chocado e piscou diversas vezes, provavelmente tentando entender porque uma garota que nunca falava com ele antes estava lhe fazendo um convite desses.


– O seu pai? – Quis ter certeza. Assenti. – O cantor famoso Charlie Swan?


Era impressão minha ou os olhos de Nahuel brilharam um pouco ao falar o nome do meu pai? Credo, que neura com ele! Se quer saber, minha opinião, ele nem canta tão bem assim!


 - É, esse mesmo. É que eu vou ser dama de honra e... – Comecei a falar, mas ele me interrompeu nitidamente em êxtase.


– Está me convidando para ir ao casamento do meu cantor preferido? E ainda ser PAR de uma dama de honra?


Ok, esse garoto é muito estranho. Estava começando a ficar com um pé atrás por convidá-lo sem pensar muito bem antes.


– É... Hum... Acho que sim.


– U-A-U. – Soletrou tornando a encostar-se à cadeira e olhando fixamente para frente com um sorriso bobo.


Comecei a considerar a ideia de o carinha ser meio boiola também.


– Então... É, Você vai? – Agora que convidei não podia voltar atrás, não é?


– Tá maluca? É CLARO QUE SIM! – Praticamente gritou, chamando atenção da professora, que eu nem vira que já estava escrevendo no quadro.


Aliás, a aula já começou?  Ela nos lançou um olhar reprovador e decidi encerrar o assunto por hora.


Passei o resto do dia com Nahuel, e me surpreendi ao perceber que ele era um cara muito gente boa. Ainda estou um pouco receosa se era mesmo um cara, se é que me entendem. Ele tem muita pinta de gay para o meu gosto, mas até que conseguia disfarçar um pouco.


Talvez isso até explicasse o fato dele nunca ter tido uma namorada. Porque cai entre nós, ele é um gato! Loirinho, olhos claros, fortinho, alto... Simplesmente, maravilhoso. Seria realmente um desperdício para o público feminino se essa minha suspeita fosse real.


Passei o dia inteiro fugindo de Jacob. Não que ele tivesse me procurado nem nada, mas eu evitava todo o lugar que o via passando. Inclusive desisti de ir almoçar para não precisar encarar o casalzinho harmonioso e lunático do colégio.


Incrivelmente, hoje eu o vi mais do que de costume. Talvez eu estivesse começando a ficar paranóica, sei lá!


Na saída senti uma raiva gritante de Claire. Que tipo de amiga deixa a outra na mão para ver o namorado? Tudo bem que o casal estava passando por uma fase delicada, e ela não sabia se ele assumiria a criança, mas me deixar voltar de ônibus por causa disso? Pelo amor, né?


Para a minha infelicidade o maldito ônibus não chegava nunca. Suspeitei que fosse demorar pelo fato de ter perdido um logo que cheguei àquela maldita parada, mas também eu não precisava criar barba esperando.


Estava começando a considerar a ideia de ir a pé quando um carro preto se aproximou de onde eu estava. A principio eu pensei que não fosse comigo, mas comecei a suspeitar que era, assim que o motorista estacionou bem na minha frente.


Inclinei-me, curiosa para saber quem era, assim que o vidro do passageiro começava a ser aberto. Senti minha expressão curiosa se transformar em repulsa enquanto que o sorriso de conquistador barato do Black ficou visível. Orgh! Garoto inconveniente!


– Tem certeza de que não quer uma carona? – O imbecil perguntou com divertimento em sua voz.  


– Não, já falei que prefiro pegar um ônibus. – Dispensei-o voltando a encarar a estrada deserta.


CADÊ A PORRA DO ÔNIBUS? 


– Deixa de ser teimosa, Ness. Entra logo no carro que eu não tenho permissão para ficar estacionado onde param os ônibus. – Ele agora parecia um pouco urgente.


 - Então vaza!


– Ótimo, você quem sabe! Mas fique sabendo que este é o horário onde os ônibus mais ficam lotados.


