Um Cupido Nem Tão Perfeito escrita por Vivs


Capítulo 18
Capítulo 18


Notas iniciais do capítulo

OII PESSOAS!!! VOLTEEEEIIII!!!!

Senti tanta falta de vocês! Tanta falta dessa história! Nunca pretendi passar tanto tempo sem postar, mas no meio de todo o meu planejamento aconteceu algo que eu realmente não previ: meu computador simplesmente morreu. Ele nem ligava e eu fiquei sem ter como escrever ou postar :c Mas então o pc já voltou do conserto, e a história já voltou do Hiatus!

Taaaanta coisa aconteceu desde a última vez que postei! Perdemos Bowie e Alan Rickman, e fiquei muito triste mesmo :c (-After all this time? -Always)
Mas tb aconteceu muita coisa boa, por exemplo: a fanfic recebeu duas novas recomendações que me levaram a loucura, então eu tenho que dedicar esse capítulo ás simplesmente divinas Angel e Allyne Redfield ♥

Enfim, esse aqui é pra ler ouvindo Birth do 30 Seconds to Mars, ou TKO do Justin Timberlake ou Take Me to Church do Hozier ou Trade Mistakes do Panic! At the Disco (não consegui decidir mesmo, deixo essa bomba pra vcs desarmarem, auhsuahs)

CHEGA DE ENROLAÇÃO!
Boa leitura!! ♥



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*Ivye 

 

Os humanos tem uma imaginação realmente fértil. Eles tem mil e uma história de como imaginam ser o outro lado. Alguns acreditam ser literalmente no céu, e que nós vivemos em nuvens. Outros acreditam ser um lugar altamente tecnológico. Outros ainda acreditam que não há nada.

Eles estão todos errados.

A verdade é que o “outro lado” é um lugar relativamente comum, como uma enorme cidade. Talvez com um aspecto mais antigo, mais limpo, mais... poderoso. Se você observar muito atentamente verá que tudo vibra e ondula a todo segundo, como se o lugar todo fosse uma miragem.

Mas ignorando isso e os seres tão iluminados que te forçam a desviar o olhar o tempo todo, é um lugar até comum, uma cidade. A cidade parece estar em uma enorme montanha, as ruas de tijolo sobem constantemente. E lá no topo está uma mansão, tão altamente cheia de luz e poder que um ser menor, como os cupidos por exemplo, se desintegraria só de chegar perto. E é lá que fica o nosso “Chefe”, que comanda tudo e todos.

E se os humanos tem várias versões sobre o que é o “Paraíso”, eles tem dez mil vezes mais sobre o que é “Deus”. E essa é uma resposta que nem nós temos. Pode ser um homem, uma mulher, um grupo. Tudo o que sabemos é que seu poder é imenso demais para ser compreendido.

Assim que chego nesse outro plano espiritual, sinto minhas forças renovadas, estou tão cheia de energia que sinto como se eu pudesse desconstruir a torre Eiffel inteira, e reconstruí-lá depois, sozinha. Como se pudesse desentortar a torre de Pisa, e reparar o Coliseu.

Meus pulmões se enchem do ar mais puro, que só existe ali. E um sorriso calmo toma conta do meu rosto, feliz por estar em casa.

Mas enquanto eu caminho pelas ruas, eu sinto os olhares de todos os cupidos em mim, ouço alguns sussurros, e dedos são apontados em minha direção. Pelo menos, só os dos cupidos Transformados, como eu. Os Criados, nem param para dar ouvidos aos sussurros.

Deixe-me explicar, existem dois tipos de cupidos: Os que são Criados por um ser maior especialmente para isso, eles são muito poderosos e normalmente são designados apenas para as missões mais importantes. Ás vezes ajudam casais já formados a manter a paz dentro de seus lares. E existem os cupidos Transformados, como eu, que já foram humanos um dia e que acreditavam fielmente no amor, nas almas gêmeas e nos finais felizes. Pessoas que morreram e que quando chegaram até aqui nos foi dada uma escolha: seguir em frente ou se tornar cupidos, ajudando a formar novos casais na terra. Nós não nos lembramos de nossas vidas na terra, pelo menos não muito. Quando eu penso em meu passado tudo o que vejo são borrões, algumas vozes e alguns poucos rostos.

