Eu sou o inverno escrita por AleyAutumn


Capítulo 24
Um maldito




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Abri os olhos encarando a parede vermelha do quarto em que eu estava, virei levemente a cabeça em direção encontrando a pessoa que eu saberia que estava lá, meu movimento chamou a atenção de Elijah que imediatamente se agachou ao meu lado me olhando atentamente passando os olhos pelo meu corpo machucado, tentei levantar e soltei um gemido de dor ao sentir os ferimentos latejarem. Minha cabeça parecia pesar toneladas e eu logo soube que se não ficasse quieta eu desmaiaria

– Dormiu por 25 horas. - informou e eu senti o cheiro de seu corpo que me fez relaxar quase me fazendo dormir de novo.

Mantive meus olhos nos seus vendo a preocupação estampada neles, dei um sorriso fraco.

– Porque ele está com raiva de mim? - falei baixo, quase sem voz.

– Isso foi Niklaus com ciúmes. Como está? Ele não está com raiva Sage, Niklaus é explosivo assim com todos, mas ele sempre esteve envolvido com vampiros e não com humanos. Ele não conhece seus limites. - eu entendia perfeitamente, Klaus era indestrutível.

Ele já havia se esquecido de muita coisa de seu tempo como humano, era compreensível que não tivesse tato algum para lidar comigo. Eu estava o assustando com as novas cargas emocionais, assim como ele fazia o mesmo comigo. Eu não conseguia encontrar uma resposta para o que eu estava sentido.

– Horrível. - olhei meu corpo completamente marcado.

– Eu não imaginava que ele fosse descontar em você. Fico surpreso que ele tenha te marcado, foi esperto da parte dele. Ele estava fora de si. - tocou minha bochecha e eu fechei os olhos ao sentir a dor de cabeça voltar.

– Foi bom. - ele olhou como se eu fosse louca - Não digo que a dor é boa, mas eu não tinha noção que um vampiro poderia bater tão forte. Me faz ter uma ideia da força que tenho que usar, e de quanto tempo posso durar em uma luta. Agora entendo o motivo de vocês temerem tanto outros vampiros me cercando, eu não sou nada. - murmurei chateada.

– Ele também se feriu. - mudamos o foco.

– Sim. Mas ele ainda hesitou, se estivéssemos em uma luta eu não passava dos primeiros minutos.

– Só está treinando a dois meses. Pode derrubar um vampiro jovem muito fácil. Não se diminua.

Suspirei.

– Me leva para casa. - pedi.

– Ele quer falar com você.

– Ele fala depois. - agarrei o pulso de Elijah com força e mordi quase perdendo os dentes, mas o sangue veio em uma quantidade suficiente.

Me levantei e fui em direção ao banheiro tomei um banho longo e lavei os meus cabelos cheio de terra molhada. Crispei os olhos e os sequei com um secador que estava jogado por lá, deixei o cabelo liso e sai enrolada em uma toalha notando que Elijah não estava mais lá. Achei um vestido preto tubinho e peguei o salto preto já que a cortesia de Klaus parecia o impedir de me dar tênis.

Olhei as dezenas de perfumes que ele colocou sobre a penteadeira usei um deles olhando impressionada para o frasco, esse era deliciosamente bom. Coloquei dentro da minha bolsa e sai do quarto dando de cara com Elijah que me analisou rapidamente, acenei para ele e invadi o quarto de Rebekah que estava deitada com a barriga para cima. Perfeito. Corri até a cama e dei um soco com força em seu abdômen enquanto ela me olhava assustada.

– Sage você ficou maluca? - gritou colocando a mão na barriga e se sentando.

– Isso foi pelo soco de ontem sua vadia. - fui até sua penteadeira e peguei o batom rosa o passando.

– Não pede mais não é? - a olhei de cara feia.

– Desde quando te devo satisfações de alguma coisa sua loira nojenta? Parasita. - resmunguei ajeitando meu cabelo.

– Faz parar. - pediu em voz baixa.

– que?

– Nik está sofrendo. Ele está sentindo muita dor.

