POV JungKook on

Está acabando o ano e eu ainda não sei o que comprar para os hyungs de presente de natal. Eu sei que ainda falta um pouco, mas eu também sei que se eu não comprar logo, eu não vou mais conseguir comprar, afinal, os shoppings lotam nessas épocas e, apesar de tudo, eu tenho medo de encontrar as fãs lá.

Não que eu não goste das minhas fãs, mas eu realmente tenho medo delas. Porque se uma me encontrar, as outras encontram também e eu não vou mais ter privacidade ou espaço para comprar os presentes.

Ainda estava pensando no que fazer para comprar os presentes quando sinto alguém sentar do meu lado no sofá. E eu nem teria me importado, mas a pessoa resolveu deitar com a cabeça no meu colo. E eu já imaginava quem seria antes mesmo de olhar, fazendo todos os pelos do meu pescoço se arrepiarem quando ele dirigiu suas palavras a mim.

- No que tanto pensa, Kookie?

- Eu estou pensando em como vou fazer para comprar os presentes de natal. As lojas já devem estar abarrotadas de pessoas há essa hora – disse olhando para seus cabelos sem o boné, acariciando-os.

- Eu também não comprei ainda. Somos os únicos que ainda não compraram.

- Serio? – olhei para o seu rosto, e ele apenas mexeu a cabeça para cima e para baixo, com os olhos fechados enquanto eu ainda lhe acariciava.

- Eu não fiquei tão surpreso. O Jin levou os garotos no shopping para comprar os presentes no dia em que eu e você nos atrasamos no banho. Por isso eles não estavam aqui quando fomos comer.

- Já era de se imaginar mesmo – disse, movendo a cabeça em confirmação, mesmo sabendo que ele não veria – onde está o seu boné?

- Ah sim, eu tenho que comprar uns bonés novos, os meus estão todos surrados – apenas o observei enquanto dava de ombros – que tal irmos juntos comprar os presentes?

- Claro, ia ser uma boa mesmo – desci meus dedos do topo de sua cabeça para acariciar perto de suas orelhas rapidamente, voltando para o topo de sua cabeça antes que ele percebesse meu movimento – quando?

- Ah, podemos ir hoje – ele abriu os olhos e olhou fundo nos meus, fazendo-me arrepiar mais uma vez os pelos da nuca.

- Hoje? Mas não teremos ensaio?

- Não, - ele sorriu de lado e eu tive de controlar-me para não arrepiar novamente – Jin acordou com dor de cabeça e RapMon desmarcou o ensaio de hoje.

- Monster às vezes consegue ser muito exagerado em relação ao Jin – sorri e ele sorriu-me de volta.

- Eu acho legal o jeito que eles se preocupam um com o outro – ele voltou a fechar os olhos e continuou – eu queria ter alguém para ser assim também.

- Mesmo? – vi ele abrindo os olhos e os direcionando aos meus novamente.

- Sim – sussurrou e aproximou o rosto do meu, apoiando-se com um braço do outro lado das minhas pernas, ficando meio inclinado com o rosto rente ao meu, nunca desviando seus olhos do meu – você não?

- Acho que sim – olhei para seus lábios e logo voltei a olhar para os seus olhos, arrepiando-me com o olhar que ele me lançava.

- Vamos logo, se não vamos pegar engarrafamento. Vá se arrumar – ele se levantou e foi em direção ao corredor dos quartos – vou procurar uns disfarces para nós com o RapMonster.

E com as pernas trêmulas eu me levantei, andando em direção ao meu quarto. Às vezes sinto que meu coração vai sair pela boca apenas por estar perto de você, Jimin...

-- x –

Estávamos entrando em uma loja qualquer do shopping. Eu já havia comprado o presente de todos, menos do Jin e do Jimin. Eu não poderia comprar o presente do Jimin estando junto com ele, não é mesmo?

Logo que entrei na loja achei algo perfeito para o Jin e mostrei para Jimin que apenas concordou com a cabeça, continuando a olhar as coisas. O presente dele para o Jin já havia sido comprado na segunda ou terceira loja que entramos.

Assim que acabei de pagar nós saímos da loja, indo em direção a área de alimentação. Já estávamos andando dês de 10 horas da manhã e eram exatas 12h15min. Eu precisava comer algo.

- Acho que não tem lugar para sentarmos – ele disse, tocando no meu ombro.

- Mas eu estou com fome, Jimin! – olhei-o por cima do ombro com cara de cachorrinho sem dono.