Fiquei em um dilema terrível enquanto Jacob ligava o motor do carro e fechava a janela sem dizer mais nada. Eu simplesmente tenho PAVOR de pegar ônibus. Ainda mais lotado? Mas por outro lado, eu não queria ficar presa em um veículo com ele... Isso definitivamente iria atrapalhar meu plano de me afastar de Black.


Eu tive apenas um segundo para pensar e quando eu vi o carro se deslocar um pouquinho para frente, gritei desesperada: 


– ESPERA! – Mentalmente eu estava me odiando mortalmente.


– Sim? – O babaca me olhou indiferente, por entre uma fresta mínima que abriu da janela. 


– Vou aceitar sua carona. – Dei-me por vencida abrindo a porta da lata velha. – Mas é apenas porque odeio ônibus lotado!


Jacob revirou os olhos, porém eu pude perceber um sorrisinho idiota de vitória se formar de leve em seu rosto. Acrescentei logo, antes que ele ficasse com segundas intenções:


– E não fique achando também que vou ficar lhe devendo alguma coisa por essa carona.


– Um “obrigado” já está de bom tamanho. – Respondeu em tom sarcástico.


Acomodei-me um pouco no banco e me permiti senti grata por pelo menos ter achado uma carona - estava relevando quem era o motorista, é claro!


Somente depois que eu deixei minha mente parar de fazer xingamentos intermináveis a minha pessoa, e pensar em outra coisa, foi que eu me dei conta de quem estava cantando no rádio do carro.


Ah! Será que eu nunca tenho sossego, não?


 - Que lixo de música. – Troquei imediatamente para a minha estação preferida.


– Ah, não! Sem musiquinhas de mulherzinha, por favor! – Black franziu o cenho indignado e colocou de volta nas musicas do meu querido papai.


 - Eu não sou obrigada a escutar essa droga de música. – Resmunguei decidida, trocando mais uma vez a estação do aparelho. 


– E eu não quero ouvir isso que você diz ser música. – Ele nem deu tempo da mulher catar o refrão e já estava mais uma vez na voz grave do meu pai. – Eu estou no meu carro. Eu escolho que músicas tocam aqui. – Retrucou, mandão.


 - Eu não estaria aqui se você não tivesse praticamente me forçado a entrar. – Indaguei brava.


Inferno! Além de aturar o Black eu tenho que aturar as canções do meu pai?


 - Se está tão incomodada com a carona, eu encosto aqui mesmo e você pode continuar seu caminho a pé. – Agora ele parecia irritado.  


Calculei mentalmente quando faltava para chegar a minha casa. Decidi, por fim, ficar na minha e não reclamar mais da música. Era só colocar uma barreira nos meus tímpanos por apenas uns minutos... Eu consigo agüentar. Eu acho.


Limitei-me apenas em lançar um olhar mortal ao garoto irritante ao meu lado e voltei a fitar a janela onde árvores, casas e pessoas passaram pela rua como um borrão.


Uma música muito mais audível que a que estava tocando na porcaria daquele carro chegou aos meus ouvidos, junto com uma vibração leve no meu bolso direito. Fiz uma careta ao dar uma olhada no visor do celular e ver que o ser que estava me ligando. Era o mesmo que cantava uma música qualquer no rádio


– Fala pai. – Cumprimentei meio rabugenta.


Oi gatinha! – Ele não se alterou pelo meu tom de poucos amigos. –Ouvi agora seu recado que queria falar comigo. O que foi?

– Sim. – Nossa, eu definitivamente deletei isso da minha mente. - Eu queria lhe avisar que a mamãe vai querer um outro convite para o casamento.


Para quê?

 – Para levar um acompanhante.


Familiar?– Meu pai não parecia muito feliz.


– Não, é meio que um namorado. – Quis provocá-lo. Na verdade eles não eram bem namorados ainda, mas...


