Eu sou o inverno escrita por AleyAutumn


Capítulo 32
Infestação




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Olhei ao redor pisando sobre as folhas com dificuldade, maldito dia em que eu decidi usar salto alto sabendo que estava caçando lobisomens em uma floresta, dava vontade de rir da minha situação patética. Bufei continuando o caminho pelo qual eu era guiada.

– Tem certeza que é aqui? - meus saltos afundaram nas folhas.

– Absoluta. - Nataniel me segurava pela cintura evitando que eu caísse - Quais as chances do seu híbrido vir até aqui?

– Nenhuma eu acho. Ele está ocupado interrogando a garota lá... – falei com descaso e levemente enciumada.

– E acha que ele está dando em cima dela?

– Talvez? – me questionei.

– Mas você não sente o que ele sente? Provavelmente saberia se ele tivesse algum interesse nela.

– Nem sempre eu sinto. Só quando ele sente algo muito forte. Mas eu não tinha pensado nisso. Faz sentido. Bem, você acabou de me deixar bem mais relaxada sobre isso.

– Eu imagino. Bem vinda ao mundo do ciúmes.

– Aqui está um saco, sério. Precisavam ter entrado tanto assim na mata? – reclamei ajeitando o meu cabelo.

– preferia estar na delegacia de novo? Trocou o hospital por ela afinal, ó nessa semana foi o que? Uma prisão por atentado ao pudor pois foi pega transando dentro de um carro – Damon fofoqueiro – E mais duas prisões, uma por desacato e outra por ameaça. Sage... Você está bem melhor aqui, acho que a xerife já enjoou de você a essa altura.

– Talvez Natie.

– E suas memórias?

– Nada ainda, conversei com Damon e Stefan e eles ficaram meio preocupados com isso. Pelo visto nenhum deles fez isso, acredito que tenha sido alguém de fora que tenha mexido com as minhas memórias, ou pode ser que eu simplesmente tenha esquecido mesmo... mas eu sinto que as coisas não são como antes sabe?

– Sim eu sei, você pode estar sob hipnose. – segurou meu rosto e olhou meu corpo procurando por algo que neutralizasse seus poderes.- Como conheceu Caroline? – olhei no fundo de seus olhos vendo suas pupilas dilatarem, minha mente buscou desenfreadamente pela resposta sem que eu desse autorização para tal e então uma pontada forte surgiu me fazendo cair de joelhos com as mãos na cabeça.

– Ah droga. – resmunguei enquanto minha mente ainda trabalhava para encontrar as respostas, mas era quase impossível que isso acontecesse.

Nataniel agarrou meu rosto e me forçou a olhar em seus olhos que tiveram as pupilas dilatadas novamente.

– Deixe para lá Sage, não force uma visão do passado. – a dor desapareceu imediatamente – Você foi hipnotizada por um original. – avisou m ajudando a me levantar – Pode ser Klaus, Elijah, Rebekah ou Kol.

– Não tem como.

Eu havia testado junto a Klaus uma forma de me hipnotizar, mas não havia acontecido absolutamente nada. Ninguém dentro do elo poderia me hipnotizar, então isso era um sinal mais do que claro... Ou um vampiro extremamente forte me hipnotizou, ou há um outro original entre nós que está tentando me afastar de meus amigos. E nenhuma das duas respostas eram boas.

– Bem, veremos isso depois Sage.

– Alias, me desculpe pelo Klaus na exposição. Mesmo. – pedi, até hoje eu não havia feito isso.

– Tudo bem. Eu disse que tinha mais fotos, vendi pelo dobro do que eu consegui na galeria. - eu ri sabendo que ele não desistiria.

Senti um peso no dedo anelar esquerdo e decidi que deveríamos correr. Niklaus deveria estar enlouquecendo ao perceber que eu realmente não estava indo para casa, ele até que demorou muito tempo pra se tocar disso, provavelmente estava ocupado com os problemas do reino e da Anellise vadia.

