Eu sou o inverno escrita por AleyAutumn


Capítulo 28
No caminho certo




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Eu cantarolava enquanto Klaus dirigia como um louco, Rebekah estava no banco de trás enquanto conversava com Elijah pelo celular. Torci os lábios e olhei para o loiro que tinha uma expressão de concentração extrema, deveria estar pensando em que tipo de problemas estávamos nos metendo.

Havia se passado uma semana após a exposição, um dos quadros estava em minha casa no quarto e o outro estava com Niklaus sabe-se lá onde. A foto que Katerina tirou simplesmente havia desaparecido, ela não a entregou para Klaus. Cada dia que passava Niklaus mostrava-se um "namorado" tolerável, mas era óbvio que não era um namoro muito comum. Ele era muito sofisticado e digamos que" antigo" para querer fazer algo comum para nós dos dias atuais. Ou talvez fosse o fato de ele ser um ser sobrenatural já que o namoro dos meus amigos vampiros não é tão diferente do meu.

– Tem certeza que é uma boa ideia trazer essa vadia de volta a vida? - Rebekah nos perguntou.

– Sim.

– Mas qual o motivo real disso?

– Esther.

– Olha só, não acho que seja uma boa ideia. - ela opinou e aos poucos eu começava a concordar - Não sabemos o que ela se tornou estando lá. Nós sabemos que o mundo dos mortos não é um lugar nada confortável.

– Eu acho que concordo Nik. - opinei.

– Não... vai ser bom trazer Anellise, ela pode ter informações valiosas sobre as bruxas. Sobre o que pensam, sobre o plano de abrir o portal dos mortos. Ela era muito amiga de bruxas. - ele olhava para a estrada - Peço menos foi o que eu soube a algum tempo atrás, os Salvatores sempre tiveram essa ligação.

– E não seria melhor nós contatarmos ela?

– Ainda acho melhor traze-la de volta. Anellise pode ser uma peça importante nisso tudo. Ela fazia uma pesquisa sobre a abertura do mundo dos mortos, ela queria descobrir como manter o mundo selado. Mas ela não pode fazer nada estando do lado de lá, talvez ela tenha informações sobre isso. Fora que ela está realmente morta - frisou - Não está presa entre dois mundos, é praticamente impossível falar com ela.

– Tem certeza que não é por outro motivo? - gesticulou em minha direção.

Nós desconfiávamos que Klaus queria deixar Anellise como minha substituta apenas para Stefan e Damon me deixarem de lado. Eu tinha certeza que esse era um dos motivos, mas era meio óbvio que ele jamais diria que era exatamente por isso.

– Não é por isso. Ela é a nossa chance. – viu?

– E se não der nada? - perguntei.

– Ai vamos atrás de outra pessoa que tenha respostas. Sempre tem alguém. - sorriu malicioso.

~°~

– Sage cuidado. - Rebekah me ajudou a passar por cima de um tronco.

– Ok Bekah.

Coloquei meu boné e me escorei em uma árvore enquanto Klaus olhava o mapa, Rebekah suspirou e amarrei minha jaqueta na cintura olhando ao redor, se eu não estivesse com dois seres sobrenaturais eu estaria berrando pedindo por socorro pois o local era completamente igual em todas as direções.

– Caminho certo. - avisei.

– Como sabe? - apontei para trilha limitada por verbena.

Começamos a segui, Bekah ia pelas poucas árvores com Klaus enquanto eu andava pela trilha carregando minha mochila. O sol estava terrivelmente quente e logo percebi que estávamos perto quando saímos da trilha de pedras para pararmos sobre uma rocha enorme.

Olhei o local espantada, estávamos em uma rocha muito alta. Havia uma cachoeira um pouco distante do nosso lado direito, a casa estava no meio do imenso lago que se formava. Era uma casa flutuante e havia um barco amarrado nela, não acredito.

– Deve ter algum truque. - Klaus olhou a água terrivelmente escura - Parece ser raso, mas deve ter algo por aqui.

– Jacaré?

– Não vejo e nem sinto nada disso.