- Então por que não vamos lá em cima ver os filmes que estão em cartaz, escolhemos um e compramos o ingresso? Pode ser que quando agente descer já tenha lugar para sentarmos!

- Você quer ir ao cinema? – olhei-o serio. Fazia tempo que eu e Jimin não íamos ao cinema juntos e, da ultima vez, não foi muito bom. Ele arranjou briga com uma garota que tava do lado dele apenas porque ela riu em uma cena.

- Sim! Eu prometo me comportar. Não vou mais fazer você passar vergonha, tudo bem? – ele sorriu amarelo, sabendo do que eu estava me lembrando.

- Tudo bem, vamos.

Depois que eu disse isso tive minha mão agarrada pela sua enquanto ele me puxava. Eu estava sem reação. Não que ele nunca tocasse a minha mão, mas estávamos em meio ao shopping inteiro. Já imaginou o escândalo que isso pode gerar?

Mesmo sabendo que estávamos correndo risco, eu não soltei sua mão em momento algum. Apenas continuei sentindo a sua mão sobre a minha enquanto eu acariciava a sua com meu polegar.

- Qual filme você vai querer? Eu acho que quero um de corrida – disse ele, olhando para um cartaz com um carro no centro.

- Não, esses filmes de corrida são muito chatos. Que tal um de terror? – perguntei, olhando-o de soslaio, sabendo que ele tinha um pouco de medo, mesmo que não admitisse.

- Não, você vai ficar com medo e vai me agarrar, não podemos arriscar assim na frente de tanta gente – ele deu de ombros e eu ri um pouco dele.

- Isso é só desculpa. Você esta com medo, isso sim! – dei um empurrão no seu ombro e ele riu junto comigo.

- Serio, vamos assistir um romance. Pelo menos assim as pessoas ficam caladas na hora do filme! – ele me olhou e sorriu, passando a acariciar a minha mão que eu havia esquecido que estava junto à dele e que eu ainda acariciava a dele.

- Romance é para casais, Jimin – senti minhas bochechas corarem quando vi algumas pessoas nos olhando estranho – e nós somos dois homens. As pessoas vão estranhar.

- Elas não vão estranhar, elas só vão pensar que somos gays, assim como elas estão pensando agora que estão vendo-nos de mãos dadas – ele puxou minha mão, fazendo-me aproximas um passo dele e vindo um passo em minha direção, para sussurrar no meu ouvido – Não se preocupe, elas não sabem quem somos, não vão criar escândalo.

- Mas, mesmo assim... – eu estava arrepiado. Eu estava suando frio. Ele estava muito perto, com sua respiração batendo na minha nuca, uma mão acariciando a minha e a outra na minha cintura, acariciando por cima da camisa. Eu estou muito nervoso.

- Vamos logo comprar os ingressos, tudo bem? – perguntou bem baixinho no meu ouvido, fazendo-me estremecer levemente.

- Tudo... Bem... – minha respiração esta pesada, droga, ele já deve ter percebido o que ta causando em mim, então por que não para?

Ele afastou seu rosto do meu pescoço e saiu me puxando pelas nossas mãos unidas até a fila de ingressos. Eu tava morrendo de vergonha e de felicidade ao mesmo tempo. Eu sentia como se vários fogos de artifício estivessem estourando na minha barriga enquanto segurava na sua mão.

Ao mesmo tempo eu me sentia meio inconformado com o desinteresse dele ao olhar das pessoas a nossa volta. Eu estou pra me enterrar aqui!

Logo que ele comprou os ingressos, nós descemos a escada rolante para a área de alimentação do shopping. Achamos uma mesa e eu me sentei, guardando o nosso lugar enquanto ele ia comprar algo para comermos.

Quando voltou nós não tocamos mais a mão nem nada do gênero, apenas comemos e conversamos como os amigos que nós realmente somos. E quando acabamos nós subimos, ele comprou o lanche e eu fiquei na fila para entrar.

- Não acredito que vamos assistir a um filme de romance juntos, Jimin hyung – eu disse, olhando-o com a face rubra.

- Não se preocupe, vamos apenas assistir ao filme e ignorar o olhar das outras pessoas.

Nisso o filme começou e eu passei a fazer o que ele disse. Não estava nem na metade do filme quando a pipoca acabou, juntamente com o refrigerante e eu coloquei os pacotes na cadeira ao lado que estava vazia.

Na verdade a sala do cinema estava praticamente vazia, só tínhamos eu e o Jimin ali, mais dois ou três casais que, a essa altura, se beijavam em seus acentos. Foi quando eu senti uma mão na minha cocha.

- Ta gostando do filme?

