Eu sou o inverno escrita por AleyAutumn


Capítulo 76
Como as flores - parte 2




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  Como as flores - parte 2

                                                                                               Capítulo - 7

Eu achava um absurdo ter que seguir ordens da Sage, eu queria era pegar todos os meus híbridos e os levar comigo, mas tínhamos feito um acordo e eu seguiria com ele. Liberdade. É de rir, onde é que anda o juízo dessa garota? Na realidade, onde é que anda o meu juízo? Em lugar nenhum é claro, afinal no fim de tudo o marcado na realidade sou eu e não essa maluca. Eu tinha que lutar constantemente contra uma coisa que agia de forma inconsciente e que era muito mais forte do que eu... era de se orgulhar que eu não estivesse rastejando aos pés dela. Literalmente, eu era quase obrigado a fazer isso, e agradecia pelo meu auto controle ser tão forte. Na realidade... por eu ser teimoso e orgulhoso.

— Está muito cansada? - questionei quando ela terminou de beber a água - Sinceramente Sage, de tudo que fizemos e passamos eu nunca acreditaria que alimentar alguns poucos híbridos te destruiria tanto. - zombei vendo os olhos azuis dela cravarem em mim em fúria, isso me fez rir.

Eu não riria disso se ela fosse uma vampira, não riria mesmo. Ela me trucidaria, apesar de que... seria engraçado ver ela tentar.

— Vai se fuder. - delicada como sempre - Me leva pra casa seu imbecil. - isso é jeito de se tratar um companheiro?

Bem... eu não esperava nada de diferente, afinal a única diferença entre nós dois era o básico da educação. Ninguém pode dizer que eu não sou um cavalheiro, eu quase não xingo. Exceto os amigos dela, algumas poucas vezes admito.

Então algumas horas depois eu já havia a deixado em casa sob os olhares repreensores de seus amigos, como se isso fosse me incomodar. Eu já havia recebido olhares de pessoas bem mais intimidantes do que eles e ainda estou aqui. Até mesmo Sage que era uma humana bagunceira, desastrada, desordeira e sem nenhuma noção de perigo me assustava mais do que todo aquele grupinho. Que já estava me dando nos nervos.

Achei que se você soubesse poderia dar um jeito na Sage Klaus, vai ver ela te escuta. - arqueei a sobrancelha olhando a parede e pressionei mais ainda o celular em minha orelha.

— Caroline, desde quando Sage escuta alguém? - ela riu.

Você ela escuta. Se falar com jeitinho, quem sabe? — sua voz soou maliciosa e isso me fez rir - Kol vai mesmo vir aqui? E fazer o que?

— Vai pegar algumas bolsas de sangue pra trapacear uma bruxa. - rolei os olhos - Tenho total... - meu celular apitou e eu olhei o visor - Ele está me ligando. - senti o corpo gelar e já imaginava o que estava acontecendo, deixei que a marca se intensificasse me ligando mais ainda e senti cheiro de... bacon? - O que foi Kol?

Sinto em te informar meu querido irmão... mas... eu acho que perdermos um coelhinho. — ele - Quem diria que ela poderia ser rápida.

— Hum. - resmunguei desligando e voltei para Caroline que ainda aguardava - Sua querida amiga fugiu do hospital. O que quer que eu faça sobre isso? A mate? - ela apenas riu.

Os marcados são vocês, não eu... você que se resolva com ela.

— Quantos lugares da cidade usam bacon no almoço? - ela riu.

A cace senhor lobo.

Eu sabia que ela não atenderia o celular, afinal ela não tinha mais nenhum e sinceramente eu não iria correr atrás de Sage pela cidade inteira, ela nunca ficava em um único lugar e poderia muito bem estar fugindo dos amigos dela, e do jeito que é louca não duvido que ela conseguiria algo assim. Optei por ligar para Damon, se ela estava em confusão ele sempre estava com ela.

— Cadê ela? - ele riu.

Debaixo da sola da minha bota querido... amigo. - suspirou e a voz dela surgiu - É tudo calúnia daquele maldito. — não disse?

Se é calúnia... qual o motivo para ela não estar no hospital? Eu queria surrar Sage... ela não poderia ir de acordo com as regras uma vez na vida?

Ah Nik eu não quero sair com você. — como não?

Foi essa a resposta que recebi quando liguei para ela no dia seguinte, isso me deixou pensando em um milhão de possibilidades, precisei de apenas alguns segundos usando a marca para saber que ela queria apenas passar um momento com uma pessoa mais tranquila e equilibrada. Isso me deixou um pouco surpreso, Sage não gostava muito desse tipo de pessoa.

Vou passar o dia com Alaric. — isso explicava um pouco, pelo muito pouco que eu tinha visto Alaric era sua única figura paterna.

