Zugzwang escrita por MB


Capítulo 12
Capítulo 12




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— E vai se vestir do que, Dr. Reid? - Garcia e Morgan haviam voltado para a UAC, agora Spencer e Charlie estavam andando pela cidade, sem um destino certo. Não havia nenhuma nuvem no céu, mas não estava calor.

— Doutor, eu te falei, lembra?

— Achei que você estava brincando! - ela riu. - Suas roupas são exatamente as deles!

— Eu vou ser o 4º Doutor! - ele explicou sorrindo.

— Só vi um dos episódios, aleatoriamente no computador, não faço ideia de quem seja.

— Você disse que veria Dr. Who e eu veria Dr. House.

— Você viu? - ela levantou uma sobrancelha.

— Sim.

— Não em uma super velocidade que só gênios conseguem. Ver de parar um momento e assistir mesmo.

— Não. - Charlie balançou a cabeça, sorrindo. - Mas voltando, todos vão saber quem é ele.

— Ok. - ela deu de ombros. - Desisti de vez da Hermione. A roupa é muito... Normal.

— Vai ser quem?

— Ótima pergunta, Spence. Não faço ideia. Eu amo Halloween, mas é um saco escolher o que vestir.

— Você poderia ser a Amy, ou a Rose.

— Desculpa, não tenho ideia quem elas são. - Charlie riu. - Dorothy? Alice?!

— Strauss vai ser Alice. - ele negou com a cabeça. - Mas o ponto do Halloween é ser outra pessoa, e as roupas da Amy são quase iguais a algumas suas.

— E voltamos para o mesmo lugar.

— Sarah Jane Smith! - ele sorriu e virou de relance para Charlie, que negou rapidamente com a cabeça, sem saber quem era. - O que custava ver os episódios?

— Me desculpe! Eu vejo hoje. Prometo.

— Eu tenho todas as temporadas em DVD.

— Bom, facilitou muito, obrigada. Você não vai trabalhar, né?

— Não temos um caso ainda.

— E se tiverem no meio da festa?

— Acho difícil. Só ser for algo muito importante, se não, não teria festa nenhuma se a maioria das pessoas fossem chamadas. Você vai amar Dr. Who.

— Uma das únicas coisas que sei dessa série é que existem mil doutores, e já que você quer tanto que eu me vista como um dos personagens, vou ser uma... Doutora. - Charlie fez uma careta ao perceber a frase que havia dito, mas Spencer sorriu.

— Qual deles?

— Você acha que eu sei? Você que é o fã aqui. Vou pesquisar na internet.

— Você poderia ser o décimo primeiro. O com a gravata borboleta. - Spencer explicou e Charlie fez um "ah", reconhecendo.

— Você tem uma? - ele assentiu. - Decidido.

— Uma vez Garcia se vestiu como ele, a gente foi em uma convenção.

— Você acha que ela vai usar de novo?!

— Não! - ele riu ao perceber o desespero dela. - Ela não vai repetir. Mas vou perguntar, só pra garantir.

— Tá bom. - ela sorriu e observou que o cabelo dele crescera um pouco.

— Eu quero te levar pra minha livraria e biblioteca favoritas. - ele comentou do nada. - Eles têm uma coleção enorme dos originais da Agatha Christie, achei que você iria gostar. E eu comprei uma coisa pra você, também, mas deixei em casa.

— Sério? - ela sorriu surpresa. - O que é?

— Você sabe que eu não posso falar.

— Você sabe que eu odeio surpresas. - ela respondeu quase imediatamente e ele sorriu, maneando a cabeça.

— Você não odeia surpresas, gosta muito delas na verdade. Odeia quando te dizem que é uma surpresa e você fica incomodada, porque odeia ter milhões de possibilidades na sua cabeça.

Charlie o olhou por um tempo antes de soltar um riso fraco e olhou para baixo, encarando sua bota de cano curto sem salto.

— Você sabe muito sobre mim, Dr. Reid... - Spencer sorriu. Gostava quando ela usava seu sobrenome quando ele analisava alguém, ou falava algum termo técnico.

— Tenho sorte. - ele resmungou e Charlie não ouviu. - É um box com algumas temporadas de Friends.

— Spencer. - ela olhou seria para ele. - Sério?

— S... Sim. - ele ficou meio preocupado com a reação dela. - Da pra troc...

— Spencer! - ela sorriu achando a expressão preocupada dele a coisa mais fofa. - Meu Deus, é perfeito. Muito obrigada...!

Ela não o abraçou porque estavam no meio da calçada, e sabia que os outros ficariam com raiva por eles terem parado, apesar de não estarem andando tão rápido.

Ele ficou em dúvida se perguntava o que era perfeito, o que faria ela rir nervosa e desviar o assunto.

— Você me disse que acabou How I Met Your Mother e nunca falou nada sobre Friends, que são parecidas. - ele continuou andando, olhando para ela. Gostava como o sol fazia seus olhos ficarem mais azuis e o modo como ela os fechava um pouco por conta da luz.

— Ah, Spence. - ela sorriu docemente e segurou o impulso de envolver seu braço no dele. - Obrigada...! Você é definitivamente do FBI.

Ele sorriu, já vendo o prédio da sede da UAC.

— Não achei que Morgan e Garcia implicaram demais com a gente. - Charlie disse. - Eles só estavam sendo irmãos mais velhos.

— É, eles me tratam assim. Garcia o segurou em relação a perguntas e comentários. - Spencer apontou o prédio para ela. - Só vou pegar umas coisas e depois levo você lá pra casa pra deixar sua mala, ou fazer o que quiser fazer.

— Sem pressa, Spence. - eles entram na sede e as pessoas não disfarçavam na hora de olhar para o jeito de Charlie estava vestida, já que não condizia nada com a maneira que os outros estavam. Spencer já estava acostumado com os olhares e as pessoas já o conheciam. - Eles estão me olhando como se eu não tivesse neurônios. - Charlie falou baixo para ele, achando graça naquilo.

— Um pouco irônico isso. - ela concordou e eles entraram no elevador, ficando sozinhos. Charlie se virou para o espelho e pegou a mão de Spencer para ele olhar também, mas logo soltou quando ele parou ao seu lado, observando a imagem dos dois lado a lado. Ela com sua saia florida que deixava grande parte de sua perna de fora, que Spencer tentava não olhar muito. Ele usava uma camisa roxa clara junto com seu colete marrom que todos da equipe já conheciam e segurava sua pasta, como se tivesse tenso.

— Gostei do seu cabelo assim. - Charlie falou após algum tempo de silêncio, olhando para ele através do espelho.

— Obrigado. Gosto quando você isso saia.

— Obrigada. - ela sorriu minimamente.

— Por que estava a chorando? Quando chegou seu olho estava inchado. - Spencer se virou para ela, que deu as costas para o espelho, encarando a porta de metal.

— Podemos falar sobre isso depois?

— Seu "depois" é "nunca". - ele a olhou preocupado e a porta do elevador abriu.

— Dessa vez não, Spence. - Charlie colocou o cabelo para trás da orelha e ele passou o braço pelo ombro dela, sem entender porque estava tão preocupado.

Assim que eles entraram na sala, um garotinho loiro correu até eles e Reid o pegou no colo, depois de tirar o braço de Charlie.

— Oi, Henry! - ele disse enquanto a criança o abraçava, passando os pequenos bracinhos pelo pescoço de Reid. - Por que está aqui?

— Meu pai está trabalhando e eu não fui pra escola, aí mamãe me trouxe. - ele respondeu com a pronúncia fofa de uma criança e encarou Charlie por um momento antes de sorrir para ela.

— Essa é a Charlie, Henry. - Spencer disse sorrindo para ele.

