Rediscovering a Dream escrita por Loren


Capítulo 1
Prólogo


Notas iniciais do capítulo

Após muito tempo, voltei com Irina.
A ideia, é finalizar a fanfic sem pausas. Mas apenas o tempo dirá.
Aproveitem. :)



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Ela fitou o horizonte.

A costa já havia desaparecido. Suspirou, outra vez. Fazia assim a maior parte das vezes quando saía nas viagens. Olhou para as próprias mãos. Para ela, continuavam as mesmas. Mas a verdade é que estavam mais velhas, com alguns calos e maiores, de acordo com o passar dos seus anos. O vento bagunçou seus cabelos, mas ela não os retirou do rosto. Estava imersa demais em seus pensamentos para perceber qualquer coisa ao redor.

Em geral, isso acontecia quando ficava sozinha, o que acontecia sempre à noite e ao amanhecer. No entanto, quando era obrigada a partir em viagens à negócios e políticas, acabava por passar muito mais do tempo consigo mesma do que estava acostumada. Era nesses casos que ela quase enlouquecia. Estava acostumada a ter uma quantidade de horas exata para refletir sobre assuntos que não interessavam ao reino, mas a si mesma. Estava acostumada, após tanto tempo, ter aquele sufoco no peito, o qual antes a deixava sem e agora, parecia parte do seu organismo. Estava acostumada a dois segundos antes de acordar, sempre ter o vislumbre dos olhos castanhos dele. Estava tão acostumada com sua falta que nem lágrimas mais derramava.

Contudo, quando tinha tempo demais para si, pensava mais ainda sobre o assunto e era como se todo aquele sufoco no peito transformasse em um furacão, abrindo-se em si e roubando toda a calma que a controlava. Os pensamentos se tornavam tão violentos, tão intensos que ela desatava a chorar compulsivamente. Ficava olhando para um ponto fixo, com os olhos inchados, recordando a todo momento a despedida e perguntando-se se havia sido apenas um sonho, tudo e todo ele. Às vezes, a raiva que poucas vezes sentira, aparecia em uma dose menor, deixando-a a ranger os dentes e praguejar contra os céus. Nesses raros momentos, gritava contra um travesseiro, limpava o rosto e saía do seu aposento ou carruagem, dependendo de onde estava, com a calma e controle de volta em si.

Três anos haviam se passado. Ela ainda lembrava com clareza o momento em que ele passou pela abertura na árvore e desapareceu, voltando para seu mundo como fora previsto. Lembrava-se ainda da dor que sentira nos próximos dias. A dor que lhe deixava aos prantos no colo da mãe e perturbavam suas noites de sono. Ela sabia, no fundo, que ele voltaria. Sabia também que não seria tão rápido, mas naquele momento, após ter tido outro dos seus choros compulsivos e fitava suas mãos magras e branquíssimas, já não tinha tanta certeza. Três anos haviam se passado. E não houvera um dia que não pensasse nele. Mas também, não houvera um dia que não duvidasse da promessa que haviam feito.

Uma mão retirou delicadamente os fios do seu rosto e, por um segundo, seu coração acelerou e virou seu rosto rapidamente.

–Desculpe, Iri. Não quis assustá-la.

–Ah, tudo bem, Caspian. Tudo bem.- tranquilizou o rapaz e sorriu, de modo gentil.

Ele lhe sorriu de volta e desviou o olhar para o horizonte.

–Como está?

–Melhor. Obrigada.

–Sinto muito pela sua mãe. Eu não tive tempo de lhe dizer.

–Não se preocupe. Sei que estava muito atarefado.

Ele concordou com a cabeça e perdeu-se nas águas.

Ela e o rei tiveram que criar um laço. No princípio, político, a pedido do leão. Aos poucos, tornou-se uma amizade, parecendo quase um laço fraterno, visto como era a relação de cada um. Cuidavam-se e divertiam-se juntos. Conversavam, cavalgavam e treinavam juntos. Todos comentavam, com respeito, a bela relação que os dois possuíam. Mas tudo muda. E apenas em um minuto, ocorrido há mais de seis meses atrás, trouxera a malícia para as mentes da loira e do rei. Obviamente, disfarçaram tal fato, visto que não era um assunto confortável e temiam, no fundo, que isso fosse afetar ainda mais. Entretanto, nos últimos dois meses, um dos indivíduos desistira de ir contra e tentara, suavamente, a se aproximar. Mas ela continuara firme em sua posição, até algumas semanas atrás.

–Iri.- ele a chamou e ela o fitou, distraída.- Eu sei que não se sente à vontade com este assunto, mas dê-me uma única resposta e não a incomodarei mais.- ela não disse nada.- Aceita jantar comigo hoje?

Ela respirou fundo e engoliu em seco. Havia se esquecido daquele pedido. Pensara tanto a respeito nos últimos dias, que não chegara a conclusão alguma. As palavras da sua mãe ainda soavam em seus ouvidos, a deixando ainda mais confusa.

–Peço que me dê mais algumas horas. Antes do sol se por, terei a resposta que pede. Mas, por favor, dê-me mais um pouco de tempo.

Ele suspirou, encolhendo os ombros. Ela não gostava de ver o rapaz daquela forma e temia esse tipo de sentimento.

–Claro. Fique à vontade. Eu vou ver com Drinian se está tudo nos conformes. Com sua licença.

Ela o reverenciou brevemente. Após aquele incidente, voltaram a fazer as mesuras corteses. Ele tentara, inutilmente, dissuádi-la daquilo, mas em vão. Ela o fazia incoscientemente. Ele subiu as escadas até o timão e ela voltou a fitar o mar. Começava a pensar, seriamente, na resposta. Que mal haveria, afinal, em dizer sim? Três anos haviam se passado. Mesmo que ainda pendesse mais para sua antiga posição, achava que o mínimo que lhe devia era uma conversa, para se decidir realmente o que seria. Mordeu os lábios, ainda se sentindo confusa, mas começando a aceitar sua decisão. Até que seus olhos avistaram, ao longe, uma movimentação estranha nas águas. Uma de cada vez, três cabeças surgiram. E ela gritou, assustada.

–Homem ao mar! Homem ao mar!

O corre-corre começou. Os marinheiros apressavam os passos para as bordas e o capitão olhava pela luneta, a fim de ter certeza sobre o aviso. Confirmando com um aceno, o rei ordenou que dois marinheiros pulasse e em seguida, fora junto. Ela apertava as unhas contra as mãos, aflita. Não sabia se se preocupava com os náufragos ou o rei. Sabia que ele nadava muito bem, mas tinha receio que os desconhecidos o ferissem. Correu para dentro da cabine, a fim de encontrar toalhas. Passou alguns cinco minutos, até voltar e encontrar todos a bordo novamente. Por ser baixa e a tripulação atrapalhar sua visão, podia ver apenas a cabeça do rei. Por um momento, estava aliviada de vê-lo bem. E, no fundo, encantada com seu sorriso e cabelos molhados.

Porém, quando esgueirou-se pelos marinheiros até chegar à frente, seus olhos arregalaram-se e suas mãos fraquejaram por um instante, deixando as toalhas caírem no chão. A garganta secou e seu coração parecia ter parado de bater. Não sabia o que sentia. Com certeza, espanto era uma das sensações. Ele, no entanto, sorriu abertamente e ela sussurrou, ftando pasma aqueles olhos que desejava outra vez e os cabelos negros caindo-lhe na testa.

–Edmundo...


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado.



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