— Tudo bem amor... - respondi e desliguei.

Vaguei pela cidade por algumas poucas horas observando se havia algo de diferente, notei vagamente que haviam mais bruxas que o normal e alguns vampiros, mas esses não ficavam por muito tempo na cidade, logo eles saiam do local. Segundo alguns grupos estavam apenas de passagem e não tinham intenções de ficar em Mystic Falls, imediatamente isso me levantou suspeitas, porém preferi ignorar. Eu tinha que me preocupar com uma garota que precisava de... colo. Ela não estava bem e eu sabia disso por também não estar bem.

E então eu senti aquele peso em meu dedo anelar esquerdo e soube que ela estava em perigo, que seu corpo chamava o meu mesmo que ela estivesse se sentindo entusiasmada e em fúria. Ela se moveu rápido demais e senti o cheiro de sua casa, imediatamente fui até o local e quando entrei lá ela tinha um braço coberto de sangue e gritava com seus amigos. Agora eu me pergunto, como ela queria paz estando com Enzo e Katherine? O conceito de paz da Sage é bem diferente do meu.

— Estava me vigiando no bar. - isso pareceu bobo para mim, quem não ficaria de olho nela com uma roupa daquelas?

Decidi não me manifestar, eu não tinha não mostrar ciúmes ou me mostrar excessivamente controlador como vinha sendo nos últimos dias.

— Atraiu Sage para fora do bar. – Enzo avisou – Não conheço aquele cara, quando o vi ele já estava virando a rua. Não podia deixar Sage sozinha, seja quem for... era mais de um. Dois no total. - provavelmente um vampiro, se ele não alcançou... assim como poderia ser um lobo em fúria.

Me aproximei sentindo o cheiro do sangue, era diferente. Tinha um toque diferente, mas conhecido... entretanto não reconheci, parecia diferente demais para mim. Ela acreditava ser Tyler, eu já nem tanto, afinal não conhecia aquele cheiro, exceto pela vez em que Sage foi atacada na casa e aquela coração foi arremessado em seu peito. Quem o lançou tinha esse mesmo cheiro, ela realmente estava sendo perseguida por alguém. Os olhos amarelos... eu os tinha visto na noite em que ela foi atacada, mas apenas de relance antes de ser distraído por um lobisomem transformado... era óbvio. Era um híbrido.

Aquele cheiro estranho no sangue era bruxaria, claro. Afinal apenas eu transformei híbridos, eu reconheceria o cheiro em qualquer lugar. Novamente interferi em outra briga que acabaria na morte da humana e da vampira, assim que Sage saiu Caroline me olhou com medo afinal ela tinha ameaçado a vida da mulher que eu marquei, mas eu não vi isso como uma afronta. Se eu tivesse se quer por um segundo acreditado que Sage estava mesmo em ameaça eu teria matado Caroline antes mesmo que ela tivesse imaginado ferir Sage. Ela estava apenas em fúria por ver Tyler sendo atacado, quando na cabeça dela eu estava o mantendo longe o suficiente para não existir duvidas em relação a isso.

Decidi ir embora, eu não tinha mais juízo para lidar com isso.

No dia seguinte já acordei temendo o pior, eu não sentia Sage em lugar algum, eu sentia o que ela sentia, mas não sentia o cheiro, não via pontos e nem sentia sua energia fluindo pela cidade. Pelo visto ela realmente tem solução para tudo, eu tinha medo das suas intenções por trás disso, coisa boa é que não era. A cacei por toda a cidade e não encontrei nada, por fim decidi esperar em sua casa.

— Nada dela? - Stefan me questionou me olhando atentamente.

— Absolutamente nada meu velho amigo, Sage desapareceu e não consigo sentir onde ela está. - joguei minha jaqueta no sofá dela e peguei um dos desenhos que ela havia feito - Ela não os avisou nada?

Caroline suspirou fazendo careta.

— Não, mas ela está com Katherine. - rolei os olhos sentindo o ódio me consumir.

— Katherine é? - arqueei a sobrancelha.

— Posso tentar achar Katherine. - Bonnie tentou e Elena bufou.

— Katherine não pode ser achada. - deu um sorriso rancoroso.

A dor que me assolou me fez gritar, apoiei a mão no pescoço direito sentindo a dor intensa seguida de uma pequena quantidade de sangue, alguns locais do meu peito também doeram me fazendo rasgar a camisa procurando algo pelos pontos de dor que sangravam bastante, inclusive um no peito esquerdo. Soltei todo o ar e Caroline se aproximou olhado horrorizada.

— São mordidas. - Damon se aproximou e tocou uma delas.

