Next Door Lover escrita por VicWalker


Capítulo 1
Prólogo




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Era um dia normal. Eu tinha acabado de sair do consultório onde eu trabalhava e estava a caminho de casa. Eu odiava o transporte público, apesar de que em Amsterdã não termos problemas quanto a isso, eu preferia caminhar ou andar de bicicleta.

Desci em um ponto que ficava perto do meu prédio e fui andando o resto do caminho. Foi quando um grande caminhão chamou minha atenção. Mudança. Alguém estava se mudando para o meu bairro, estiquei o pescoço a procura do meu futuro vizinho, mas eu só conseguia ver móveis e mais móveis.

Com um suspiro resignado, entrei no meu prédio. O portão com senha continuava a não funcionar e o guarda que o sindico contratou só aparecia de vez em quando. Eu começava a temer pela minha segurança.

Subi a passos rápidos a escada que levava até o meu andar. O elevador já não funcionava há muito tempo e as luzes queimadas do corredor não eram trocadas, apesar dos meus protestos. Abri rapidamente a porta e entrei no meu apartamento pequeno, mas confortável.

Acendi as luzes e deixei a bolsa em um canto perto da porta. Eu estava cansada, eu tinha reservado as sextas-feiras para os pacientes com doenças e traumas, mas apenas metade dos marcados para hoje apareceram. Eu não teria problemas quanto a isso se os problemas dos meus pacientes não fossem tão exaustivos. Eu tinha perdido meu animo entre os complexos e as síndromes.

Andei até a minha janela esperando que as pessoas que passavam me distraíssem o suficientemente para eu não cair no tédio. Foi quando reparei no remexer de cortinas do prédio da frente e arqueei a sobrancelha em confusão. Eu não tinha visto ninguém naquele apartamento desde que eu me mudei, era estranho agora ter vizinhos.

Eu preferia não ter vizinhos, eles reclamavam a toa e eram irritantes na maior parte do tempo. Ri de mim mesma pela a absurdez do que eu havia falado, uma psicóloga com preconceitos de vizinhos. Eu deveria erradicar os problemas e não atrai-los para a minha vida.

Observei o apartamento outra vez e percebi que agora as cortinas estavam abertas, me dando uma completa visão do espaço que deveria ser a sala que estava coberta de caixas e sacolas. Essa pessoa teria um grande trabalho pela frente desempacotando tudo.

Foi quando eu o vi. Mesmo de longe eu conseguia reparar na sua beleza, usando apenas uma calça jeans e uma blusa regata eu podia enxergar as tatuagens espalhadas pelos seus braços. Ele tinha uma das mãos na cintura e parecia olhar as caixas que havia no cômodo. Ele parecia ter chegado à mesma conclusão que eu.

Eu ia fechar minhas cortinas quando ele ergueu a barra da camiseta que usava e a tirou em um único gesto. Minha boca ficou seca e eu não parecia ser capaz de raciocinar, mesmo naquela distância me parecia ser possível contar quanto gominhos havia no seu abdômen. Segurei minha cortina com força e contei mentalmente até dez, tentando inutilmente conter a inquietação do meu corpo.

Quem era ele e porque só havia se mudado agora? Minha vida seria muito mais interessante se o meu querido vizinho tivesse aparecido antes. Será que ele compareceria nas festas do bairro? Ou na associação de moradores? Um desejo muito forte de saber mais sobre ele tomou conta de mim.

Ele era solteiro? Observei o apartamento por alguns minutos até constatar que só tinha ele lá dentro. Partindo do principio que se fosse meu namorado eu estaria o ajudando na mudança, presumi que ele era solteiro. Eu estava me apegando às entidades superiores para que eu estivesse certa.

Fiquei frustrada ao olhar para o meu relógio e ver que estava tarde. Eu precisava comer e dormir para estar no meu consultório na hora certa. Com uma última espiada no meu vizinho e com uma promessa silenciosa de que eu iria vê-lo no dia seguinte fechei as cortinas. Eu tinha um pressentimento de que a partir de hoje, minha vida ficaria muito interessante.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado.