Eu sou o inverno escrita por AleyAutumn


Capítulo 62
Sem tempo




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Klaus andava de um lado para o outro mexendo nos cabelos de forma irritada, Stefan estava sentado no sofá com a cabeça apoiada no ombro de Caroline com o olhar completamente perdido, fiquei com medo de ter fritado o cérebro dele ou coisa parecida.

— Marcel avisou que Finn desapareceu, estavam a procura dele, mas ele simplesmente sumiu. – Damon avisou entrando na casa.

— E Mikael? – o loiro perguntou.

— Continua por lá tranquilamente, disseram que ele está comportado ensinando os híbridos a lutarem. – uma coisa boa afinal.

— Eu vou dar uma volta, procurar pela bruxa.

— É a Heloísa. Você vai achar ela na biblioteca. – o dono da casa avisou e eu sai em direção a rua.

Comecei a caminhar pensativa pela rua fria. Finn já sabia de mim a muito tempo, provavelmente quis evitar que eu me tornasse rainha e agora mais do que nunca eu tinha certeza que ele estava ajudando Uri. Era nítido isso, me perguntei como pude deixar isso passar tão descaradamente, eu deveria ter o vigiado de mais perto.  Droga, era horrível saber que eu havia fracassado, eu estava esperando isso de Mikael e não de Finn... talvez tenha, agora sim não me arrependo de ter matado a Sage vadia, provavelmente ela estava ajudando ele.

Ergui os olhos e vi o local indicado, entrei nele sem a menor discrição e parei completamente chocada. Minha cópia estava ali e me olhava tão surpresa quanto eu, mas era uma cópia bem mais velha, deveria ter cerca de uns 50 anos por ai. Tinha até cabelo branco.

— Ibis? – me olhou em choque.

— Sage.

— Oh sim, céus ainda bem.- ela sorriu minimamente – Do que precisa doce garota?

— Simples. Que me ensine como consegue fazer isso, se camuflar. Se você faz dessa forma e ainda tem poderes... é por que está fugindo de Ibis não é? – ela me olhou atentamente – Quero saber como consegue passar despercebida, e não como repele vampiros, é isso que quero saber. Como você consegue? Ibis bloqueia poderes, mas não se camufla.

— Antes de mais nada eu sou Heloísa. Bem, levei muito tempo para conseguir isso. Admito. Mas aprendi graças a Anellise.

— Anne? Irmã dos Salvatores? – ela confirmou com a cabeça.

— Esse feitiço não é nenhuma novidade para nós Sage, do nosso clã. Anne consegue fazer isso com facilidade e foi por isso que Ibis nunca a achou, ela aprendeu a desde cedo esconder sua energia e seus poderes mesmo depois de se tornar uma bruxa, ela quebrou o bloqueio de Gaspar. Era um prodígio.

— Anne está viva?

— Não minha querida, ela morreu a anos atrás. – ela apoiou os dois braços no balcão e eu fiz o mesmo – Escute, isso não é difícil de se fazer Sage, na realidade é bem fácil. Mas existe um porém, se conseguir bloquear os poderes de você mesma pode acabar tendo problemas, eles jamais irão voltar. Nem mesmo com a ajuda de Ibis e Gaspar.

— Eu só quero os camuflar e bloquear os poderes de outras pessoas.

— Para que? Não tem como bloquear, o único método de evitar um ataque é subtrair os poderes dessa pessoa. Ou seja, você precisaria tomar o poder dela. Absorver.

— Preciso aprender isso. Para entrar no mundo dos mortos e acabar com Esther, acho que você sabe da nova novidade dela.

— Claro, ela está absorvendo almas. – mexeu em alguns livros e me passou um deles – Eu não sei como absorver, nunca aprendi e não está aqui, apenas sei como se camuflar. Foi escrito por Anellise.

— Obrigada.

— Eu quem agradeço – a olhei confusa – Estamos conseguindo um equilíbrio entre espécies Sage, você sempre será lembrada por isso.

— Eu espero não morrer nunca. – sorri para ela me virando para sair.

Eu havia me decidido. Eu seria uma imortal e seria feliz assim.

— Por favor, não...

— Eu não contarei para eles, essa conversa nunca existiu. – Adeus Heloísa.

— Adeus Sage. Ele está a três casas daqui.

Paralisei e sorri em compreensão enquanto sai correndo para a noite fria. Parei encarando a imensa casa azul, ela era realmente linda e estava muito bem cuidada... era magnifica. O tipo de casa que eu acreditava que ele escolheria, cheia de plantas com um ar familiar e normal. Ri da placa de entrada. Se pular o muro vai perder a bunda.