Rebekah se inclinou um pouco e então ela segurou o meu braço com força enquanto olhava para dentro da casa. Vi uma pequena trilha pela lateral e a desci sozinha enquanto Klaus olhava ao redor e Rebekah ficava no alto da rocha tentando visualizar algo suspeito, olhei para a água e então próximo aos meus pés estava uma planta que eu imediatamente reconheci, antes que eu pudesse falar algo o corpo de Rebekah foi lançado no lago cheio de verbena.

Entrei nele rapidamente jogando a mochila no chão e tentei chegar o mais depressa possível nela. Meus pés viravam devido ao terreno irregular e a água começou a borbulhar, aumentei mais ainda a velocidade enquanto ouvia os gritos de Rebekah. Olhei para o topo da rocha e vi Klaus correndo de um lado para o outro.

– Klaus!

– Estou ocupado. - lançou um vampiro na água.

Alcancei Rebekah e comecei a puxa-la em direção a casa, senti meu pé ser agarrado e chutei o que havia me prendido. Puxei Rebekah de novo e quando estávamos próximas a casa uma mão se ergueu de dentro da água, já estava quase decomposta. Observei com horror que outras começaram se erguer.

A água borbulhou com mais intensidade ainda e eu percebi um corpo se erguer dentro da água em um local mais longe, o vampiro que Klaus lançou começou a gritar desesperadamente enquanto seu corpo queimava em contato com a água. Eu era a refeição do dia, como pode ter algo tão bizarro assim?

Tentei avançar mais ainda, mas eles me agarraram novamente e dessa vez me puxaram para baixo, soltei Rebekah a jogando dentro do barco. Eu não sabia para onde olhar e nem o que fazer apenas chutava e empurrava o que quer que tentasse encostar em mim, abri os olhos e me deparei com um deles sobre mim, a mandíbula se aproximou perigosamente de meu corpo e logo o corpo ossudo foi violentamente tirado de cima de mim, me levantei rápido seguindo Klaus que abria caminho. Subimos para a casa e quando entramos Rebekah estava enrolada em um lençol bem antigo e sem as roupas, verbena era demais para ela. - pensei enquanto olhava sua pele toda ferida.

– Muito fácil. Casa abandonada, quem deixa isso aqui? - perguntei me sentindo a própria Lara Croft.

– Geralmente são bruxas que morreram no meio do caminho, alguma delas deveria morar aqui e pegava as coisas deixadas por outras bruxas. Como puderam ver aqui está cheio de vampiros, dá pra ter uma noção de sempre alguém era atacado- toquei meu braço arranhado enquanto Klaus explicava – Uma proteção contra vampiros humanos.

– O que queremos está aqui? - olhei as diversas bugigangas.

– Sim. Bem aqui. - me mostrou um livro de capa grossa.

– Só precisamos de uma bruxa. - Bekah anunciou.

– Já temos.

Olhei para fora e vi que o lago já havia parado de borbulhar. Os vampiros já haviam se aquietado por um breve momento, eu esperava que a volta fosse bem mais rápida e tranquila do que a vinda.

– Quem? - comecei a olhar as fotos.

– Bonnie.

– Bonnie não dá conta. - afirmei.

– Sim ela dá. - o olhei atravessado.

– O que falta agora?

– O corpo.

Nos olhamos. Isso era fácil.

Foi o que eu pensei.

~°~

Doce engano.

– Como assim não sabe? - briguei com Stefan.

– Não sabendo. Nunca soubemos. Ela morreu nas mãos de caçadores, meu pai pegou o corpo e o enterrou. Zack deveria saber. - olhou repreensivo para Damon.

– Merda. Nada dos diários ou...

Eles olhavam para o nada.

– Reajam! - gritei.

– Não dá pra reagir. Você acabou de falar que vai trazer a nossa irmã de volta! Que está andando por ai com esse híbrido louco para trazer uma morta ao mundo dos vivos para trancar o portal do mundo dos mortos.

– Não tem sentido algum. - Damon falou.

– Claro que tem Damon. Se ela está lá... ela sabe como funciona. Klaus disse que em um dos diários dela leu sobre uma pesquisa relacionada justamente a isso. Ao portal dos mortos, mantendo ele fechado do lado de fora ao invés do lado de lá.

– O portal tem que ser fechado de lá. - Stefan gritou.

– Se ficar do lado de lá Esther vem para cá. E ai o nosso problema não vai ser só o Mikael. E sim a vadia louca da mãe do Klaus.

– Sage...