— Oi, Henry! Que nome bonito. - Charlie levantou a mão e a criança a bateu a sua na dela.

— Hi5! - Henry riu e Spencer e Charlie sorriram. Eles não haviam percebido que Garcia estava na sala acima das escadas, conversando com Rossi. A loira, discretamente, tirou uma foto do momento. (Agora os dois eram definitivamente seu shipp favorito).

— Onde está sua mãe, Henry? - Spencer perguntou depois de colocar ele no chão, e andou até à mesa de JJ, tirando de uma das gavetas três carrinhos, pois sabia que ele só se distraia com eles. Henry não saiu de perto de Charlie.

— Ela foi procurar você e sua namorada, mas eu não sabia que você estava namorando. - a criança pegou os carrinhos que ele lhe entregou e se sentou no chão. Charlie se sentou na cadeira que Spence indicou ser a dele.

— Eu não estou namorando, Henry. - Reid parou ao lado dela.

— Você iria me falar, né? - Henry levantou o olhar para ele, depois de fazer seu carrinho passar por cima de uma caneta que ele posicionara de um modo que fazia sentido em sua imaginação.

— Sim. - Spencer mexeu um dos carrinhos com o pé, do que Henry riu depois de fazer barulhos de explosão. Reid se virou para Charlie. - Me passa aquelas pastas de papel? As marrons.

Ela entregou para ele cinco pastas depois de procurá-las na mesa bagunçada. Ela tinha a impressão de que, apesar de estar tudo amontoado, era a sua organização.

— Vocês vão ter que ficar comigo, porque a mamãe não me deixa ficar sozinho. - contou a criança.

— Sua mãe te deixou sozinho aqui? - Spencer perguntou novamente.

Nelope e Rossi estavam comigo. - Charlie fez um "own" silencioso ao ouvir o modo como Henry chamava Garcia.

— Onde eles estão?

— Eles subiram as escadas. - Henry apontou para a sala de reunião. Spencer e Charlie olharam para cima, vendo Penelope sair de perto das persianas rapidamente, como se estivesse espiando os três.

Depois de um tempo, Garcia e Dave desceram as escadas.

— Eu tenho que achar um nome de shipp para vocês. – a loira disse enquanto andava rapidamente para a sua sala. Charlie olhou para baixo envergonhada.

Shipp? – perguntou Spencer, com o olhar perdido.

— Nome de casal. – Charlie explicou e Spencer fez um “ah” envergonhado. Rossi riu e comeou a conversar com Reid, mas Charlie não ouviu mais nada quando sentiu seu celular vibrando. A mensagem da noite anterior ainda pipocava em sua cabeça, então qualquer aviso do seu celular a fazia congelar.

Penelope colocou em cima da mesa de Reid, sem ninguém ver, a foto que havia tirado dos dois, já impressa.

— E a faculdade, Charlotte? – Rossi perguntou, mas teve que repetir para ela o ouvir.

— Ah, os professores não acham que eu deveria estar nas aulas deles. Querem que eu pule mais um ano. – ela disse um pouco tímida.

— Por que não me falou? – Spencer sorriu, animado com a notícia.

— Eu esqueci. – não era de todo mentira. – Semana que vem vou passar um tempo em um hospital de New Haven.

— Como uma residência? – Rossi ficou impressionado.

— Tipo isso. – ela concordou no momento em que Spencer viu a foto dele segurando Henry e Charlie ao lado dos dois. Reid e ela sorriam para a criança que ria. O agente pegou a foto e colou na divisória de metal de sua mesa.

Charlie conversava com Rossi sobre as possibilidades de trabalho e que área gostaria de seguir, quando seu celular vibrou novamente e ela abriu a mensagem que recebera:

Aproveite seu tempo com o agente. Talvez um de vocês fique comigo por um tempo. Aposto em você.


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Notas finais do capítulo

Estou pensando com colocar gifs, caso não fique muito estranho. Obrigada pelos comentários, acompanhamentos e favoritos!



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