Um Cupido Nem Tão Perfeito escrita por Vivs


Capítulo 22
Capítulo 22


Notas iniciais do capítulo

Oii Pessoas!! Voltei!

Antes de qualquer coisa, uns avisos nem tão importantes: eu mudei os gifs dos capítulos 4, 9 e 18 porque eles estavam me incomodando já havia algum tempo. Não é nada de mais, mas eu sinto que devo avisar vocês né.

E outra coisa que também não é muito importante, but still: no planejamento inicial, a fanfic teria só 22 capítulos. I KNOW, RIGHT? Muito nada a ver! Mas os personagens assumiram o controle de tudo e a história se expandiu beeeeem mais que o planejado e nós nem estamos perto do fim ainda, então NADA DE PÂNICO! Ashaushausah

Enfim, esse aqui é para ler ouvindo: Here da Alessia Cara ou Stitches do Shawn Mendes, vcs decidem ♥
Chega de enrolação,

Boa leitura! ♥



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*Kate 

 

“Obrigado.”

Lá estava Dan, com aqueles enormes e lindos olhos azuis, declarando abertamente que estava apaixonado por mim e tudo que eu consegui responder foi: “Ãhn... Obrigado?”.

Não é que eu não sinta o mesmo por Dan. É óbvio que eu sinto o mesmo! Afinal, foi para ele que eu corri quando recebi a notícia que o estado de saúde da minha mãe havia piorado, foi para os braços dele que eu corri quando todo o resto do meu mundo parecia estar desmoronando. Apesar de ás vezes ter a impressão de que Daniel era um mistério completo, eu confiava nele, mais que isso, eu estava apaixonada por ele. Tinha certeza. Então por que não conseguia dizer isso para ele?

Eu nunca havia sido boa em demonstrar meus sentimentos. As únicas pessoas que entendiam minha maneira de demonstrar afeição eram minha família, e talvez Daliah. Mas isso era diferente. Não era só a minha habitual falta de jeito, as palavras estavam na ponta da minha língua, prontas para saírem, mas eu havia inexplicavelmente perdido a voz.

Só duas palavras. Era só disso que eu precisava. Eu tinha que dizer “eu também”. Mas ao invés disso o que eu me ouvi dizendo foi um ridículo “Ãhn... obrigado?”. Tive que usar toda a minha força de vontade para não me xingar em voz alta.

Tudo estava certo, tudo estava perfeito. A tarde ao lado de Dan havia sido maravilhosa, o modo como ele havia se declarado, me dizendo baixinho o que sentia havia sido indescritível.

Tudo estava certo.

Mas então, por que eu tinha a sensação de que tudo aquilo era... errado?

Uma voz, no fundo do meu ser, talvez a minha consciência me dizia: momento certo, pessoa errada.

Eu estava frustrada comigo mesma por sentir tanto e demonstrar tão pouco. Mas eu não conseguia. Eu simplesmente não conseguia dizer em voz alta que estava apaixonada por Dan. Algo inexplicável, dentro de mim, me impedia.

Mas pior do que minha frustração era o olhar no rosto de Dan ao ouvir o meu “Obrigado”. Muito lentamente, como se estivesse com medo de que eu fosse pular em cima dele e devorá-lo, ele me soltou. E baixinho, como se pensasse que não houvesse me escutado direito, como se tudo aquilo fosse um terrível engano ele repetiu:

“Obrigado”?

Eu senti as palmas das minhas mãos começarem a suar e minha boca ficar seca. Como eu iria consertar aquilo?!

—Dan, e-eu... –gaguejei, tentando me explicar. Então fiz a única coisa que me pareceu lógica no momento: fui embora. É assim que eu funciono. Quando as coisas ficam intensas, eu fujo. Fazia isso nas visitas a minha mãe. Fazia isso quando alguém me dizia algo intenso demais. Sempre que a situação começava a se complicar eu ia embora.

Em parte porque, na maioria das vezes tudo o que havia acontecido era minha culpa. Como agora quando não consegui dar a Dan a resposta que ele merecia. E também porque me distanciar do problema em questão me dava tempo para pensar e acalmar a confusão dentro de mim.

Não olhei para trás, mas podia apostar todo o dinheiro do mundo que Dan ainda estava parado, sozinho na Casa dos Espelhos com a maior expressão de choque do mundo. Rezei, para todos os deuses que conhecia, pedi por tudo que havia de sagrado no mundo que Dan não me seguisse. Que me desse o tempo que precisava para respirar.

Mas como eu já esperava ele não fez isso. Apenas instantes depois, ele apareceu correndo do meu lado com um sorriso de incredulidade no rosto.

—“Obrigado”? –ele repetiu. –Obrigado?! Eu me declaro para você e você me responde com um obrigado?!