– Vai pro inferno Elijah. - briguei.

– Não sabemos. Óbvio que queremos nossa irmã de volta, mas não podemos ajudar vocês. Não sabemos mesmo onde ela está. - baixei os olhos.

– Bosta.

– Quanto tempo acha que temos até Mikael voltar?

– Cerca de dois meses. - Klaus avisou - Talvez quatro.

– E Esther?

– Eles vão vir juntos. Quando o portal abrir, as outras bruxas irão demorar cerca de dois ou três dias.

– Vamos pensar então em selar o portal. Não vamos pensar no confronto agora. O que vocês tem? - Bonnie levantou.

– A pedra de Ibis. E o livro Apogue.

– É o suficiente. Será necessário uma bruxa e bem... uma duplicata. De preferência da pessoa que está morta, que é Anellise... que era uma duplicata de uma bruxa poderosa. Originalmente conhecida como... Ibis. - Bonnie leu e então ergueu o livro me mostrando a foto, havia uma mulher idêntica a mim. - Precisamos de uma duplicata da bruxa da ressurreição Sage. Você é a única viva.

Escancarei a boca.

Eu era uma duplicata da bruxa vadia?

Isso explica como eu só me fodo.

Oh vida.

~°~

– Quantos anos essa bruxa maldita teria? - Klaus lia o livro, eu estava com a cabeça apoiada em seu ombro.

– Ninguém sabe. 1.000, 2.000. Livros escritos por bruxas sempre contam mentiras, é uma forma de dar e retirar poderes, uma forma de chamar ou não chamar a atenção. A maioria é tudo farsa, é um modo de não serem perseguidas.

– Credo. Que velha. - dei a volta e sentei em seu colo acompanhando a leitura.

Suspirei e me virei para ele, colocando uma perna de cada lado do seu corpo ganhando sua atenção.

– Eu estou com uma sensação errada sobre isso. – admiti.

– Como assim querida? - Klaus mexeu em meu cabelo.

– E se ela for o portal. Você disse que ela pesquisava sobre o portal dos mortos, mas e se não for no sentido que nós esperamos Klaus? Bonnie disse... ressurreição Nik. Isso é muito perigoso.

– Porque isso agora? – me olhou confuso.

– Eu sou uma duplicata de Íbis. Uma bruxa terrível que ressuscitava os mortos e trazia o caos para Terra. E se Anellise seguir os passos dela?

– Elena não segue os passos de Katerina.

– Por um momento seguiu. E olha o que estou tentando fazer agora. Trazer uma morta de volta a vida, isso não é seguir Klaus?

– Não encha a sua cabeça com isso. Caso algo dê errado eu cuidarei disso amor, você sabe disso querida.

– Quando vai para New Orleans? - estava curiosa.

– Logo. Tenho um império para pegar de volta.

Ri.

– Ok rei. Apronte bastante.

– Eu vou plebeia. - o soquei.

Peguei sua carteira sobre a mesa e retirei algumas notas recebendo um olhar curioso. Quem diria que ele tem dinheiro? Deve ter roubado também.

– O que pensa que está fazendo?

– Vou me alimentar. Sua companheira precisa de comida. - dei de ombros.

– Você não recebe salário limpando cachorros?

– Recebo né. Mas uma mixaria Klaus, mal da pra manter a casa. Esqueceu que a vampira não trabalha?

Ele rolou os olhos.

– Cansei de te chamar para cá.

– Não gosto daqui.

Ele me olhou esperando uma resposta.

– É muito grande. E só moram 4 pessoas, fora que eu odeio a cor vermelha e ela está em todos os cômodos dessa casa. Você sabe quanto tempo eu levo do meu quarto até a cozinha? 6 minutos. - bufei irritada.

– Não sabia que era tão exigente. - riu.

– Hum. - resmunguei o beijando - Ainda não viu nada. Quero sorvete.

Ele riu e se levantou quase me derrubando e seguiu em direção a um cofre imenso.

– Vamos atrás do seu sorvete e depois atrás de pistas sobre o corpo de Anellise. – abriu o cofre.

– Ah não. Já digo que eu não vou cavar nada. - abanei as mãos.

– Sage eu não disse que você ia cavar. - riu pegando uma estaca e um punhal, me passou o punhal.

