Opostos que se Atraem escrita por paular_GTJ


Capítulo 1
Capítulo 1




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POV NESSIE

Ás vezes a vida é tão perfeita, não é? Ela tem que ser. Para recompensar todos os momentos ruins que te atormentam de vez em quando.

Na época em que você é criança a vida é simples, mas você precisa enfrentar alguns desafios também. Como por exemplo: você precisa aprender a andar, a falar; você é obrigado a usar aquele chapéu ridículo que a sua avó lhe deu de presente, você não tem noção nenhuma da vida.

E mesmo quando você é um pouco mais velha, e pode escolher seu chapéu, você não pode escolher aquelas coisinhas, que dizem ser comestíveis, que vem junto na bandeja do refeitório do colégio. Você também não escolhe quando, ou por quem se apaixona.



Uma vez eu li essa baboseira em algum site idiota na internet. Eu, ás vezes, me surpreendo em como existem coisas tão inúteis por lá, e o pior é que tem gente que acredita. Principalmente as do sexo feminino.


Nós, mulheres, somos tão ingênuas de crescer acreditando naquele monte de contos de fadas que viviam nos contando antes de dormir quando éramos crianças. Sempre sonhando com o nosso "felizes para sempre" ou com o príncipe encantado que vem montado no cavalo branco; nossa alma gêmea, nossa cara metade... Sei lá quantos milhões de nomes inventam para nos iludir.


Para mim isso é tudo conversa fiada. Uma vez li em uma revista - mais confiáveis que sites - que existe apenas um homem para duas mulheres no mundo. Se você for tirar os gays e os cafajestes, não sobra muita coisa para dividir por ai. 


Eu nunca pretendo casar. Quer dizer, como alguém pode jurar que vai sentir o mesmo pela mesma pessoa pelo resto da vida? Se as pessoas pensassem um pouco antes de tomar certas decisões, provavelmente alguns corações não seriam tão radicalmente despedaçados.


Eu também pretendo nunca me apaixonar. Para quê? Sentir esse sentimento, aparentemente bom, para depois chorar e sofrer que nem uma tola pelos cantos da casa por um cara que não me merece? Eu acho que não!


Como vocês podem ver eu sou um pouco desiludida no amor. Vamos dizer que no dia em que o divórcio dos meus pais veio à tona, foi como se uma luz se fizesse em cima da minha cabeça. Foi exatamente aí que eu me dei conta que homens e mulheres não foram feitos para conviverem juntos por muito tempo. Pelo menos, sem que um deles acabe tentando cometer um homicídio culposo.


Já havia passado um ano desde que meu pai saiu de casa. Não é que eu me importasse nem nada, meu pai não era o tipo de pai que se pode ter orgulho, sabe?


Ele era cantor de uma banda de Rock'Roll. Isso mesmo, meu pai de quarenta e dois anos, é cantor de uma banda de adolescentes malucos. E o pior é que ele acha que ainda é um. Veste-se como um, fala com um, e provavelmente pensa como um. Alguns meses atrás, ele começou a namorar uma mulher de quase trinta anos, a Sue. Não é que ela fosse uma má pessoa, na verdade eu nunca conversei mais de cinco minutos com ela, mas mesmo assim eu não fui com a cara dela. Talvez fosse pelo fato de minha mãe não ter superado o divórcio ainda, e muito menos o novo namorinho do meu querido pai. É como se fosse minha obrigação não gostar dela, sabe?


O exemplo que eu tenho em casa é suficiente para que eu nunca queira algo parecido para mim. Casar, na minha lista do que eu pretendo fazer na minha vida, não é nem cogitado. Talvez abaixo de bater as botas, quem sabe.


Eu estava no meu quarto ouvindo música e tentando relaxar na minha posição preferida. Talvez se alguém entrasse ali agora, diria que eu não estava nenhum pouco relaxada, mas essa posição, por incrível que pareça, me acalma.


Eu estava de cabeça para baixo, com a cabeça apoiada em uma almofada e os pés esticados na parede. Com os olhos fechados murmurava a letra da música que tocava na minha estação da rádio preferida, porém algo além da melodia chegou em meus ouvidos. Parecia berros.


Sai daquela posição e desliguei o rádio para ouvir melhor. Sim, definitivamente eram berros. Mais precisamente de minha irmã e de minha mãe. Eu não sabia como duas pessoas podia discutir tanto quando se viam tão pouco.