 - O QUÊ? – Levei um susto com o berro que meu pai deu. Credo, eu NUNCA o vi gritar em toda a minha vida. Ele não está com... A ideia do meu pai com ciúmes até me fez rir baixinho. 


– Qual é o problema pai?


Nada oras só fiquei surpreso! Fico feliz pela sua mãe! – Recuperou o tom rapidamente, porém ainda era perceptível um quê de irritação.


– Sei, sei... Bom, mas era isso que eu queria... – Charlie me interrompeu no meio da frase.


Escuta meu amor, a Sue está pedido se você já sabe quem levara para o casamento. Ele tem que terminar a lista de convidados logo.

– É, sim eu já tenho um par sim. – Perdi um pouco o rumo da conversa por causa de curva estranha que Jacob fizera.


O carro quase se chocou com um poste logo a frente. Que garoto retardado! Está querendo me matar ou o quê?


–... Conversar sobre uma coisa importante. – Meu pai completou sua frase.


– Ah, claro. – Comentei indiferente pouco me importando com o que ele disse. – Até mais, pai.


Hum, certo! – Ele por alguma razão parecia surpreso. - Tchau minha garota.


Desliguei o celular e tornei a guardá-lo na bolsa, virando-me para encarar novamente a janela ao meu lado. Eu estava completamente perdida em pensamentos, tentando me alienar de tudo ao meu redor. Quando dei por mim faltavam apenas três quadras para chegar em minha casa, e, por alguma razão, aquilo me incomodou.


Não entendi o momentâneo desgosto que senti. Talvez eu esperasse que nesse meio tempo que estivesse trancada no carro com Black, ele falasse algo que me confortasse. Mais uma vez me iludi sem permissão. Estava virando perita nisso.


– Então, você já tem par? – Ele questionou de repente, surpreendendo-me. 


Vire-me para tentar analisá-lo. Qual é o seu interesse nisso afinal? 


– Sim. – Respondi observando suas reações.


A mão que segurava o volante pressionou-o com mais força e sua boca tremeu de leve. Fiquei um momento hipnotizada naquela região, mas logo que repreendi mentalmente. Ok, chega de olhar para a boca dele, garota!

 - Ahm... Eu posso saber quem é?


 - Não vejo motivos para isso. – Por que diabos ele estava falando sobre isso agora?


 - Eu só estava curioso. – Respondeu como se tivesse lido meus pensamentos, dando de ombros, como se de fato não se importasse. E é claro que não se importa!


– É, bem você vai saber de qualquer forma quem é. – Retruquei de má vontade. – Afinal, estaremos juntos no altar.


Sorri cinicamente para ele percebendo que já estava em frente de casa. Preparei-me para abrir a porta e me mandar de uma vez, porém eu não consegui. Algo em seus olhos me prendeu ali e só o que eu conseguia enxergar eram as suas órbitas negras me fitando.


Jacob parecia que queria dizer alguma coisa, entretanto o silêncio pairou pelo ambiente de maneira torturante. Eu queria que ele dissesse que tudo não passa de um mal-entendido, como da última vez. Eu sabia que estava esperando a toa. Sabia que era ilusão da minha cabeça e eu tinha que dar um fim nessa minha tortura de uma vez por todas, antes que acabasse enlouquecendo de vez.


– Obrigada pela carona, Jake. – Agradeci saindo do carro e não me permitindo o encarar mais.


Entrei em casa e passei reto pelos cômodos, seguindo diretamente para o meu quarto com passos pesados. Foi apenas quando eu cheguei ao segundo degrau da escada que a ficha caiu. Voltei andando de ré e parei na entrada da sala de estar, completamente enojada com o que estava vendo.


Pigarreie alto fazendo com que Reneé e o doutor-tarado se separassem bruscamente de um beijo absurdamente obsceno. Fiquei encarando minha mãe com a testa franzida e os braços cruzados.


