Zugzwang escrita por MB


Capítulo 23
Capítulo 23


Notas iniciais do capítulo

Esse ficou mais curto do que esperava, mas espero que gostem mesmo assim:



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O pesadelo dele era agora real. Viva um déjà vu constante e quando viu o olhar de Penelope sobre ele, enquanto ela segurava o notebook, só conseguia se lembrar das primeiras semanas de quando Charlie se mudou. 

Tirando o fato de Spencer estar lá, a proposta que ela havia recebido em Quântico tinha muito mais vantagens do que a de NY, financeiramente, principalmente. Spencer estava na UAC quando ela o ligou, querendo saber qual seria a opinião dele, que não pensou antes de falar para ela se mudar para perto.

Reid foi ajudá-la com a mudança algum tempo depois. O apartamento não era muito longe do dele, mas o fato de ficar duas quadras do metrô era o que ela mais adorava.

Ele subiu as escadas, ansioso para revê-la.

— Hey. - ele disse com uma voz suave quando a viu. Charlie deu um pequeno sorriso. Ela usava uma calça jeans escuras, botas de cano alto e um casaco bege comprido, o que mostrava que ela ainda não havia arrumado todas as suas roupas.

— Oi. - ela deu espaço para ele entrar no apartamento e fechou a porta atrás de si. Quando se virou, ficou surpresa quando o viu mais perto. Sorriu e passou as mãos em volta do pescoço dele, enquanto Spencer entrelaçou seus dedos ao redor da cintura dela. Seus narizes se tocaram antes de sentirem os lábios um do outro. Quando se afastaram, deixaram as testas encostadas, ainda de olhos fechados.

— Senti sua falta. - Spencer sussurrou, fazendo-a sentir borboletas no estômago, que pareciam nunca acabar quando estava próxima dele.

— Eu também. - sussurrou de volta e o beijou mais uma vez, antes de abraçá-lo, com o queixo apoiado em seu ombro. - Eles devem ter lhe bombardeado de perguntas quando saiu lá do hospital, não?

Ele riu fraco e segurou o rosto dela, acariciando-o com os polegares.

— Não muito.

— Que bom. - ela sorriu e fitou os olhos dele por um tempo, antes de se afastar e ir até a cozinha. – Vamos, me ajude com essas caixas.

— Me chamou só porque tenho TOC. – ele brincou pegando uma faca e abrindo uma das caixas, onde se lia “livros”.

— Isso ajuda. – ela riu, abrindo outra de livros.

No fim do dia, haviam arrumado a sala e a cozinha. 

— Spence? – ela o chamou depois de arrumar o último livro da prateleira.

— Hm? – ele disse distraído com a imagem dela em cima de uma cadeira, tentando deixar todos os livros perfeitamente alinhados. Ele pegou sua mão para ajudá-la a descer quando terminou.

— Se importa se eu passar a noite na sua casa hoje? – ela se virou para ele, mordendo o lábio inferior, em um sorriso tímido e ergueu as sobrancelhas. – Meu quarto está basicamente em caixas.

— Você não precisa perguntar. 

Quando chegaram ao apartamento de Spencer, ela fechou as cortinas e ele andou até o quarto e tirou do armário uma blusa que ganhara do FBI quando se juntou a equipe, que ficava pequena para ele. Azul marinha com o nome Reid em caixa alta na parte de trás. Charlie estava parada na porta do quarto, pensando que nunca tinha propriamente entrado lá. Ele achou uma calça de moletom cinza, a menor que tinha e entregou para ela, junto com a blusa.

— Aqui está. Por que não está entrando?

— Nunca estive aqui. - respondeu e pegou as roupas. Ele sorriu tímido.

— As toalhas estão no armário de baixo do banheiro. – ele disse e Charlie assentiu, andando até lá.

Ela saiu do banho usando a camiseta, que mesmo pequena nele, ficava como um vestido nela. A calça de moletom não parava, então Charlie decidiu não usar. Spencer estava na sala, relendo um livro e quando a viu daquele jeito, se levantou do sofá e sorriu com a imagem dela com os cabelos ondulados em um rabo de cavalo frouxo.

— Não acredito que está me vendo assim. - ela brincou depois de pendurar a toalha. O "REID" da camiseta, que deveria estar logo abaixo do pescoço de quem usasse, estava praticamente no meio das costas dela. 

Spencer andou até ela e passou os braços pelo seu corpo, praticamente a levantando do chão.

— O que foi isso? – ela sorriu para ele, com os braços apoiados nos ombros dele.

— É que você não sabe o quanto eu senti sua falta. – ele respondeu algum tempo depois. Eles se sentaram no sofá, depois que cada um escolheu um livro. Spencer às vezes sorria ao perceber que ela lia o mesmo parágrafo duas vezes, como se sua mente estivesse em outro lugar. Charlie percebeu que ele lia mais devagar naquele dia e sorriu ao se tocar que era porque desviava os olhos das páginas para olhá-la.

~*~

Charlie estava quase dormindo e iria se virar para o outro lado, quando Spencer murmurou um "não" sonolento, franzindo as sobrancelhas e ela jurou que viu um biquinho.

— Por que não, Spence? - Charlie perguntou baixo, sorrindo.

— Porque apesar de eu gostar de dormir de conchinha, eu prefiro dormir e acordar olhando pro seu rosto. - ele sussurrou em resposta, com a mão na cintura dela.

— Como você é tão fofo? - ela lhe deu um beijo suave. Spencer passou seu polegar delicadamente pelos lábios dela, admirando cada linha de sua boca, antes de ela encostar suas testas e fechar os olhos, se sentindo em paz. O edredom branco cobria Charlie até mais à cima de sua cintura, enquanto ele praticamente não estava coberto. Spencer ainda tinha medo, mas tentava fazer o que Rossi dissera: esquecer as ameaças nos momentos certos. Ele não as esquecia realmente, só as deixava em segundo plano enquanto estava sozinho com ela. Charlie tinha um dos braços pelo corpo dele, também o abraçando, e foi quando Spencer subiu seu corpo para beijar a testa dela que percebeu.

— Eu amo você. - ele disse com uma voz suave. Charlie abriu os olhos no mesmo momento, encontrando os de Spence, que não paravam de se mover, observando cada detalhe do rosto dela. 

— Eu te amo. - respondeu sentindo uma felicidade que há tempo não sentia e entrelaçou suas pernas. - Muito.

Mas então, na segunda-feira, cinco dias antes do Natal e seis depois dessa noite, Charlie teve que ir para um dos hospitais da cidade, enquanto Spencer não tinha um caso. Ele estranhou um pouco ela não mandar mensagens, mas estavam na mesma cidade agora, e ela deveria estar mais ocupada com esse novo emprego, já que a proposta era melhor, consequentemente deveria a manter mais ocupada. Foi quando ele chegou ao prédio da UAC, na terça-feira, e viu Garcia saindo da sua sala, segurando um notebook, que ele percebeu que algo estava errado. E foi quando ela olhou para ele com os olhos encharcados, desviando em seguida, antes de dizer “temos um caso”, que ele sentiu seu mundo cair. Agora repassava essas cenas em sua mente como um filme em alta velocidade.


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Notas finais do capítulo

Quero agradecer do fundo do meu coração a Amélia e AliceSalvatore pelas recomendações! Muito obrigada msm!



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