Me dê amor como ela

Porque ultimamente tenho acordado sozinho

Lágrimas de dor escorrendo na minha camiseta

Disse a você que os deixaria ir

E eu vou lutar pelo meu espaço

Meu coração parou. Me lembrei das palavras da bruxa sobre o fato de eu ser machucada, eu tinha me ferido gravemente e Niklaus estava pagando por isso, considerei isso minha vingança, mas me arrependi amargamente quando desci para a sala junto com Elijah.

Niklaus parecia completamente ausente de seu corpo, na verdade aquele não se parecia em nada com Nik. Ele estava completamente alheio a nossa presença e isso me assustou por um momento, Niklaus nunca baixava a guarda, parecia até ter olhos nas costas de tão bom que era, mas isso não se aplicava agora.

Talvez eu te ligue hoje a noite

Depois do meu sangue virar álcool

Não, só quero te abraçar

Ele deu um grito alto me fazendo saltar e lançou um vaso para longe quase me acertando, desviei e Elijah segurou o vaso antes que quebrasse. Niklaus colocou as mãos na cabeça e puxou os cabelos para logo depois passar as mãos pelo rosto o arranhando, ele estava completamente suado e vermelho e já não estava mais com sua camisa. Ele grunhia e seus olhos mudavam do amarelo para o verde a cada minuto, tentei me aproximar e Elijah me segurou com força. Suspirei chamando a atenção de Klaus e ele me olhou, seu rosto estava cheio de veias mostrando a dor que ele sentia, olhei para sua pele procurando qualquer sinal de que ele queimava e não encontrei nenhum. Ele grunhia parecendo completamente for a de si enquanto me encarava com preocupação e pesar.

Me dê um pouco de tempo ou queime isso

Vamos brincar de esconde-esconde para mudar isto

Tudo que quero é o sabor que seus lábios permitem

– Niklaus. - fui gélida.

– Sage... - tentou avançar e foi interceptado por Elijah.

– Sage saia da casa.

– Ele está sofrendo. - analisei Klaus vendo que ele tinha arranhões pelo corpo que se curavam com dificuldade.

– Não é seguro. - empurrei Elijah para longe quando vi a expressão de Klaus se tornar puro ódio.

– Acha que eu seria capaz de a machucar? Mais do que já fiz? - apontou para mim.

Minha, minha, minha, minha, oh, me dê amor

Minha, minha, minha, minha, oh, me dê amor

Minha, minha, minha, minha, me dê amor

Klaus ficou me encarando enquanto seus olhos mudavam de cor, toquei seu rosto e senti o quanto sua pele estava quente, era como tocar em brasas. O olhei intensamente me sentindo mal por ver o loiro que eu tanto gostava nesse estado, o que eu sentira na noite anterior não era nada comparado ao que ele sentia. Eu não sabia como fazer a queimação parar, mas poderia amenizar.

Ouvi uma musica baixa vindo do andar de mim e soube que Niklaus a escutava melhor do que eu, peguei seus dois braços e os coloquei apoiado em minha lombar, rodeei seu pescoço com as duas mãos e vi que ele lutava para se controlar. Era mais do que nítido que Klaus se esforçava ao máximo para não me quebrar no meio da sala tentando aplacar a dor que ele sentia.

Me dê amor como nunca deu antes

Porque ultimamente tenho desejado mais

E faz algum tempo, mas ainda sinto o mesmo

Talvez eu deveria deixar você ir

Olhei em seus olhos verdes/amarelos e vi a dor estampa de forma nítida. Ele respirava com força e rapidez tentando aplacar a queimação, toquei seu braço suado e comecei a nos mover no ritmo da música. Notei que Elijah havia saído, mas sabia que ele ainda estava atento a algum ataque de Niklaus.

– Eu sinto muito Sage. - senti seus lábios se moverem em minha testa e sua mão afagou minha bochecha.

– Está tudo bem Nik. - ainda não estava.

– Não está. É a nossa primeira conversa civilizada, a última coisa que estamos é bem. Eu não suporto ver você agir como uma pessoa normal. - levantou meu rosto me forçando a olhar para ele.

– É mesmo normal que eu esteja nos braços de um híbrido morrendo de dor que pode a qualquer momento me matar? - ele riu baixo e gemeu de dor me apertando.