Reprimi uma gargalhada e pulei o muro da casa, evitei os “alarmes” improvisados de Oliver e encarei o enorme Pitbull que se quer fez menção de vir em minha direção, agradeci por isso e me aproximei da janela da cozinha que era a que estava com a luz acesa e olhei atentamente. Oliver dançava de maneira animada lançando bolinhos para o alto com a frigideira, a maioria deles caiam no chão e ele apenas os ignorava pisando em todos eles e quase caindo. Reprimi uma risada e vi uma mulher loira se aproximar dele e beijar o pescoço do moreno, reprimi as lágrimas sabendo que eu havia feito o certo, isso nunca estaria acontecendo se ele tivesse ficado comigo.

Um grupo enorme de pessoas passou pela porta da sala e o abraçou com força e o ajudaram a colocar a casa em ordem, sempre o tratando bem, sempre o tratando com amor. Aquela era a nova família dele e eu esperava que sempre fossem, assim como os meus eram pra mim. Oliver teve muita sorte, com toda a certeza.

Meu corpo fui puxado para trás e Niklaus me abraçou com força.

— Todos estão em boas mãos. Ele está seguro.

— E feliz. – sussurrei.

— Sim amor, por sua causa essas pessoas estão recebendo uma nova chance. Todos ali dentro são lobisomens. – avisou – Você não mudou só Oliver, vamos para casa.

Corremos para o local onde estavam os veículos e nos despedimos do idoso, eu preferia não saber seu nome. Eram pessoas que eu eventualmente veria morrer, ou que nunca veria de novo. Eu preferia não ligar mais pessoas a mim, eu sentia que meu coração não poderia mais suportar perdas.

— Vamos para casa. Conseguimos doze duplicatas, não tivemos problemas pois a maioria deles sabem do mundo sobrenatural já que tantos lobisomens vivem aqui. – Niklaus me avisou – Volte comigo no carro.

Apenas acenei com a cabeça ainda presa em meus pensamentos.

~º~

Joguei os confetes para cima e cai do lustre quase matando Elena no processo que apenas riu e ajudou a me levantar. Fiz uma careta ao sentir o gosto de sangue e Hayley apenas riu me dando um abraço delicado que quase não foi possível devido a barriga de nove meses imensa dela. O bebê chutou acertando meu estômago e eu me afastei rindo enquanto ela segurava minha mão com um sorriso imenso, Rebekah surgiu ao meu lado e esticou o braço tirando uma foto de nós três e logo Natalie se junto ao lado de Hayley e outra foto saiu.

— Mulheres Mikaelson. – se afastou rindo e se sentou ao lado de Nataniel que verificava a própria câmera.

— Feliz aniversário Hayley. – ela sorriu ajustando o chapéu de aniversariante na cabeça.

Elijah se aproximou e deu um beijo no rosto dela, Kol apenas acenou de longe e foi em direção a Rebekah passando um braço pelos ombros dela.

— Eu estou surpreso de Esther demorar tanto. – Enzo comentou pegando um docinho da mesa enquanto segurava o próprio chapéu evitando que ele caísse.

— Ibis e Sage fizeram ele gastar muito poder lá no mundo dos mortos.

— Falando nisso, me lembrei de um detalhe importante! – todos me olharam – Madeira de carvalho branco! – gritei e eles taparam os ouvidos.

— Amor... eu já disse... – chutei Niklaus para longe.

— Tem sim e Uri sabe onde! Só nessa semana tinha 2 nos últimos três grupos que coletamos. – eles me encaravam parecendo pensar.

— Deve ser bem limitado esse estoque dele. – Natalie interviu – Se não fosse ele não mandaria tão pouco.

— Ou talvez queria parecer que é pouco. Vamos pensar o mundo é bem grande! – murmurei chateada – Quando foi que eu estive errada?

— Apoio. – Niklaus se jogou no sofá sabendo que eu estava certa.

— Vamos vasculhar cada canto do mundo? – Elena questionou ao lado de Aiko que indiscretamente dava em cima de Damon enquanto Phoebe a repreendia – É melhor você deixar meu namorado em paz sua piranha.

Reprimi uma risada.

— Grupos, temos o que? Pelos menos uns...

— 380 vampiros. – Marcel informou – 80 híbridos.

— Perfeito. Montamos pelo menos 30 grupos de 2 para procurar. Perfeito, não precisamos de mais do que disso.

— E se não acharmos?

— Usamos o que temos. – dei de ombros.

— Por que eu sinto que você vai fazer uma merda Morce? – adivinha quem foi?

— Por que eu vou. Eu estou comportada a tempo demais. – eles explodiram em gargalhadas.

