Finnick e Annie escrita por Martins


Capítulo 3
Desistir


Notas iniciais do capítulo

Finnick foi sorteado na colheita mas sera que ele acredita que pode vencer? Será que ele vai tentar?
Boa leitura :)



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Após a colheita os tributos têm direito à retornarem para suas casas por algumas horas para receberem visitas e ficarem um tempo com a família, sendo supervisionados por pacificadores. Antes os tributos podiam passar um dia inteiro em casa e só serem levados para o Edifício da Justiça no dia seguinte mas com casos de fuga sendo registrados as regras mudaram. Provavelmente na próxima colheita os tributos serão levados diretamente para o Edifício da Justiça após a colheita.

Retorno para a casa com meus pais. Os dois permaneceram em silêncio durante o caminho todo mas tentavam achar alguma maneira de me consolar. Ambos sabiam que eu estava chocada com o fato de Finnick ter sido escolhido. Minha mãe me aconselhou a ir falar com ele. Eu estava com medo mas era a coisa certa a fazer.

Chegando próximo a casa dele pude ver algumas pessoas saindo de lá. A mãe dele Deb Odair estava na porta chorando, um homem a abraça e mais algumas pessoas esperavam para lhe cumprimentar. Junto com os adultos estavam também alguns de seus colegas de escola.

Esperei até que o pessoal fosse embora e fui até a casa. A Sra. Odair me avistou de longe. Não tinha certeza se ela se lembrava de mim. Nós nunca nos conhecemos formalmente.

– Sra. Odair – Cumprimentei com um leve abraço daqueles onde você abraça a pessoa apenas com um braço e lhe da um beijo no rosto. – Eu sinto muito, gostaria de falar com Finnick, eu posso?

– Você pode tentar querida. – ela respondeu calmamente. Sua aparência era péssima. Sentia como se ela fosse gritar a qualquer momento. – Ele esta la fora perto da praia. Mas não quis falar com ninguém até agora. Nem com os colegas da escola que vieram. Não quis insistir.

– Eu vou tentar – digo.

A Sr. Odair me acompanha até os fundos de sua varanda que da acesso à uma saída para a praia. Finnick estava sentado na beirada do píer olhando para o mar. Sua mãe volta para dentro e eu caminho em direção a ele. Finnick percebe minha aproximação mas não olha para trás. Paro ao seu lado e sento tirando minha sandália e encostando os pés na água. Fico um segundo olhando pra ele e imaginando o que dizer. Ele segura um saquinho de pano com uma das mãos.

– Annie, eu não... – Ele começa. Mas não me olha. Seu olhar encara tristemente o oceano a nossa frente.

– Acho que você consegue. – digo interrompendo-o.

– Você acha? - Ele da uma risada vazia e se vira para mim – Acha que eu posso vencer os Jogos?

– Não estou falando disso Finn – digo com a boca seca. Eu já não fazia a mínima ideia do que falar mas cheguei a conclusão que não falaria dos jogos. – Estou falando da nosso acordo, de você me ensinar a nadar. Acho que pode tentar.

Finnick faz uma cara de duvída provavelmente achando que eu tinha algum problema mental, bem, eu ainda não tinha, em seguida sorri. Preciso me lembrar de não chorar. Luto para afastar da minha mente o pensamento de que talvez eu não o veria novamente.

Ele se levanta deixando o saquinho que segurava no chão do píer e antes que eu o perguntasse o que era aquilo ele me oferece sua mão dizendo:

– Venha comigo.

Me levanto desajeitada e o acompanho. Entramos na água e seguimos até nossos corpos ficarem submersos na altura da cintura

– Vou te segurar. Feche os olhos. - diz ele.

Me viro e inclino meu corpo em sua direção. Ele segura meus braços me apoiando, deixo que minhas pernas flutuem na água. Sinto como se estivesse voando sem fazer nenhum esforço nem sentindo nenhum peso. Sinto apenas o calor da água e as batidas do meu coração.

– Lembra-se dessa aula? – Finnick pergunta.

Finnick me deu algumas aulas de natação à um tempo atrás mas eu não tinha paciência e ficava nervosa quando não conseguia fazer algo. Ele sempre me dizia para praticar mas eu não me esforçava. Ele notou que eu não tinha interesse e parou de me dar as aulas.

– Aquela que você quase me matou afogada não é mesmo? – Digo rindo lembrando-me das brincadeiras que ele fazia afundando minha cabeça na água. Uma vez meu pai viu a cena e Finnick levou uma bronca, tive trabalho em convecê-lo de que era apenas uma brincadeira.

– Foi melhor agora do que daquela vez – ele zombou.

Jogo água nele que retribui e em questão de segundos estamos completamente echarcados. Ele continua a atirar água em mim e eu puxo o seu braço e lhe dou abraço. Ficamos um momento assim, eu me afasto para olhar em seus olhos e nós nos beijamos. Senti meu coração bater rápido. O beijo foi sereno e suave. Eu o amava. Desejava que aquele momento não acabasse nunca mas ele o interrompeu.