Resolvi que o melhor a fazer era sair de casa e ir ver minha melhor amiga. Não suportava ficar ali no meio daquela discussão, provavelmente sem motivo importante.


Desci as escadas rapidamente. Ouvia um barulho de algo sendo quebrado vindo da cozinha, onde também parecia ser o local da discussão. O que era aquilo? Não achava possível minha mãe quebrando a sua preciosa mobília da casa, mas talvez essa fosse a razão dos gritos. Assim que coloquei os pés na cozinha fui atingida por alguma coisa pontuda e gelada.


– Ai! - Gritei de dor, massageando a área onde um gelo - suponho - me atingiu.


– Oh, me desculpe querida - Reneé falou largando a faca, que estava usando para degelar a geladeira no balcão, e indo buscar um pano para mim - Eu não ouvi você entrar.


– E como poderia no meio desse gritedo todo? - Falei dispensando o pano que ela me estendia.


– Mãe, ela não é uma má pessoa, eu pensei que você já tinha superado isso! – Bella continuou a falar algo que eu aparentemente interrompera.


– Não quero discutir isso, ok? Eu não vou jantar com ela! Não é porque seu pai gosta dela que eu tenho obrigação de gostar também. Será que fui clara?


Ah, então é por isso que a discussão começou. Minha irmã era uma tapada mesmo, sempre querendo que todos sejam amiguinhos felizes. Mesmo que isso implique em minha mãe virar amiga da nova namorada do seu eterno amor.


– Onde está indo? – Reneé perguntou para mim enquanto eu pegava as chaves da casa em cima do balcão, me preparando para dar o fora dali o mais rápido possível.


– Bom, já que estou sendo atacada por gelos voados vou me mandar! - Brinquei revirando os olhos da careta que ela me lançou. - Vou até a casa de Claire.


Eu já estava na metade do caminho quando Bella gritou:


– Espera Nessie! - Eu a olhei bufando. Não estava no clima de ouvir mais gritos naquela casa por causa do meu pai. Ela me lançou um olhar mortal antes de abrir um sorriso empolgado a declarar alegremente. - Eu tenho ótimas notícias para as duas!


Ela parecia estar segurando aquela informação por tempo demais, quase não conseguia disfarçar a excitação.


– O que foi Bella? - Reneé parecia curiosa.


Eu a encarei entediada, porém permaneci ali na cozinha para não receber mais ataques de gelos. Aquilo doía um monte.


– Edward e eu vamos nos casar! - Ela deu um pulinho e mostrou o anel brilhante em seu dedo anelar na mão direita, que até então eu não reparara.


– Ele me propôs no sábado passado... - Bella deixou seu sorriso murchar um pouco ao ver que nem eu, nem minha mãe estávamos tão animadas quanto ela. - Eu queria lhes contar antes, mas eu não sabia a sua reação...


Reneé pareceu ter se dado conta que não estava reagindo como o esperado, e deu a volta na mesa para abraçar a filha.


– Ah querida, é isso mesmo que você quer? - Usou seu melhor tom de voz. Ela raramente o usava com uma de nós.


– Sim, nós vamos ter um lindo casamento de primavera! - Bella falava com os olhos brilhando - E eu estou tão feliz, mamãe!


Reneé sorriu e abraçou sua filha enquanto eu revirava os olhos e saia da casa sem dizer nada.


Muito tato, não? Dizer a sua mãe que vai se casar quando ela ainda não superou o seu divórcio. Por que o amor deixa as pessoas assim? Tão idiotas... Irracionais?


Eu agora estava andando rápido em direção a casa de Claire. Queria ver ela o quanto antes. Ela me entendia também, dizia que amor e essa baboseira de pessoa certa era tudo mentirinha para colocar as crianças para dormir.


Cheguei a sua casa e abri a porta sem comunicar, eu já era de casa mesmo. Fui entrando sem encontrar ninguém pelo caminho, e abri a porta do quarto de minha amiga sem aviso.


Sabe quando a sua mãe lhe ensina a SEMPRE bater na porta, ou ligar antes para avisar quando está indo visitar alguém? Bom, leve ela a sério, às vezes a situação pode ficar um pouco constrangedora... Como agora.


Claire estava em um... Amasso um pouco profundo demais com um garoto moreninho que eu sabia estudar no nosso colégio. Eles estavam semi-nus e se separam bruscamente quando eu abri a porta.