— Vamos falar sobre aquele caminhão que explodiu dentro de um prédio semana passada amor. – Klaus deu dois tapinhas ao seu lado, esse povo tira o dia pra me infernizar mesmo.

Oh família.

— Vão a merda. – ele riram e eu me afastei indo até Hayley, puxei ela para o meu quarto e fechei a porta, puxei o cordão do bolso de trás – É melhor você não chorar, ou vamos fazer isso juntas. – avisei.

Fui para trás dela que levantou o cabelo, coloquei o colar e ela sorriu para o espelho e arregalou os olhos quando viu o pingente de prata. Era o mesmo símbolo de minhas mãos.

— Isso é de família.

— Todo mundo aqui tem um desses . – ela me encarou seriamente sabendo que não era verdade.

— Quando me falaram sobre você... eu juro que nunca sonhei que me aceitaria. Eu tive certeza que Niklaus me mataria se você quisesse, eu agradeço por ter me aceitado como sua amiga Sage, mesmo que a situação não seja nada favorável. Eu agradeço por tudo isso, mesmo. Eu tenho uma família agora e o meu filho também e ele não poderia estar mais seguro do que com todos vocês. – ela riu começando a chorar e eu desviei os olhos – Sei que isso não é comum de se pedir... mas eu gostaria muito que você o visse como um filho seu, que cuidasse dele tanto quanto cuida de toda a sua família. Se for pedir demais... eu entendo, eu sei que Elijah e Niklaus farão isso.

— Eu nunca o rejeitei, não faria isso agora. Eu sou o maior exemplo de pessoa familiar que alguém vai ver nessa vida. – ela riu e me abraçou.

Correspondi o abraço sentindo que suas lágrimas molhavam minha blusa e senti ela sorrir, imitei o gesto e me vi no espelho. Eu nunca havia me sentido tão... humana.

— E como vai com Elijah?

— Somos bons amigos... – riu envergonhada – Pode ter sim acontecido algo, mas Elijah foi mais um amigo do que um amor, embora eu o ame... eu confio a vida da minha filha a ele.

— Acha que ele está apaixonado? – negou com cabeça e eu senti um pouco de alívio ao ver que ninguém sairia machucado.

— Ele sempre deixou claro que não, ele cuida muito bem de mim. Só existem duas pessoas nessa vida a quem eu confiaria minha vida Sage, você e a ele. – olhei seu pulso e vi que a pulseira de Esther estava lá – Ele disse que não importa o tipo de amor, se é verdadeiro já é suficiente.

— Elijah sendo sempre um amor. – rimos baixo.

— Sim.

— Pensou em algum nome para o bebê? – perguntei.

— Não. – ela responde saindo quarto – Juro que li o livro centenas de vezes e nenhum combina com uma híbrida filha de um rei.

— Eu entendo a sua duvida. Que tal de Magno para homem e Ieva para mulher. – ela me olhou com uma certa, mas riu quando viu que eu reprimia uma risada.

— Eu estava pronta pra te dar um chute.- resmungou entrando na sala e vi que Aiko e Scarlet escancararam a boca ao ver o colar e Gaspar sorriu em aprovação.

Era um presente bruxo, um presente de amor. Assim como havia sido o medalhão que eu dei para Niklaus. Hayley também fazia parte da minha família, assim como o bebê faria.

~º~

Soltei o corpo do vampiro morto e olhei para as duplicatas que estavam comigo, sorri ao ver a quantidade de corpos que haviam pelo local, Uri estava basicamente mandando todos os seus vampiros direto para os meus braços. Eu não me cansava de acabar com eles.

— Estamos indo em um caminho bom, estou satisfeita com a evolução de todos vocês.- sorri para todos e eles retribuíram.

— Vocês foram boas professoras. – o clone de Stefan sorriu olhando para mim e Katherine que usava um boné vermelho como se fosse uma treinadora do colegial.

— Eu sou a chefe. – ela sorriu e se virou gritando – Andando! – todos começamos a seguir ela quando meu celular tocou.

— Olá?

Volte agora!— Natalie gritou quase estourando meus tímpanos – Eles te atraíram para fora, estão no reino!—desliguei o celular.

— O reino está sendo atacado. – olhei para os híbridos que vinham logo atrás – Vamos nos mover.

Usei minha velocidade de semi vampira e fui na frente me transformando completamente achando que isso me daria mais força, e deu, corri tanto quanto os híbridos e torci para que isso não fosse um problema para minha sede. Cheguei ao reino mais rápido que o esperado e soquei o vampiro invasor com tanto ódio que a cabeça dele explodiu em minhas mãos.