– Ele está me procurando.

– Estamos a 4 dias de viagem. - bufou - Ele só sentiu sua falta agora?

– Ele está acostumado com isso. Eu sempre desapareço e não dou informações para onde vou. Fora que... - peguei o celular - Bem... 280 ligações perdidas respondem sua pergunta?

– Bastante. Não há ninguém que possa ajudar você com o problemas das memórias? Sou bem velho, mas nunca me importei muito com os originais.

– O “tio” do Stefan talvez, Damon o matou. - baguncei meu cabelo.

– Grande Damon. – resmungou.

Olhamos o grupo de 4 pessoas que nos observavam já de longe. Eram eles, os primeiros híbridos que eu criaria sem Niklaus. Isso faria ele me dar mais espaço para eu avançar contra sua nova amiga. Eu havia sido esperta o suficiente para descobrir que a pedra em meu anel era a mesma que ele usava para transformar os híbridos. Yep. Ponto pra mim.

Nataniel se lançou contra os lobisomens fazendo eles adormecerem, fui para seu lado e peguei a tigela. Coletei o sangue de um dos lobisomens e o misturei com o meu e o de Nataniel, coloquei meu anel dentro da vasilha e a coloquei na fogueira, quando acordaram os forçamos a beber e então quebramos seus pescoços. Fiz o mesmo símbolo que Niklaus fizera nos lobisomens e me sentei no chão lotado de folhas secas esperando a transformação.

– Você poderia me ajudar a descobrir mais sobre Ibis. – comentei esperando que ele me ajudasse, eu estava realmente perdida.

– Ibis? Era só ter pedido antes garota. Eu sei tudo sobre ela, quando voltarmos eu te mostro tudo. Tenho até um livro escrito pela própria. Mas não fofoque, ele é extremamente valioso.

– Como consegue saber de tanta coisa? - perguntei.

– Anos de tédio te faz querer fazer alguma coisa. - ele pegou a câmera em sua mochila e começou a fotografar o cenário ao redor – Nós conseguimos muitos hobbys, devo dizer que um dos meus favoritos foi ter entrada para o exercito e participado de uma guerra, não há sensação melhor do que ver seu inimigo tremer de medo.

O olhei curiosamente, ele tirava foto de absolutamente tudo como se uma novidade surgisse a cada segundo, era simplesmente estranho ver tamanha dedicação da parte dele. Eu sabia que era um cara muito esforçada, mas não sabia que ele era completamente maníaco por aquela câmera. Eu adoraria ser fotógrafa, seria ótimo tirar fotografias pelo mundo inteiro. Talvez eu não vivesse o suficiente para isso, um dia eu morreria de velhice. Acredito que sim.

– Sempre quis ser fotógrafa, mas não tem muitas faculdades disso por aqui. – eu não tinha planos de sair definitivamente de Mystic.

– Não se limite só aqui. Viagem o mundo. - piscou para mim - Eu posso te levar a lugares incríveis. Existem faculdades ótimas e viagens inspiram bastante. – sorri para ele, uma viagem com um amigo não parecia ser nada ruim, na realidade poderíamos colocar fogo em um cabaré e tirar fotos, sorri.

Senti uma onde de excitação percorrer e então logo uma de ciúmes e irritação. Sabia que era Niklaus pensando merda.

– Eu adoraria ir um dia. Quando tudo isso acabar. - informei - Você é uma boa companhia.

– Eu sei que sou. - deu de ombros e tirou uma foto minha - E você fica uma graça com essa mistura de menina rebelde e fofinha. Se você não tivesse aquele híbrido... - sorriu malicioso.