Dan é um cupido Transformado, assim como eu. Há muito tempo atrás, ele havia sido humano... e agora é humano novamente. Meio humano, pelo menos.

—É verdade, então? –perguntou Alexa, uma cupida de cabelos roxos que conheço há muito tempo.

—O que? –pergunto, confusa e percebo que todas as vozes, todos os sussurros ao nosso redor cessaram, todos os olhares posicionados em mim.

—É-verdade-que-Dan-se-apaixonou-por-uma-humana,-que-Cupido-o-transformou-em-humano? –ela perguntou mais uma vez, muito rápido, praticamente pulando de excitação e curiosidade.

—Como vocês sabem disso?! –exclamo, olhando ao redor, para todos.

—Todos sabem! É um baita escândalo por aqui! Estão dizendo que Cupido esta num baita apuro! –Alexa exclamou e todos acenaram em concordância.

—Cupido?! Como assim? –pergunto, cada vez mais confusa.

—Estão dizendo que ele não podia mandar Daniel para a terra! Que não tem essa autoridade, que alterou o destino natural da coisas e que está sendo severamente punido por isso! Estão dizendo que ele teve mais da metade de seu poder retirado e que se não consertar tudo isso vai ser retirado de seu posto e vão encontrar outro ser para por em seu lugar!

Então tudo fez sentido.

Cupido simplesmente não “estalou os dedos” e trouxe Dan de volta porque ele não pode. Quase todo o seu poder foi retirado e ele não consegue realizar atos tão grandiosos assim. E seu castigo é tentar reparar toda essa situação assim, quase sem poder.

Por isso ele precisa que eu intervenha por ele, por isso mentiu para mim. E agora que eu sei toda a verdade, posso usar isso contra ele. Esses cupidos fofoqueiros haviam me dado exatamente a arma que eu precisava.

Antes que Alexa pudesse dizer mais alguma coisa, a envolvi em um enorme abraço e beijei suas duas bochechas.

—Alexa, eu amo você! Muito obrigada! –exclamei, muito animada.

—Ãhn, de nada...?

Então fechei meus olhos mais uma vez e deixei minhas vibrações me levarem até ele.

—Estava te esperando, Ivye. –ouvi sua voz intensa dizer e abri os olhos. Estava em um escritório onde tudo era horrivelmente cor de rosa. Cupido estava sentado em cima de uma mesa marrom (a única coisa que era de outra cor) de aspecto profissional, o olhar intimidante sobre mim.

—Eu sei de tudo. –disse, com a voz firme, me aproximando de Cupido com confiança, sem medo nenhum agora que sabia que ele tinha tanto poder quanto eu.

—Fiquei me perguntando quanto tempo você demoraria para juntar as peças. –ele disse, a voz assustadoramente baixa. Ele se levantou e começou a caminhar lentamente até mim. Então todo o lugar começou a ficar gelado, tudo que era rosa foi escurecendo até ficar totalmente negro. Cupido tinha me alcançado, as mãos como garras de ferro apertando fortemente meus braços, tão forte que lágrimas brotaram em meus olhos.

—E agora... o que você vai fazer?—ele sussurrou, o hálito quente em meu rosto, sua boca tão próxima como se ele estivesse prestes a me devorar me fazendo fechar os olhos.

—Você não pode me ferir. –encontrei coragem para dizer, erguendo meus olhos até encontrar com os olhos tão intenso e ameaçadores dele. –Você está fraco. Não pode separar Dan e Kate.

Um sorriso sádico tomou forma em seus lábios, fazendo calafrios percorrerem minha espinha. Suas mãos soltaram meus braços e o suspiro de alivio escapou antes que eu pudesse conter, fazendo Cupido sorrir mais.

—Não, não posso. –ele sussurrou, em concordância, com aquele tom de voz tão macio que me perfurava mais que mil facas afiadas. –Mas eu ainda posso separar Lucy e Luke. –ele concluiu com um sorriso ainda maior.