— Sage. – Niklaus se aproximou arrancando um coração.

— Não.

Nem deixei ele falar, meu ódio era tão intenso que eu só pensava em explodir tudo que entrasse em meu caminho, vi que Mikael lutava contra os invasores com tanta perfeição que derrubava dois deles de uma única vez.

— Ao meio! – gritei a ordem e logo os vampiros do meu reino começaram a ficar de costas para as paredes do reino formando um grande grupo dos de Uri no meio.

Intensifiquei meus poderes e formei chamas ao redor do círculo, Gaspar apareceu do meu lado intensificando as chamas e Ibis surgiu fazendo uma imensa nuvem de fogo descer sobre eles que gritaram enquanto tinham seus corpos queimados. Vi que os dois se olharam preocupados e Gaspar me encarou.

— Sage cuide daqui, estão tentando atravessar o portal. – ele deu um aceno para Aiko e Phoebe.

— Estou aqui irmã. – Theodore surgiu ao meu lado e vi Damon correr de um lado para o outro preso em uma imensidão de vampiros.

— Continue aqui, ok? Use seus poderes para eliminar os maiores grupos. – desci correndo e fiquei ao lado o vampiro – Está precisando da Morce garotão? Salvatore. – ironizei e ele riu.

— Você é bem vinda para aparecer a hora que bem entender Morce, não entendo essa sua hesitação em  não agir. – reclamou vendo que eu estava imóvel.

— Eu poderia começar a matar eles horas depois de você e mesmo assim terminaria antes.

— Boa sorte. – quebrou o pescoço de um deles.

A espada veio voando em minha direção sendo lançada por Natalie e eu a peguei no momento exato cortando o braço de um vampiro.

— Briga injusta. – reclamou e pegou outra espada que foi lançada em direção a ele – Como?

Ri e cortei um pescoço e chutei a cabeça que caiu aos meus pés, cortei um vampiro ao meio e mais algumas cabeças, minha espada foi lançada para longe e eu escapei de um soco rodeando o vampiro e quebrando o pescoço dele, um deles tentou acertar Damon e eu o puxei para longe enfiando a mão no peito dele e lançando seu coração para longe. O moreno apenas sorriu e deu de ombros e eu continuei o meu massacre.

Me concentrei e vi pelo menos seis corpos caírem próximos a nós, Natalie ficou ao meu lado e Elijah ficou do outro. Caroline surgiu me entregando um arco e algumas flechas de madeira e foi atrás de um dos vampiros que tentaram entrar o castelo, Enzo apareceu correndo e juntou as duas mãos sobre o joelho, corri e saltei enquanto ele me lançava para cima, fiquei sobre em uma das estruturas a cima e Mikael parou ao meu lado também com um arco.

— Uma provação?

— Eu vou acabar com você seu velho maldito.- ele apenas riu.

— Eu sou o melhor.

— Não foi você que se tornou rei ou rainha. Tente. – ameacei começando a atirar flechas descontroladamente pelo pátio do reino.

Scarlet escalou as varandas até ficar ao meu lado.

— Consigo canalizar energia em pontos fixos ou em movimento. Tem um grupo querendo entrar, atire na direção deles, no chão. Theodore vai sentir o ponto de energia.

 - Mas até isso eu sei fazer.

— Só fica quieta Sage.

Lancei a flecha e vi com surpresa que ela se desfragmentou completamente se tornaram pequenas farpas que se espalharam pelo local e que logo se tornaram chamas engolindo todos os corpos que entraram no reino. Todos deram suspiros de alívio quando viram que tudo havia acabado, deslizei pela estrutura de metal caindo nos braços de Klaus que sorria.

Me pareceram tão poucos vampiros, e isso me passou uma sensação ruim. Fora fácil demais.

— Muito bem amor. – o celular dele tocou imediatamente e eu ouvi a voz de Bekah.

Era tudo uma distração Niklaus! Tudo uma grande distração! — ela gritava em desespero — Eles colocaram fogo no apartamento, tivemos que sair. Ele quebrou o meu pescoço, levaram Hayley!— ela gritou e pude perceber que chorava.

— Quem levou?- ele girou.

Os vampiros de Uri e Finn. Me desculpe.— chorou.

— Ouvi. – anuncie, não sabíamos ideia de como eles haviam ido e me perguntei se iria ser mais rápido se fossemos correndo do que de avião.

— Sage fique aqui!

— Não. – corri para fora e ele logo que me acompanhava – Vamos invadir o reino e pegar Hayley de volta. O mais rápido que pudermos e não pudermos eu quero todos dando o máximo de si! – gritei nervosa – Matem todos eles sem deixar nenhum vivo, não queremos eles como aliados! Matem todos!