Somos apenas amigos, Ness. – Ela me disse hoje pela manhã. – É claro que eu não pretendo namorar ninguém agora”.


– Ah, olá meu amor. – Ela me cumprimentou, ajeitando os cabelos bagunçados e corando de leve. Ao seu lado, o carinha me lançou um sorriso tímido e encarou o chão imediatamente. – Como foi na escola?


Dei de ombros um pouco sem jeito e me mandei dali sem prolongar muito a conversa. Éca! Éca! Éca! Aquela definitivamente não era uma cena muito agradável de olhar, pode ter certeza.


Entrei no meu quarto e estagnei imediatamente. Havia um volume um tanto estranho de baixo de minhas cobertas, parecendo bizzaramente uma pessoa adormecida.


Aproximei-me lentamente, e devo confessar, por mais que pareça idiota, eu estava com medo. Antes que eu conseguisse reunir coragem suficiente para cutucar a pessoa, ela se virou, ainda dormindo, e eu vi seu rosto.


– AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAH! – Gritei assustada recuando um passo e tropeçando em uma mala que eu nunca vira antes, caindo de bunda no chão.


– AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAH! – O monstro bizzaro acordou assustado.


Eu ainda gritava desesperada sem conseguir sair do lugar enquanto o ser estranho retirava duas rodelas que estavam tapando olhos e gritou com um tom mais alto que o meu - um pouco indignado:


– CALA A BOCA NESSIE! SOU EU! – Foi ai que eu me dei conta que era somente Bella.


Coloquei a mão no coração tentando acalmar a minha respiração descompassada. Minha mãe gritou alguma coisa do andar de baixo e Bella respondeu que tudo estava bem. Refleti por um momento que os vizinhos, com certeza, devem nos achar as pessoas mais loucas da vizinhança.


 - Certo. Eu tenho algumas perguntas. – Murmurei brava levantando-me do chão e ajeitando minhas roupas amassadas. – Que diabos está fazendo na MINHA cama, com essa coisa verde na cara e com esses troxos nojentos nos olhos?


Bella se sentou despreocupadamente e me encarou parecendo tão brava quanto eu, porém eu pude perceber – mesmo com toda aquela meleca verde em seu rosto – que ela parecia triste.


– Deixe de ser antiquada mana, isso é creme facial e deixa a pele rejuvenescida. – Revirei os olhos para a babaquice e ela continuou sem se alterar. – Para a sua informação, isso se chama pepino. – Balançou o treco molengo na minha direção. - e ele retira as olheiras. – Completou como se fosse a pessoa mais sábia do mundo.


– Tudo bem. – Ignorei a futilidade absurda do momento. – Ainda não me respondeu o que está fazendo na minha cama. Não tem casa para fazer essas idiotices, não?


Minha irmã não respondeu, apenas encarou suas unhas vermelho sangue e suspirou pesadamente.


– Bells? – Chamei receosa. Alguma coisa me dizia que ela não estava bem.


– Eu acho que... Vou ter que passar alguns dias aqui. – Respondeu por fim, ainda sem me encarar.


– Como assim? – Sentei-me na lateral da cama e tentei encontrar seus olhos. – O que aconteceu com a sua casa?


– Edward e eu resolvemos dar um tempo. – Olhou-me com os olhos marejados.


Oh, não! Aquela expressão de novo! Quantas vezes eu vou precisar ver aquela dor estampada no rosto da minha irmã, sempre pelo mesmo motivo? Não bastaram todos os dias que eu vi minha mãe naquele estado quando era criança?


– O que houve? Vocês estavam tão bem! – Aproximei-me dela querendo entender a situação.


– Estávamos bem? Só discutimos! Todo dia, toda hora. É simplesmente exaustivo, sabe? – Suspirou. – Acho que o casamento já era também.


– Me explica essa história melhor. – Era absurda aquela ideia, até ontem minha irmã estava em êxtase em função desse casamento.