— Isso foi a Sage? Não esperei nada de diferente. - ele riu - Ainda bem que ela se parece com a minha irmã... ou eu estaria em uma enrascada. - me afastei me sentando no sofá e olhei para Stefan que tinha a expressão séria.

— É a Sage. - ele confirmou enquanto eu recuperava o fôlego -  Mas é um reflexo. O que acontece com Niklaus aconteceu com ela. - PERFEITO!

MALUCA, MALDITA! Onde esse monstro está?

Ela passou pela porta e eu a olhei em fúria vendo ela se fazer de desentendida como se nada demais tivesse acontecido, e na cabeça dela isso poderia ser realmente algo sem nenhuma importância, ela tinha o poder de testar nossa paciência e sanidade como ninguém conseguia fazer.  E ela estava virando amiga de Katherine que só nos deixava com mais medo ainda, uma manipuladora com outra nunca dá certo. Temos um super gênio fugitivo e cruel e temos uma maluca descontrolada, violenta, assassina que gosta de enfrentar seres sobrenaturais. Temos uma que pensa e uma que faz acontecer sem pensar nas consequências.

Me concentramos na conversa no andar de cima e eu apenas sentia cada vez mais o choque me dominar. O que é uma semi-virgem?  Para quê Sage tem que ser vadia? Abrir as pernas pra esse merda desse homem como fez hoje? O quê? - respirei fundo com meus ouvidos zunindo enquanto Stefan apertava meu ombro preocupado, era incrível como a vontade de destroçar essa garota conseguia se tornar cada vez mais intensa, ela é minha companheira! - Estou cuidado das minhas garotas e do que está por vir. — NÃO, NÃO, NÃO! Não tem nada pra vir pra cá, nada!

— Sou rápido, mas acho que você já sabe disso - disse malicioso - As duas. Falo com vocês depois bonecas. Amanhã o dossiê está pronto, papai já ama vocês. - rápido serão os socos que eu vou dar nesse filho da puta, pois a morte vai ser lenta e dolorosa. Papai.

Invadi seu quarto e todos saíram nos deixando a sós. Analisei Sage por um breve momento ao ver que era apenas um mal entendido, mesmo sua explicação sendo questionável e fazendo todo o sentido por ser algo que realmente aconteceria com ela. Se ela tivesse sentindo excitação e prazer eu saberia, o cara pode ser ruim... mas eu teria notado algo diferente. Procurei ouvir algo em sua barriga, mas nenhum som vinha de seu corpo exceto o próprio coração batendo e o seu sangue circulando enquanto seus órgãos funcionavam. Estava tudo bem.

Eu queria Sage para mim, já estava mais do que na hora. Se finalmente nos contássemos completamente tudo se tornaria mais intenso, mais forte... mais... poderoso e talvez ela fosse capaz de sentir como eu me sentia, embora ela já pudesse fazer isso. Talvez Sage um dia entendesse que se ela usasse a marca e visse o que eu me permitia sentir por ela... ela entenderia que não existira maior declaração de amor que essa.

                                                                                               Capítulo 8

Não existia palavra capaz de definir o que havia sido a conexão, nem mesmo uma frase e talvez nenhum texto. A marca estava em seu poder total me conectando completamente a ela, eu finalmente estava ligado a ela de todas as maneiras que poderia estar. Tudo muito forte, intenso, esmagador e incrivelmente... fantástico. Eu tinha cada pedaço de Sage em meu corpo, quase a podendo sentir ali comigo. Eu nunca havia sentido nada comparado a isso em 1200 anos, nada tão novo e intenso. Uma sensação que não acabava nunca, fora algo carregado de sentimentos que me manteve focado na única coisa em que eu deveria me focar. Eu esperava poder sentir mais disso, torcia para que essa não fosse a primeira e única vez em que sentiria algo tão intenso. Era único, apenas meu e dela.

Quando acordei não me surpreendi ao me ver sozinho, acreditei logo que era insegurança e vergonha por parte dela, isso quase me fez rir, se eu não tivesse tão chateado por ela não estar ali. Mas Sage era assim, ela nunca ficava em um lugar por muito tempo.

— Onde está Sage? - apareci diante de Elena e Caroline que ofegaram colocando a mão próximo ao peito, eu sabia o que elas sentiam, toda a energia da marca estava as oprimindo mostrando o quão forte era.

Demoraria para se acostumarem.

— Ela disse que ia para uma consulta e logo depois comprar um celular.

— Você está me dizendo que a minha garota decidiu por vontade própria ir se consultar? - elas se olharam desconfiadas ao verem que haviam sido enganadas - Quando ela saiu? - as duas olharam o relógio.

— Umas quatro horas. - estreitei os olhos.

— E ninguém desconfiou o que Sage fazia acordada as 7 da manhã?

