Eu sou o inverno escrita por AleyAutumn


Capítulo 18
Embora não seja meu




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Encostei a cabeça no banco enquanto olhava para Nik que dirigia rapidamente em direção a sua mansão. Percebi que ele já estava mais do que irritado com os resmungos que eu e Katerina dávamos a cada cinco segundos, Elijah estava quieto e eu sentia que ele enrolava uma de minhas mechas em seus dedos, mesmo comigo no banco do carona.

– Acabou? - perguntei me ajeitando ainda sonolenta, olhei meu corpo curado e ensanguentado.

– Ainda não, existem mais alguns escondidos na cidade vizinha. Alaric achou melhor os procurar amanhã, pelo que entendemos eles são uma espécie de grupo reserva... para o caso desse não funcionar.

– Hum. - resmunguei baixo.

– Sage tudo bem? - Elijah questionou ao me ver estranhamente quieta.

– Sim. - sussurrei e Klaus desviou os olhos em minha direção me olhando atentamente.

– Perdeu muito sangue. - afirmou voltando a olhar para a rua - Que ideia foi aquela do carro?

– Eliminação rápida. - murmurei bocejando.

– Não faça isso de novo Sage. Eu não imaginava que um carro poderia capotar daquela forma.

– Digamos que não foi minha primeira vez. - olhei para fora morta de cansaço.

Gente que noite horrível, a adrenalina baixou me deixando completamente exausta. Fechei os olhos e decidi finalmente dormir.

Quando acordei percebi que estava deitada na cama de Klaus que estava toda desarrumada dando um sinal claro de que o loiro havia dormido comigo. Mordi os lábios e olhei para o relógio vendo que era 13 hora da tarde, me espreguicei e sai da cama tropeçando. Olhei para meu corpo notando que eu estava limpa sem nenhum resquício de sangue e me perguntei o quão cara de pau Niklaus era, obviamente eu não havia recebido ajuda de Rebekah, não condizia com o seu caráter.

Fui até o closet do loiro e fiquei surpresa ao ver que haviam algumas roupas minhas por lá, revirei os olhos. Niklaus acha que uma amizade funciona dessa forma? É como estar na casa da minha melhor amiga que sempre está equipada com todas as minhas coisas lá, só falta ele ter pegado minhas roupas intimas. Corei de vergonha quando vi que ele havia mesmo feito isso. Niklaus encara a amizade de uma maneira muito íntima.

Tomei um banho rápido e coloquei o short e a blusa de alcinhas notando o quão quente estava, coloquei meu sapatênis e prendi o cabelo enquanto ia para o andar de baixo, me surpreendi ao ver que todos sem nenhuma exceção estavam na mansão. Cumprimentei todos com um aceno e me sentei em uma das cadeiras altas, Damon logo me passava uma de suas famosas panquecas.

– Sage está tudo bem? - todos me olharam esperando eu responder Caroline - Está tão quieta.

– Está sim. - respondi com descaso começando a comer e eles me encararam desconfiados - Damon isso aqui está muito bom.

O moreno deixou os talheres caírem no chão surpreso por eu não ter o xingado ou depreciado como eu fazia todos os dias. Stefan parou com seu garfo no ar e Elena escancarou a boca assim como Caroline. Dei um sorriso para Rebekah que me olhava surpresa e voltei a comer.

– Niklaus o que fez com ela? - Rebekah perguntou agressiva.

– Não fiz nada irmã, também não estou entendendo. - me olhou confuso.

Dei de ombros os ignorando. Oras que relógio bonito, compraram um novo finalmente. Me lembro de ter espatifado o antigo quando o acertei com minha cabeça, eles são rápidos. Fiz uma careta.

– Iremos hoje? - limpei os lábios com um guardanapo e Caroline caiu da cadeira surpresa pela minha repentina educação.

– Sim. - Elijah colocou a mão em minha testa - Em Nostreaus.

Senti um choque de animação passar por todo o meu corpo, me mantive quieta sabendo que meus olhos brilhavam com a nova informação. Nostreaus em fim de ano é maravilhosa. Enfiei a xícara em meus lábios evitando dar uma risada empolgada, apenas abri um discreto sorriso malicioso e bebi o líquido.

– O dia está lindo. - falei mansa e ouvi um copo estourar - Imagino que seria um ótimo dia para caminhar no parque e brincar com as crianças. - alguém engasgou.

