Um Cupido Nem Tão Perfeito escrita por Vivs


Capítulo 3
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

Oolá turma! (alguém aqui tb adora o Luba? ♥)
Já cheguei com capítulo novo! Vocês preferem que eu continue postando nesse ritmo ou dê um tempo entre um capítulo e o outro para não deixar eles acumularem? Respondam aí nos comentários, são vocês que mandam!

É nesse capítulo que a história realmente começa e eu queria que ele ficasse bem legal, mas não sei se consegui :c Realmente ficou um pouquinho mais longo pq acontecem umas coisas bem importantes nesse, espero que não se importem :3

Enfim, esse capítulo é para ler ouvindo Empire da Shakira ou Under Control da Ellie Goulding, vcs decidem ♥

Sem mais enrolação...
Boa leitura!



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*Dan



–Você sabe que está encrencado, não sabe? –diz Ivye, pela décima quinta vez.

Reviro os olhos e respondo:

–Olha, eu não havia entendido muito bem nas primeiras cem vezes que você me disse isso hoje, mas acho que estou começando a captar a mensagem.

–Esse seu sarcasmo não vai te ajudar nem um pouco quando você tiver que fazer seu relatório.

Suspirei, mas como sempre, Ivye tinha razão. O negócio é o seguinte: por mais ridículo que isso pareça, o “céu” como alguns humanos gostam de chamar, é mais ou menos como um escritório gigante. Cada um faz seu trabalho e no fim de cada mês tem que entregar um relatório informando seu desempenho.

Meu trabalho era fazer Kate encontrar sua alma gêmea, e supostamente era isso que eu deveria estar fazendo durante os últimos cinco meses. Mas a verdade é que eu passei todo esse tempo suspirando por ela e a afastando cada vez mais de sua verdadeira alma gêmea. E pelos últimos cinco meses eu havia conseguido escapar do tão famoso Relatório. Por que se eu fosse escrever algo sobre minha missão seria mais ou menos “Tive um grande desempenho em imaginar maneiras de eliminar Ben e em imaginar um futuro junto com Kate” e eu não acho que os meus chefes vão gostar muito disso.

–Nada vai acontecer, porque eu não vou fazer o relatório. –digo a Ivye, dando de ombros. Nós estávamos em uma cafeteria, observando Lucy, a mulher que Ivye devia ajudar a ter um final feliz.

–Pelo quinto mês seguido, Dan? Você não acha que alguém vai achar isso meio suspeito? –ela pergunta, enquanto assopra o café de um homem desatento, fazendo-o borbulhar.

–No máximo eles vão me achar preguiçoso, o que tecnicamente não é nenhuma mentira. –respondo, sorrindo.

Ela suspira, mas logo quando ia responder é interrompida pelo homem desatento gritando:

–Eu paguei por um café quente! Essa porcaria está congelando!

Por um momento Ivye dá risada e esquece de me repreender, mas o momento não dura muito.

–Dan, você tem que ficar mais atento! Isso não é nenhuma brincadeira, você tem uma missão, complete ela! É tão mais fácil para você... Seu casal mora na mesma cidade, apenas há alguns bairros de distância. Meu casal vive em países diferentes e provavelmente nunca irão se encontrar porque tudo indica que eu vou falhar. –ela lamenta, passando as mãos pelo cabelo vermelho.

Observo mais atentamente a mulher sentada á algumas mesas de distância. Ela tem cabelos negros, longos e lisos, olhos castanhos... Era linda, mas algo no rosto dela não fazia sentido. Talvez fossem as lágrimas...

Espera. Lágrimas?

–Ivye... Por que sua missão está chorando? –pergunto, franzindo a testa.

–O que..? –diz Ivye, que imediatamente se levanta e vai até Lucy.

Sigo Ivye até a mesa da mulher e o que encontro faz meu estomago afundar. Na mesa, ao lado de seu enorme copo de café está um bilhete manchado que diz “Sinto muito, Lucy. Não dá mais.” Com uma aliança dourada ao lado.

–O noivo dela foi embora. –Ivye conclui, estática.

–Mas isso não é bom? Quer dizer, com ela solteira fica bem mais fácil para você completar sua tarefa.

–Como a infelicidade de outra pessoa pode ser algo bom, Dan?! Ela pode não querer se relacionar com outra pessoa e minha missão pode ir por água abaixo! –ela grita desesperada.

Seguro seus ombros firme e digo:

–Ivye, me escute. Vai dar tudo certo. Diferente de mim, você é um ótimo cupido. Agora deixe isso para depois, você tem que ir fazer seu relatório.

–Você também, Dan. –ela me lembra.

Mas ao invés de responder eu caminho para longe, deixando meus pensamentos me levarem ao único lugar onde eu realmente quero estar:

Ao lado de Kate.

