Couleurs escrita por Amy Baskervilly


Capítulo 1
Cores


Notas iniciais do capítulo

A história é uma tentativa de sensibilizar, não contendo nenhuma nota, característica, de angust. É apenas... Um esforço para redimir um certo aquariano de todo mal que lhe farei.

Páppia, perdoe-me!


Agradecimentos especiais à Evye (Malvada, malvada!) e a Hanny (Seu nome elfíco é lindo, Honey, mas vou errar ele com certeza!), como também a Lanny e Soriku, que ainda não sabem dessa história ou da homenagem.


Boa leitura a todos!



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Cores

––Papai... –– Chamou o menino loiro igual a mãe falecida, que segurava a mão do pai fortemente. –– Como são as cores?

Camus mirou-o estagnado, sem compreender a questão, logo ele, tão eloquente e bem didático. Era um advogado com vários anos e casos emblemáticos na carreira, que abandonara tudo apenas para cuidar do filho menor.

Hyoga era um anjo em forma de criança: doce, reservado e quieto. Que passava horas e horas no colo do pai ruivo apenas para ele ler peças de qualquer caso que ele esteja trabalhando em casa para que ele durma. Que ficava horas e horas com o gato malhado sobre a sua barriga, acariciando seus pelos cinzentos e levemente escuros.

E ele era cego.

Tudo porque a mãe do mesmo, Nátassia, havia sofrido um acidente no balé quando ele tinha apenas cinco meses de vida na barriga dela. Ela não havia conseguido sobreviver e a consequência do acidente ao menino fora a perda da visão.

Por essa razão Camus havia mudado sua vida completamente, apenas para cuidar dele. Abandonara escritórios, contratos milionários e sócios suplicantes pelo menino que estava na incubadora lutando corajosamente pela sua vida.

Agora, com seis anos, ele tinha feito uma das perguntas mais difíceis de serem respondidas em toda a sua vida:

––Como é, Hyoga?

––As cores... Todos falam que... É azul ou vermelho... Mas como elas são? O que elas são...? –– O menino estava com os olhos azuis esbranquiçados fechados e sentava-se sob o colo do pai, que descansava depois de ler mais um de seus trabalhos antes de envia-lo ao juiz da causa.

––É difícil explicar filho.

Como explicar algo que apenas se vê a um menino que sente tudo ao seu redor?

Camus percebeu que a expressão do menino havia se tornado entristecida quando este pulou do seu colo e caminhou rapidamente para um dos grandes poofs da sala de leitura. O gato Eros rapidamente foi até ele, jogando-se sobre a sua cabeça loira e frequentemente desgrenhada:

––Tudo bem, papai...

E não estava nada bem.

Coincidiu que, naquela tarde, todos os melhores amigos de Camus apareceram e assim o menino conseguiu se distrair, esquecendo-se da omissão do pai:

––Vem cá, Camus, porque essa cara de enterro? –– O grego espalhafatoso que ousava dizer que era tanto seu melhor amigo quanto amante disse, abraçando o francês pelos ombros e recebeu apenas um olhar frio do outro, puramente irritado.

––Acontece Milo, que sou um péssimo pai!

––De onde tirou isso? –– Milo fez o ruivo mirá-lo, apenas para ver a expressão entristecida deste.

––Eu não consigo responder uma simples pergunta ao meu filho, talvez seja por isso! –– Exasperou-se, deitando a testa no ombro direito do outro, um tanto mais alto que si. –– Como posso me considerar um bom pai se eu o vi fazer aquela expressão entristecida? Se ele estava quase chorando quando eu não o respondi....

––Anjo, você deve ter um bom motivo... Camus Chevalier sem resposta? Isso é raro! –– Riu, beijando levemente a bochecha do outro e afastando-se quando o filho deste entrou de mãos dadas com Aiolia e Kanon, seguidos de Mu, Shaka e Saga.

––Pai! O Tio Aiolia quer me dar um cachorrinho!

––O que? –– O grego quem pronunciou, fazendo todos os outros rirem, inclusive o menino que rapidamente foi raptado pelos braços musculosos do padrinho e quase pai falador.

––É um cão guia, padrinho. –– Comentou o menino, animadamente.

––E é um filhote calmo, irmãozinho –– Kanon salientou, divertidamente. Abraçou Shaka pela cintura e viu o médico sorrir:

––E antes que vocês neguem, nós já falamos com o dono da fazenda que vai trazer o filhote. Até adestrado ele vai vir!

––Você nunca nos deixa dar presentes, então... Decidimos fazer uma surpresa! –– Mu interveio, quando o francês franziu o cenho e o noivo geminiano riu suavemente.