Rolei os olhos rindo. Eu estava com o cabelo solto e bem bagunçado um pouco mais curto que o normal, eu tinha clareado algumas mechas mais ainda e destacava os meus olhos que estavam novamente em um tom de azul acinzentado. Minha pele estava bronzeada, eu usava um short claro jeans bem colado, uma blusa de alças finas na cor rosa por dentro do short e uma jaqueta jeans também azul clara amarrada na cintura. Nos pés havia um salto preto.

Ele passou os olhos pela minha perna com um sorriso orgulhoso vendo a tatuagem que me convencera a fazer, eram centenas de rosas que desciam da minha panturrilha e faziam uma curva suave indo até o peito do pé. As rosas eram de um tom vermelho brilhante, os espinhos eram de um verde mais escuro. A tatuagem era bem grande, ele havia hipnotizado o tatuador para fazer tudo em um único dia, que foi um dos motivos pela nossa demora para chegar. Então tecnicamente estávamos fora de Mystic à 5 dias.

– Deveria fazer mais algumas. – opinou.

Senti uma onde de empolgação.

– E farei.

Nataniel se sentou ao meu lado e passou a me mostrar as fotos que havia em sua câmera, eu realmente estava impressionada com o trabalho que ele fazia. Era realmente incrível, muito bom. Ele tirava praticamente fotos surreais, mesmo sem nenhum efeito era como estar em uma outra dimensão. Era quase impressionante que ele transformasse um ambiente completamente normal em algo assim só mudando o ângulo e ajustando a câmera.

Voltamos os olhos para o trio quando eles acordaram, eles levantaram um pouco desnorteados e eu logo me aproximei. Comecei o mesmo discurso de Klaus, é claro evitando as partes desnecessários que ele tinha desejo em frisar. Expliquei tudo rapidamente e logo voltei para o carro novo de Nataniel. Ele preferiu não vir de moto por motivo óbvios não é? Eu, destruidora de carros. Imagina oque eu faço em uma moto.

– Oi. Oi. - cumprimentei Klaus cinicamente deixando o celular levemente afastado da orelha.

Onde está? – grunhiu irritado.

– Ué. Viajando. Como assim onde estou?

Eu não deveria saber?

– Ah eu não disse? Sabe que eu nem sei?

E não sei mesmo, olhei para fora não reconhecendo o local em que eu estava.

Estou indo te buscar. – me avisou.

– Não precisa. Estou indo para casa senhor rei. - ironizei.

Chegue logo amor. – pediu

– Eu estou indo Niklaus. – bufei, eu ainda estava chateada com ele.

– Ei Sage, olha só. – Nataniel freio o carro de uma vez evitando atropelar um veado e eu gritei batendo a cabeça com tudo contra o painel.

– Merda. – resmunguei colocando o celular na orelha.

– É pra você aprender a usar o cinto. – resmungou passando o cinto pelo meu corpo e prendendo.

Com quem está?– sua voz saiu dura.

– Com quem você está? - eu ouvia a voz feminina ao fundo.

– Sua duplicata querida se ofereceu para ajudar a procurar você. - falou irônico e com um toque de malícia na voz – E seu irmão Stefan também... amor.

O que ele fazia com aquela vadia? Será que Niklaus simplesmente não entende que eu odeio aquele pedaço de merda ambulante? Grunhi mentalmente e evitei jogar o celular pela janela.

Senti vontade de rir. E só Deus sabe o motivo. Talvez fosse o ódio se manifestando de outra forma. Nataniel tomou o celular da minha mão e colocou no viva voz.

– E ai Nicolas? - engoli a risada - Tudo bem com você cara? Estou levando a sua garota para dar um passeio. Você sabia do interesse dela em fotografia? - Nataniel falava com o máximo de malícia possível.

Nicolas? Quem é você? Nataniel?– sua voz estava terrivelmente rouca e ele falava de maneira arrastada.

– Eu mesmo Nicolas.

O que ela faz com você?

– Levei ela em um evento ué. Você não está levando sua garota para conhecer outras culturas. Pessoas. Arquiteturas. Então... outro homem pode fazer isso. E de um jeito bem melhor.