— Sage fique aqui eu não estou com um bom pressentimento sobre isso. – Klaus pediu

— Vai ficar com um péssimo pressentimento quando eu te socar até a sua cara fazer parte do asfalto. Não me diga o que fazer.

— Você é completamente insana. – ele riu nervosamente.

— É por isso que você me ama.

— Eu te amo por todos seus defeitos e qualidades minha rainha. – ele ficou sério enquanto corria – Você sabe que isso vai te desgastar mais ainda Sage, vai precisar de muito sangue e tempo para se recuperar.

— Eu sou uma mulher muito forte Nik. – sorri para ele que retribuiu – É bom você se acostumar com uma mulher a sua altura rei lobo, eu não vou ficar para trás, eu vou me tornar rainha das bruxas, dos vampiros, dos lobos  se brincar até dos humanos. – ele gargalhou – Não ria, eu serei uma imperatriz. Se eu disse, é por que vai acontecer. – aumentei a velocidade.

— Um império Sage? Eu sempre soube que você era otimista, só não imaginei que fosse tanto assim.- Stefan veio para o meu lado.

— Eu luto pelo o que eu quero e sempre consigo, tudo é força de vontade.

— E um pouco de socos, manipulação, sadismo é claro, não me deixe esquecer da loucura.- Damon gritou atrás de mim.

Ignorei as risadas em minhas costas e continuei correndo sem dizer nada, não paramos uma única vez para não perder tempo e logo o celular de Niklaus tocou de novo.

— Sim irmã? – perguntou friamente.

Finn vai tentar tirar o bebê, eu estou aqui com Davina, Esther a quer. Ela vai matar sua filha, ele está a ajudando Klaus, nós temos pouco tempo. Ela pode entrar em trabalho de parto a qualquer hora.

— Mais rápido. – pediu, senti que ele sentia dor, muita dor.

Ele estava antecipando a morte do filho e isso era doloroso.

Aceleramos mais ainda e eu tive impressão que minha sede se tornaria brutal, nós atravessamos a fronteira poucas horas depois e esperávamos que fosse o suficiente. Todos estavam cansados com sede, a luta teria que ser rápida e eles teriam que se alimentar dos vampiros para sobreviverem.

— Essa merda toda... – gritei desesperada a ver o reino imenso – Eu vou matar a sua mãe! – gritei jogando Klaus para longe e quebrando a imensa porta assustando todos que estavam no local – Cadê esse desgraçado? Vamos resolver isso de rei para rainha, cadê você seu filho da puta? – gritei histérica.

— Uri não está. – um cara imenso cruzou os braços a minha frente.

— E quem responde é você? – ele acenou com a cabeça – Ótimo, você é o primeiro que eu vou matar. – antes que ele pudesse rir agarrei sua cabeça e afundei meus dentes em seu pescoço  o máximo que consegui drenando seu sangue e arrancando sua carne e cuspindo no chão, puxei sua cabeça com força e arranquei a chutando para longe – Mais alguém se disponibiliza a passar pela minhas mãos? Se não me conhecem faço o favor de me apresentar, Sage Mikaelson rainha de New Orleans!

— Não queremos problemas com você. – uma mulher gritou.

— Nós queremos com vocês. – Klaus interviu – Onde estão Hayley e meu filho?

— Nos deixe em paz, perdemos mais da metade do reino por causa de vocês. – ela pediu.

— Onde está a minha família?- ele gritou destroçando outro vampiro.

— Eles estão por ai, rodando o reino até ela ter o bebê. – avisou – Mas eu não sei onde está.

— Suficiente. – olhei os vampiros que nos encaravam com os braços cruzados, eu não juntaria nenhuma daqueles vermes a minha família, me virei para os meus – Matem todos.

Sai do reino ouvindo os gritos soarem, soube que não teríamos grandes problemas. Aqueles obviamente eram os mais fracos e mais novos deixados para morrer, os melhores obviamente estavam com o tal Uri que eu destroçaria até o moer completamente.

— Se espalhem e derrubem a maior quantidade de vampiros, não me interessa se são ou não de Uri. Se não for um de nossos aliados, matem. – Niklaus ordenou.

Os que sobraram acenaram com a cabeça, juntei o meu grupo com o de Niklaus e avançamos pela floresta sombria, usei o colar de Hayley como referencia e senti a fraca energia que vinha dele, eu sabia onde ela estava, era só seguir o local. Fomos interceptados no meio do caminho por um grupo imenso, Niklaus me olhou por um breve momento.

— Leve meu filho para casa Sage. – era uma ordem a para o deixar lá, acenei com a cabeça e agarrei o pulso de Natalie.