––Por favor... –– O loirinho implorou, abraçando fortemente o grego. O advogado ruivo apenas suspirou, derrotado.

––Tudo bem. Mas o tio Kanon vai ter que ir contigo passear e te ensinar a cuidar do cachorro. Tudo bem?

––Será um prazer! –– Confirmou o esportista, que fez o namorado revirar os olhos.

––Gente, o papo está bom, mas tenho que ir buscar a Marin. –– Aiolia cortou o clima amistoso, pegando o rapazote dos braços do amigo e abraçando-o até quase o sufocar. –– Já está mais que na hora de você ir pra escola, garotão! Quer que eu convença o seu pai de que a Tia Marin pode cuidar de você?

––Por favor?

––Camus!

––Nem comece, Aiolia. –– O advogado respondeu, tirando o filho dos braços do outro e o colocando no chão apenas para ele agarrar-se às suas pernas.

––Temos que ir também, Camyu. –– O indiano relutou, mas disse.

––Não querem ficar para o jantar?

––Infelizmente o Dite nos convocou para uma reunião. E eu não posso recusar dessa vez, já que recusei a última.

––É difícil negar duas vezes mesmo. –– O francês elucidou, puxando finalmente o pequeno para seus braços. –– Quando é que temos de ir buscar o cachorro mesmo?

––Daqui a dois dias. –– O ariano comentou, sorrindo largamente. –– Bem, estamos indo. Tenham uma boa noite, vocês três!

––Obrigado! –– Hyoga acenou e deitou-se novamente nos ombros do pai:

––Então garotão, quem vai tomar banho agora? –– Milo perguntou, fazendo-o rir.

A noite passou rapidamente, mas o francês não conseguia ignorar a pergunta que deixará de responder ao filho. Sentia-se péssimo, ainda mais que o menino tinha ficado ainda mais quieto ante a sua presença.

––Quer que eu o coloque na cama? –– O escorpião perguntou, docemente. O menino loiro estava com o gato sobre seu colo e as cobertas, com a expressão serena e cansada.

––Não. Eu o coloco. Vá me esperar na sala, ok?

––Você manda, anjo. –– Beijou levemente os lábios alheios antes de fazer o que lhe era pedido.

Hyoga sentiu seu pai sentar-se na cama. Suas mãos pequenas conseguiram tocar os fios sedosos e longos dele, que ele raramente cortava agora. Hyoga os adorava.

––Pai?

––Sim?

––Está bravo comigo? Pela pergunta?

––Não, querido. Não é contigo... É comigo mesmo, por não ter lhe respondido.

O menino riu, puxando o pai para que se deitasse consigo:

––E se tem coisas que até você, papai, não consegue responder?

––Vou descobrir uma maneira. –– Trouxe-o para si e cantou delicadamente a única música em russo que a sua falecida esposa lhe havia ensinado, fazendo o loiro cantarolar levemente durante o sonho, minutos depois.



Era de manhã quando Hyoga acordou sobressaltado. Desde quando tinha tanto barulho na casa?

––Pai? –– Chamou, estranhando que os cômodos estivessem tão quentes... E com cheiro de biscoitos. –– Pai!

––Aqui! –– A voz vinha da cozinha, igualmente com o barulho estranho. O menino continuou a caminhar, dedilhando as paredes com os dedos alvos e curtos. –– Bom dia, Hyoga. Dormiu bem?

––Sim, mas... Papai? Porque está tudo tão barulhento hoje?

––Eu acredito que arranjei uma maneira de explicar a sua pergunta. –– Aproximou-se e o pegou pela mão, até levá-lo para mesa baixa que eles tinham na casa.

Tateando a madeira fria, logo o rapazote percebeu que tinham várias coisas desconhecidas ali, como também conhecidas e estranhas de se ter numa mesa.

––Hm?

––Primeiro, seu café da manhã. –– Hyoga sentiu o cheiro inebriante de ovos mexidos e suco de laranja, juntamente com biscoitos de chocolate recém esfriados. –– Enquanto você come vou lhe dizer algumas cores.

––As cores estão aonde?

––Em tudo. Em qualquer coisa. No todo e no nada.

––Isso é difícil de entender... –– Concluiu ao mastigar os ovos amarelados, sem sabê-lo e inflou as bochechas.

Camus apenas riu:

––Eu sei. Foi difícil pra mim também, então vou te explicar da maneira mais simples que sei: Com coisas que você conhece.

––Como? –– O menino se interessou, parando o que fazia apenas para virar-se na direção da sua voz que mudava conforme ele se movia.