– É o máximo do normal que você pode chegar meu amor. - falou carinhosamente.

Você sabe que vou lutar pelo meu espaço

E que vou te ligar hoje a noite

Depois que meu sangue estiver se afogando em álcool

Não, só quero te abraçar

Toquei seu rosto e Klaus se afastou segurando minha mão e a erguendo me fazendo rodar e então me puxou de volta me mantendo mais perto do que da ultima vez, ele inclinou meu corpo para trás e eu vi a dor atravessar seu rosto novamente quando sua pele esquentou de novo. O senti segurar meu cabelo com força e vi que seus olhos se encheram de lágrimas e ficaram avermelhados, ele me puxou novamente para cima e enterrou o rosto em mes cabelos puxando o ar.

Me dê um pouco de tempo, queimaremos isso

Vamos brincar de esconde-esconde para mudar isto

Tudo que quero é o sabor que seus lábios permitem

– Me desculpe. Não era esse tipo de coisa que eu queria fazer você sentir Sage, era a última coisa que eu queria que você sentisse quando estivesse comigo. - comentou ao ver que eu estava tensa e mais séria que o normal - Eu tentei descontar a dor que eu sentia em você e acabei fazendo você sentir ela.

– Não acho que eu tenha nem sentido algo perto disso. - olhei em seus olhos.

– Não? Você entrou em choque.

– Ouvi uma vez que dor da alma é maior que a dor do corpo. Nós mais do que ninguém sabemos disso, e eu só não despareci ainda te deixando queimar porque eu encarei aquilo como um treinamento bem como você disse que seria. E aquilo foi exatamente um treinamento para mim, você me fez abrir os olhos para um perigo que eu estava ignorando. De uma forma dura, mas fez.

Mesmo que fosse apenas por ciúmes, ele me mostrou que eu não deveria ter sido tão receptiva a Nataniel, se um vampiro quiser me matar... ele vai fazer sem problemas. Era quase uma punição por eu não levar o mundo sobrenatural tão a sério quanto eles.

– Mesmo assim não deveria ter feito aquilo Sage.

– Deveria. Mas eu não quero que você faça aquilo fora do treinamento, Niklaus... se você me machucar daquela forma de novo...

– Eu não farei mais. - afirmou com convicção e vi que ele começava a travar uma luta contra o sono.

– Você ama Caroline? - ele me olhou irritado.

– Achei que já havíamos resolvido isso Sage. Eu não amo Caroline

– Brigou com Stefan por ela. Quase o matou na minha lareira.

– Brigamos por você. Stefan achou que eu tinha te hipnotizado, ele ainda não engolia a história muito bem.

– Eu também acho que estou hipnotizada. Como posso gostar de um merda como você? - olhei para o lustre novo.

– Não serei um merda com você Sage, eu prometo que te darei uma vida boa com tudo o que você quiser. O que quiser de mim você terá.

Minha, minha, minha, minha, oh me dê amor

Niklaus se aproximou de meu rosto iniciando um beijo calmo e eu quase me afastei ao sentir o que havia ali, ele estava com dor, muito dor, mas ao mesmo tempo sentia uma culpa terrível, medo e preocupação e um leve toque de adoração. Fechei os olhos quando senti a dor intensificar e me afastei quando ela se tronou insuportável demais para mim. Klaus caiu e eu lutei para o manter de pé, reparei que ele estava com o corpo em sua temperatura normal.

Minha, minha, minha, minha, oh, me dê amor

Minha, minha, minha, minha, oh, me dê amor

Minha, minha, minha, minha, oh, me dê amor

Olhei em seus olhos verdes que quase se fechavam decidindo manter a conversa, eu sabia que ele me contrariaria de todas as formas

– E se eu quiser ir embora? Se eu não quiser te ver mais?

Klaus arregalou os olhos.

– Está tão chateada assim? - sussurrou antes de cair desacordado em cima de mim.