– Ele não me entende. Quere fazer a droga do casamento em um quintalzinho velho porque acha que não devíamos gastar uma fortuna em apenas uma festa. – Comentou desgostosa.


Segurei-me para não comentar que concordava plenamente com meu cunhado e permiti que ela continuasse.


– Ness, eu sonho com meu casamento desde que eu sou pequena! É simplesmente revoltante a ideia de fazer uma cerimônia mínima em um quintal para umas cinquenta pessoas. 


Ela suspirou e encarou o teto.


– Talvez isso pareça besteira, mas eu não consigo abrir mão desse sonho, entende?


Não respondi nada por um momento. Eu não entendia muito bem na verdade o que ela queria dizer, para mim isso é frescura sem tamanho. Contudo, eu sou a ovelha negra da família, certo? Então fiz um tremendo esforço para tentar entendê-la e poder ajudar de algum jeito. Revoltava-me a ideia de ver minha irmã nesse estado mais uma vez.


– Já falou isso para ele? – Questionei por fim.


Ela negou com a cabeça.


– Tem que falar, Bells. Ele não deve entender o que você sente.


– Então esse casamento não é tão importante para ele quanto é para mim! – Murmurou rabugenta, cruzando os braços.


– Claro que é! – Afirmei convicta. – É só que ele é... Homem, entende? – Olhou-me com o cenho franzido e eu interpretei isso como um não. – Olha, - Segurei suas mão tentando confortá-la. – Edward te ama, qualquer pessoa que já tenha visto você dois juntos pode afirmar que não há casal mais perfeito no mundo! Só que existem certos assuntos em que homens não se... Apegam tanto quanto mulheres.


– Quer dizer que ele não quer se casar? – Bella parecia mais confusa que antes.


– Claro que não. – Apressei-me a corrigir. – Ele quer se casar tanto quanto você, mas esse não é um sonho de infância dele. Como não é para a maioria dos homens.


Minha irmã respirou fundo e me olhou com aquela sua expressão teimosa.


– Eu não vou voltar atrás. Ele é que vai ter que vir pedir desculpas de joelhos se me quiser de volta!


– Sabe mana, - Comentei com um sorrisinho. – Nunca pensei que diria isso, mas... É assim que se fala!


Finalmente ela caiu na real e parou de correr atrás de homem, é o que eu venho falando há anos!


Bella sorriu abertamente para mim e sem aviso me puxou para um abraço de quebrar as costelas. Fiz uma careta quando minha bochecha encostou-se na meleca verde em seu rosto.


– Sério, tira isso da cara! – Resmunguei, limpando o rosto em seu pijama. Foi só ai que eu me dei conta de uma coisa. – Ei, espera ai um minuto. Posso saber por que você está na minha cama, de pijamas, com mala e tudo, se tem seu quarto antigo aqui do lado?


– Porque meu quarto antigo virou um depósito de lixo. – Lançou-me um olhar reprovador, como se eu fosse a culpada. – Terá que me aguetar aqui maninha, pelo menos por enquanto.


Era só o que me faltava!



DUAS SEMANAS DEPOIS

– Você só pode estar de brincadeira com a minha cara! – Esbravejei com minha mãe indignada.


Eu estava no meu quarto - só que na casa do meu pai. Hoje é o grande dia para o cantor mais famoso da cidade. Minha mãe estava ajudando a me arrumar, e por incrível que pareça, por livre e espontânea vontade.


Depois do episódio do flagra nojento que eu dera naqueles dois, ela resolveu oficializar o namoro, e desses dias para cá, está simplesmente irradiando felicidade.


É claro que eu estou feliz por ela e tudo mais - fazia tanto tempo que eu não via aquele sorriso verdadeiro em seu rosto - contudo, eu ficava com um pé atrás se esse namoro dará mesmo certo e ela não voltará para aquela depressão desesperante de antigamente.