Meus pelos todos arrepiaram quando senti uma respiração no meu pescoço e ouvi esse sussurro no meu ouvido. Nisso a mão dele passou a acariciar a minha cocha para cima e para baixo. Eu estava numa situação critica, minha respiração estava acelerada e pesada. Logo eu apenas movi a cabeça para cima e para baixo.

Ele tirou a mão da minha cocha, fazendo-me botar o ar todo para fora. Mas logo o prendi novamente ao senti-lo passar o braço pelo meu ombro e me puxar para mais perto dele. Quando foi que ele levantou o braço da cadeira mesmo?

E assim nós passamos o resto do filme, abraçados com ele dando beijos na minha testa vez ou outra. Ao mesmo tempo em que foi estranho, foi bom. Eu gostei de ficar assim com ele. Gostei muito.

- Agora você vai por ali e eu vou por aqui e cada um compra o presente do outro. Tudo bem?

- Tudo bem – respondi e sai andando na direção contraria a dele. Espero encontrar algo que ele goste.

-- x –

Cinco dias se passaram e o natal chegou. Já estamos acabando de arrumar a casa e estamos esperando a comida chegar. Nós encomendamos, já que o Jin é péssimo na cozinha e o resto estava com preguiça de cozinhar.

Depois que a comida chegou fomos todos para sala e sentamos no chão, ao lado da arvore de natal que havíamos montado juntos. Até que para uma arvore pequena, ela ficou bem legal.

- Vamos trocar os presentes! – Gritou J-Hope, pulando entre mim e Jin.

- Mas já? – indagou Jimin, que estava sentado na minha frente.

- Claro. Já é quase meia noite! Ainda tenho que me deitar para esperar o presente do papai Noel – disse o moreno, sorrindo de lado.

- Você não esta falando serio, está? – perguntou RapMonster, com o cenho franzido.

- Claro que não, eu em, parece que não me conhecem – disse J-Hope deitando a cabeça no ombro de Jin, recebendo um olhar mortífero do RapMonster – Ai Mona, deixa de ser ciumento.

- Não me chame de Mona, e saia do ombro do Jin, agora! – disse RapMon puxando os cabelos do J-Hope, o que não foi difícil, já que ele estava do outro lado do Jin.

- Ta, ta, larga o meu cabelo! – com isso o líder soltou o cabelo dele e todos começaram a rir deles.

- Vamos logo trocar esses presentes – disse Suga, que foi o primeiro a parar de rir.

Logo nós começamos a trocar os presentes. Eu dei um óculos escuro ao RapMon, já que ele quebrou o antigo dele. Dei uma mascara pro J-Hope, já que ele estava reclamado que estava com poucas. Dei um livro que o Suga estava procurando há um tempo a ele e o mesmo com o Jin. Para o V eu dei um converse que tinha a cara dele. Incrível a criatividade das pessoas.

Na hora de dar para o Jimin, eu dei uma caixa lacrada e ele sorriu, abrindo e vendo um boné novo dentro.

- Você disse que os seus estavam muito desgastados, ai eu comprei ele para você. Vamos, coloca na cabeça!

Na mesma hora ele tirou o boné da caixa e me olhou com uma expressão de confusão, já colocando o boné na cabeça. Acho que ele viu o bilhete. Logo ele abriu o papel que eu havia colocado, avisando que eu gostaria de falar com ele a sós depois, e amassou o papel, jogando-o de volta na caixa.

- Eu adorei, obrigado! – ele sorriu pra mim e me entregou um embrulho – espero que o meu esteja à altura.

Abri e encontrei uma camiseta com o desenho de uma arma, com as palavras “We’re bulletproof” embaixo. Eu sabia o que aquela camisa significava. Sempre que eu estava chateado, ele ficava comigo e dizia a mesma frase, e aquilo realmente fez com que meu coração se acelerasse.

- Eu realmente gostei muito. Obrigado! – sorri para ele que sorriu e depois mordeu o lábio inferior, olhando-me com um olhar carregado. Como eu queria decifrar aquele olhar.

- O que tem nessa camisa, maknae? – perguntou J-Hope ao meu lado, puxando a camisa e vendo o que tinha nela – prefiro o meu.

- Nossa, eu amei ganhar uma arminha de brinquedo, J-Hope – eu disse, rolando os olhos para ele enquanto os outros riam.

- Eu sei, eu sou um gênio, não sou? – perguntou, se gabando.

- Ok, que tal nós irmos comer agora? – perguntou V – estou morrendo de fome!

- E quando você não esta com fome? – perguntou J-Hope, rindo escandalosamente.