Chamei Elijah e o entreguei. Sai para for a de casa ignorando a chuva e corri para meu lar sabendo que Elena provavelmente estaria em casa junto de Damon assistindo alguma série melosa na televisão. Dito e feito, quando cheguei os dois estavam lá fazendo exatamente o que eu havia imaginado, pelo menos Elena, Damon apenas lia meu diário de quando eu era mais nova. Revirei os olhos para a ação dele e corri para cama me cobrindo até o pescoço enquanto uma intensa chuva iniciava.

Me dê um pouco de tempo, ou queime isso

Vamos brincar de esconde-esconde para mudar isto

Tudo que quero é o sabor que seus lábios permitem

Acordei ao sentir seu cheiro penetrar minhas narinas e abri o olho imediatamente vendo a figura loira parada na ponta da minha cama, ele estava sentado de forma ereta e completamente tenso e me olhava aguardando minha respostas.

– Não estou chateada. - ele relaxou

– O que é então?

– Estou com medo. De você. - admiti.

– O que? -perguntou incrédulo.

– Você nunca dirigiu sua raiva a mim.

– Eu nunca te mataria. Eu te quero comigo Sage. Pela eternidade. - uma declaração muda, eu odeio declarações mudas, elas deixam espaços na história. Deixam espaços para imaginar sentimentos que não existem.- Eu não farei isso de novo. Sage...

– Tudo bem Klaus. Mas não pode me impedir de viver.

– Quer estar com aquele garoto? Com outro? - ele estava irritado.

– Não sei. Um dia eu posso sentir essa vontade, de estar com outro.

– Então eu vou acabar com suas dúvidas. E você vai ter certeza do que quer.

– Vai ter que dizer. - avisei e ele entendeu imediatamente.

– E eu não mostro o suficiente?

– Eu quero ouvir. Pois sei que você não mente. Eu quero ouvir que me ama.

M-minha, m-minha, m-minha, oh, me dê amor, amor

M-minha, m-minha, m-minha, oh, me dê amor

M-minha, m-minha, m-minha, oh, me dê amor

M-minha, m-minha, m-minha, oh, me dê amor

Ele não falou nada, apenas deitou por cima de mim e apoiou o peso em seus braços. Seus lábios tocaram os meus suavemente fazendo um choque elétrico passar pelo meu corpo, aceitei sua língua de bom grado e senti novamente a conexão forte que nos mantinha unidos. Sua mão esquerda desceu até a minha coxa direita a apertando suavemente.

Os beijos de Klaus eram molhados, quentes e intensos. Seus lábios eram macios e faziam minha pele formigar onde quer que ele os colocasse, tinham um gosto suave. Seus toques eram suaves e ao mesmo tempo suave. Eu sabia que isso não era o habitual dele, provavelmente ele não queria me assustar, ou talvez esse fosse seu jeito de se manter controlado.

M-minha, m-minha, m-minha, oh, me dê amor, amor

M-minha, m-minha, m-minha, oh, me dê amor

M-minha, m-minha, m-minha, oh, me dê amor

M-minha, m-minha, m-minha, oh, me dê amor

Senti seus lábios descerem até meu pescoço deixando um rastro quente por onde passavam, passou sua língua por cima da pele fina, mas não parou. Continuou até chegar em meu busto na parte descoberta dos meus seios, reprimi um grito quando ele cravou os dentes. Mesmo que tenha sido delicado, por favor ne? Dói.

Ignorei a dor e me concentrei em sua mão que se moveu para a parte interna das minhas coxas. Tremi e ofeguei ao sentir sua mão descer vagarosamente e então eu explodi. Explodi de ódio quando bateram na maldita porta. Eu sou muito fudida.

– Porra Elena! - gritei.

Ela deu uma risadinha.

– Desce. Você também Klaus. Temos visita.

Suspirei. Klaus retirou suas presas e minha pele se regenerou. Olhei para ele que tinha um sorriso malicioso, baixou o rosto novamente em minha direção e me beijou com urgência explorando minha boca enquanto eu passava minhas mãos pelo seu peito.

– Sage! - Damon gritou.

– Já vou encosto maldito! - gritei.

Me levantei e corri para baixo caindo em cima de Stefan que estava sentado na poltrona, me levantei e sentei no braço da poltrona e Klaus parou do meu lado.

– O que essa peste está fazendo aqui? - apontei para o moleque.

– Vizinha. Só vim dar um comunicado.

