CAP IV – CHOICE

4 dias atrás…

Lily demorou um pouco para se acalmar depois do ataque que teve, mas ninguém a culpava por isso, afinal ninguém poderia imaginar como era saber que um monstro estava atrás do seu pequeno e frágil bebê para matá-lo, só por causa de uma profecia idiota e extremamente vaga. Então claro que ela não estava bem, muita pelo contrário, estava a ponto de desabar e perder o controle novamente, como todos naquela casa, a diferença é que ela tentava a todo custo demonstrar que podia aguentar aquela barra firme e forte, o que todos sabiam que não era verdade. Mas o que poderiam dizer? Ela era Lílian Potter, teimosa e orgulhosa, mas uma ótima pessoa e uma mãe impecavelmente impecável.

Já haviam se passado três longos dias desde que haviam recebido a notícia da boca do próprio Dumbledore, e a única coisa que havia mudado era que talvez tivessem uma chance de salvar o pequeno Harry ou pelo menos escondê-lo até terem uma ideia melhor.

Sirius havia permanecido na casa dos Potter desde que havia descoberto que o Lorde das Trevas estava a procura deles, e desde então procurava algum modo para ajudá-los, qualquer coisa, por menor que fosse, desde que ajudasse seus amigos e seu afilhado que tanto amava, porque eles eram a única família que ele tinha e era isso que se fazia pela família.

— Sirius, precisa descansar um pouco. Está horrível. — disse Lily trazendo uma xícara de café para ele, que folheava livros e livros à procura de algo que fosse ajudar.

— Impossível eu estar horrível, minha cara Lily. — respondeu piscando para ela com seu sorriso charmoso, e voltando para os livros.

— Ok, senhor “Eu sou demais!”. — provocou rindo — Mas, falando sério, precisa descansar. — disse fechando o livro que ele examinava e puxou-o até a sala, sentando-o no sofá e jogando uma coberta para ele. — Agora durma!

— Está bem senhorita “Faça o que eu mando” — retrucou rindo igualmente. — Mas só vou fazer isso porque eu estou realmente com mui... — ele apagou antes de completar a frase, e Lily teve que cobri-lo.

— Ele dormiu? — indagou James aparecendo no pé da escada com Harry nos braços.

— Finalmente dormiu. — sorriu para ele. — Deu banho nele?

— Dei sim, o meu garotão está completamente limpinho e cheiroso. — disse fazendo-o sorrir e bater palminhas.

— Notícias do professor Dumbledore? — indagou.

— Sim, ele disse que no final da tarde ele virá até aqui. — respondeu — Acha que devemos chamar os rapazes? — questionou referindo-se a Lupin e Peter.

— Eu acho que sim, afinal são nossos amigos e nem sabem do que está acontecendo. E toda ajuda será bem-vinda.

Lily concordou em silêncio. Harry ergueu seus pequenos bracinhos em direção a mãe, pedindo colo. Ela o pegou sorrindo triste e abraçando-o por um longo tempo, enquanto isso James observava a cena com um sorriso fraco nos lábios.

— Como alguém pode querer machucar um bebê? — Lily indagou olhando seu pequeno Harry brincando com uma mecha de seu cabelo — Que ser humano seria capaz de algo tão cruel?

— Ele não é humano, Lily. — a lembrou — Ele é um monstro. — murmurou abraçando a esposa e filho e permaneceu deste modo por um longo tempo, afinal não sabia quantas vezes mais ele teria a oportunidade de repetir aquilo. — Vou mandar uma coruja para Remus e Peter.

{...}

Assim que Sirius acordou Remus e Peter chegaram, e todos contaram sobre a terrível novidade.

— Isso não pode ser verdade! — Remus disse em um sussurro rouco pelo susto que tomara, enquanto Peter estava sentado observando-os de boca aberta. — Deve ser alguma brincadeira do Dumbledore.

— Dumbledore nunca brincaria com algo tão sério quanto isso. — respondeu Lily segurando Harry em seus braços.

— Então quem contou a ele estava querendo fazer uma brincadeira, de muito mau gosto. — retrucou. — Quem foi que contou isso a ele, afinal?

— Snape. — murmurou James.

— Pronto! — disse Remus quase que aliviado — Todos sabemos que Snape sempre foi louco pela Lily, e agora que vocês estão casados e tiveram o Harry ele vai infernizar a vida de vocês. Além do que ele é um Comensal da Morte, ele nunca deduraria o seu senhor.

— Remus, todos nós queremos acreditar que isso é mentira. Mas não é, e isso é a realidade mais cruel de todas, mas temos um plano que pode dar certo. — Sirius disse racionalmente e com uma expressão séria, o que era algo extremamente raro.

— Qual plano? — indagou atordoado.

— James, Lily e eu ficamos a noite inteira procurando algum feitiço que pudesse ajuda-los e achamos um que pode dar certo, mas precisamos perguntar ao Dumbledore se ele acha uma boa ideia. — respondeu olhando em seu relógio. — E já era para ele ter chegado, esse velho vem ou não vem?

— De qual velho você está se referindo senhor Black? — Dumbledore perguntou serenamente aparecendo simplesmente do nada ao seu lado.

— Eu... Hã... — ele havia pego Sirius de surpresa e ele nada conseguiu dizer para se defender.

— Tudo bem, senhor Black. — sorriu para ele. — Vejo que já contou aos garotos sobre a notícia que lhes dei, Lily.

— Toda ajuda é bem-vinda, professor. — argumentou colocando Harry no carrinho. — Precisamos de tudo para nos proteger, para proteger Harry.

— Sim, eu os entendo e não os condeno por procurarem ajuda. — a tranquilizou — Agora, em que posso ajuda-los?

— Temos um plano e queremos saber sua opinião. — adiantou-se Sirius. — Encontramos um feitiço em um dos livros de Lily que talvez possa ajuda-los, o feitiço do fiel do segredo.

— Oh sim! — exclamou surpreso — Como não havia pensado nisso antes? É uma ótima ideia senhor Black, muito brilhante de sua parte.

— É, eu sou mesmo muito bom em tudo. — sorriu gabando-se recebendo um riso descrente de Dumbledore. — A questão é que não sabemos quem escolher para ser o fiel do segredo. Poderíamos esconder a casa e escolher o fiel do segredo.

— Entendendo. — concordou pensando um pouco — Bem, acho que quem deve escolher são Lily e James, afinal são eles que a pessoa escolhida protegerá e suas vidas estarão basicamente em suas mãos, porém para que ninguém fique sabendo quem será o escolhido para evitar problemas futuros sugiro que todos, incluindo o senhor, senhor Black, os deixem sozinhos essa noite para que eles possam escolher. — olhou para Lily e James — E assim que escolherem mandarão uma coruja avisando o escolhido para que ele venha até aqui sozinho e em segredo para fazer o feitiço. Após feito, poderão voltar a sua vida normal.

Todos se entreolharam concordando silenciosamente com Dumbledore, concordaram que seria melhor a escolha sigilosa para que impedisse que fossem torturados mais tarde. Não que isso fosse impedir alguma possível tortura, mas caso lhes forçassem a tomar o soro da verdade, não teriam o que dizer.

Assim que todos concordaram que essa era, de fato, a melhor solução para James, Lily e o pequeno Harry, despediram-se e foram embora, deixando a missão de escolher a pessoa que ficaria responsável pela vida da família Potter para o casal desolado e desesperado.