E não demorou muito, Damon surgiu e Sage começou a ficar animada em excesso. Eu previ antes mesmo que ele pudesse abrir a boca para avisar o que estava acontecendo, ela estava em perigo. A marcação tornou mais intensa ainda e eu vi pelos meus próprios olhos a visão que ela tinha e não poderia ser pior, um carro lotado de vampiros e Tyler sendo capotado pela própria Sage. Eu vou matar ela.

Enquanto eu corria em direção ao local as imagens apenas passavam pela minha cabeça rapidamente, eu via tudo que ela fazia e isso só me deixava com mais medo ainda, ela iria queimar viva e parecia não se importar, mas ela se importava, eu sentia que ela pensava em mim quando deveria se preocupar apenas consigo mesmo. Isso só me fez a amar mais ainda.

Eu não quero morrer sem ouvir isso...— me lembrei de suas palavras e isso me atingiu com força, eu deveria ter dito, embora duvidasse muito que ela morreria e acreditasse que o fato de a sentir fosse suficiente, ela só havia me pedido um resquício da coragem que eu mostrava ter de sobra.

Eu a vi nos braços dele e o atingi pelas costas sentindo a fúria queimar por todo o meu corpo com uma intensidade nunca sentida antes, nem mesmo Mikael me fez sentir tanta raiva. Eu o matei rápido, de forma cruel e dolorosa tentando aliviar toda a minha fúria que só se tornou preocupação quando a vi se afastar de mim completamente horrorizada. Isso me surpreendeu, desde quando ela faz isso?

A única coisa que me impediu de fazer um escândalo foi sentir que ela tinha nojo e não medo, mas mesmo assim, nojo de mim? Ou do que fiz? Desde quando Sage se assusta fácil assim?

— E eu tenho certeza... Que eu amo você em todas as suas formas. Do jeito mais intenso que alguém pode amar. Eu não me importo com quem você é. - isso me derrubou completamente e foi mais do o suficiente para fazer com que eu dissesse o que precisava ser dito, eu vi em seus olhos a verdade e a coragem.

Não, ela jamais me deixaria.

                                                                                               Capítulo 9

Eu só ouvia as histórias de Nataniel sobre o quanto Sage era uma boa lutadora e como ela havia derrubado alguns vampiros, isso simplesmente não entrava em minha cabeça durante todo o caminho de volta, eu sabia que ela era bem perspicaz, maluca e esquiva, mas Sage ainda era humana. Não era diminuindo a mulher que eu tinha para mim... mas... aquilo era demais pra ela, nem aquele Alaric era capaz disso mesmo sendo um caçador por muito tempo.

— Sage. - chamei a atenção dela assim que pisamos em casa, ela virou apoiando as mãos nos quadris com os olhos estreitos - Você é minha companheira... entende o que quer dizer isso? - decidi deixar a história a limpo.

— Claro. Que você me ama e somos amigos.

— Somos um casal. - frisei e vi um sorriso malicioso aparecer vagarosamente.

— Você não é velho demais pra ser meu namorado? - o maldito sorriso ainda continuava em seu rosto, na realidade ele duplicava de tamanho a cada segundo.

— Insinue mais uma vez... - ergui o indicador - ... Que eu estou velho e eu vou te pendurar de cabeça pra baixo naquela árvore até você ter cabelos brancos. - comecei a subir para o andar de cima.

— Nossa. - sorri e logo isso acabou - Tão mandão, parece até meu avô.

Ainda bem que ela desapareceu no dia seguinte, eu não suportava mais ouvir insinuações do quanto eu era velho, por favor, eu sou delicioso e super experiente. Obvio que não vou dizer isso pra ela, além dela já saber disso ela ainda iria conseguir criar mais piadas. Eu me questionava como Sage conseguia, ela pensaria nas suas frases de efeito enquanto dormia em um sono profundo e imperturbável?

Recebi uma mensagem de Katherine durante a tarde enviada pelo próprio celular, era uma foto de Sage e Kol que me fez rolar os olhos. Montagem. Espero.

Minha paz durou muito pouco eu diria, ainda tive que caçar coelhos para a maluca cozinhar e logo após isso me encarreguei de ir olhar os últimos detalhes da exposição, não foi com nenhuma surpresa que encontrei Caroline organizando e Elena reclamando de Damon.

— Olá minha querida amiga. - me aproximei apoiando os braços em uma mesa - Minhas pinturas?

— Já chegaram e foram posicionadas. - apontou para o local - Você tem bons olhos. - elogiou indo em direção ao local e eu a acompanhei.

— Eu sei que tenho. - me vangloriei fixando os olhos nelas, era como olhar para a própria Sage - Ela mudou.