– Niklaus eu acho bom levarmos ela ao médico. Deve ter batido a cabeça muito forte. - vi que Rebekah perdia a cor.

– Não é necessário. Pensei em só ficar em casa hoje assistindo um filme. O clima está bom e eu não estou com vontade de arrumar problemas. - Elena se engasgou com a bolsa de sangue - Pensei até em arrumar mais um emprego, talvez em Atlanta em algum escritório. - sorri e todos se olharam, fiz uma expressão séria evitando rir - Vou para casa. Já volto. - anunciei.

– Sage dando satisfações? - ouvi Damon derrubar mais talheres.

– Tenham um bom dia. - ouvi varias cadeiras se arrastando, uma tosse e as louças quebrando.

É tão fácil os assustar.

~°~

Oliver gritou acertando um tapa em cheio na minha cara, ele escancarou a porta e passou por cima da cama embolando os pés nos lençóis e indo de cara no chão, se ajeitou e se escondeu de baixo da cama.

– Eu sabia que esse papo de vampiro ia dar nisso. - gritou - Sage cadê você? Socorro o Niklaus está aqui. - gritou desesperado.

Ri. Ele imaginava que um vampiro era assim?

– Oliver por favor... - colocou a cabeça para fora - É só um creme. Estou tentando ficar bonita. - ele saiu debaixo da cama ainda vermelho.

– Sage que merda é essa na sua cara? - perguntou enquanto limpava sua mão em mim.

–É creme para o rosto, algas, pepino. - me analisou tocando a mistura gosmenta e a limpando em mim novamente.

– Isso é nojento garota. - resmungou tocando a o papel alumínio em meu cabelo que formava longos espetos em todas as direções.

– Por favor Oliver, não me irrita.

– Para que essa arrumação toda?

–Vou para Nostreaus. Niklaus vai caçar bruxas. - falei orgulhosa.

– Jura? - seus olhos brilharam -Faz tanto tempo que não vou lá, bem... aproveite... não irei me candidatar a isso irmã. Não dessa vez com tantos mortos-vivos.

– Eu te entendo. - o olhei de esguelha - Está preparado para a Inglaterra?

Coçou a cabeça envergonhado.

– Sim. Eu não quero te deixar aqui, mas você sempre se virou tão bem. Estou confiando de que vão te manter segura, na realidade talvez você esteja mais segura do que todo o resto do mundo com esse monte de criaturas te protegendo. - se sacudiu fingindo um calafrio - Se tiver problemas já sabe que pode ir até lá correndo, mas por favor mantenha aquele loiro longe de mim.

Ri dele. Uau, Oliver ficou mesmo traumatizado depois de ver Nik cortar alguns pescoços fora. Realmente, havia sido bem nojento.

– Nik vai onde eu for. - ri de sua cara insatisfeita.

Desci as escadas correndo e abri a porta em um rompante assustando o entregador, ele me olhou com uma careta e me passou a caixa. Tentou encostar seu dedo em meu rosto e eu o estapeei.

– Não toca, é uma tratamento de beleza. - expliquei - E funciona. Você deveria usar. - indiquei batendo a porta em sua cara.

Corri para o andar de cima e tomei um barro rápido, lavei os cabelos tirando a tinta e depois lavei o rosto. Peguei meu celular e liguei para Niklaus que havia decidido ficar na mansão para organizar a viagem.

– Oi loiro. -cumprimentei.

Oi meu amor.– pude ouvir o tom divertido em sua voz - Caroline eu já disse que não está ai. Por que não vai perguntar para Stefan? Com Sage. Caroline dá licença.

– Nik fala comigo logo. - briguei.

Foi você que me ligou. O que quer?– voltou ao tom sério.

– Me espera que eu vou com você para Nostreaus.

Sage não iremos precisar de você lá. - previ que ele revirava os olhos.

– Não te perguntei se você precisa, ou você me espera ou eu sumo do mapa, está me ouvindo Niklaus? Eu não estou com paciência, se eu disse que você vai me levar para Nostreaus é por quê você vai.

Sim senhora.– resmungou - Vejo que voltou ao normal. O que foi aquilo de manhã? – perguntou preocupado - Foi pelo que você disse na formatura?

Comecei a vestir a roupa gemendo de frustração vendo que ela era muito mais apertada do que eu havia previsto.