Bella e Edward ainda não haviam voltado e nem pareciam estar perto de fazer-lo. Eles agora conseguiram conversar sem gritos, pelo menos - uma coisa impossível de se acontecer alguns dias atrás. Porém, Bella continuava em meu quarto e ela estava simplesmente me enlouquecendo. Eu havia me esquecido de como é irritante ter uma irmã mais velha diariamente no meu pé.


Eu já havia tomado à decisão de falar eu mesma com Edward e fazer aqueles dois voltarem de uma vez por todas! Tentei diversas vezes durante essa semana, mas até então era simplesmente impossível manter um dialogo razoável com aqueles dois juntos no mesmo ambiente. Resolvi então abordá-lo em particular. E tentaria fazer isso hoje mesmo!


Nahuel se tornou um dos meus melhores amigos durante essas duas semanas que se passaram, e de Claire também. Ele é, sem dúvida, o garoto mais fácil de se relacionar que eu já conheci, mas isso deve ocorrer por causa do seu lado meio afeminado.


E quanto a Jacob, o meu plano estava mais longe de dar certo quanto de minha irmã e o Cullen reatar. Mesmo eu me mantendo afastada dele, era impossível eu tirar aquele garoto da minha cabeça. Eu literalmente não sabia mais o que fazer. Nunca me senti assim antes e isso me assusta um pouco.


Mas voltando para meus problemas do momento, e devo dizer, estou diante de um dos grandes agora.


– Filha, deixe de fazer birra! – Minha mãe reprovou-me. – Esse é o vestido de dama de honra e você terá que usar ele.


– Não, e não! – Teimei batendo o pé. – Bella e Leah estão usando um vestido muito mais decente do que esse. Por que o meu é diferente?


Diferente não seria a palavra ideal para definir aquele pano horroroso que minha mãe tentava empurrar para meus braços desesperadamente.


– Você sabe que como o casamento foi feito as pressas e a costureira não conseguiu ajeitar aquele outro modelo. Ela improvisou este daqui. – Respondeu calmamente. – E ele é tão lindo quanto os outros.


Dei uma risadinha forçada, mas logo fiquei séria.


– Tudo bem, mas me responde porque eu tenho que usar ele? E quanto a Bella ou Leah?


– Eu é que não vou usar isso daí. – Minha irmã comentou entrando no quarto, já completamente arrumada.


– Bella, por favor! – Reneé exclamou cansada. – Ness, veste logo isso daqui.


– Não. – Falei decidida. - Eu definitivamente não vou usar isso em público de jeito nenhum!



POV JACOB


Vesti o paletó preto que estava estendido em minha cama, preparado cuidadosamente por Rachel. Parei em frente do espelho e fiz uma careta para a imagem refletida.


– Cara, como eu me odeio de terno! – Resmunguei comigo mesmo dando uma leve apertada na gravata.


– Por quê? Para mim você está um gato. – Ouvi uma voz sarcástica perto da porta e me sobressaltei assustado.


Franzi o cenho para Paul, que me olhava com um sorrisinho de deboche, escorado de modo descontraído na porta do meu quarto. O meu amigo estava com um terno parecido com o meu e um ar de felicidade visível.


– Quando começou a falar sozinho, cara? – Debochou novamente.


– O que faz aqui? – Ignorei sua pergunta. – Estou de saída...


– Eu sei. – Deu de ombros, ainda com aquele sorrisinho no rosto.


Antes que eu pudesse perguntar qualquer outra coisa, ou arremessar algum objeto em sua direção para aquele sorriso irônico desaparecer de seu rosto, meu pai apareceu ao lado de Paul e murmurou animado:


– Vamos, Jake. Não queremos chegar atrasado, não é?


Nunca, desde que eu me conheço por gente, vi Billy tão contente para um evento. Com certeza estava virando um grande amigo de Charlie, e isso era extremamente bom para seus futuros trabalhos.