Tentaram se esconder desesperadamente enrolando-se nos lençóis da cama. O garoto chegou a cair, rolando no chão ao redor de um edredom rosa de Claire.


Virei-me de costas para a cena tentando reprimir o riso, mas sem muito sucesso.


– Desculpe, eu deveria ter ligado! - Falei com a voz engasgada, tentando mantê-la séria.


– Não tem problema! - Claire também parecia não querer cair na gargalhada.


Depois de uns dez segundos de silencio constrangedor ouvi sua voz:


– Nessie, esse é Quil...


Entendi aquilo como uma permissão para me virar. E agora, pelo menos Quil estava devidamente tapado, totalmente enrolado no edredom rosa florido da cama. Claire estava ajoelhada na cama, totalmente enrolada em um lençol branco e se segurando muito para não rir daquela situação.


Eu sabia que ela estava rindo de nervosa, aquele não fora o melhor momento para invadir o quarto dela, com certeza.


– Prazer, Quil - Falei estendendo a mão. Meus olhos foram atraídos para uma elevação um pouco abaixo da barriga dele. Fechei os olhos com força e me segurei um pouco mais para não rir - Ahm... Acho que vou dar um tempo lá fora.


Sai do quarto e fui correndo para fora da casa. Lá que pude enfim rir a vontade. Agora talvez ela comece a trancar a porta quando estiver pretendendo fazer essas coisas. Mesmo sendo na casa dela, ela sabia que eu entrava sem avisar, como ela mesma fazia na minha.


Aquilo, porém, me surpreendeu. Claire não era de ficar fazendo essas coisas com qualquer um. Aliás, ela nunca fez com ninguém. E até onde eu sei, ela nunca teve nada com esse tal de Quil, e se tivesse ela teria me contado... Não teria?


Cinco minutos depois, Claire e Quil saíram de mãos dadas ainda muito envergonhados. Ele muito mais do que ela.


– Ahm... Desculpe por... - Falei me sentindo pouca a vontade também.


– Ah não, tudo bem. - Quil olhou para baixo e corando um pouco - Ahm... Foi um prazer conhecê-la... - Fez uma careta, pensativo.


– Renesmee, mas me chame de Nessie - Completei sua frase.


Quil sorriu e puxou Claire pelo braço em direção a uma moto preta estacionada na frente de casa, que só agora eu havia reparado. Eu devia começar a olhar para as coisas com mais atenção, ai quem sabe não teria tantas surpresas desagradáveis.


Claire e Quil ficaram se despedindo por uns cinco minutos enquanto eu batucava os dedos impaciente sentada na escada da frente da casa dela. Será que não dava para eles terem se despedido antes? Quando estavam sozinhos?


Bufei impaciente quando Quil dava partida na moto e Claire corria atrás dela abanando que nem uma louca e gritando palavras incompreensíveis.


– Tchaaaaaau! - Ela pulava feliz no mesmo lugar quando não pode mais alcançar a velocidade da moto.


Fiquei observando-a se aproximar dando pulinhos de felicidade, e não pude deixar de sorrir de sua carinha de abobada. Ela estava com aquele sorrisinho de menina apaixonada, sabe? Eu só esperava que aquilo nunca viesse parar no meu rosto.


– Então... O que achou? - Falou me olhando ansiosa e sentando-se ao meu lado.


– Uau... - Comecei, sem deixar de dar um sorriso. - Você não me disse que estava... Sabe.


Ela entendeu que eu me referia ao que teria acontecido se eu não tivesse os interrompido com a minha delicadeza clássica. Claire suspirou fundo e me olhou tão profundamente que eu não consegui segurar o riso.


– Quando você encontra a pessoa certa, e você... Se apaixona! - Murmurou com a voz melosa.


Agora meu sorriso desapareceu e eu revirei os olhos. De novo? E agora até a única pessoa que concordava comigo resolveu cair nessa cilada também? Eu devo ser a única garota com um cérebro no lugar no mundo.


– É como se tudo que você imaginava sentir... Fosse dez vezes mais forte e melhor! - Ainda estava falando com aquela voz melosinha e aquela carinha de apaixonada - Dá pra acreditar?


– Não - Dei de ombros, recebendo um olhar de reprovação. - Qual é Claire? Você tem noção de como está perto de ficar meses e meses chorando pela casa por causa de um panaca que nunca irá te dar o valor necessário?


Claire revirou os olhos sem tirar aquela expressão abobada do rosto.


– Você faz drama demais nessa questão sabia?