– Elena me chamou pra isso? – me irritei.

– Escuta.

– Eu vi um cara vigiando sua casa ontem. Estava na sua janela meu amor - piscou para mim - Ficou um tempão lá, se movia como uma bala. Só para te avisar eu vim fazer uma declaração de amor.

– Como ele era? - questionei me levantando.

– Um beijinho pela informação.

– Só se for um beijinho do meu pé na sua cara seu babaca. Fala logo. - ameacei dar um soco nele.

– Alto. Moreno. Muito forte. Bem forte mesmo. Jaqueta de couro. Cabelo preto.

– É o Tyler. - afimei.

– Não é o Tyler. - Caroline brigou.

Dei de ombros.

– Pode ser aquele cara que você conheceu. - Stefan opinou.

– Não creio que seja. Afinal, ele não é musculoso.

– Até de jaqueta ele é magro. - Bonnie defendeu.

– Verdade.

– Como assim até de jaqueta Bonnie? - Jeremy enciumou.

– Ele tirou. - dei de ombros - Mas só a jaqueta.

Jurei e ele bufou.

– Bem já vou. Vizinha... quer sair comigo?

– Não.

– Porque?

– Porque não quero.

– Ela é comprometida. - Elena se meteu.

– Com esse carinha? - olhou debochado para Klaus - Eu sou muito melhor do que isso.

Klaus deu um tapa na cabeça dele e o menino foi embora.

– Quem pode ser? - me mantive queima sabendo que ninguém me ouviria.

Me afastei um pouco e me escorei na parede de frente para a janela vendo um movimentação anormal na rua, dei de ombros.

– Não faço ideia, mas talvez seja melhor alguém sempre acompanhar Sage. - todos se olharam e eu revirei os olhos.

– Eu voto por trancar ela em uma cela, é mais fácil. Poupa tempo, trabalho e dor de cabeça. - Damon se pronunciou e eu revirei os olhos.

– Ótimo... - fui interrompida e gritei de dor quando algo passou pelo janela e acertou meu peito.

Cai de joelhos respirando com dificuldade e olhei para baixo vendo o que havia me acertado. Me afastei vendo o coração rolar aos meus pés e olhei para meu próprio peito vendo que ele estava manchado de sangue, toquei o local e vi que não havia ferimento, mas eu sentia uma dor horrenda devido a pancada.

– Sage. - Stefan me levantou me colocando no sofá e olhou para o coração - Fique calma, Klaus foi atrás dele.

– É? Alguém arremessa um coração em mim e você acha que eu quero que o Klaus esteja lá for a caçando o maldito? Eu quero ir para o hospital, não me sinto bem psicologicamente. Por favor. - reclamei.

Fechei os olhos por um breve momento até notar que não sentia mais nenhuma dor. Senti o cheiro de Klaus e abri os olhos o vendo em minha frente, ele me analisou rapidamente.

– Esteja pronta amanhã de manhã cedo. - e saiu.

Elena abriu um sorriso malicioso e eu revirei os olhos.

~º~

As 8 eu já estava pronta e me analisava pela décima vez. Eu usava um vestido branco de tecido bem fino e solto, o decote era redondo e bem profundo. Uma bota de cano curto cinza claro com salto alto, e um cardigã verde escuro. Meu cabelo estava em um coque frouxo.

Eu tinha uma breve noção de onde Klaus me levaria, era óbvio. Os lobisomens, ele os achou. E eu não estava nenhum pouco preocupada com um confronto, por isso ia de vestido e salto.

Ouvi a batida na porta e passei por Elena me despedindo, sai de casa e me virando dando de cara com Klaus que parecia mais animado que o normal.

– Oi Nik. Vamos logo.

– Vai caçar lobisomens de salto? - me analisou.

– E porque não iria? Quem vai caçar é você, eu só vou olhar.

E então reparei na máquina. Minha boca se escancarou. Era roubado. Claramente. Olhei o Lamborguini estupefada, minha boca se abrindo em choque. Claramente roubado.

– Não acredito. - tremi de cima abaixo. Me abanei.

– Acredite. - Klaus me puxou para o carro.