Fiquei calada, afinal Nik não sabia que estava no viva voz.

Ela não me disse que queria ir. – parecia decepcionado.

– Talvez ela tenha dito - eu disse, e o evento fora mesmo no dia anterior e Natie não mentiu quando disse que me levou - E talvez você estivesse ocupado demais se metendo onde não deveria ao invés de atender a sua marcada. Talvez você não devesse tê-la marcado, pois assim quem sabe, vampiros como eu que realmente entendem o valor disso pudesse fazer com que essa irritada, louca e cismada garotinha fosse feliz. Se ela não gostasse tanto de você, acredite... eu já estaria com ela em uma ilha paradisíaca fodendo noite e dia.

Meus olhos arregalaram e minha boca se escancarou terrivelmente. O QUE? Ele enlouqueceu? Escutei Klaus rosnando do outro lado da linha como um louco, vai sobrar pra mim é claro.

– Se encostar um dedo se quer nela, eu te destroço, revivo e te destroço de novo.– falou tudo em um grunhido assustador.

Nataniel estava extremamente relaxado.

– Não tenho medo de você Nicolas. - riu.

– Passa para ela.

Tirou do viva voz e me entregou. Reprimi a vontade de revirar os olhos, era óbvio que ele ainda ouvia.

– Ei Nik.

Fique longe dele. Quando você voltar eu irei bater nessa sua bunda até ela ficar roxa. - eu ri muito, é o que eu mais quero querido. Suas mãos.

– Estou sendo trocada.

Porque não me avisou do evento?

– Avisei. Avisei com 6 dias de antecedência. Mas você disse que não iria pois tinha assuntos para resolver.

Hum...

– Nik - interrompi - Estamos chegando no hotel e eu vou dormir. Encerrei o assunto aqui. - desliguei a chamada.

Bocejei e Nataniel estacionou o carro na garagem, desci e logo e voltei correndo para o carro ao ver o imenso grupo no saguão, eu consegui sentir a energia que emanavas dela e decidi que a melhor coisa a se fazer no momento era correr. Entrei no carro de Nataniel e ele me olhou confuso.

– Acelera. Bruxas. - Nataniel acelerou e logo voltamos para a estrada.

– O que querem? Percebeu que tem uma quantidade enorme de vampiros e seres rondando Mystic? Não estava assim a pouco tempo, eu e Enzo caçamos bastantes vampiros que estavam rondando, por que isso agora?

– Graças a pedra de Ibis. Eles querem trazer de volta os mortos, é menos trabalhoso do que abrir o portal. - o olhei.

– Temos que destruir a pedra. - avisei.

– Sim. Ela é muito perigosa, era o amuleto de Ibis. O preferido e um dos mais poderosos que já existiu, uma bruxa iniciante pode transformar ele em uma grande arma.

– Eles vão ir embora se destruirmos? – isso não é bom.

– Sim. Onde está?

– Com Bonnie.

– Ele vem tendo contato com aquela garota que você reviveram?

– Não.

– Melhor ainda. Se estivesse Bonnie correria riscos. Correríamos o risco dela pegar a pedra. Ligue para Bonnie e peça que ela destrua a pedra. - assenti.

Bonniezinha, muito obrigada por existir.

~º~

Quando eu disse para Katerina plantar terror psicológico eu não imaginei que ela faria um massacre. Era mais do que visível que ela fez o que prometeu e foi muito mais além. Como eu percebi isso de cara? Estavam todos um pilha de nervos, irritados, histéricos e fora do sério.

Cheguei de viagem a apenas dois minutos e vi que Damon parecia ter desistido de morar comigo já que Katerina ocupou meu quarto. Caroline e Elena estavam extremamente emburradas ao lado de um Stefan mal-humorado. Bati a porta com força chamando a atenção para mim, dei um sorriso para eles e mandei um bejinho.

– Oi gente. - falei bem humorada.