Sabe o que eu adoro nele? O fato de ele não me tratar como porcelana, ele me tratava como se eu fosse a altura dele e isso era ótimo.

– Nik... - desci as escadas quase correndo e esbarrei na mesinha derrubando o vaso que ele pegou imediatamente.

– Não seja tão agitada amor. Eu adoro isso, mas você está acabando com o meus vasos milenares. - abriu a porta.

– Vou lembrar que isso é um namoro milenar e vou me controlar. - sorri para ele.

– Um namoro normal.

– Não é não Nik. Somos completamente diferentes dos outros casais. - saltitei até o carro e entrei batendo a porta.

– Como diferentes? - ele riu de forma debochada.

– Ué. Publicamente não tocamos um no outro, então não parecemos um casal para as pessoas de fora. Não vamos ao cinema, nem a um jogo nos fins de semana, você não conheceu meus pais, não almoça comigo nos fins de semana, não me abraça e etc... - ele arqueou a sobrancelha.

– Então quer dizer que a nova Miss Romance Mystic Fells quer tudo isso? - riu debochado.

– Claro que não seu merda. Só estou tentando mostrar o quanto eu fico feliz e como estou satisfeita namorando com você. - virei a cara para janela e senti que ele estava satisfeito com a resposta.

– Bom saber disso amor.

– Quando vamos viajar? - questionei balançando os pés.

– Logo Sage. Assim que acharmos o corpo faremos quantas viagens você quiser, para todo o lugar que quiser.

O olhei de lado. Droga eu estou ficando boazinha, deveria estar criando encrencas por ai e não sentada em um carro fazendo planos com meu "namorado", era clichê demais e eu sabia que ele sentia o mesmo em relação a isso, fazer planos é algo muito estranho.

– Falou com a Bonnie? - perguntei.

– Sim. Ela tentou localizar o corpo, mas não conseguiu nada. Ela suspeita que o corpo tenha sido queimado, mas não acredito nisso. A teoria foi que ela morreu com uma estaca no peito, mas só o pai sabe onde está o corpo.

– E estamos indo aonde? - vi que ele esqueceu do meu sorvete, preferi ficar quieta.

– Vamos atrás de algumas bruxas para saber onde está o corpo, acredito que alguém saiba. - o olhei.

– Está me levando para uma de suas pesquisas? - isso sim é novidade.

– Sim eu estou, mas fique quieta Sage. Não a incomode. Não muito. - sorriu malicioso - E tenho algumas pendencias para resolver, existem alguns caçadores por perto. - sorri para ele.

É. Eu vou me divertir.

~°~

Revirei os olhos entrando correndo no hospital abandonado atrás de Niklaus que desapareceu dentro do prédio, assim que passei pela porta ele estava ao meu lado de novo surpreso com minha roupa decente em anos. Eu usava uma calça jeans azul escura, uma bota preta e uma blusa de alcinhas de cor verde com uma jaqueta jeans clara. Eu parecia até uma Caroline. Não combina comigo.

– Vamos. - falou baixo.

Juro. Eu nem tentei ser discreta pois imaginava a entrada fenomenal, Klaus ia a dois passos a frente enquanto eu o seguia sorrindo com o barulho dos meus saltos. Peguei o punhal colocando no cós de minha calça e andei um pouco mais rápido pelos corredores escuros e sujos, passamos por um casal drogado e descemos para o subsolo entrando em uma espécie de saguão. Klaus abriu uma porta imensa e a atravessou comigo logo atrás, olhei para o local surpresa. Ele disse que seriam alguns caçadores, e não uma cidade inteira. Havia pelo menos uns 30 lá dentro e percebi que Klaus ficou levemente surpreso, mas continuou com a expressão séria que logo se tornou completamente perversa.

Reparei que me olhavam com curiosidade, era quase certeza que concordavam que eu era um bom alvo. Acompanhei Niklaus até o fundo da sala e vi uma mulher nos olhando surpresa, ela escancarou a boca e senti que Klaus estava achando a situação cada vez melhor.

– Olá Bree.

– Mikaelson. - foi gélida e me olhou - E você é?

– Não te interessa. – ele falou por mim, eu não estava gostando nada do olhar dela.

– O que quer aqui? Acho que percebeu que não é bem vindo Niklaus.