– Annie, eu não posso. – sua testa encostava na minha, seus olhos permaneciam fechados. – Vejo o que esta tentando fazer mas não adianta, eu vou partir e nós sabemos disso. Eu não vou voltar.

– Finn, você tem chances - minha voz sai fina, ainda tento reprimir o choro. - Você realmente tem chances de voltar. Você pode vencer os jogos. Eu acredito nisso.

Ele se afasta de mim voltando para a areia e eu o sigo.

– Eu não quero ser morto por alguém Annie, e nem quero tirar a vida de ninguém, não vou fazer isso! – sua voz se transforma num grito.

Ele pega o saquinho que havia deixando na areia e o abre revelando um frasco pequeno que continha um líquido róseo, ele se vira pra mim e o mostra.

– Esta vendo isso? Essa a minha forma de morrer. Vou levar néctar de oleandro para arena comigo e vou ingerir. Não vou morrer com uma faca no coração ou algo do tipo.

Oleandro. Era uma planta que os mercadores costumavam usar no preparo de venenos para matar insetos. Possui muitas toxinas e pode ser letal. se ingerido puro. Lembro-me do meu antigo cachorro que morreu por causa dessa planta. Pela manhã encontrei-o desmaiado na cozinha com folhas dessa planta na boca. Essa planta pode fazer o coração parar de bater em minutos. Esse era o plano de Finnick? Se matar para não ir para os Jogos.

– On... Onde você conseguiu isso Finn? – gaguejo.

– Troquei por peixes com alguns mercadores. Disse que iria misturar com óleos para matar insetos da plantações da minha mãe. - diz ele encarando o frasco.

Os mercadores no Distrito 4 devido à dificuldade em conseguir suprimentos. Faziam qualquer coisa por trocas. Inclusive entregar um frasco de um veneno letal à um garoto de 14 anos.

– Você não pode fazer isso – minha voz soa trêmula - Cair sem lutar? Este não é o Finnick que eu conheço.

– Annie, eu te amo, quero que saiba disso – Ele se aproxima de mim e toca meu rosto acariciando-o, seguro sua mão. Uma ideia insana passa pela minha cabeça. – Você vai ficar bem.

Antes que eu respondesse. Ele pressiona seus lábios nos meus dessa vez com mais intensidade. Como se fosse nosso último beijo. Um bilhão de coisas passa pela minha cabeça mas penso na coisa certa a fazer. Puxo seu cabelo levemente com uma das mãos e acaricio suas costas com a outra. Sua outra mão ainda segura o frasco. Desco a mão por seu braço e consigo agarrar o frasco. O empurro com dificuldade e jogo o frasco com força no chão de madeira do píer. O frasco se parte para o meu alívio liberando todo o líquido rosa que é desaparece na madeira a nossos pés.

– O que você fez? – Sua voz era um grito.

– Você não podia fazer isso Finn – respondo chorando.

– Você percebe o que acabou de fazer? – ele se aproxima de mim gritando e por um fração de segundo pensei que ele iria me bater e sinceramente eu o entenderia se o fizesse mas Finn não o fez - Eu vou morrer por sua causa, cada gota do meu sangue será sua culpa Annie Cresta, sua! Eu te odeio! - ele grita, sinto dor em sua voz.

Vindo em nossa direção os pais de Finn e os pacificadores vêm ver o que estava acontecendo. Os pacificadores vigiam os tributos ficam alertas para o caso de qualquer coisa acontecer. Ao ouvirem os gritos eles acharam que algo estava errado. Como se não fosse nomal as pessoas surtarem antes de irem para a arena. Antes dos pais de Finn perguntarem o que estava acontecendo, os pacificadores pegam Finnick pelo braço que esperneia gritando para eles o soltarem e o arrastam de volta para a casa. O Sr. e a Sra. Odair ficam desesperados gritando aos pacificadores para que não o machucassem. Sigo-os em direção a casa. Os pacificadores o levam direto para o carro forte.

– Esta na hora de leva-lo - um deles diz. Sua voz parece de ferro.

– Deixe-me abraçar meu filho! - Deb grita e os pacificadores cedem e soltam Finn segurando apenas um de seus braços.

Ele da um longo abraço em seu pai e sua mãe que dizem que o amam que o veriam novamente. Deb soluça de tanto chorar. Após se despedir de seus pais ele me encara.

– Eu te amo Finn - digo olhando para ele que me olha com tanto ódio nos olhos que chega a doer. Tento me aproximar mas ele se afasta.

– Eu te odeio - ele se vira indo em direção ao carro. Os pacificadores o acompanham.

Junto com seus pais eu fico e observo o carro desapecer entre as árvores levando Finnick embora para a morte. A questão era se ele seguiria um caminho difente ou não.


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Notas finais do capítulo

Antes de perguntarem quantos baseados eu fumei pra escrever esse cap comentem o que acharam sdjkfbgdb bom? ruim? péssimo? socorro?



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