Something like love 2.0 escrita por Boca de Netuno


Capítulo 2
capítulo um.


Notas iniciais do capítulo

Percebi que a Ash e a Katie quase não aparecem. Vamos ver se eu consigo mudar isso.

*adicionando o capítulo um como prefácio, a ordem dos capítulos mudou ok? ok.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/664037/chapter/2

    Sempre fui muito fechada, talvez mais reservada do que eu deveria ser. Nunca fui a menina de muitos amigos, ou a que conversa com gente de outras salas, outras séries. Conheci Ashley na sétima série, no ano em que eu entrei naquele colégio, e foi ela quem me chamou para andar junto com ela e suas amigas. Nosso trio consistia em Katie, Ashley, e eu, Lillian. Desde então, nunca fiquei sozinha novamente. Elas me ajudaram a lidar com a minha timidez, e principalmente a vergonha de falar em sala de aula. Eu ainda tentava voar abaixo do radar, mas a melhoria era tangível.

 

   Passávamos o intervalo juntas, em sua grande maioria, e sempre no pátio, onde ficávamos mais perto da sala por questão de comodidade e também onde havia a maior concentração de pessoas, o que dava à Katie e Ashley a oportunidade de analisá-las e rir um pouco.

 

   “Lill, o que você tanto olha?” Ashley tentava acompanhar meu olhar, que atravessa o pátio, parado num banco escondido perto do muro. Desviei minha visão antes que ela pudesse perceber quem eu estava observando, e murmurei um “Nada não".

 

   Ninguém realmente sabia sobre essa minha obsessão por Patrick Stump, nem mesmo a Ash, que era uma das minhas mais próximas amigas. Patrick sempre aparecia no mesmo lugar, comendo seu lanche sozinho. Mais de uma vez eu me peguei pensando em sentar com ele, mas o que eu possivelmente usaria como desculpa para fazer tal coisa? Além do mais, depois de observar muito as pessoas como eu fazia, estava bem ciente de que serviria apenas para chamar a atenção para mim, e eu não queria algo assim. Eu estava bem sendo invisível com meu grupinho de amigas, muito obrigada.

 

   O sinal soou, e eu quase pude ouvir a lamúria de todos no pátio. Ashley me puxou pela manga, já se queixando sobre a aula de filosofia que teríamos a seguir, e entrei na sala em silêncio, apenas ouvindo o burburinho das pessoas. Filosofia era uma aula bem tranqüila, pra ser sincera. O professor sempre ficava absorto demais em seu monólogo para prestar atenção no que nós estávamos fazendo, o que me dava a oportunidade de fazer o que eu bem entendesse, então puxei meu caderno aberto sobre a carteira para mais perto e peguei uma caneta, a fim de rabiscar qualquer coisa para passar o tempo.

 

   O que parecia uma eternidade depois, parei para olhar o que tinha feito no papel. Apesar da minha mão ter apenas rabiscado linhas no contorno da página, havia uma frase no topo, escrita desde a primeira aula: “Segunda lei de Mendel”. Logo percebi que não copiara nada do que o professor de Biologia dissera, e, com certeza, aquilo seria cobrado na avaliação marcada para a  semana seguinte. Olhei para os lados, vendo metade da classe dormindo em suas carteiras. Rezei para que Patrick ainda estivesse acordado, pois eu sabia que ele tomava nota do que se passava nas aulas.

 

   Contando com a minha imensa sorte, o avistei à minha esquerda, com o queixo apoiado nos braços cruzados em cima da mesa, entretido com a abelha que sobrevoava seu lápis, pousando nele de vez em quando. Parei subitamente, sentindo como se um cubo de gelo estivesse passando pelas minhas costas. Essa era a oportunidade perfeita para falar com ele. Mas eu teria que contar com o fato de que eu conseguiria realmente fazer isso. Minha voz sairia tremida, e provavelmente ele escutaria minha taquicardia de onde estava sentado, mas eu não queria arriscar minhas notas (quase) perfeitas.

 

   Inclinei-me um pouco em sua direção, e, olhando diretamente para ele, chamei-o baixinho. Ele se moveu de leve, fazendo a abelha voar para longe, mas não deu sinal de que me ouvira.

 

   “Patrick.” sussurrei, a voz falhando, o rosto inteiramente quente. O garoto virou-se com apreensão estampada em seu rosto. Tomando fôlego, disse “Eu não copiei a matéria de Biologia. Tem como você me emprestar seu caderno?” tentei manter minha voz a mais baixa possível, torcendo para que ninguém estivesse prestando atenção. Ele, ainda com a mesma expressão, assentiu, e abaixou-se para pegar um caderno de capa azul na mala, me entregando logo em seguida. Agradeci sorrindo, e ele desviou rapidamente o olhar para seu lápis, como se a abelha ainda estivesse lá.

 

   Sem perder muito tempo, transcrevi fervorosamente tudo o que ele copiara, fazendo minhas pequenas anotações ao lado do que escrevia. Não era tanta matéria assim, então terminei com folga, o suficiente para folhear o caderno azul, mesmo sem permissão. Sua caligrafia era fina e alongada, pendendo levemente para a direita. “Muito melhor que a minha.” pensei comigo mesma. Assim como eu fazia, ele não copiava exatamente o que os professores passavam; era mais como a sua própria interpretação da matéria. Haviam lembretes nos cantos das páginas, como em que página de um livro ele parara, nomes de músicas e afins. Nada de anotações sobre outras coisas, nada de desenhos estranhos.

 

   Antes que acabasse a aula, devolvi o caderno, dizendo um “muito obrigada” que o fez quase sorrir de nervoso e acenar com a cabeça, antes de sair de perto. Senti mil borboletas em meu estômago, como se elas estivessem animadas com o começo de algo. Esperava que elas estivessem certas.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

gente, me dá uma luz
eu sei que eu amava tanto essa história
mas 7 anos depois, eu não sei como tá indo
me avisem
pfvr



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Something like love 2.0" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.