– Eu sei que eu não sou, mas eu quis vir aqui. Qual o motivo para não visitar os velhos inimigos? - pegou uma taça em cima da mesa e a cheirou - Você já foi melhor que isso.

– O que quer aqui? Diga logo. - notei que ela me analisou, dei o dedo do meio.

Vadia.

– Um favor.

– Não te devo nada. - ele a olhou irritado.

Fiquei surpresa quando ele chutou jogou a taça em uma prateleira atrás dela que desmontou completamente, o aço teria acertado sua cabeça se ele não tivesse o segurado.

– Agora você deve. - sussurrou - Eu estou sendo muito paciente Bree, eu acho melhor você me dizer logo.

– Já disse que não tenho nada com você.

Klaus voou até a porta e enfiou um pedaço de cabo na porta o dobrando com força impedindo que alguém saísse, corri para o trás da bruxa e passei um de meus braços pelo seu pescoço e apertei fazendo ela tombar para trás enquanto eu a enforcava. Vi com surpresa que Klaus colocou fogo em uma das vestimentas antigas dos pacientes do hospital, os caçadores perceberam que Bree não estava resolvendo o problema e começaram a se desesperar.

– Vamos lá Bree... eu só preciso de informações. - a olhou intensamente.

O local inteiro começou a pegar fogo e a fumaça preta surgiu. KLAUS PIROU? Não sei se ele sabe disso, mas... eu sou humana. Tossi e consequentemente apertei mais ainda o pescoço dela.

– O que quer saber? - reparei que ela cedia.

Bree não era uma bruxa fraca, mas acredito que ela estava concentrada demais em Klaus para conseguir extinguir as chamas e eu apertava o seu pescoço fortemente. Era nítido que ninguém ali se moveria por ela, e ela estava com medo de abusar de seus poderes e provocar a fúria de Klaus ou a minha, era claro que eu não era muito sã afinal eu estava o ajudando e tenho certeza que ela sentia que eu era marcada. Se fizesse algo contra mim ou Klaus seria morta brutalmente pelo que vivesse.

– Onde está o corpo de Anellise Salvatore?

Ela riu.

– Era só isso? Debaixo da mansão. –sorriu.

Klaus grunhiu, ele estava irritado e era compreensível, ela estava sendo cooperativa até demais. Apertei mais o meu braço ao redor de seu pescoço quando vi que ela tentaria apagar o fogo, um dos caçadores começou a gritar.

– Diga logo Bree.

– Eu já disse. O corpo nunca saiu da mansão Salvatore. – ela gritou nervosa quando viu que estava prestes a ficar sem ar.

Klaus riu.

– Acredito em você.

Soltei o corpo de Bree e ele o pegou quebrando o pescoço, todas as cabeças se viraram para nós. Klaus esqueceu que sou humana? Eu não conseguia mais respirar.

– Só mais um pouco amor. - pediu.

Me sentei na mesa a vasculhando com os olhos e encontrei um livro de magia negra, fiz careta e sai de lá acompanhando Klaus. Notei que eu estava virando um alvo a medida que desistiam de ir até ele vendo que nada adiantaria, eu não podia lutar devido ao cansaço. Tossi e corri pelo local em chamas, alguns deles vieram em minha direção e eu pulei algumas chamas queimando uma parte de minha calça, olhei para trás vendo que alguns deles haviam hesitado.

Fiquei cercada pelas chamas e enfiei o pé na parede que cedia com extrema facilidade, vamos.... eu sou uma duplicata. Subi rapidamente evitando minha perna de ser puxada, e consegui me deslocar para a estrutura de metal, mas o azar me persegue e a estrutura cedeu me fazendo cair. Antes que pudesse tocar o chão senti os braços de Klaus rodearem minha cintura e ele me carregou até a porta e a quebrou se virando para mim.

– Vai subindo. - sorriu e eu também sorri.

Subi as escadas correndo sentindo meu braço queimar terrivelmente, peguei a jaqueta e a retirei vendo que ela queimava, antes que eu a jogasse no chão avistei o casal de drogados e corri até eles pegando a garrafa de suas mãos, quebrei a parte de cima e coloquei uma parte da jaqueta dentro dela evitando que o fogo encostasse no líquido e quando o borrão passou pelo meu lado eu lancei a garrafa no corredor vendo que ela havia formado rapidamente um paredão de fogo evitando que os caçadores viessem para o nosso lado. Eles estavam presos e queimariam até a morte.