—Pela primeira vez, a grande Ivye DiTrovon vai falhar em uma missão. –ele diz, e algo dentro de mim se retorce quando ele diz meu sobrenome. Eu não me lembrava dele, é claro, assim como não me lembro de nada da minha vida passada. Cupido pode simplesmente estar mentindo, mas eu sei que não está, o nome me soa terrivelmente familiar e horripilante, como se meu passado com esse nome houvesse sido terrivelmente cruel.

—Surpresa que eu saiba seu antigo sobrenome, Ivye? –Cupido provoca, assim que detecta a fraqueza em meu olhar. –Ah, eu sei de muito mais que isso, querida. Você quer saber da verdade, da terrível verdade? Do que aconteceu para que você esteja aqui hoje? –ele questiona, dando um passo a frente a cada pergunta, cada uma delas me mandando arrepios, fazendo minhas mãos tremerem. O que Cupido está fazendo é muito errado, ele sabe disso. Nós somos proibidos de saber sobre nossas vidas passadas, é muito perigoso. Algo dentro de mim tem a urgência de fazê-lo parar de falar, mas a curiosidade e o medo falam mais alto.

—Ivye DiTrovon, você foi uma pequena jovem encantadora, sonhadora, seu maior sonho havia sido se apaixonar e se casar... E você se apaixonou, sim. Por um procurado da lei, um assassino fugitivo da sua pequena cidade em Veneza, há muito, muito tempo atrás. Seu pai, um homem poderoso te trancou em seu quarto assim que a criadagem contou que você vinha se encontrando com um criminoso. Mas você fugiu. Fugiu no meio da noite e se casou em segredo com seu tão nobre amante. Vocês entraram escondidos na mansão da família, nos seus aposentos para a tão esperada noite de núpcias, onde você, uma pateta sonhadora, foi brutalmente assassinada. Cinco facadas, foi tudo o que precisou. Ainda em seu vestido de noiva.

Meu corpo caiu violentamente no chão, minhas pernas simplesmente fracas demais para me sustentar. As lembranças me atingindo violentamente, uma após a outra. Minha mente girava, pontos pretos preenchiam minha visão. Minha cabeça parecia prestes a explodir a qualquer momento, como se alguém tivesse cravado um machado nela. Quando olho para meu peito, atordoada, vejo cinco ferimentos horríveis e muito sangue escorrendo deles, e entro em pânico, gritando, gritando até meus pulmões arderem como se estivessem em chamas. Minhas mãos arranhavam o chão debilmente, tentando se agarrar a alguma coisa, a qualquer coisa, tentando se agarrar a minha vida.

—Não se preocupe, Ivye. –ouço Cupido dizer. –Isso não está acontecendo de verdade, você só está revivendo suas memórias reprimidas. Dói, não é mesmo? –ele provocou, cruelmente.

E doía, doía tanto. Eu sentia minha vida esvair de mim lentamente e dor era a única coisa que meu cérebro parecia ser capaz de registrar.

Cupido estava me fazendo reviver minha morte.

—Mas isso não é o pior, não. –retomou Cupido, sua voz suave deslizava como uma cobra traiçoeira. –Seu noivo, o fugitivo... era o seu melhor amigo.

A dor ficava mais intensa a cada palavra, o mundo rodava e escurecia gradualmente, então a cabeça de Cupido surgiu acima de mim.

—Era Daniel. –ele disse, então minha forças me abandonaram de uma vez por todas e eu desisti de lutar.

Tudo ficou tão escuro...

E então não havia mais nada.

 


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Notas finais do capítulo

Oii de novo!
O que acharam do "outro lado" e das classificações de cupidos? Eu tenho certeza que se morresse hoje acabaria me transformando em um cupido, pq sou uma romântica incorrigível (apesar de não admitir isso nunca, jamais, em hipótese nennuma, aushuahsu)

CURIOSOS PARA O DESENROLAR? Confesso que esse capítulo e essa pequena sub-história que vai se desenvolver melhor no próximo quase acabou sendo cortada, mas eu acho que seria muito legal conhecer o passado dos personagens, ia ajudar vcs (e a mim mesma) a entender eles melhor