— Ainda tem a mesma essência. Ainda dá pra ver a loucura no olhar. - Stefan surgiu ao meu lado - Ou vai ver você quis colocar um pouco de você nela. - engoli a risada com o comentário e fingi uma cara irritada que o fez rir - Ou vai ver... ela passou a loucura para um psicopata e agora nós temos um híbrido assassino, psicopata e lunático que vai ficar mais louco ainda por ter que aguentar uma mulher como ela. - ele sorriu com orgulho - Ela precisou de nós uma época, mas parando pra observar... a Sage é melhor do que todos nós juntos iriamos conseguir ser um dia Niklaus. - ele me olhou intensamente antes de se afastar - Parabéns meu velho amigo. - ironizou.

Dei um pequeno sorriso satisfeito olhando os quadros sabendo que não era bem esse o motivo pelo qual havia me parabenizado. É, parabéns pra mim.

— Um livro? - questionei Diana enquanto me arrumava.

Sim, nesse livro tem um feitiço de ressurreição.

— E qual o motivo para ninguém nunca ter ido pegar?

Bloqueios, nem bruxas e nem vampiros, as pessoas são precipitadas quando encontram o que querem. Tenha cuidado Niklaus, você estará carregando coisas preciosas.

Ela não precisava me lembrar disso.

Ódio definia muito bem ver Sage nua em uma exposição, que merda ela tinha na cabeça? Se bem que conhecendo Katherine como eu conhecia, Sage provavelmente estava com completamente alheia a respeito daquela foto, isso não anulava as outras restantes. Provavelmente eu serei um único imortal que terá cabelos brancos e irá envelhecer, eu deveria ter sequestrado ela quando criança e a criado. Ela seria alguém melhor                                 

Capítulo 10

Tranquilo é o que não chegou a ser essa viagem, Sage e Rebekah discutindo por 6 horas em um carro não foi fácil de aturar. Enfrentar um lago a prova de vampiros e humanos também foi exaustivo principalmente quando minha companheira e minha irmã eram um alvo e tanto para eles. Esperto quem criou esse bloqueio, aquela quantidade de verbena era mais do que suficiente para paralisar um vampiro e os deixar morrer de fome enquanto se consumiam em dor por décadas, séculos e talvez milênios. Eu tenho que ter um lago desses em Nova Orleans, um bom método de tortura. Louvável.

Assim que os Salvatores souberam que Sage estava tentando trazer a irmã deles de volta o caos se instalou, dava para ver de longe que eles queriam muito a irmã de volta e que sentiam muito a falta dela, mas ambos estavam com receio do que acabaria acontecendo, afinal estaríamos nos envolvendo com magia e mortos. Uma combinação que não é nada boa, era realmente algo para se preocupar, mas eu estava disposto a ter Sage a qualquer custo. Ela iria comigo para New Orleans, quer eles queiram ou não.

Em um devido momento Sage passou a ficar temerosa e eu me questionei se realmente estaria fazendo a coisa certa tentando trazer a Salvatore de volta, eu deveria ter desconfiado mais, eu deveria ter pensando por alguns poucos segundo que estaria colocando a vida dela em perigo, mas nem nisso eu pensei. Eu só pensava em mim, na minha felicidade, nunca havia pensado o que ela me custaria.

E o medo me dominou completamente quando eu vi que isso logo iria acabar. Olhei para Sage entretida com seu celular e atendi e voltei minha atenção para Elijah que falava comigo pelo meu celular, eu não estava com muita paciência apesar de meu bom humor.

— O que foi Elijah? - notei que a respiração dele estava um pouco forte.

Você tem sérios problemas irmão, sérios. Acabei de receber uma visita de Hayley e tenho péssimas noticias para você.

— O que foi? - questionei irritado, para mim não havia mais péssimas notícias - O que Hayley fez?

O que você fez Niklaus? Hayley está grávida, de você. Teve um pequeno encontro inusitado com algumas bruxas... e adivinhe só, a família Mikaelson irá aumentar 1200 anos depois, e não será com a minha adorável cunhada entrando para ela.— sua voz era excessivamente fria.

— Onde ela está? - minha mente começava a trabalhar, pra mim aquilo era impossível, mais do que impossível. Isso nunca deveria acontecer, se fosse um boato eu os mataria, se não fosse eu os mataria também apenas pelo susto - Isso e impossível!

Então sugiro que fale com Diana irmão, ela dirá se isso é ou não impossível. Eu a mandei para New Orleans, suponho que seja mais seguro dessa forma.