Tremi, tremi muito e explodi em um choro de felicidade enquanto saltitava perto do carro.

– Nik. Isso é incrível. - parei e o agarrei dando o abraço mais sufocante que eu consegui, meu coração batia descontroladamente. Temi um infarto.

Eu estava em êxtase. Klaus segurou meus ombros com força me forçando a ficar quieta.

– Você me pediu para te ajudar a descobrir se você está me amando. E eu estou descobrindo sozinho o quanto é bom e fácil te amar. Mesmo que ainda não seja do jeito que você quer. - meus olhos se encheram de lágrimas.

Me abanei contendo o choro.

– Pode dirigir. - me passou a chave.

Tremi mais ainda e soltei o cabelo correndo para o banco do motorista. Deus. Finalmente eu não me fodi hoje. Suspirei me acalmando por fora, eu estava uma pilha de animação.

Me virei para Klaus que me olhava sorrindo e antes que ele dissesse alguma coisa eu o beijei intensamente. Transmiti toda minha felicidade, animação e excitação do momento. Evidentemente o peguei de surpresa, mas Klaus era um homem rápido e logo retribuía com mais intensidade ainda. Nos arrepiamos juntos e quando me afastei estávamos ofegantes.

– Então... para onde Senhor Mikaelson?

– Siga a em frente Senhorita Verona. - Klaus sorria - Me lembre de te dar um desses de aniversário.

Eu ri.

Dei partida no carro e acelerei, mas nada demais, estava tentando me acostumar com a potencia do motor. Quando saímos de Mystic eu acelerei mais ainda, o carro deu tranco nos jogando para trás e eu abri um sorriso enorme que quase rasgava meu rosto.

– Quantos lobos?

– Apenas 3. Iremos testar em todos. Como eu disse, eu apenas li em um livro. Não sei se realmente posso fazer híbridos sem o sangue de uma Petrova.

– Mas é testar é saber. Espero que dê certo. Eu não quero acreditar que fiz tudo em vão.

– Em vão? Acho que é a melhor amiga que algum poderia ter. Que pessoa se ofereceria a um hibrido em troca da felicidade dos amigos que nem são humanos?

– Então não vai quebrar o elo me matando?

– Amor, você morreria. E eu iria depois. Você sabe.

– Na verdade não Nik. - falei com a voz gélida.

– Como assim? - ele parou - Teve contato com a bruxa?

– Não pessoalmente. Ela veio em meus sonhos. – menti um pouco não é? Ele me mataria, e nem chegava a ser uma total mentira já eu ela havia aparecido mesmo em meus sonhos.

– E o que ela disse? - ele me olhava cuidadoso e eu mantinha os olhos na pista.

– Que vocês não podem brigar entre si. Mas o elo pode ser destruído por vocês. Ou seja, se vocês se cansarem dessa trégua e quiserem se matar, a única coisa que tem que fazer e me tirar do caminho. - ele me olhou em choque.

– Então qual foi o motivo para eu sentir aquela dor? Se não for isso...

– É o máximo que vai sentir, mesmo se matar. Eu sou a paz e se me destruírem, podem se destruir.

– O que mais ela disse? A quanto tempo tem esses sonhos? - sua voz estava seca - Quanto tempo?

– Desde selamos o contrato - ele bufou - Não fique irritado. Ela não falou nada até ontem, ela queria me dar um lembrete.

– Que lembrete? - ele batucava os dedos no painel.

– Ela até mencionou algo quando fizemos o contrato, mas não levei muito a sério. Até perceber que eu estou mudando. Que... por eu ser o elo... em algum momento tudo que eu evitei sentir e tudo que eu já senti vai cair sobre mim um dia Nik. E isso pode me enlouquecer. Eu vou quebrar. Pois as bruxas acham um elo poderoso demais, já que mesmo após a morte ele pode continuar. E me trazer de volta a vida. Isso é claro... se eu não for morta por alguém do elo. Ou por mim mesma.

– Está dizendo que...

– Toda dor... vai cair sobre mim. Alguém tem que pagar por isso Klaus. As bruxas não irão atacar a mente de vocês pois são muito fortes, vocês nunca reprimiram ódio ou dor... mas eu. Eu sou a pessoa mais fraca e justamente sou eu que ligo vocês. Nik... eu amo todos vocês. E eu quero realmente viver e aproveitar vocês o máximo.