– Não. Eu nem me lembrava, acho que estava cansada. Ou entediada. Vai saber. - passei a ajeitar meu cabelo molhado.

Tem certeza?– pude ouvir que ele mudou de ambiente.

– Sim Nik. Eu tenho. - murmurei quase arrancando meu cabelos.

Eu juro que nem lembrava daquele episódio vergonhoso.

Bem... só para você saber meu amor, eu também gosto de você.–sua voz mais rouca que o normal - Eu estarei te esperando.

Encerrou a chamada e eu fiquei encarando o celular em choque, tudo bem que não foi nenhum " eu te amo", mas me deixou muito surpresa. De que modo ele se referia a mim? Que tipo de "gostar" era esse? Fosse qual fosse já era um avanço enorme para Niklaus, ainda mais se tratando que ele falou por livre e espontânea vontade.

Balancei a cabeça e tornei a me arrumar.

~°~

Empurrei a porta com força e cai no chão com tudo, ela voltou e bateu na minha cabeça quase me nocauteando. Gemi e a empurrei ajeitando a tiara em minha cabeça e me levantei pressionando o local da pancada, fiz uma careta e me escorei na mesinha derrubando outro vaso. Misericórdia.

– Sage me lembre de guardar todos os vasos da casa. - a voz de Elijah soou no corredor - Eu não acredito que destruiu outro vaso de mil anos.

–Elijah me desculpa. Tinha um homem aqui quando cheguei. - sussurrei.

–O que foi? - ele surgiu e sua cara se transformou em puro choque enquanto ele me olhava de cima a baixo - O... que... Sage? - gaguejou.

–Elijah qual foi o dessa vez? -a voz divertida de Klaus soou - Mas o que é isso Sage? - perguntou horrorizado - Para onde vai?

Dei de ombros. Eu usava um vestido curto de listras pretas e amarelas na horizontal, assim que ele chegava no quadril ele se tornava uma saia rodada. Usava também um colete curto por cima onde minhas asas estavam presas, uma meia calça extremamente escura, uma bota de cano longo sem salto e por fim uma tiara com duas antenas.

– Uma abelha? - Kol surgiu rindo junto com Rebekah, Damon e Enzo.

– É ué. - pisei nos restos do vaso.

– Para onde vai? - Nik exigiu.

– Nostreaus. - eles me olharam esperando uma explicação.

– No fim do ano Nostreaus sempre dá uma mega festa a fantasia, me sinto horrível por ter esquecido desse evento. -Caroline surgiu colocando uma mão no meu ombro.

– Vou pegar carona com vocês. - sorri.

– Ah. Ok. - Klaus concordou ainda em estado de choque.

Corri para o carro de Kol com meus adereços saltando, ouvi uma risadinha de Stefan e retirei o colete ao perceber que ele iria atrapalhar Kol. Niklaus acenou para que eu fosse até seu carro e eu recusei com um aceno, o híbrido revirou os olhos e entrou no carro de Kol se sentando no banco traseiro.

Comecei a mexer nas coisas de Kol que estavam pelo carro enquanto ele dirigia, sorri para o moreno e ele retribuiu.

– Sage nós poderíamos ter dado certo. - negou com a cabeça fingindo decepção.

– Mas não poderíamos mesmo, você quase me matou Kol. - reclamei.

– Foi um acidente, já estou mais preparado para a próxima. -cutucou minha costela com o indicador.

– Deixe-a em paz Kol. - Elijah se fez presente.

– Pare de a assustar. - Rebekah ordenou.

– Não estou assustando ela. Fiz um simples comentário, eu adoraria uma nova integrante na família. - piscou lambendo os lábios.

Deus me livre das presas desse louco.

–Ai Kol. Se você fosse um pouco mais normal.

Ele revirou os olhos e me encarou acelerando o carro.

– Pessoas como você não podem ter parceiros normais Sage.

– É. Não podem. - concordei.

– Sage. - Nik me repreendeu.

– Nem vem querer dar uma de moralista para cima de mim Niklaus, só tem maluco nesse carro.

O olhei pelo espelho e vi ele revirar os olhos. Exatas duas horas depois Kol estacionava o carro em um postinho, desci animada e vi que todo o grupo estava lá. Corri até o balcão da lojinha de conveniência o cara sorriu para mim.

– A festa é logo ali, perto do antigo hotel abandonado. - apontou para um prédio feio.