É. Eu realmente amo ser a companheira desse híbrido.

Me revirei sorrindo pela minha ideia e corri de volta para o carro sentindo animação, me virei para Klaus e mandei um beijo.

– E o meu sorvete amor? - imitei seu sotaque e ele riu.

– Logo querida. - entrou no carro e eu o segui.

– Você anda muito bonzinho Nik. - reclamei e ele me olhou cético.

– Você viu o que nós fizemos?

– Me refiro aos meus amigos.

– Eu deveria os atormentar? - riu surpreso - Sage eu achei que você não queria isso, e o elo impede.

– O elo impede você da matar eles. Não de atormentar.

Eu queria barraco, era tão difícil assim isso acontecer? Ele negou com a cabeça e voltou os olhos para a estrada pegando seu celular e falou brevemente com Elijah e franziu a testa, dei de ombros ignorando isso e peguei meu celular mandando uma mensagem para Damon.

"Estamos voltando Damie."

"Por favor, demore mais bird. Você é um tormento" - ri com sua resposta.

"Irei voltar o mais rápido possível"

"Se perca pelo caminho"

Olhei para Klaus e vi que ele havia ficado bem sério.

– Klaus? - chamei - O que foi?

– Nada amor. - olhou a rua atentamente.

– Está estranho. - comentei.

– Não é nada Sage. Eu resolvo. - foi gélido e eu virei o rosto olhando para a janela, completamente desinteressada.

Fechei os olhos e cai no sono, mas logo fui acordada quando o carro acelerou e o motor fez barulho. Olhei ao redor assustada e vi que o carro havia parado completamente, fiquei confusa com isso já que era um carro novo e muito forte, mas foi bastar olhar para Klaus para saber que ele havia o forçado ao limite. Algo está muito errado.

Desci do carro sem ele nem pedir, Klaus parecia completamente fora de si e ao invés de eu encher o saco dele apenas me sentei em uma rocha e disquei o número de Stefan enquanto via o loiro socar o motor do carro com força. Quem atendeu foi Enzo.

Oi Sage. - Enzo saudou.

– Dá pra vir me buscar? O carro quebrou. - pedi.

Sim. Estou indo Déa, passe o local por mensagem. - desliguei e fiz o que ele pediu.

Desviei os meus olhos de Klaus enquanto o ouvia gritar do outro lado da estrada com Elijah, ele estava irritado, mas quando é que não estava hein? Bufei irritada e ele se virou vendo que eu não estava nada contente com sua atitude, ele se despediu de Elijah e me olhou atentamente até decidir vir até mim.

– Vou resolver isso.

– Enzo está vindo me buscar. - ele fechou a cara e eu retribui - Não vou mofar até você arrumar isso ai.

Eu estava curiosa e isso me deixava mal humorada. Ele se sentou ao meu lado e eu senti o quão furioso ele estava, sim... ele estava muito irritado e com medo? O que Elijah disse? O ignorei sabendo que ele não responderia de forma alguma, mas... hei... eu tenho que tentar.

– Klaus que foi? Fala logo. - ele me olhou atentamente.

– Apenas um grupo de bruxas incomodando.

– Desde quando bruxas são problemas?

– Desde hoje. - percebi que mentia.

Rebekah teria feito algo? Ou até mesmo Kol? Esther estava perto e ele queria parecer ter o controle? Qual o problema dele?

– Não minta para mim. - me analisou.

– Vou fazer uma viagem rápida, estou tendo problemas com o reino. - explicou e eu respirei aliviada, não era eu.

– Que problemas?

– Parece que existem outros "reis" interessados em tomar o lugar. - ironizou.

Dei de ombros, eu ainda não estava interessada em seu reinado. Deve ser muito chato dar ordens, não que eu não faça isso, mas deve ser muito chato ter alguém te obedecendo o tempo inteiro. Cadê a diversão?

– Oh. – senti a compaixão me invadir e apoiei a minha cabeça em seu ombro – Eu sinto Nik. Vai ter que ir logo?

– Planejo esperar mais um pouco Sage, talvez mandando Rebekah ou Kol o problema se resolva. – Bekah e Kol?