Arremessei o celular no painel e isso despertou a atenção de Sage, dei uma breve olhada ouvindo seu coração bater com uma tranquilidade invejável e me irritei mais ainda, seria realmente impossível? O que eu estaria perdendo se eu cometesse o pior dos erros? Eu sabia que Sage não se importaria muito com o fato de eu ter me relacionado com Hayley, afinal não tínhamos nada e ela se quer imaginava que eu já a amava a tanto tempo, mas ela suportaria que eu estivesse criando laços com  mais outras pessoas? Como ficaria a cabeça dela? Isso fez com que eu espumasse de ódio e o carro quebrasse, o que resultou em Sage precisando que alguém viesse a buscar.

— Acho melhor ser rápido no concerto do seu carro Mikaelson, tenho intenções de passar boas horas com a sua garota. - isso foi o que ouvi saindo da boca do maldito Enzo, esse desgraçado realmente não tinha noção do perigo.

E quando eu achava que as coisas não poderiam ficar pior, eis que me surge uma conversa entre Sage e os amigos, em qual ela admite abertamente que não tem intenção alguma em ser uma vampira. Como assim? Ela simplesmente iria me abandonar dessa forma? Deixar que eu passasse uma eternidade sem ela? Que eu vivesse sentindo a dor eterna de sentir a perda da minha marcada, da mulher que eu amava? Isso não era justo, não era justo, eu jamais deixaria que um dia Sage fizesse algo assim comigo, algo assim com ela mesma. Ela aprenderia a gostar de ser uma vampira, aprenderia a conviver com isso e eu faria de tudo para que ela se adaptasse a isso, para que nunca se cansasse de ser uma vampira assim como Rebekah se cansou um dia. Eu não a deixaria partir, eu não suportaria que sua existência fosse resumida a nada.

Não resumiria sua vida em um sofrimento eterno como vinha sendo comigo e meus irmãos, eu já havia condenado milhares de vida e a única que não suportaria fazer o mesmo era com ela. Ela seria imortal quer queira ou não.

Capítulo 11

— Se nem você que é louco me coloca medo imagine um vampirinho que obedece ordens de Niklaus. - como é?

Me virei olhando para Sage e suspirei, não era novidade alguma que ela me tratasse de forma tão inferior, embora eu seja um dos seres mais poderosos da Terra, as vezes me questiono se Sae sabe realmente a dimensão da força dos seres sobrenaturais. Acredito que ela se ache invencível.

Fiquei satisfeito quando vi que o método que Dianna havia me passado por e-mail com uma nada simpática frase de "A sua voz é irritante demais e eu te detesto, por favor não me ligue nem hoje e nem nunca estarei em uma viagem para o inferno, um local seguro onde até o próprio diabo te impediria de entrar por você ser um nojentinho Mikaelson. Beijos, Dianna". Pois é, ai você se questiona onde está minha moral Mikaelson... deixou de existir no momento em que conheci Sage.

— Sage. Foco.

— Elijah você que é um homem sensato, iria me ajudar se eu quisesse um reino independente? - sensato. Para quê ela quer um reino?

— Eu acho que você consegue isso Sozinha Sage.

— Eu já tenho um reino Sage. –  É nosso.

— Klaus eu não te perguntei nada. - rolei os olhos com isso, eu ainda não entendia o motivo de tentar argumentar com esse pequeno monstro maléfico ao qual eu chamava de namorada.

Parece que Sage nasceu para ser uma Mikaelson, agradeço por não ter sido de minha família ou eu já teria enlouquecido a mil anos atrás.

Eu estava bem quieto, na realidade todos estavam excessivamente quietos. Tanto que parecíamos completamente mortos, irônico, pois realmente estávamos. Sage retomou a conversa sobre Anellise e então com um grande susto nossas mentes estavam completamente conectadas enquanto eu ouvia a conversa dela com Stefan, assim que ela se deu conta de onde Anellise estava o mesmo aconteceu comigo e logo estávamos todos reunidos na cela enquanto eu tentava ignorar o fato de que todos ao meu redor me odiavam com exceção uma.

Assim que Sage sumiu eu pude sentir sua desconfiança, mesmo que estivéssemos separados pela "morte". Em alguns momentos raros eu quase podia enxergar o ambiente ao seu redor vendo-a avançar ao lado de Bonnie. Nada me preparou para o que sentiríamos, o peso era tremendo, a dor era intensa, a sensação de estar sufocando poderia ter me matado se eu ainda fosse humano. A sensação esmagadora dominou completamente o ambiente enquanto Sage, Bonnie e Anellise retornavam. O medo havia nos preenchido por mais que eu odiasse admitir, o mundo dos mortos não me parecia interessante em nada.

— Deu errado Niklaus. - a alcancei junto de Bonnie e nos olhamos, como assim deu errado?