Percebi que não tinha escapatória, Dan não iria me deixar fugir daquela conversa, e isso só me deixou mais nervosa. Odiava ser pressionada. Odiava ser incapaz de ir embora.

—O que você quer que eu diga, Daniel?! –exclamei, liberando toda a minha raiva de uma vez só. Algumas pessoas ao nosso redor se viraram assustadas, mas a expressão de susto no rosto de Dan foi a pior. Como se ele não acreditasse que aquela era eu.

—Não sei, alguma coisa melhor que “obrigado”, com certeza! –ele exclamou, abrindo os braços e eu senti lágrimas de frustração preenchendo meus olhos. Mas que estupidez, eu não podia chorar! Não ali, no meio de toda aquela gente, não por aquele motivo. Respirei fundo e tentei me acalmar mas me sentia sufocada, como se estivesse presa em uma sala que diminuía cada vez mais de tamanho me sufocando.

—Eu... eu não consigo. –arquejei, sem fôlego. A sensação de claustrofobia me fazendo tremer a todo instante. –Me desculpe, Dan. Eu não consigo dizer. –completei, e senti as lágrimas estúpidas que não consegui controlar rolarem livremente pelo meu rosto.

Talvez me ver num estado tão vulnerável tenha trazido Dan de volta a realidade, porque ele pôs os braços ao meu redor e me disse, num tom de voz tranquilizador:

—Calma, sente um pouco.

Ele me encaminhou para uma pequena lanchonete as margens do parque itinerante e nos sentamos numa mesa vazia. Ele esperou, pacientemente, até eu conseguir me controlar. Consegui me obrigar a parar de chorar, cerrando os punhos, e aos poucos fui recuperando o fôlego.

—Você está bem? –Dan perguntou, ainda naquele tom de voz surpreendentemente calmo.

—Estou. –respondi, secando o rosto com a manga da blusa e me obrigando a olhar para Dan. Quando vi a preocupação estampada em sua face, tudo o que havia acontecido há apenas minutos atrás pareceu perder a importância.

—Me desculpe! –nós exclamamos ao mesmo tempo, e eu dei um sorriso relutante.

—Me desculpe por te pressionar. –Dan começou. –Não foi certo da minha parte.

—Me desculpe por... não conseguir demonstrar o amor que você merece. –eu consegui murmurar, olhando para os meus próprios pés. Tentando me concentrar em qualquer coisa que não fosse aquela conversa. Como as pequenas luzes amarelas que iluminavam a lanchonete, ou os vagalumes faiscando na grama.

Dan ficou calado por um tempo e eu pude sentir que ele estava tentando não me pressionar, com todas as suas forças. Por fim, ele soltou um suspiro cansado e perguntou:

—Mas... por que?

Ergui a cabeça em sua direção, sem entender sua pergunta.

—Por que você não consegue? –ele completou, e senti que era o melhor que ele conseguia fazer sem sentir que estava me encurralando.

—Eu não sei. Eu simplesmente... não consigo dizer. –admiti, e foi a vez de Dan de encarar os próprios pés com grande interesse. Ele tentava esconder sua decepção, mas era muito óbvia, e me fez sentir pena.

—Mas o fato de que eu não consigo dizer em voz alta não me impede de sentir. –eu acrescentei rapidamente, antes que perdesse a coragem. Dan ergueu a cabeça e eu o abracei, de um jeito quase maternal. Cheio de carinho, mas apenas isso.

Mil perguntas diferentes explodiam dentro de mim, mas a que eu consegui fazer, a que me parecia mais importante no momento foi:

—Você consegue, Dan?

Ele se afastou um pouco sem entender, e perguntou:

—Consigo o que?

—Ficar com alguém que talvez nunca vai conseguir demonstrar afeto por você da maneira que deveria? –perguntei, e tive certeza de que aquilo era verdade. E me odiei por isso.

Ele me olhou intensamente, por um longo tempo, pensando e ponderando suas escolhas. Depois do que pareceram horas, marcadas pelas batidas de meu coração acelerado ele respondeu:

—Se essa pessoa for você, é suficiente. É mais que o suficiente para mim, Kate. Sempre foi.

E meu coração continuou acelerado, mas agora por outro motivo totalmente diferente. E disse a mim mesma que aquela sensação dentro de mim estava errada. Dan era a pessoa certa. Tinha que ser.

 


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Notas finais do capítulo

Oi mais uma vez!
Tenso né? Deixem aí em baixo suas teorias da conspiração (já comentei que AMO elas? Ahsuahsuashua), seus gritos raivosos, ou seus 'Awwnts' se preferirem!

CO-MEN-TEM!!!!! Sério gente, eu amo ler e responder os comentários de vcs, vcs são simplesmente incríveis!!

Muuito obrigado por ler até aqui, você é a pessoa mais amazing da terra!!! :3
Até o próximo!