- Quase sempre! Como quando estou dormindo, tomando banho, treinando...

- Mentira, você vive reclamando que não agüenta tomar banho porque ta com muita fome e quando ta treinando você para do nada só para dizer que estar com fome – disse Suga, apontando para o outro.

- Sem contar que uma vez você ficou dizendo que estava com fome enquanto dormia – disse J-Hope, vendo o loiro olhar para ele com uma cara assustada – sim, você fala enquanto dorme.

-- x –

Depois de comermos nós ainda conversamos um pouco, até dar 2 horas da manhã. Os caras já estavam altos, acho que eu era o único sóbrio ali, já que fui o único que foi proibido de beber. O Jimin deu a desculpa de que em alguns países ele já pode beber. Mas o mesmo não chegou a beber muito, vez ou outra direcionando o seu olhar pra mim.

Eu já estava no quarto esperando o mesmo chegar. Nós dividimos o mesmo quarto, então ninguém iria nos interromper. Só tinha que esperá-lo para poder falar tudo o que eu pensava e sentia.

Eu já estava deitado há quase quinze minutos esperando ele sair do banho quando ouço o barulho da porta. Apenas fechei os olhos, fingindo que estava cochilando. Mas mesmo que eu estivesse dormindo, eu ia acabar acordando.

Jimin já entrou abrindo a porta em um estrondo e, logo em seguida, fechou a porta com força. Acho que ele só percebeu que estava deitado depois de ter entrado, porque ele chutou a cama que eu estava sem querer, soltando um resmungo dolorido.

Abri os olhos e levantei-me lentamente, olhando-o com cansaço. Ele sorriu amarelo e sentou do meu lado, deixando a toalha estendida na própria cama. Ele já veio do banheiro vestido, estava com a toalha apenas para enxugar os cabelos.

- Desculpa ter te acordado, essa porta é muito molhe, qualquer coisa e ela já bate – ele sorriu pra mim e eu sorri de volta.

- Não se preocupe, eu não estava dormindo, só deitado – peguei na mão dele, acariciando-a levemente. Quase que automaticamente ele começou a acariciar a minha também e nós dois ficamos olhando para as nossas mãos.

- O que você queria falar comigo? – perguntou, voltando a olhar para mim e eu logo segui o seu exemplo, voltando a olhá-lo.

- Eu... Realmente não sei como falar isso pra você - olhei nos seus olhos e vi que ele estava tão nervoso quanto eu.

- Eu acho que seria mais fácil se eu falasse... O que você acha?

- Não sei. Depende. De que você vai falar? – percebi que ele mordia as bochechas, já que ele estava nervoso.

- O mesmo que você ia falar pra mim. Afinal, nós dois já esperávamos por isso, não será uma grande surpresa – assenti com a cabeça e ele respirou fundo – Kookie, eu realmente não sei como aconteceu, eu só sei que, tipo... Aconteceu.

- Ok, já chega desse papo clichê Jimin! – eu disse e num súbito de coragem eu puxei o rosto dele na direção do meu e beijei os lábios dele.

Eu apenas encostei os lábios e deixei que meu coração se acalmasse, mas essa ultima parecia impossível de acontecer. Todos os pelos do meu corpo estavam arrepiados e meus dedos estavam trêmulos, segurando naquele rosto fofo.

E tudo apenas piorou quando ele colocou uma mão na minha coxa, acariciando-a e a outra na minha nuca, passando a língua pelos meus lábios e aprofundando o beijo que, por incrível que pareça, eu dei inicio.

Nossas línguas dançavam em nossas bocas quando, do nada, ouvimos a porta batendo na parede. Eu, por impulso, empurrei o Jimin que caiu no chão e pulei para trás, batendo a cabeça na parede que ficava ao lado da cama.

- Desculpa. E-eu não queria atrapalhar... – disse Suga, saindo apressado e fechando a porta.

Nessa hora eu e Jimin nos olhamos e abaixamos a cabeça. Logo senti a cama afundar perto de mim e sua mão veio no meu queixo, levantando o meu rosto, fazendo-me olhar nos olhos dele.

- Você quer namorar comigo, Kookie? – ele começou a acariciar o meu rosto e o meu coração não desacelerava por nada. Estava com medo de acabar desmaiando e indo para um hospital.

- S-sim...

Porque agora eu sei o que é o milagre de natal. O meu? Foi eu conseguir tomar a iniciativa e ficar com o garoto que eu realmente amo... Ele, realmente, foi o meu melhor presente de natal de todos os tempos.

Pov JungKook off