– E você concordava uma vez. - Levantei uma sobrancelha para ela.


– Isso foi antes de Quil aparecer na minha vida - Claire falou com os olhos brilhando.


– Fala sério! Você nem deve conhecê-lo direito - Cruzei os braços, encarando-a de forma repreensiva.


– A gente sente quando é o cara certo, Nessie - Falou sorrindo abobadamente.


Revirei os olhos mais uma vez.


– Olha, até a minha mãe acha que pode ter esperança para ela! - Claire tremeu o canto da boca em um sorriso quando comentou isso.


Agora eu não me segurei e ri alto. Dona Bennet querendo achar um homem para ela agora? Nessa altura do campeonato? Ela estava separada há tanto tempo quanto a minha mãe, e aparentemente, muito mais conformada com esse fato.


Esse era o problema de algumas mulheres. Erram e depois que percebem o erro, erram de novo!


– Sua mãe quer se casar? - Repeti, rindo com Claire.


– Ela quer se apaixonar, Nessie! - Defendeu sua mãe. - Todo mundo quer.


– Nem todo mundo! – Falei com as sobrancelhas erguidas e mostrei a língua para ela.


Eu é que não quero perder meu tempo suspirando pelos cantos por algum idiota qualquer.


– Um dia quem sabe você mude de ideia. - Olhou-me maliciosamente.


Fiz cara de nojo e ela gargalhou alto.


Ficamos ali conversando besteiras por mais de uma hora. Era exatamente isso que eu queria; falar besteiras com minha melhor amiga e esquecer que muito provavelmente minha mãe estava em casa com um puta mau-humor por causa de quem? Ah? Ah? Do suposto homem da vida dela.


E daqui um tempo eu teriei que aguentar a minha querida irmã suspirar tristemente por causa de seu casamento fracassado também.


Eu estava rindo de uma fofoca que Claire me contava quando senti meu celular vibrando no bolso. Meu sorriso desapareceu instantemente quando li quem era no visor.


– Aposto que sei quem é. – Claire falou rindo da expressão do meu rosto.


Ela me conhecia tão bem que já ficavam na cara certas coisas. Olhei-a suspirando e ela me olhou como quem diz "atende logo".


– Oi pai. – Suspirei assim que coloquei o aparelho em minha orelha.


Olá gatinha! – Ouvi a voz do meu amado pai.


Revirei os olhos com seu cumprimento. Era sempre o mesmo.


– Tudo bem? – Minha voz transparecia tédio.


Claire me olhou com um pouco de reprovação. Claro, para ela era fácil. O seu pai não era um adolesceste de quaretenta anos.


Beleza! Estou com saudades de você. Quanto tempo não nos vemos?


Ah não, ah não!


– Ahmmm.... – Tentei pensar em uma desculpa para me livrar do que quer que seja que estivesse na mente maluca de Charlie.


Eu e sua irmã saímos ontem, nos divertimos muito! – Continuou sem esperar minha resposta – Poderíamos fazer o mesmo. Que tal jantarmos amanhã?


– Ah pai, sabe acho que... – Mordi o lábio, desesperada.


Pensa Nessie, pensa!


Passo para te pegar as sete, beleza? – Ele nunca esperava que eu terminasse uma frase?


– Espera... - Praticamente gritei, mas sem ideias do que falar.


Combinado então, tchau querida.

Fiquei ali segurando o celular na orelha com uma cara de poucos amigos. Eu não acredito! O que eu fiz para merecer isso? Só posso ter jogado pedra na cruz, ou talvez foi o chiclê que eu grudei debaixo do banco da igreja quando era pequena, mas eu juro que foi sem querer!


Pelo menos teria um dia inteiro para me preparar psicologicamente àquelas horas de tortura no dia seguinte.



POV JACOB


– Então, basicamente, o cartão tem que ser uma coisa que pode induzir a pessoa a náuseas e ânsia de vômito quando o lê? - Perguntei entediado para o imbecil do meu amigo Quil


Nós estávamos em uma lojinha bem gay que normalmente garotas gostavam de ir. Não sei se gostavam de ir exatamente. Provavelmente gostaria de ganhar de presente o que estava na loja.


Sabe do que eu estou falando: usinhos de pelúcia, cartões apaixonados de namorados melosos, coisa desse gênero.