Phoebe se juntou a nós e eu transferi minha energia para ela, mais do que imediatamente o ambiente mudou e quando vi estávamos no cemitério, ela ofegou e nós soltou. Vi três homens ao perto de Hayley e mordi o pescoço de um deles com força, arranquei o coração de um e Natalie fez o mesmo. Hayley ofegava segurando a barriga e eu dei um olhar assustado em direção a Natalie que fez o mesmo, Phoebe me deu um aceno.

— Tenho que ir, Ibis precisa de mim. – informou e desapareceu me deixando com Natalie.

— É agora. – a loira abriu a porta do mausoléu e nós entramos.

— Ok isso é muito desagradável, eu sei... mas vai ficar nesse tumulo aqui, sarcófago é o nome eu acho. – a coloquei sobre o local e ela deu uma risada nervosa e gemeu – Isso vai demorar muito para sair?

Eu estava passando mal, extremamente nervosa, completamente em pânico. O que fazer meu Deus?

— Hayley. – ela agarrou meu pescoço quase me matando sufocada e nós ouvimos um estrondo na porta trancada, ela não aguentaria por muito tempo.

— Sage faz logo, por favor. Não vai dar tempo e não tem como vocês saírem daqui comigo desse jeito. Eu sei que você da conta, você não pode enfrentar eles sozinha...- ela me encarou séria – Não é hora de bancar a guerreira agora, você precisa saber a hora de recuar.

Eu não podia, eu estava muito fraca, extremamente fraca. Não tinha força alguma para brigar, eu havia corrido muito e os meus poderes não estavam muito fortes. Eu estava em meu limite.

— O que eu faço? – ela me olhava chorando e eu prendi o meu cabelo.

— Você precisa me abrir. Precisa tirar ele de mim. – neguei com a cabeça – Faça ou vamos todas morrer, ele tem mais centenas de homens lá fora. Faça.

Olhei ao redor em pânico e quebrei o vidro de uma pequena janela, Natalie passou a segurar a porta com força e era visível que ela estava tão exausta quanto eu. Sem avisar enfiei o vidro na barriga dela e a cortei o mais rápido possível entrando em desespero quando vi uma quantidade imensa de sangue sair de sua barriga, Hayley gritou de dor embora eu não ouvisse mais nada devido ao nervosismo, apenas zunidos incomodavam meus ouvidos, era como se eu estivesse morrendo e não ela. Retirei o bebê com dificuldade de dentro dela sem mal enxergar devido as lágrimas e cortei o cordão com o pedaço de vidro, minhas mãos estavam escorregadias e eu me foquei apenas em seu rosto ao invés do restante do corpo, eu já tinha visto mais do que suficiente.

— Menina. – as lágrimas caiam com intensidade e ela sorriu levantando a cabeça com dificuldade, passei o bebê para ela e retirei minha jaqueta enrolando na menina logo depois.

Ela olhou preocupada para a porta que estava praticamente se quebrando e voltou a cravar os olhos na própria filha enquanto sorria ouvindo a beber chorar em seus braços, deu um beijo nela e arrancou o colar que eu havia lhe dado e a pulseira que Elijah entregou para ela. Então com um suspiro ela fracamente me estendeu a bebê enquanto seu corpo perdia a cor, ouvi sua respiração mudar enquanto o coração desacelerava.

— Hope. – sussurrou fechando os olhos.

Enrolei mais ainda a bebê em minha jaqueta junto de meus pertences e a peguei no colo, fiz uma leve pressão na cabeça de Hayley quebrando seu pescoço e me dirigi ao fundo do mausoléu socando a parede rachada, o barulho foi imenso e logo passamos a correr pela mata antes que eles pudessem perceber o que estava se passando. Ouvi Natalie ofegar e soube que ela estava tão preocupada quanto eu, as chances de sermos pegas eram imensas, não fazíamos ideia de quantos haviam atrás daquela porta e não sabíamos onde os nossos estavam.

Um vampiro se lançou a nossa frente a loira nem se preocupou em parar, apenas o pegou pela cabeça e o jogou longe em uma árvore, o galho entrou no peito dele com uma precisão incrível e ela apenas riu. Parei ao ver Damon e Stefan na frente, eles estavam acompanhados de Care e Elena e olhavam ao redor preocupados.

— Por favor.- passei para Stefan – Cuidem dela como cuidaram de mim. Não parem até que Klaus achem vocês, o nome dela é Hope. – entreguei o meu anel para Damon– Ele vai te achar. – apertei sua mão e ele retribuiu.

— Sage... você vai ficar? – Damon perguntou olhando para a bebê.