— Eu tenho quase total certeza de que aquela garota não é Anellise, há algo de errado, possui uma força muito grande pra uma vampira tão jovem quanto os Salvatores. - Bonnie me olhava intensamente enquanto eu ainda tentava compreender o que se passava - Eu deveria ter ao menos me cansado pra trazer ela, ter tido a minha força drenada, mas não foi o que aconteceu... foi como se ela tivesse me dado a energia dela pra conseguirmos sair de lá com menos dificuldade. Vampiros jovens não fazem isso, na realidade... poucos vampiros iriam conseguir transferir energia dessa forma. Ou Anellise é bem mais esperta do que pensamos e sabe muito sobre energia, ou ela não é Anellise. - olhamos Sage que ainda surtava arrancando todas as roseiras que Stefan havia plantado a poucos dias atrás.

— Eu vou descobrir isso. - me virei, mas paralisei quando ela segurou meu braço.

— Não a intimide, sei dos seus métodos Niklaus, mas se o fizer da sua maneira teremos problemas muito grandes pra resolver depois. Stefan, Damon e Caroline obviamente vão ficar ao lado dela e se você os ferir irá ferir Sage e a afastar de você. Não falo isso por você, falo por ela. - seus olhos brilharam e sua expressão se tornou agressiva - Não sabemos quem é, o que quer e nem o poder que tem... se você agir de maneira agressiva ela pode ficar mais agressiva ainda e pode machucar um de nós, ou até matar e nós sabemos qual é o seu ponto fraco. - olhamos para Sage jogava no meio das rosas - Faça com que ela se sinta segura. - concordei com um aceno, Bonnie estava certa, era hora de eu começar a escutar, eu não poderia colocar Sage em perigo nas mãos de forças desconhecidas.

Balancei a cabeça quando me toquei que estava agindo como Elijah e suspirei me aproximando de Sage, estávamos prontos para conhecer o nosso novo perigo.

Anellise curiosamente não me atraia em nada, mesmo sendo parecida com Sage. No momento em que a olhei a desconfiança me tomou por completo, Sage era corajosa, forte e bem sem noção. Anellise era contida, fechada, excessivamente doce e com uma aura de falsidade que apenas os Salvatores iludidos não conseguiam enxergar. Todos se olhavam bem desconfiados, mas preferiram se manter em silêncio afinal estava mais do que claro que problemas grandes surgiriam se começássemos a falar mais do que conseguíamos ver. Eu poderia a matar, poderia a destruir em pouco tempo, mas sem provar que essa mulher era mesmo Anellise teríamos problemas terríveis pela frente e eu teria que ser altruísta o suficiente para proteger Sage que ficaria no meio dessa guerra.

— Você falou com Hayley? - Elijah se aproximou assim que Sage passou pela porta e começamos a segui-la.

— Mas é claro que não, eu já disse que não irei Elijah. Eu não quero saber daquela aberração bruxa. - entrei em meu carro.

— Talvez deva falar com ela irmão. - ele me empurrou para o banco do passageiro - Ela precisa de ajuda, e se esse bebê surgiu provavelmente alguém está tramando algo.- era óbvio que estavam, ele me olhou firmemente - É um Mikaelson, o nosso sangue... o seu sangue Niklaus. - fechei os e senti sua mão parar diante de mim, senti a vibração e arranquei o celular de sua mão com força enquanto mantinha os olhos fechados - É bom que seja por um motivo justificável querida, não queremos mais problemas ainda não é? Um bebê híbrido, problemas. Um bebê Mikaelson, problemas em dobro. Um bebê híbrido de um Mikaelson que está apaixonado por uma mulher lunática e que é correspondido... um milhão de problemas - divaguei ouvindo a respiração dela do outro lado.

— Klaus... eu não vou tirar. - ela afirmou com convicção e eu pude ouvir seus batimentos acelerarem - Não posso e não quero. Eu sinto muito que seja desse jeito, eu também não quero nada de você, mas não farei isso. - sua voz saiu firme embora o medo ainda estivesse evidente em sua voz.

— Então eu mesmo o farei. - encerrei a chamada e abri os olhos saindo do carro e dando de cara com Elena e a suposta Anellise.

Me perdi em pensamentos enquanto adentrávamos no local, minha cabeça parecia que iria explodir a qualquer momento enquanto eu tentava achar uma solução para tantos problemas, era Sage, Anellise, os Salvatores, meus pais, uma guerra, meu reino, meus irmãos e agora um filho. Definitivamente isso estava me deixando em meu limite, tanto que eu me distrai completamente ficando alheio a tudo que acontecia ao meu redor enquanto tentava encontrar as soluções mais plausíveis. Meus olhos se ergueram em direção a suposta Anellise enquanto eu pensava em a matar naquele mesmo instante travei ao ver uma pequena pedra sendo segurada com força por elas, para mim ficou mais do que claro que ela tinha ajuda de bruxas e isso nos colocava em uma clara desvantagem, afinal não sabíamos de que bruxa se tratava e qual era a sua força.