Era uma declaração de amor quase fraterna. Apesar de eu já saber que estava eu estava in love por ele, mas não valia a pena dizer isso agora.

Ele estava em silencio, quieto e então ele deu um sorriso duro, os olhos estavam vermelhos. Balançou a cabeça e olhou para fora.

– Quer dizer que você vai sofrer ataques mentais de bruxas por mim? Pelos seus amigos? - sua voz saiu trêmula - Pare o carro. Isso é incrível. - resmungou.

Parei o carro e ele se virou para mim.

– Você tem ideia do que isso representa?

– Sim. Representa o quanto eu amo vocês.

– E o quanto é boba. Vamos desfazer o contrato.

– Não.

– Nós vamos.

– Não vou desfazer nada. Até porque um elo não pode ser desfeito.

– Quando vai ser isso?

– Não sei.

Klaus segurou meu rosto com força.

– Você é muito valiosa para nós. Acho que ainda não entendeu a dimensão das coisas que você fez. De quem você transformou. Você nunca vai me deixar. - me olhou intensamente.

Klaus me apertou com força, senti sua respiração falhar por breves segundos. Eu estava sendo tudo o que eu prometi para ele. E ele sabia disse.

– Você vem sendo minha amiga, irmã e protegida. Eu tenho uma dívida eterna com a única pessoa que foi capaz de me amar. - ele sussurrou e eu quase não o escutei.

Voltei para meu lugar me recompondo e logo voltamos a viagem, no meio do caminho observei que um carro vinha nos seguindo. Klaus também reparou.

– Pare o carro. - pediu.

– É melhor não. - acelerei mais ainda - Olhe as arvores, estão balançando na direção contraria do vento. Sinal de que são muitos e estão atrás de nós. Uma armadilha. Sei que você está louco para uma briga, mas se forem muitos estaremos em grandes problemas.

Acelerei mais ainda sabendo que de nada adiantaria, eles eram muito mais rápidos que o carro. Observei pelo retrovisor e o carro havia sumido e logo depois as arvores voltaram a balançar no sentido do vento. Sorri animada e levantei um braço.

– Eu adorei esse carro Nik.

~º~

Eu seguia Klaus completamente em silêncio sabendo que ninguém me ouviria, mesmo que eu fizesse barulho. Associariam apenas a um vento já que não me sentiam.

– Vai demorar muito? - sussurrei vendo que já havia escurecido.

– Ali. - apontou para uma luz laranja, percebi que era uma fogueira.

Me esgueirei para uma parte onde havia mais árvores e avancei em direção ao trio. Eles nem se viraram para ver se era alguém, me encostei em uma arvore e cruzei os braços os avaliando rapidamente.

– Olá. - eles saltaram com o susto.

– Precisa de ajuda? - um loirinho se levantou.

– Quer que ligue para alguém? Já está tarde. Aqui é perigoso.

– Na realidade eu preciso de ajuda sim.

– Problemas com o carro? - o outro se levantou.

– Na realidade não. Estamos montando uma aliança.

– Na verdade um exercito. - Klaus apareceu.

– Ele é insano. É uma aliança. - continuei.

– Contra quem? - a ruivinha se levantou cautelosa.

– Contra bruxos, e um vampiro muito poderoso. Um original.

Eles se retesaram.

– Quer uma guerra com bruxos e originais?

– Com bruxos e um original. - Klaus corrigiu, estranhamente ele estava paciente e isso não era bom.

– Mas porque isso?

Klaus tomou a frente.

– Porque as bruxas vão abrir um portal que permite que os mortos venham para o nosso mundo. Ou seja, vampiros, lobisomens e bruxos extremamente poderosos irão atravessar.

– As bruxas querem o poder total. Já temos bruxas o suficiente aqui para fazer um estrago o que significa que se as do mundo dos mortos vierem para cá... eu não preciso dizer muito não é? A maioria era praticante de magia negra.

– E o que podemos fazer? Só nos transformamos em lua cheia. - eles estavam muito preocupados.