— Vou atrasar o grupo.

— Nós vamos. – Natalie corrigiu – Vão logo.

Eles nos olharam por um breve momento, então se viraram e saíram correndo.

— Sorte. – sussurrei.

— Você também.- sorriu fraco.

Vieram pelo menos vinte deles em nossa direção e eu me preparei aos montes, desmaiei os dois primeiros e então eles continuaram a vir atrás de nós. Nós estávamos cansadas, exaustas... sem saber o que fazer.

Natalie segurou o primeiro vampiro e eu afundei minha mão no corpo dele puxando seu coração enquanto o meu parecia bater mais lentamente.

— Sage para trás de mim. - ela quebrou o pescoço de um - A transição... - apaguei completamente.

~°~

— Eu sinto muito ter demorado. - ouvi a voz de Phoebe.

— Não teria adiantado muita coisa. Todos estão muito cansados, inclusive você, sei que deve ser desgastante. Pelo menos para Sage é.

— Também é para mim, é quase impossível conciliar o vampirismo de Esther com a bruxaria. - ela riu amarga.

— O que? - Naty perguntou surpresa.

— Fui transforma por Marcel, foi meio que sem querer, mas tive que me acostumar. Treinar muito e não foi fácil.

— Então você não é uma de Ibis?

— Sou sim. - tentei abrir os olhos - Só tive um problema de percurso.

Gemi e elas se calaram, arrastei meus pés ouvindo as correntes se moverem junto com eles e senti que meus braços estavam presos acima de minha cabeça, abri meus olhos notando que estava de joelhos, tentei olhar para as duas, mas minha cabeça tombou para trás.

— Fique quieta Sage. - Natalie pediu - Esse local impede que sua marca funcione ou que o feitiço de localização funcione. Estamos presas.

—Nem Ibis consegue nos achar. Esse foi um dos esconderijos antigos dela. - Phoebe completou.

Que merda. Funguei sentindo um cheiro estranho, que merda é essa?

— Lobisomens mortos. Um monte deles. - Natalie respondeu meu questionamento e a porta a minha frente se abriu.

Abri os olhos, mas minha cabeça estava tombada para o lado permitindo que eu visse apenas Phoebe.

— Não pode mais pegar o sangue dela. - Phoebe falava de cabeça baixa evitando que olhassem no rosto dela, suspeitei que fosse por ser uma duplicata - Ela está fraca, se morrer e o sangue não funcionar.

O vampiro bufou e eu o olhei pela primeira vez, não ficando nenhum um pouco surpresa, era óbvio que ele viria atrás de mim, estava mais do que na cara.

— Finn. Que surpresa. - resmunguei - Ajudando Uri.

— Ajudando? - ele riu abrindo os braços e eu entendi rapidamente, nosso maior inimigo sempre esteve ao nosso lado, presente... esteve nos vigiando o tempo inteiro.

— Você é Uri. – constatei.

— Sim irmã. - se agachou a minha frente - Eu sou o verdadeiro rei.

— Fala isso pra minha bunda seu maldito. - tentei chutar e as correntes que seguravam meus braços caíram  fazendo eles relaxarem.

— Não seja tão apressada ok? Eu virei logo. - ele riu beijando minha testa e saiu.

— Ele quer usar você para fazer mais híbridos, ouvi que pediu para procurarem lobisomens vivos Sage, nós duas sabemos que isso pode selar a nossa morte. – Natalie me olhou atentamente.

Olhei ao redor com a pouca energia que possuía mas minhas costa havia uma cela aberta com dezenas de corpos empilhados todos pareciam morrido recentemente. Natalie estava de pé com os braços para cima, as pernas dela tremiam visivelmente enquanto ofegava, olhei para o lado e Phoebe estava jogada no chão com a cabeça encostada no piso frio, suas pernas presas por grossas correntes. Ela levantou a cabeça e me olhou.

— Vamos morrer Sage, e vamos perder essa guerra antes mesmo de continuar.- ela sussurrou – Eles vão matar você, você precisa sair daqui. – me olhou atentamente.

Tentei quebrar as corretes, mas nada aconteceu, elas apenas balançaram.

— Há um jeito de você entrar em contato com Ibis, tendo ou não magia aqui. Não dá para fugir disso, é uma das regras criada por ela e tem que ser cumprida independente de qualquer coisa. – Phoebe sussurrou.

— Do que está falando?- Natalie questionou.