Camus tomou a colher prateada de seus dedos e a encheu do alimento cheio de proteínas do filho, apenas para levá-lo a boca do mesmo:

––Sabe esses ovos que está comendo? Eles são amarelos.

––Amarelos? Como é o amarelo? Nossa! Seus ovos estão ótimos hoje, hmmm!

––Seu cabelo é amarelo. E o do Tio Milo e tio Saga também. Do Shaka também.

––Então... Amarelo é sempre a cor do cabelo?

––Não. Algumas pessoas tem cabelos amarelos e eles são sempre macios, como os seus. –– O menino acariciou uma mecha do cabelo repicado, sorrindo timidamente. Gostava da cor amarela. –– Outras coisas legais são amarelas.

––Como o que?

––Aquele seu livro preferido é amarelo. E uma das paredes do seu quarto tem desenhos de animais amarelos. Algumas flores que pegamos no jardim são dessa cor também.

––Eu gosto de amarelo! –– O menino comentou e o pai riu, notando a empolgação prematura do loirinho que comia rapidamente agora.

––Mas mal começamos! O seu suco também tem uma cor muito bonita.

––Qual?

––É a mesma do nome da fruta. Laranja.

––Parece divertida. –– Exclamou, tomando um longo gole da bebida citada.

––É espalhafatosa, Oga. Chama atenção demais.

––Ahhh! E que cor você usa, papai? É bonita? Como posso sentir ela?

––Uso bastante o azul. Vou te mostrar como é. –– E puxou o menino para seu colo, até as bancadas imensas de granito aonde ele cozinhava. Deu a ele um copo imenso e cheio de um líquido de cheiro adocicado e frio, que este, meio receoso, tomou rapidamente.

––Hmmm! Que delícia! É azul?

––Sim e é um Milkshake que fiz agora a pouco. Gostou?

––É frio... E gostoso. O azul é sempre frio?

––Você é um gênio, Hyoga! Ia te dizer isso agora! –– As bochechas alvas dele coraram pelo elogio sincero e o ruivo sorriu, abraçando-o levemente. –– Agora vou te mostrar todos os tipos de cores.

E eles misturaram tudo, fazendo coisas que normalmente não estavam na rotina que tinham. Hyoga estava encantado e Camus extasiado com a alegria dele, querendo proporcionar mais experiências felizes enquanto pudesse.

E logo o menino decidiu: Gostava mesmo do vermelho.

Quando Milo chegou à residência dos Chevalier, lá pelas sete horas da noite, notou que a casa estava estranhamente silenciosa e escura, decidindo que era hora de acender as luzes apagadas. Conforme se movia pela casa notava, preocupado, que tudo estava silencioso e quente, muito aconchegante e familiar. Notou também, para seu sobressalto, que queria mesmo morar para sempre ali com eles.

Encontrou o francês e o menino russo enrolados num cobertor na sala de estar, junto à lareira, dormindo tranquilamente. A casa parecia um campo de guerra e a cozinha estava com a mistura de comidas mais insanas que Milo, chef de um restaurante, havia visto. Aproximou-se do loiro e puxou-o para seus braços, tirando-o dos de seu pai e o aconchegando rapidamente antes de levá-lo para o seu quarto decorado como um zoo, cheio de pelúcias de bichos diferentes que o menino adorava desde muito novo:

––Milo...? –– Chamou Hyoga após fungar levemente e sentir a maciez de seus cabelos contra seus dedos.

––Sim?

––Eu gosto muito da cor vermelha. –– O menino sorriu e deitou a cabeça no peito do outro, que riu levemente antes de sussurrar:

––Eu também gosto dela. –– Respondeu, lembrando da pessoa de cabelos ruivos na sala, que ainda permanecia adormecida e sozinha. –– É a minha preferida por vários motivos. –– E o colocou na cama, prometendo que levaria uma sopa quente, e verde!, quando ele ficasse com fome no meio da noite.

Então o chef voltou-se ao seu amado e o encontrou na mesma posição, dormindo encantadora e tranquilamente. Beijou-lhe a face o trouxe aos seus braços, apenas para deixá-lo confortavelmente deitado na cama de casal deles para depois preparar um delicioso jantar aos seus dois aquarianos dorminhocos.


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Notas finais do capítulo

Eu sei. É tão doce que até dá diabetes, mas fazer o que? Adorei fazê-la e estou com planos de fazer uma continuação longa dessa família fofa, como também dos amigos deles.

O que mais gosto no universo de SS é que tudo pode/deve ser explorado.
Espero ter sensibilizado, além do teor açucarado natural, e que mais coisas desse tipo venham a ocorrer nesse fandon, especialmente no Nyah!

Até mais! ♥



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