Confuso e atordoado me encaminhei para a sala com Paul e meu pai. Billy olhava freneticamente para o relógio em seu pulso e quase quicava no chão de tanta ansiedade.


– Pai, quer relaxar...


– RACHEL! – Gritou me interrompendo. – QUER CHEGAR ATRASADA? ANDA LOGO GAROTA!


– Já vai, já vai! Que saco! – Ela resmungou revoltada de dentro do seu quarto.


Isso só fez meu pai revirar os olhos e continuar sua dançinha patética de ansiedade.


Alguns barulhos de gavetas se fechando e abrindo soaram de dentro do cômodo. Virei-me para Paul a fim de perguntar de uma vez por todas o que ele estava fazendo ali, e ainda mais com roupa social.


– O que você...


– Ca-ra-lho! – Exclamou baixinho com os olhos fixos em alguma coisa atrás de mim, nitidamente hipnotizado.


Olhei por cima do ombro para ver o que estava o deixando ligeralmente abobado e fechei a cara quando vi que Rachel havia finalmente saído de seu quarto.


– Que porra é essa? – Rosnei para ela, furioso.


– Que porra é o quê? – Ergueu as sobrancelhas para mim colocando um brindo em uma orelha.


– Esse pedaço de pano que está usando. – Respondi irritado analisando sua roupa.


– Este VESTIDO que estou usando é o vestido das damas de honra, Jake. – Respondeu sem se abalar pelo meu tom.


– Você só pode estar louca se pensa que vou permitir você sair com isso. – Apontei mais uma vez para sua roupa.


Ok, eu estava sendo exagerado. O vestido não era assim tão curto, mas o fato de ser minha irmã que estava usando, e ainda mais o infeliz do meu amigo estar secando-a de modo descarado, estava me deixando revoltado.


– Você não vai permitir? – Ela gargalhou sem humor. – Deixa de ser infantil, mano.


– Pai? – Virei-me para Billy suplicando por alguma reação de sua parte.


Será que sou apenas eu que me preocupo com a integridade da minha irmã? Meu pai fitava o vestido prateado de Rachel com o testa um pouco franzida, parecia estar em um dilema interior. Suspirou e deu de ombros.


– Se esse é o vestido. – Parecia achar essa explicação suficiente para deixar sua filha sair mostrando tudo pela rua. – Vamos logo, não podemos nos atrasar! – Acrescentou se encaminhando para a porta, voltando a expressar ansiedade.


Bufei revoltado e segui meu velho. Paul fez o mesmo e isso chamou minha atenção.


– Aonde vai? – Perguntei curioso. 


– Ao casamento. – Olhou-me como se eu fosse débil mental.


– Você vai ao casamento? Por quê?


Desde quando Paul tem contatos com a família de Nessie? Alguém me explica por que diabos aqueles dois começaram a me olhar como se eu estivesse deixando passar alguma coisa óbvia?


– Ele é meu par, Jake. – Rachel respondeu segurando a mão de Paul e me fazendo estagnar imediatamente.


– Paul é seu par? – Repeti engasgado, querendo ter certeza que não estava ficando louco.


– Sim. – Responderam juntos.


Fiquei encarando o futuro defunto – lê-se Paul – sem acreditar no que ouvira. Como o meu suposto amigo teve coragem de fazer isso? Ficamos nos encarando por um momento, então uma buzina começou a soar de maneira frenética.


Virei-me para a rua e lá estava Billy, dentro do carro apontando que nem um louco para o relógio em seu pulso. Resolvi deixar meus acertos de contas com Paul para mais tarde, afinal, meu pai parecia que teria um AVC se nós demorássemos mais um pouco.


(...)


Eu não parava de encarar minha irmã e o meu ex-amigo quando chegamos à casa de Charlie. Todas as damas de honra e seus pares estavam ali esperando para seguir todos juntos até o local onde seria realizado o casamento e a cerimônia.