– Olá. Onde esteve? - Caroline intrometida.

– Viajando.

– E essa roupa?

Eu usava uma cropped preta escrita Strong heart, um short preto folgado, um tênis de corrida, uma luva sem dedos e meu cabelo passava por dentro do ajuste do boné formando um rabo de cavalo. Fora que eu tinha um arco enorme nas costas.

– Eu estava caçando. - abri um sorriso malicioso.

Na realidade eu ganhara o arco de Nataniel assim que sai do carro. E o motivo da roupa era simples. Antes de ele me levar para casa, resolvemos escalar algumas rochas perto do lago para procurar lavanda. Sim. Lavanda. Ele não me disse o motivo, mas afirmou que eu logo saberia.

– Oh sim. - preferiram o silencio quando perceberam que não entraria em detalhes.

– Quer dizer então... Bem... Parece que Katerina fez um ótimo trabalho. - joguei o arco no sofá.

– Klaus está louco. - Caroline avisou – Passou a semana inteira nos infernizando querendo saber de você e ninguém sabia onde você estava. – ajeitou o cabelo e bebeu algo em seu copo – Por fim decidiu que ia atrás de você.

– Voltei antes de ele me alcançar. Ponto pra mim. – abracei Stefan que passou as mãos pelo meus braços.

– Parece que voltou de bom humor. - Stefan resmungou.

– Bem... o que uma viagem não faz? E ainda tive uma encarregada que fez o serviço de forma eficiente.

– Desde quando é amiga de Katerina? - Elena perguntou.

– Não somos amigas. Somos aliadas. - corrigi.

– Aliadas em que? – Caroline se moveu curiosa.

– Na destruição do mundo. - sorri.

– Não sabia que estavam tramando um plano maligno. - Caroline resmungou.

– Katerina é ótima em fazer isso. E talvez eu esteja ficando também.

– Você está se tornando cruel. - jugou.

– Estou me tornando uma sobrevivente.

– Discípula de uma Petrova. – Elena riu baixo e me puxou para o lado dela.

– Discípula da sobrevivência. Eu não sei em que mundo você está, mas não sei se percebeu que... Eu sou um alvo de seres sobrenaturais. Um alvo bem grande assim, de todos os seres sobrenaturais.

– Destruímos a pedra. Bonnie. - Stefan disse.

– Isso não os parou. Devem estar atrás de outra coisa. – Elena me avisou – Pode ser de você, talvez tenham descoberto sobre você Sage.

– Não sei Lena. Não sei se é isso, esbarramos com muitos vampiros e bruxas por ai e a maioria estava alheio a mim, fora que eram todos vampiros muito novos. Eles ficaram curiosos sobre a marca, podem ter achado que eu era uma bruxa poderosa, Nataniel acabou decidindo matar todos eles. Não sabemos se é uma convenção paranormal ou algo assim, temos que evitar que Mystic se torne uma possa de sangue.

– Estou surpreso por realmente estar defendendo a cidade, eu estava acreditando que era uma mentira só para assustar Anne. – Stefan comentou bebendo chá?

Chá? Que diabos um vampiro quer com chá?

– Pois não era, tanto é que Klaus está se alimentando em Mystic e acredito que não matou nenhum humano até hoje. É o que eu espero. – resmunguei pegando seu copo e bebendo para logo cuspir, que merda ele quer com verbena?

Quer saber? Melhor não perguntar.

– A humana está indo visitar um híbrido furioso e assassino. – avisei.

Me levantei e tirei o boné, sai rapidamente de casa e segui a pé para a casa do Mika Élson, iniciei uma corrida lenta e percebi que ainda iria levar um bom tempo para chegar lá. Suspirei e olhei para o lado, tinha uma mulher me encarando, levei apenas alguns segundos para sentir sua energia e perceber que era uma bruxa. Me aproximei.