Sem solução para Anellise. Sequestro e trancafio Sage, mato os Salvatores, mato meu pais e prendo todos os meus irmãos, tomo meu reino sozinho e escravizo Marcel e seus vampiros e acho uma solução para meu... filho.

Parece simples. - pensei vendo corpos e sangue espalhados pelo bar - É, parece tão simples quanto mutilar pessoas.

Capítulo 12

Comecei a notar o quanto Sage parecia violenta nas últimas horas, crítica e se expondo ao inimigo sem demonstrar medo ou preocupação em esconder que estava desconfiada. Ela forçava Anellise a mostrar quem realmente era e isso era admirável, eu podia vê-la tentando forçar a mulher a se descontrolar e agir como agiria normalmente, mas ela tinha um controle quase invejável. Eu sabia que Sage não desistiria, não cansaria ou coisa parecida, isso não se parecia em nada com ela. E eu a admirava por isso, Sage será uma rainha invejável se não houver um pequeno problema em meu caminho.

Fui ameaçado por Sage e isso só me fez a admirar mais ainda, eu tinha certeza que havia escolhido a pessoa certa. Ninguém seria capaz de me fazer pensar o contrário, nem mesmo Elijah com seus discursos cheios de bom senso e tortura psicológica.

— Alguém sabe? - Elijah me respondeu no dia seguinte quando o questionei se havia visto Sage - Pelo que sei ela pode estar aqui nessa casa ou até mesmo em Miami. Agora vamos falar de um assunto sério, seus problemas não irão se resolver sozinhos Niklaus, enquanto não resolver o maior de seus problemas não conseguirá resolver os outros.

— Me conte uma novidade Elijah, e eu irei o resolver. - ele deixou o jornal de lado e se virou para me olhar - Eu vou matar Hayley e todos que estão no meu caminho me impedindo de ter o que eu quero.

— Eu duvido muito. - ele sorriu ajeitando o terno mostrando uma postura despreocupada - Não se esqueça meu querido irmão, que somos uma família acima de tudo. Precisamos um dos outros. Não cometa o mesmo erro, ou ficará sozinho. Ao contrário de nós que estamos acostumados com isso, Sage não irá enxergar de uma maneira boa se você os machucar e nos machucar. Irá perder a única coisa que mais o amou.

Depois de um pequeno "barraco" na casa dos Salvatores me dispus a conversar com a tal Anellise, ela me olhava como se eu fosse uma barra de ouro e isso me incomodou demais, era um sinal claro de que ela sabia o que e quem eu era e que tinha planos em relação a mim. Isso era mais do que nítido e ficou mais claro ainda quando a vi dar um sorriso de lado e me olhar com a cabeça tombada para o lado, era a típica forma com que Sage utilizava para me manipular.

— Anellise Salvatore, ouvi algumas coisas sobre você.

— Stefan?

— Damon se daria ao trabalho de falar da irmã morta?- ela sorriu em compreensão embora eu tenha notado que isso a irritou profundamente - Soube que fez algumas pesquisas... sobre bruxaria.

— Sim, fiz algumas.

— Quem você queria ressuscitar? - ela suspirou.

— Minha mãe. - notei que mentia, mas preferi fingir que deixei isso passar.

— Quanto amor familiar. - ironizei - Você não parece ter a idade com a qual dizem ter morrido, se bem me lembro as mulheres antigamente pareciam envelhecer em uma velocidade menor. No entanto... você me parece ser bem mais velha que Stefan. - ela franziu as sobrancelhas.

— Pode ser genética.

— Damon teria cara de quem tem quarenta anos se assim o fosse.

— O que está insinuando? - ela se inclinou em minha direção.

— Que eu odeio mentiras. Que as únicas vidas as quais respeito são dos meus irmãos. - ela me encarou seriamente - Eu serei bem direto pois não tenho paciência para jogos. É bom que você seja quem diz ser, é bom que essa bruxa que te ajuda esteja morta... e torça para que a minha desconfiança não se sobressaia a meu papel de moço inocente querida... ou você vai voltar para uma cova e será enterrada à dez palmos debaixo de concreto. Viva. - me levantei despreocupadamente da poltrona e a olhei - E quando eu achar que você já agonizou por tempo demais, eu te desenterro e deixo você queimar sob o sol. - a olhei sombrio - Os problemas pelos quais passou não serão nada comparados ao sofrimento que eu irei te causar se eu sentir que você é uma ameaça. Tenha um bom dia querida.


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Notas finais do capítulo

Demorou eu sei, mas imagine ler todos aqueles capítulos reescrever na visão do Nik e perder tudo e ter que fazer tuuudo de novo! É, é terrível.