O noivo não se encontrava na casa. Ele estava cuidando dos últimos preparativos para a grande festa. Ouvi alguém comentar que a noiva estava se aprontando em um dos quartos, porém eu não havia a visto até então.


Leah estava sentada em uma poltrona um pouco distante da minha. Ela mantinha distância razoável de mim depois de eu ter lhe dado um fora. Só falei com ela uma vez depois daquele episódio, para avisar-lhe que iria ser seu par no casamento. Afinal eu não podia perder o casamento do meu cantor preferido, e ainda deixar Nessie passar a festa inteira com aquele tal de Nahuel.


Quando descobri que ela iria com aquele tapado fiquei absolutamente revoltado. Como ela pode escolher aquele mané? Que agora assistia a um programa ridículo na TV, e parecia estar achando-o muito engraçado. Idiota!


Mas eu já havia decidido. Faria as pazes com ela nessa festa, custe o que custar! Ou não me chamo Jacob Black.


Leah estava com o mesmo vestido curto que minha irmã usava, e nesse caso, aquilo não incomodou. Aliás, ela estava muito bonita. Surpreendentemente não reparei muito nela. Estava um pouco mais ansioso para ver aquela cuja minha mente não me deixa esquecer.


O tal noivo da irmã de Nessie estava encostado em uma parede, parecendo entediado.


Depois de uma meia hora Bella saiu de um quarto que ficara fechado até o momento em que eu cheguei, com uma expressão de divertimento no rosto. Fechou a cara quando seu olhar se encontrou com seu noivo. Fiquei um pouco curioso por essa reação, mas minha atenção foi atraída para a mãe de Bella, que apareceu em um vestido azul até os pés, muito elegante, puxando uma mão para fora do cômodo.


Ela interrompeu sua caminhada assim que a pessoa que estava sendo arrastada para fora parou de andar, eu suponho. Era apenas visível um braço pálido, que acredito ser de Nessie.


– Filha, vamos logo! – A mulher suplicou encarando o interior do quarto.


– Não! – A voz de Nessie soou chorosa. – Eu não vou sair assim!


– Filha você está linda, vamos! – Sua mãe confortou-a sorrindo. – Digam que ela está linda! – Sussurrou suplicante para nós.


Dois segundos se passaram e Nessie finalmente saiu do quarto. Fiz uma careta enquanto Paul se engasgava com sua bebida. O vestido de Swan não era nada parecido com o das outras damas de honra.


Na verdade seu vestido lembrava um pouco o daquela princesa pálida que come uma maça e morre, não lembro o nome dela. A única diferença era que ele é prateado como o das outras garotas e um pouco acima do joelho.


A expressão enfurecida da Nessie estava um tanto hilária, e eu não me segurei e dei uma risadinha baixinha também. Ela fuzilou-me com o olhar no mesmo momento, fazendo-me refletir que fazer as pazes com ela essa noite não seria nada fácil.


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Notas finais do capítulo

Olá garotas do meu coração! É eu sei que eu falei que iria postar ontem, mas está tudo conspirando contra =(Perdi a conta de quantos erros deu entre sexta e hoje ¬¬' e ainda meu computador não coopera comigo, desligando do nada, ou a net resolvendo cai! Sério, tudo que podia dar errado, deu!Mas como eu sou brasileira e não desisto nunca, eu continuei na fé, e se você está lendo isso daqui é porque deu certo HAHAHAHAEspero ser recompensada com vários comentários =DDPróximo capítulo terão váaaaaarias emoções :x mas não posso dar muitos detalhes! (6Me digam o que vocês acharam da capa? Eu não sei fazer melhor do que isso, então se alguma boa alma quiser me ajudar, ficarei eternamente grata! hihiPrometo não demorar para postar o próximo, já que as provas finalmente acabaram! Eba! Tá, chega de conversa... Obrigada por lerem, comentarem e me darem incentivo para continuar! Grande beijo =*



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