E em questão de segundos, lá esta ela. Em seu quarto, bebendo um pouco de chá e lendo seu livro favorito. Livro que eu sei que por acaso, também é o livro favorito de Ben. Alias, aquele chá que ela esta bebendo também é um dos favoritos de Ben.

Normalmente, eu tento ao máximo não pensar em Ben. Porque pensar nele me faz perceber que o que estou fazendo não é nada certo. Estou privando Kate de uma vida feliz que ela poderia ter ao lado dele simplesmente porque fui idiota ao ponto de me apaixonar, e isso é inegavelmente egoísta de minha parte.

E tudo isso só piora quando eu me lembro que, ultimamente Kate não vem indo bem. Por mais que ela se esforce em esconder de todas as outras pessoas e não admita para si mesma, ela se sente sozinha. Eu sei disso porque nós cupidos, temos acesso ás emoções de nossos casais. Conseguimos sentir quando eles estão tristes, felizes, assustados.

E nas últimas semanas a tristeza de Kate se tornou palpável. Ela quer estar com alguém, pertencer a alguém. E a única coisa que a impede disso...

Sou eu.

Frustrado, me jogo ao lado dela na cama e continuo a observar.

Me desculpe, Kate. Me desculpe por ficar no caminho da sua felicidade. –digo, mesmo sabendo que ela não pode me ouvir.

Mas então, algo estranho acontece. Ela olha diretamente em minha direção, como se pudesse me ver. Isso vinha acontecendo com frequência. Ultimamente Kate conseguia sentir minha presença, eu sabia disso. Ela ergueu sua mão em direção ao meu rosto... Mas sua mão simplesmente me atravessou.

E como poderia ser diferente? Eu não sou humano.

Então ela olha para baixo e sacode a cabeça, como sempre faz quando está confusa.

–Eu definitivamente estou ficando maluca. –sussurra para si mesma.

–Não está. Eu estou aqui, Kate. Você não está maluca. –respondo, mesmo sabendo que ela não pode me ouvir.

Ela volta sua atenção para o livro, e é claro, não responde.

Mas outra pessoa sim.

Ela não está maluca, mas você claramente está. –ouço uma voz masculina dizer. Uma voz poderosa, que preenche o quarto todo.

Me levanto e percebo que há um homem no quarto de Kate, sentado em sua poltrona púrpura. Um homem que, eu poderia jurar, havia acabado de aparecer.

–Q-quem... Quem é você? –pergunto. Tenho certeza que o tal homem não é humano, pois Kate continua inconsciente sobre sua presença. E também sei que ele não é um cupido, aquele homem exala muito mais poder que um cupido comum. Tanto poder que o ar ao seu redor parece estalar.

–Devo dizer que estou ofendido por você não me reconhecer, Daniel. Não é óbvio? Eu sou Cupido. –ele diz, se levantando e caminhando até mim.

–Cupido?! O Cupido? O original? –pergunto,e o cenário ao meu redor imediatamente muda. De repente não estamos mais no quarto de Kate, e sim em uma sala altamente mobiliada e totalmente rosa. Do chão até o teto. Cada pedaço de mobília, cada caneta, cada parafuso é cor-de-rosa.

–Suponho que não se importe. Prefiro tratar de assuntos difíceis em meu escritório. –Cupido diz, caminhando até uma enorme mesa e sentando-se em uma cadeira alta. Ele ergue a mão e faz um sinal, mandando que eu me aproxime.

E eu não quero me aproximar, de jeito nenhum! Tudo naquela situação é assustador demais! A sala sinistramente cor-de-rosa, o fato de que ele parecer uma pintura de tão imaculado. Sua pele não possuía nenhuma falha, seu cabelo dourado emitia um brilho opaco. Ele não parecia real.

Então, não obrigado, eu não queria me aproximar. Mas minhas pernas agiram contra minha vontade e começaram a caminhar em sua direção.

Naquele momento, milhares de perguntas circulavam minha mente, mas a única que veio a minha boca foi:

–Mas... mas eu achei que você era um lenda. Como você pode ser real?

Ele ri. Uma risada profunda que parece fazer as paredes e o próprio ar a nossa volta vibrar.

–Por mais clichê que isso possa parecer, toda lenda tem um fundo de verdade, jovem cupido. Eu sou o único e original Cupido. Você é um dos meus muitos seguidores, aprendizes... empregados, se preferir assim.

–E como eu nunca soube disso?