– Podem se tornar poderosos. Se aceitarem o que propomos.

– E se não aceitarmos?

– Ai faremos a força. - Klaus se agachou.

– O que seria essa proposta?

– Transformar vocês em híbridos. Uma mistura de vampiro com lobisomem. - Elijah surgiu do além.

Gente como esse homem chegou aqui?

– Qual a vantagem?

– A vantagem e você não morrer nas mãos de bruxas em um ritual demoníaco. É essa a vantagem. – Klaus se encostou em uma árvore.

– Não confiamos em vocês.

– O que uma humana bobona, e dois vampiros podem fazer lutando contra Mikaelsons e bruxas?

Ma levantei em um salto me aproximando do lobisomem babaca, dei um soco em seu rosto e torci seu braço fazendo-o se ajoelhar.

– A humana babaca é a única coisa que impede que esse híbrido lindo e esse vampiro gostosão matem vocês.

– E quem são vocês por acaso? – a lobinha rebelde cruzou os braços.

Trinquei os dentes.

– A garota invocadinha é minha companheira fiel. Sage, uma duplicata. O vampiro gostosão é meu irmão Elijah Mikaelson e eu o híbrido lindo, Niklaus Mikaelson. Todos devidamente apresentados? - sorriu com ironia - Vão descomplicar ou eu preciso ser mais agressivo?

Um deles concordou e isso foi o suficiente.

– E como funciona?

– Precisamos do sangue de um de vocês, do meu e do Elijah. Vocês bebem, quebramos seus pescoços e a pedra tem que ser colocada sobre o coração. Duvidas? -perguntei.

– Não. Eu faço. - o loirinho se candidatou, seus amigos não recusaram, estavam curiosos.

Klaus pegou meu pulso e o cortou com os próprios dentes, estendeu minha mão sobre uma tigela de porcelana branca e deixou o sangue cair dentro dela, Elijah cortou o próprio pulso e fez o mesmo. O lobisomem o imitou, mas um pouco hesitante. Klaus misturou o sangue e estendeu para o lobisomem.

O jovem bebeu o sangue com uma careta e depois se sentou, Klaus esperou ele se acomodar e então quebrou seu pescoço.

– Sangue puro. - esfregou meu pulso na pedra e a colocou sobre o coração do menino lobo.

Ele me disse que seria diferente de como foi com Elena, pra ser sincera eu nem saberia dizer muito bem o que foi isso que acabou de acontecer, eu não estava muito confiante, parecia algo tão... simples. Tudo no mundo sobrenatural parecia simples.

Me sentei no chão próximo a fogueira esperando intensamente que isso bastasse. Não sabíamos se isso daria certo e nem até onde iria a transformação e nem mesmo se começaria. Se isso não funcionasse eu condenaria a todos, provavelmente Klaus me mataria e mataria meus amigos.

Ajeitei as pernas e a garota lobo me estendeu um pacote de chocolate ainda lacrado.

– Confia neles?

– Conheço eles. E acredite, se eu não fizer merda, não tem motivo para temer.

– Acha que vai funcionar? - perguntou.

– Não sei. - ela deu de ombros. - O que ele é seu?

– Meu irmão.

A olhei em um misto de surpresa, ela via o irmão praticamente morrer e nem sabia se ele iria voltar e agia nessa frieza? Tremi só de me lembrar que eu era exatamente assim, talvez ainda fosse.

– Entendi.

Se passaram 30 minutos e nada de resultado, comecei a ficar tensa e Klaus parecia desgostoso. Elijah ainda tinha esperanças, afinal o corpo do garoto parecia não ter esfriado e então quando eu estava prestes a voltar para o carro o garoto acordou em um salto me assustando, seus olhos completamente amarelos, os caninos expostos. Obviamente ele encarou a única pessoa que ele sabia que era humana. Eu. É claro.

Tive a péssima impressão que iria virar banco de sangue.

– Conseguimos querida. Agora... o alimente.

Revirei os olhos. Não disse?


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Notas finais do capítulo

Gente feliz ano novo.
Mortinha de desanimação, tenho pavor de fogos de artifícios. Sim, eu tenho medo.



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