5 - Rosas e Espinhos

Terminou-se de pentear suas longas madeixas castanhas, para então passar um brilho labial em seus lábios. Mackenzie não era uma garota muito vaidosa, era um pouco relaxada e até mesmo preguiçosa, porém sempre procurava em manter uma boa aparência já que sua mãe havia dito-lhe que isso era muito importante.

Deu um grande sorriso ao se olhar pelo o espelho, e com a animação de Ham pode ter certeza que seu visual também agradou-a.

Sentia-se um pouco cansada pela a noite mal dormida devida a sua excitação, entretanto conseguiu arrumar seu quarto antes de começar a se arrumar. Escutou o seu estomago roncar, e logo tratou de ir para a cozinha tomar o seu café da manhã acompanhada de sua mãe e madrinha.

— Bom dia! – Disse a garota, sentando-se ao lado de sua mãe.

— Bom dia! – Respondeu a mais velha, sentadas na redonda mesa de madeira. — Você acredita que eu não consegui dormir essa noite? 

— Eu não vou lhe julgar, fiquei pensando nisso também

Enquanto terminava de tomar seu café da manhã, Mackenzie sentia-se ansiosa e o resultado disso foi a conversa muito entusiasmada, por sua parte, com a mãe. O café da manhã passou cheio de conversas e risadas, Mack queria aproveitar o máximo possível daquilo, pois sentiria saudades disso.

— Quem horas são? – Mack perguntou assim que se levantou com louças sujas nas mãos.

Madalena olhou no seu relógio de pulso, e então começou a retirar os potes de geleias e requeijão da mesa, guardando-os na geladeira.

— Ainda é 8 e quarenta e cinco.

— Um pouco tarde, não?

— Sim, com certeza... Mackenzie experimente o seu uniforme, para ter certeza se é do seu tamanho, se não for é agora que eu emendo. – Ordenou a mulher procurando a vassoura para varrer a cozinha.

A garota saiu correndo da cozinha em direção ao seu quarto, para experimentar o seu uniforme. O traje estava em cima da cama, e tinha certeza que não precisava fazer alteração nenhuma.

Tratou de vestir e viu que caiu em seu corpo como uma luva. Não estava surpresa por isso, sua mãe sabia o número de seu manequim e até mesmo o produto de cabelo que mais hidrataria suas madeixas.

— Ficou bom. – Escutou Madalena resmungar, virou para encara-la e a viu de braços cruzados com um pequeno sorriso em seus lábios.

— Eu também achei isso, e também é muito confortável!

Sua mãe concordou em silêncio, logo sentando em cima de sua cama. Retirou as vestes e deixou-as dobradas ao lado de seu malão ainda aberto.

— Eu queria continuar aquela conversa com você

A voz de Madalena saiu tão baixo que a garota quase não conseguiu escutá-la. Deixou de colocar seus pertences dentro do malão para poder escutá-la.

— Estou á ouvidos.

— Me desculpe pela os gritos excessivos que eu te dei. – A mulher levantou o dedo para fazer com que a menina apenas escutasse. – Eu estava preocupada com o seu sumiço.

Olhou para sua mãe surpresa

— Eu não estou chateada com você mãe, pelo o contrário..., mas eu fico feliz pela a senhora ter vindo conversar comigo.

— Eu não poderia deixar você ir sem conversar com você antes. – A mulher sorriu dando um apertado abraço em Mack. – Eu não acredito que você vai passar quase um ano longe de mim.

— Vai passar rápido, a senhora vai ver.

Passaram mais alguns abraçadas, curtindo a presença da outras, até que Madalena começou a ajudar a menina a organizar suas coisas. Mackenzie queria deixar a sua bolsa um pouco leve, porém mesmo não colocando tanto coisa, sua bolsa ainda havia ficado pesada.

Como não havia mais nada para fazer em seu quarto, e nem mesmo na casa, a garota decidiu passar o tempo ajudando na cafeteria. Lavou louças, atendeu clientes, e beliscou as sobras até ás 11 e quinze.

— Já está na hora de irmos – Disse Madalena assim que olhou no relógio de parede.

Assim que a garota pegou sua coruja, e sua mãe o seu malão, pegaram um taxi no médio do caminho e foram em direção a lotada estação. Madalena pagou pela a corrida e colocou com um pouco de dificuldade a grande mala de Mackenzie em um carrinho.

— Onde deveríamos ir mesmo? – Mackenzie perguntou entretida em massagear a cabeça de sua coruja, que apreciava o afeto.

— Para a plataforma nove e meia.

Madalena olha ao redor procurando pelo o auror, porém não conseguia encontra-lo naquela multidão.

— Mas essa plataforma não existe!

— Uma plataforma que não existe, para ir para uma escola mágica. Você consegue ver a ironia?

— E o que devemos fazer?

A mulher começou a pensar, enquanto olhava para as coisas ao seu redor em busca do que fazer, então deparou-se com uma criança, um pouco mais velha que Mack, acompanhado por seus pais. Entretanto o que chamou-lhe sua atenção é que a bagagem era igual ao de sua filha.

— Está vendo aquele rapaz acompanhado pelos os pais dele! – Discretamente apontou o dedo para a família que encontrava-se mais à frente.

— Estou, por quê?

— Eles não parecem que estão com dúvidas, devemos segui-los.

— Como assim? – A garota arregalou os olhos com a resposta de Madalena.

— Você já reparou que apenas crianças tem a mesma bagagem que a sua?

Mackenzie olhou ao seu redor, porém viu que sua mãe estava certa. Apenas colocou sua coruja no carrinho e empurrou-o junto com Madalena. Ambas ficaram surpresas quando o rapaz apenas caminhou para a barreira diferente das outras e então desapareceu, como se fosse um fantasmas.

— Incrível! – Mackenzie pulou de animação, batendo suas mãos umas nas outras.

— Está entregue.

— A senhora não vai vir comigo?

— Eu acho que não posso passar, não tenho magia.

— Mas a senhora nem sabe se pode ou não!

— Eu prefiro não arriscar. – Retrucou-a puxando Mackenzie para um forte abraço. – Estude e cuidado para não arranjar confusões.

— Pode deixar, mãe – Respondeu ainda abraçadas.

— Por favor, comporte-se – Separam-se para Madalena dar um beijo nas bochechas da garota. – Eu te amo.

— Eu também te amo. – A garota retribuiu o beijo em sua mãe e então foi para atrás do seu carrinho, pronta para imitar os movimentos do rapaz que passara por ali.

Esperou que não tivesse muita atenção em seu caminho, pois temia ser motivo de risada caso qualquer coisa desse errado. Por um impulso olhou para trás em busca de sua mãe, e viu que a mesma olhava sorrindo enquanto apontava uma câmera em sua direção.

Soltou uma risada, e voltou a empurrar o carrinho. Deu um longo suspiro e então começou a correr, esperando pelo o impacto da barreira. Entretanto viu o enorme trem, que levaria os estudante para a escola, parado soltando muita fumaça.