– Está querendo perder o reino de vez Niklaus? – ele gargalhou.

– Uau, você é muito positiva em relação a sua família.

– Minha família? – o olhei confusa.

– Ainda não ficou claro? – encostou o queixo em minha cabeça – Nossa família Sage. Os Mikaelson.

– Ah, Kol sempre diz, mas você sabe que eu não o levo a sério.

Uma Mikaelson. Esther deve fervilhar de ódio por ver seu filho lindo com uma “desqualificada”. Sorri. Era um privilégio ser tão amada por Klaus e por uma parte de sua família, eu tenho mais do que certeza que Esther me odiaria com todas as suas forças.

– Kol não deve ser levado a sério, mas ele não mentiu quando te incluiu na família Sage. É assim que nós somos, isso é um laço muito importante para nós. – olhou ao redor.

– Entendi Nik. – beijei seu pescoço.

Vi o carro prateado surgir e me levantei, Caroline estacionou o carro como uma louca e veio até mim segurando meu pulso com força enquanto Enzo descia e a puxava para longe de mim.

– O que foi?

– Vamos logo Sage eu vou participar de um concurso de comida para um buffet. – me puxou de novo.

Me sentei no banco traseiro e Klaus apareceu na janela de Enzo o encarando de forma séria.

– É melhor você se controlar ou eu te mato e um elo não vai me parar. – bateu no teto do carro e se afastou.

Olhei para Caroline que parecia aterrorizada e Enzo apenas bufou e riu de forma audível. O que foi isso?

– Meu Deus. – ela sussurrou ligando o carro – O que foi isso Sage? O nível de amizade entre vocês está assustador. – ela dirigia completamente chocada.

– É de Niklaus que estamos falando Care, tudo é assustador. Na mente dele – sorri maliciosa – E dos medrosos. Afinal não se faz amizade quando se está com medo da pessoa.

~º~

– Tem cheiro de chorume. – Katerina fez careta sentindo o gosto amargo da comida.

– Se lixo tem um sabor, com certeza é esse. – Caroline emburrou mais ainda e colocou as mãos na frente do rosto, triste com minhas doces palavras.

– Não fique triste – Katerina deu um sorriso malicioso em minha direção – Pode tentar outro ano. Ou em outra vida. – riu saindo da cozinha e eu reprimi uma risada ao ver a cara decepcionada da loira.

– Vocês se merecem.- jogou aquela coisa verde no lixo – Sage eu não aguento mais as suas amizades.

– Elas não te aguentam também Care. Empate e ela não é minha amiga.

– Porque Nataniel não quer tirar fotos minhas? – perguntou chateada – Eu ofereci dinheiro – ri.

– Stefan o ameaçou. – fofoquei e ela bufou irritada – Não que Nataniel tenha medo dele, mas Stefan pode fazer um estrago nos trabalhos dele e isso Nataniel não perdoa.

Elena entrou na cozinha comendo um pedaço de bolo, roubei dela, ela não precisa disso.

– Hum... ter que lidar com Katherine todos os dias não é fácil. – pegou de volta.

– Lidar com vampiros, bruxas e lobisomens não é fácil. Sendo humana, duplicata de uma bruxa milenar sendo caçada por uma bruxa super poderosa e provavelmente um exército de Originais não é fácil. Me esqueci também da marcação, do elo, da transformação dos híbridos e da tentativa de fechar o portão e agradar uma Caroline. Tá bom assim? Um pai louco para me matar solto pelo mundo, e meus irmão em outro país. – ditei recebendo olhares desagradáveis.

– Ganhou.

– Ainda não. Eu vou super ganhar, ainda sou nova e tenho tempo de sobra pra me aparecer mais merda.

– Você não parece odiar isso. – Caroline comentou pegando uma bolsa de sangue.

– Não odeio. Eu amo isso. – desci da cadeira e fui para sala me jogando ao lado de Damon.

– Bird sinto em dizer, mas eu não vou caçar a minha irmã por todo o terreno dos Salvatores. – o olhei de cara feia.

– Eu ligo Damie? Tô nem ai para isso, até por que eu mesma não irei te ajudar com isso. Não vou cavar nada, nem pegar em mulher morta. – avisei.

– Sage. – Caroline acenou para um Stefan pensativo.