– O que estão fazendo na cidade? - perguntei me sentando despreocupadamente na grama – Não está cedo demais? – tentei uma abordagem, o pior que poderia acontecer era ela me matar.

– Algo grande. - foi evasiva – Não estou para gracinhas hoje.

– Outro ritual? - franzi o cenho.

Ela me olhou de cima abaixo tentando decidir se me falava, então ela abriu um sorriso malicioso. E me analisou novamente, dessa vez com surpresa e satisfação. Acha que vai causar pânico? Coitada.

– Vamos abrir o portal. Para os mortos. - seu sorriso aumentou – Sei que sabe disso, não se faça de boba, eu realmente não acreditei no seu chamado.

– Mas já moça? - me levantei imediatamente – Chamado... – murmurei baixo, ela estava me confundindo com alguém... será?

– Algo nos apressou. - olhou para o lado - Mas você já deveria saber disso não é Estella?

Abri um sorriso maior que o dela, te peguei.

– É eu já sabia sua boba - abanei a mão - Estamos esperando um grupo maior. Estão a poucas dias de viagem. - a informei me sentindo a uma espiã traidora.

– Assim que elas chegarem você nos avise. Estaremos espalhados ao redor, soube que o Mikaelson está por aqui. Não podemos deixar que eles saibam disso de forma alguma, a última coisa que queremos é a atenção de Elijah em cima de nós. Principalmente a de Niklaus.

– Não saberá. Elijah e Niklaus não são um problema, eles estão lidando com outras coisas nesse momento. Não se preocupe com discrição. – falei de uma forma nojenta, a vadia da Estella deveria falar assim

– E como vai com os Salvatores? Eles estão caindo? - ela questionou.

– Está tudo como planejado - deixei minha voz neutra - Estão sim.

EU SABIA. EU SEI DE TUDO. TUDO. Então Estella é Anellise? Eu sabia.

– Ótimo. Conseguimos um bom grupo de vampiros e lobisomens e devo dizer que não é nada confortável andar com eles. – resmungou.

– Logo isso acaba.

Fiquei confusa. Qual o motivo para os lobos e os sugadores? E que bruxa desatenta, ela não se tocou mesmo que não sou Estella? E nem que estou marcada?

– Você está com uma energia estranha. - me afastei antes que ela me tocasse.

– Voltei do mundo dos mortos.

– Não é isso... - ela caiu no chão quando um braço atravessou seu peito.

– Ei Katherine. Valeu. - agradeci quando vi ela sair de trás do corpo.

– Por nada sócia. – deu um sorriso – Olha esses sapatos. – se abaixou.

Revirei os olhos.

~º~

– Ela disse exatamente isso Bonnie. - informei pelo celular.

Entrei na mansão e deixei Katerina vagar por ela enquanto eu ia em direção a cozinha, abri a geladeira e vi que o galão com meu sangue ainda estava lá, mas pela metade. Peguei uma barra de chocolate que Bekah havia reservado para mim e a abri mordendo um pedaço, fechei a geladeira com um pé e fui para o meio da cozinha.

– E acha que não devemos contar para ninguém? – estava preocupada.

– Sim. Talvez para Elijah, ou para Jeremy. Sei que posso confiar nos dois, são homens espertos demais e Jeremy é bem atento, sabemos que ele não se deixa levar com facilidade. – comi mais um pedaço da barra enquanto gemia.

E Klaus? Se tivermos ele do nosso lado... Chocolate?- riu.

– Perdemos um combatente, ele se aliou as forças do mal. Ou nós somos as forças do mal? - fiquei confusa - Eu quero ser vilã. E sim, é chocolate.

Ela riu.

– Vou falar com Elijah e Jeremy. Não me leve a mal, mas eles não confiam muito em você. Na realidade depois que você matou aquele cara no bar muito de nossos amigos ficaram receosos com você. Estão achando que você está enlouquecendo. Eu no entanto acho que isso já aconteceu. - rimos.