–Acredite ou não, minha agenda é muito apertada. Sou responsável por cada romance do mundo. Até pelas pequenas atrações físicas. Exige muito tempo cuidar de coisas como essas, por isso falhei em supervisionar vocês, pequenos cupidos, ultimamente. Mas há algum tempo, algo chamou minha atenção. Havia um pequeno cupido que, diferente de todos os outros não estava entregando seus relatórios. Um cupido que tinha menos de dois meses para completar sua missão, e diferente de todos os outros não estava fazendo nenhum esforço para que isso acontecesse. Então, naturalmente comecei a investigar o caso. E sabe o que eu descobri, Daniel? –ele pergunta, com seus olhos verdes e poderosos literalmente faiscando em minha direção.

–Descobri que esse cupido era você. E comecei a te seguir, te observar, vigiar cada um de seus passos. E imagine a minha surpresa quando entendi o porquê de tudo isso estar acontecendo. Quando entendi que... você se apaixonou por ela.

Não tentei negar, afinal de contas era verdade. Não encontrei forças ou voz para fazer ou dizer algo. Simplesmente fiquei ali, parado, imaginando qual seria minha punição. Será que iriam me demitir? Eu nem sabia se isso era possível. Será que iria arrumar outro cupido para unir Kate e Ben? Também nunca havia ouvido falar em algo parecido. Será que iriam me castigar, como faziam com alguns humanos após a sua morte?

Esse último pensamento me fez despertar de meu estupor e me ouvi dizendo:

–Eu sinto muito, eu... eu não queria que isso tivesse acontecido,mas não pude evitar. Conforme o tempo passava, eu me via cada vez mais envolvido e de repente a única coisa em que eu conseguia pensar era no quanto Kate é extraordinária e em como seria difícil abrir mão dela e leva-la até Ben. Pode me castigar, fazer o que quiser, Senhor. Mas não vai mudar o que eu sinto. Não vai mudar o fato de que eu trocaria mil anos de existência por um minuto ao lado dela. –digo, e percebo que tenho lágrimas em meus olhos e que minha garganta esta totalmente seca.

Cupido nada diz. Ele simplesmente finge tirar um pelo de seu imaculado terno cor-de-rosa e após um momento, volta a me olhar.

–Deixe-me contar uma coisa, Dan. Uma coisa que os humanos sempre souberam, mas sempre negaram-se a aceitar. Amar dói. É um doce veneno que toma conta de todo o seu ser e tem o poder de destruí-lo. Seres como você não são capazes de amar, apenas humanos possuem essa habilidade. Isso que você pensa que sente por Kate não é amor. É no máximo, uma pequena paixão, uma obcessão! Mas não é amor, e nunca vai ser, porque seres como você não são capazes de amar! Você nunca ira poder dar a ela o amor que ela merece. Mas existe alguém que pode. Alguém que nasceu para isso. E esse alguém se chama Ben Erik Dunahill e ele está lá embaixo, na terra, apenas esperando uma oportunidade para fazer isso, para encontrar sua alma gêmea. Ele e Kate nasceram destinados a ficarem um com o outro. Ela nunca irá sentir amor por você da mesma forma que irá sentir por ele. E eu vou lhe provar isso. –ele disse. Sua voz, a cada segundo preencheu a sala. Conforme falava, seu olhar nunca deixava o meu e Cupido parecia conseguir enxergar toda a minha alma. E todas as suas palavras, cada uma delas, me feriram. Me fizeram sentir uma dor que jamais pensei que fosse possível ser sentida.

Era a verdade.

Kate jamais poderia me amar. Ela havia sido feita para amar Ben.

Eu sabia que era verdade, mas mesmo assim, uma parte de mim lá no fundo ainda se recusava a acreditar nisso. E Cupido parecia saber disso, pois ele logo disse:

–Eu sei que você não acredita em mim. Por isso eu vou lhe provar a verdade. Vou conceder a você seu maior desejo. Vou lhe deixar ir a terra e assumir uma forma humana para poder ficar ao lado de sua tão estimada Kate. E quando você tiver seu coração partido, e acredite em mim você vai ter, você irá perceber que eu estou certo, Dan. Que ela nunca poderá te amar e que você nunca poderá dar a ela o amor que ela merece! –ele gritou, fazendo as paredes e tudo ao meu redor tremer.

Então Cupido desapareceu, seu escritório cor-de-rosa desapareceu, tudo desapareceu. Por um momento a única coisa que eu conseguia ver era escuridão. Então a escuridão cessou, e como se eu houvesse aberto os olhos, me vi no meio de uma multidão de pessoas.

Elas esbarravam em mim, impacientes tentando prosseguir apressadas.

E naquele momento eu tive certeza:

Cupido havia feito de mim humano.


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Notas finais do capítulo

ENTÃOOOO??? O QUE ACHARAM???
Comente se gostaram ou não, eu realmente estou bem insegura sobre esse capítulo

Obrigado por ler até aqui, vc é incrível *0*

POR FAVOR COMENTEM, EU COMPRO CHOCOLATE PARA VOCÊS!

Até o próximo! :3



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