– O que vai fazer da vida esse ano Sage? – cruzou os braços me olhando – Todos nós menos Damon estamos matriculados na faculdade.

– Eu trabalho Stefan. – revirei os olhos – Posso passar a vida inteira limpando cachorros.

– Não pode. O que pensa em fazer da vida Sage? Ficar aqui com a gente até quando? Não podemos passar a eternidade aqui.

Suspirei.

– Eu penso em talvez fazer um mochilão por ai, o resto da vida. Ganhar dinheiro com dança e tráfico de suplementos e rodar o mundo. – ele me olhou de cara feia e eu suspirei irritada sabendo que não gostaria da conversa – Eu quero ser humana. – resumi.

– Sage... – Caroline me olhou atentamente – Você não quer ser imortal?

– Eu quero envelhecer, eu quero ter m final Caroline. Quando eu estiver cansada demais da vida eu nunca irei acordar, mas eu vou virar vampira e os meus novos amigos vão morrer, meu irmão vai morrer... e eu vou ter vocês, mas e ai? Vai dizer que nunca se cansaram da vida? Vai dizer que nunca pensou que você só morre se for assassinada ou se suicidar? Não tinha que existir data e nem hora marcada pra morrer. Eu quero viver! Eu quero sentir.

– Dá para fazer isso sendo uma vampira. – Damon contestou ao ver que Elena entrava em conflito consigo mesma em um canto da sala – Sage nós somos como seres humanos, podemos viver e sentir o quanto quisermos. Eu não vou dizer que é bom, nem sempre é.

– Eu concordo com ela. – Elena colocou o cabelo atrás da orelha, uma mania quase perdida.

– Viu.

– Não digam essas coisas. E Klaus? E eu? E nós?

– Não me force a ser isso por você Caroline, quando as pessoas chegam ao limite elas morrem. É para isso que a morte serve, para te dar paz.

– Até quando? E se não der? Nós sabemos que existe a tal vida após a morte e quem volta nunca está bem, sabe o motivo? Lá é solitário. Você pode viver ao invés de apenas sobreviver aqui, vai morrer e ficar a eternidade sozinha?

– Deixem a Sage em paz. A escolha é completamente dela, ninguém tem que se sentir no direito de intervir, vocês não querem a condenar a um sofrimento eterno. – Alaric interferiu.

– Se eu escolher a culpa vai ser minha pela decisão, não de vocês. Ninguém vai precisar se martirizar por minha causa, eu sei o que é bom para mim.

Eles ficaram quietos e eu vi Klaus escorado na porta da sala.

– Vamos conversar.

~º~

– Quando pensava em me contar que não queria ser humana? – ele jogo a jaqueta em sua cama e se virou para me olhar.

– Não iria. Não é um pecado que eu queira me manter humana. Achei que tinha sido meio óbvio já eu não pedi para ser transformada.

– Nem por mim? – fiquei quieta, desgraçado.

Era um golpe muito, muito sujo da parte dele. Meus amigos teriam uns aos outros e logo esqueceriam de mim, eles encontrariam seus marcados e viveriam feliz pela a eternidade. Só se ama uma vez, essa seria a nossa única vez? Se Klaus me ama com a intensidade que eu sinto, provavelmente ele sofreria muito.

– Você não quer morrer.

– Eu não quero que o que nós sentimos um pelo outro acabe, é diferente. – toquei seu rosto, eu sabia que ele não aceitaria isso, já estava sentindo ideias mirabolantes se formarem em sua cabeça.

Eu amo ser amada.

– Não é só isso. Você sabe que temos algo muito mais forte Sage... mais do que qualquer um talvez chegue a ter e não é um exagero, você sabe disso e sente isso tanto quanto eu. Então pare com isso agora. – se afastou impaciente – Será que não entra nessa sua cabeça que eu te encontrei e eu vou fazer de tudo para te prender. – seu sotaque ficou mais forte ainda e eu quase não entendia o que ele falava – Entendeu amor?

– Entendi Niklaus, mas você sabe que eu sou uma oponente a altura, você não vai me negar o que eu quero.

– Veremos se eu não vou. Você tem cinco anos para vir até mim por vontade própria, depois disso eu te transformo a força. – ele me olhou duramente e eu suspirei - Você vai mudar de ideia Sage.


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