–Bombom. Estou desligando eu preciso terminar de comer isso aqui.

Levei um susto quando vi Niklaus do meu lado. Fechei a geladeira e me sentei no balcão, ele me encarava muito sério enquanto se aproximava de mim com as mãos nas costas, merda, ele poderia estar com alguma faca. Notei que ele sorriu de forma perversa quando viu que eu estava desconfiada.

– Posso saber o que está tramando, onde foi? E no que Elijah pode te ajudar que eu não posso? - ele estava muito irritado evidenciando seu sotaque.

– Não pode. A um evento de fotografia que você se recusou a me acompanhar. E o que Anellise faz tão bem para que eu seja trocada por ela? - perguntei seca.

– Ciúmes?

– Claro que sim babaca. Está roubando meus amigos...

– Você está nos afastando. - debochou.

Saltei para trás quando ele trouce suas mãos para frente as colocando em cima do balcão ao lado de meu corpo, a onda de medo me assolou por breves segundo antes de sumir completamente. Klaus me olhou parecendo chateado por eu ter o visto como uma grande ameaça, ele não queria me deixar com medo, mas era quase impossível não temer ele quando estava irritado.

Voltei a minha postura fria e pensei. Se eu quisesse mesmo saber o que a maldita estava tramando eu teria que a vigiar bem de perto. Muito perto.

Sorri e logo fechei a cara ao notar seu pescoço. Ela deu um colar para ele, um maldito colar. O meu híbrido usava um colar dado por uma vadia com o brasão da família puta dela. Comecei a ficar com muita raiva e ele notou isso pois mudou sua postura para uma tensa, agarrei o colar e o puxei com força estourando a corrente.

– É sério isso Niklaus? Eu saio e acontece isso?

Respirei fundo, a vadia estava tentando me passar por louca.

– Um presente de uma amiga. - usou uma voz excessivamente doce.

– Niklaus eu não estou para gracinhas. Pare com isso agora, não teste os meus limites e não use mais essa merda.

– Você sai com um homem por 9 dias e não me vê tendo uma crise.

– Você teve alguém para te acalmar. - fui sarcástica.

– Não tive Sage, isso foi um presente de Stefan para mim... como uma boas vindas a família, por eu estar com você. Não se esqueça que fui muito amigo dele.

Corei de vergonha e de raiva enquanto segurava o pingente com força, desviei os olhos e senti suas mãos em minhas coxas.

– Eu adoro quando você fica selvagem. Me enlouquece. - ele puxou minhas coxas com força quase me fazendo cair da bancada e enlaçar minhas pernas em seu quadril - Eu vou seguir o conselho do seu amigo babaca, mas não em uma ilha paradisíaca. E sim na minha cama.

~º~

Encostei a cabeça em seu peito e olhei para a parede recentemente pintada de branco, suspirei e o abracei com mais força sentindo o quão sua pele era quente e macia. Ergui a cabeça encontrando seus olhos extremamente verdes e vi ele me encarar seriamente como sempre fazia, os olhos transbordando de emoções.

– O que tem para me contar amor? Sinto que você está ansiosa e muito nervosa, o que aconteceu na viagem? – olhou em meus olhos.

– Nataniel me hipnotizou para me forçar a ter minhas lembranças de volta.

– E conseguiu?- suas mãos deslizavam pelas minhas costas nuas.

– Não, minha cabeça doeu muito. – suas mãos pararam – Você sabe que ninguém do elo pode me hipnotizar depois que ele foi feito Klaus.

– Sim. E um vampiro da idade de Nataniel não pode quebrar essa hipnose por dois motivos.

– Eu sei. – sussurrei.

– Existe um método, mas é extremamente doloroso.

– Não faremos. – neguei com a cabeça – Não temos tempo.

– Como assim Sage?