— Eu não posso sair daqui, não vou recuperar os meus poderes tão cedo. Vocês só podem sair daqui de uma maneira.- ela me olhou atentamente – Eu sou uma vampira, temos lobisomens mortos.- a olhei com olhos arregalados entendendo onde queria chegar - Vai dar certo - sorriu com confiança - Somente a linhagem de Ibis consegue fazer dessa forma irmã. Você precisa fazer. Eu nunca vou sair daqui, se você fugir com Natalie vocês tem uma chance, mas eu não tenho como fugir daqui. Ela é mais velha e eu vou demorar pra me recuperar, você é... uma verdadeira rainha monstro. – riu baixo – Eu ficarei como guardiã. Estamos sem tempo.

— Phoebe eu não, posso. – ela se aproximou de mim se arrastando pelo chão.

— Mas você deve. Saia daqui e destrua todo esse reino. Eu sei que vai conseguir passar por ela. – a olhei confusa

— Eu vou tentar puxar um corpo. – Natalie avisou esticando a perna e puxando a barra de uma calça com seu salto.

Olhei para Phoebe e respirei fundo.

— Sinto muito. – antes que ela pudesse piscar seu pescoço já estava quebrado e eu enfiava minha mão em seu peito com dificuldade.

Arranquei seu coração e o soltei o deixando rolar pelo chão na frente de meu corpo, desviei os olhos e vi que um dos lobisomens já estava perto de mim, me estiquei tentando puxar o corpo dele, mas ainda estava longe.

— Eu não consigo. – sussurrei.

— Eu nunca achei que ia ouvir logo isso de você. – a cabeça dela tombou para trás – Tem uma barra das grades atrás de você que está solta. – me virei vendo a barra e a puxei a arrancando com dificuldade – Puxe.

Coloquei a barra debaixo do braço do vampiro e o puxei até mim com dificuldade, franzi a testa e agradeci por ela ter pegado o mais recente. Meus olhos reviraram e eu tombei a cabeça.

— Sorte irmã.- desejou.

— Você também. – sussurrei e mordi o lobisomem sentindo o sabor horrível do sangue frio, o tirei imediatamente de minha boca e evitei a ânsia que me atingiu.

— Respire.

— Puta merda ou engulo essa porcaria ou sinto esse fedor, não dá pra fazer os dois. – resmunguei.

— Até morrendo você é insuportável. – resmungou.

Puxei o corpo de Phoebe e fechei os olhos, que Ibis e Gaspar me perdoem. Mordi Phoebe e senti seu sangue morno, bebi rapidamente e a joguei para longe fechando os olhos, olhei para Natalie em confusão.

— Eu deveria mor... – engasguei me sufocando, o que?

— Sage? Sage! – tentei puxar o ar e toquei meu nariz vendo uma quantidade imensa de sangue sai – Oh merda! Sage!

Ofeguei tentando puxar ar, mas nada entrava, meus ouvidos zuniam e pareciam a ponto de estourar. Lágrimas saíram de meus olhos sem que eu tivesse controle sobre elas, e tarde demais eu percebi que era sangue.

— Não, Sage! – Natalie gritou e eu apaguei.

~º~

Ibis apareceu no meio do nada me encarando com preocupação.

— Nunca achei que seria necessário.

— Vai me dizer que eu morri de novo?- ela riu.

— Não. Não morreu Sage, nós duas estamos inconscientes. – ela tocou meu rosto com lágrimas nos olhos – Sinto muito que tenha que passar por isso minha querida, sinto muito.

— Phoebe e Hayley...

— Sim. Eu não posso as trazer, Phoebe virou uma guardiã e Hayley bem... ela já foi direto para “o lado bom da morte” – ironizou – Pelas regras eu não tenho direito algum de entrar lá, ela teria que sair. Eu não sou mais tão forte quanto antes.

— Mas Hayley não é bruxa.

— Ela nunca vai sair de lá. – ela tocou meu rosto novamente e me abraçou – Eu sinto muito minha querida. Eu já tenho ideia de onde você está, posso tentar avisar Niklaus depois.

— O portal?

— Estou bem desgastada com essa loucura que vem acontecendo, conseguimos impedir bem a tempo. – sussurrou – Esther não passou.

— Por que você está tão calma, eu não morri mesmo?

— Não. – me olhou atentamente indo para longe – Quando nossa linhagem se torna híbrida, nós nos tonamos por merecer isso, por ter força para isso e não vai ser diferente Sage. Eu criei isso, para que ninguém pudesse ter esse nível de poder. Para que bruxas como Esther jamais tivesse acesso a ele. Você só pode sair dessa prisão de uma forma. – abriu os braços me encarando séria – Não é impossível, dois de seus irmãos mais velhos conseguiram.

— O que eu faço?

— Você tem que vencer, você vai lutar comigo Sage. Agora.

MERDA.


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