Quil me pediu para ir com ele escolher um cartão para a sua mais nova namoradinha depois da aula. Eu ri da sua cara quando ele me falou isso, obviamente achando que era uma piada; entretanto ele me fuzilou com os olhos, mais ou menos como estava fazendo agora por causa da minha pergunta sarcástica anterior.


Ah, fala sério! O cara tava saindo com a tal de Claire, sei lá o que, há uma semana, e já tava nessa de mandar cartãozinho e blá blá blá?


– Qual é cara, eu pensei que você ia me ajudar! - Voltou a sua atenção para os cartões.


– Você realmente pensou que eu ia ajudar? - Repeti, contendo o riso.


Eu tinha cara de garoto que perde tempo e dinheiro com presentinhos para meninas que eu estivesse pegando? Se fosse o caso de conquistar a garota, tudo bem, mas ele já tava pegando, não é? Pra quê essa viadagem toda?


– Jacob, ela é importante para mim! - Olhou-me de uma forma muito, mas muito, gay.


Eu encarei-o sem acreditar naquilo. Quil normalmente saia com um bilhão de garotas e nunca durava mais de uma semana seus "namorinhos". Ele já tinha pegado metade da escola - não mais que eu, é claro – mas eu nunca ouvi da boca dele que alguma garota era importante.


– Ela é importante? Quer dizer o quê? Que você pretende sair com ela por mais de duas semanas? - Questionei girando o suporte dos cartões e olhando uns que estavam na minha frente.


Pelo canto do olho vi Quil me olhar com um pouco de reprovação.


– Será que eu não posso estar gostando MESMO de uma garota?


Eu o olhei com a testa franzida por um momento, fingir pensar um pouco e neguei com a cabeça em seguida.


Ele me deu um tapa atrás do pescoço e revirou os olhos.


– Pode me torrar o saco o quanto quiser, mas isso é sério. Eu preciso achar alguma coisa que seja meiga e romântica, como a Claire.


– Tudo bem então. - Desisti. - Que tal esse? - Tirei um cartão do suporte para que lesse e que parasse de falar que nem um idiota no meio de um lugar público. - “De pequenos começos grandes coisas surgem


Os olhos de Quil brilharam quando viu o cartão e ele abriu um sorriso enorme para mim, talvez pensando que enfim eu teria aceitado o fato dele estar "gostando" de verdade de uma garota.


Apanhou o papel da minha mão e sua expressão mudou imediatamente quando leu o resto.


– Parabéns pelo seu bebê! - Lançou-me um olhar fulminante, fazendo-me gargalhar e receber mais um soco, um pouco mais forte.


– Você não leva isso à sério, não é? - Cruzou os braços, sério. - A Claire é diferente das outras garotas com que sai, cara. Não é como se ela fosse só mais uma, ela é a garota, sabe? Ela é meiga, ela me entende, ela me faz bem, é uma coisa que eu nunca senti antes, sabe? Além de ela ser muito gosto... Ah cara, será que da pra parar de rir? Eu to falando sério!


Ele me repreendeu indignado, me fazendo rir um pouco mais. Eu não estava rindo exatamente dele. Claro que nunca achei que fosse ouvir uma coisa mais gay da boca do meu melhor amigo, porém eu estava rindo da expressão no rosto da garota atrás dele.


Uma moreninha e muito bonitinha estava com os olhos brilhando e tapava a boca com as mãos, como se não acreditasse no que ouvisse.


Ao seu lado estava uma outra garota linda, com cara de tédio, e suspirando alto para a baboseira que o imbecil do meu amigo estava falando.


– Não vai parar, porra? - Quil falou mais uma vez com raiva.


Respirei fundo e mantive minha expressão séria. Ele estava pronto para me bater - não que eu não desse conta, mas não queria confusão com ele, muito menos ali - então resolvi explicar.


– Cara, não me leva a mal não, não tava rindo de você!


Pisquei para ele e sorri para a garota, que ainda estava muda - provavelmente de emoção - atrás de Quil.


Ele se virou lentamente para olhar o que estava me fazendo sorrir. Quando encontrou os olhos da amiga entediada da garota - que supus pela carinha de bobinha apaixonada, ser a Claire - Quil virou bruscamente para a sua garota, tão rápido que pensei ter ouvido um estalo forte em seu pescoço.


Claire agora mostrava um sorriso de orelha a orelha.


– Oiii Quil! - Cumprimentou enquanto o meu querido amigo gay corava que nem um louco, fazendo-me gargalhar mais do que antes e até tirar um sorrisinho da amiga gata de Claire.



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