– Eu encontrei uma bruxa e tive a confirmação que queria. Ela me confundiu com Anellise, é ela quem está trazendo todos os seres para cá. – ele se sentou vestindo a roupa e eu acompanhei me embolando toda e recebendo sua ajuda.

– Continue.

– A confirmação é que... Anellise não é Anellise, e sim Estella. – ele parou me olhando atentamente.

– E o que mais? Eu sei que tem mais.

– Ela está se preparando para abrir o portal, no modo a lá Íbis. – ele me encarou completamente em choque parecendo assustado com a novidade, ele realmente começava a ter medo.

– Disseram como?

– Sim, precisariam da pedra.

– Que foi destruída. Provavelmente eles já foram embora.

– Não foram Nik, só apareceram mais ainda.

– O que quer dizer com isso Sage?

– Que Estella pode estar com outra coisa sob poder capaz de abrir o portal.

Klaus me puxou pela mão em direção as escadas, descemos rapidamente e demos de cara com Katherine que deu um sorriso malicioso e se afastou abrindo passagem, olhei para o lado e vi que seus irmãos nos encaravam com confusão já que Klaus andava a passos rápidos, ele me colocou dentro de seu carro e o ligou.

– Se o que você disse está certo Sage, é provável que aja muito lobisomens por aqui. Vamos pegar todos eles o mais rápido possível para evitar que eles sejam mortos, não sabemos quantas pessoas podem passar por esse portal e se Esther sair dele e começar um guerra estamos todos mortos.

– Você acredita em mim Nik?

– É claro que sim Sage. Não fique achando que passei esse tempo todo aguentando aquela doçura por nada, enquanto você estava trabalhando eu também estava. Ouvi ela tendo conversas estranhas diversas vezes, ela nunca abriu a boca e meu receio era que seus amigos percebessem que eu estava em cima dela e sumissem com ela, assim eu não poderia descobrir o que ela estava tramando. Perderíamos muito tempo se eu precisasse perseguir ela.

O olhei estupefada.

– O que descobriu Nik?

– Pra ser sincero não foi tanto quanto você, eu apenas sabia que ela havia retomado a pesquisa sobre o portal e que estava interessada na pedra de Ibis, quando ela soube que ela foi destruída... a reação dela não foi nada boa.

– Stefan não desconfiou?

– Ela disse que era pra trazer um antigo empregado deles que havia a transformado, Stefan se sentiu mal, mas achou melhor não criar problemas já que a pedra parecia estar chamando muito atenção.- ele zombava a cada frase.

– Sempre sensato. – sorri em concordância – Ainda bem que Stefan consegue pensar um pouco.

– Sage... sinto muito por não ter te levado ao evento. – ele olhava para frente enquanto acelerava como um louco.

– Sem problemas, foi por um bom motivo eu tenho que admitir, estou surpresa por não ter matado ela logo de uma vez. E estou realmente feliz por não ter se deixado levar pela aparência dela.

– Eu admito que odiei ver ela chorar naquele dia, me lembrava você, só que você jamais faria uma cena daquelas. Era capaz de me chutar e me mandar pra longe. - riu – É o que eu esperava de você.

– Eu não mandaria você se afastar, eu te xingaria e te bateria por me sentir desvalorizada. – rimos.

Ele parou no semáforo e eu levei um susto quando a porta traseira foi aberta, olhei para trás confusa e vi que Klaus abriu um sorriso satisfeito ao ver Bekah, Kol e Elijah entrarem se sentando no banco traseiro.

– Ei, o que fazem aqui? – questionei e Kol me respondeu.

– Estamos indo ajudar vocês maninha, seja lá o que for esse problema de vocês.

– Não tem que se meter nisso.

– É claro que temos. – Elijah discordou.

– Você já é parte da família. – Rebekah complementou sorrindo e Klaus acelerou.

– E então, o que vamos fazer? – Kol enfiou sua cabeça entre os dois bancos.

– Vamos começar a temporada de caça. – sorrimos.


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