– Muito obrigada. Ei... a lanchonete está aberta?

– Sim querida. - fui até o fim da loja me sentando em uma cadeira e logo vim ser atendida.

–Moça... eu quero essa torta de... chocolate. É quente? - perguntei sorrindo.

–Sim senhora. - desapareceu.

Fiquei brincando com minhas antenas enquanto esperava a torta, senti meu ombro ser cutucado e olhei para o lado vendo um casal de idosos me olharem sorridentes, reparei que o local havia enchido e que eu era a única com uma mesa enorme só para mim.

– Podemos te fazer companhia?

– Claro que sim. - apontei para as cadeiras vazias.

– Que garota mais adorável. - a senhora sorriu, meu Deus se ela soubesse que de adorável eu não tinha nada...

Minha torta chegou.

– Bem obrigada. Moram a muito tempo aqui?

Eu estava pescando informações, procuraria por atitudes suspeitas e reportaria a Klaus o mais rápido possível. Os viajantes dificilmente passariam despercebidos em uma cidade tão pequena.

– Sim. Desde crianças. Você não veio com um grupo?

– Sim.

– Onde estão? - percebi que ela estava me sondando, provavelmente por que eu era a única fantasiada.

– Aqui. - a voz de Alaric surgiu -Como sei que ela não é nada educada... vamos as apresentações... Sou Alaric, e esses são meus filhos Sage, Stefan e Damon. Essa é Elena e seu irmão Jeremy e essa é Caroline e seu irmão Matt. -apresentou e eu percebi que a divisão ocorrera devido as características físicas.

Eles se sentaram e eu tornei a comer a torta, Elena fez cara feia para o chá que eles bebiam e eu percebi que era chá de verbena.

– É um prazer conhece-los.

– Além do festival, o que vieram fazer aqui? - o senhor perguntou.

– Estamos de viagem, acabamos de nos formar. - dei de ombros - Procuramos por um lugar para passar a noite.

– Oh sim. E o restante de seu grupo? Percebi que não estão todos aqui. São da sua família? - mas que vovozinha nojenta hein? Me controlei.

– Não, mas logo serei. Sou Niklaus noivo dessa gracinha aqui. - o loiro surgiu me levantando de minha cadeira e se sentando me puxando para seu colo.

O que Klaus pensa que está fazendo? Não acredito que continua com os seus joguinhos de provocação. Senti sua mão quente em minha coxa e abri um sorriso para os dois idosos que se divertiam com meu constrangimento. Ele apresentou seus irmãos e eu me remexi inquieta voltando a comer minha torta.

– Então tem alguma sugestão de hotel?

– Sim. Tem os Blair. Um local ótimo principalmente para um grupo tão grande como o de vocês, os funcionários são excelentes e trabalham lá a mais de 20 anos. Evitem o Buds.

– O que tem de errado? - mordi os lábios esperando pela resposta que nos desse alguma pista.

– Local horrível, os funcionários vivem saindo de lá. Nunca ficam muito tempo no emprego, fora que as luzes piscam, incêndios misteriosos. Um local terrível. - resmungou abanando as mãos.

Era o nosso local.

– Bem obrigada pela dica.

– Você é tão nova. Espero que seja feliz com seu casamento. Pelo que entendi você saiu do colegial agora, me casei com a sua idade. -a senhora sorriu -Parabéns ao casal.

– Obrigada. - agradeci e Klaus fez o mesmo.

Me levantei e dei um olhar duro para o híbrido maldito, paguei minha conta e fui para fora andando distraidamente pelo local. Algumas pessoas me olhavam e logo me senti melhor quando vi um grupo enorme fantasiado dançando pela rua, corri animada em direção a eles e empurrei uma penca de pessoas para poder me aproximar de onde ocorria a festa, notei que era próxima ao tal hotel abandonado e dei de ombros me enfiando no meio da multidão.

Lancei alguns corpos para os lados e a musica soou quase estourando os meus tímpanos, me agarrei ao ombro de um cara e me impulsionei para cima vendo o jogo de luzes. Era como uma discoteca ao ar livre. Gritei animada e sorri vendo o cabeção de Klaus na multidão atrás de mim, desci do ombro do cara e sumi por entre a multidão.

Levei um susto quando alguém segurou meu braço me forçando a parar, me virei e ofeguei surpresa ao ver Tyler. Ele me observava atentamente enquanto sorria de um jeito enigmático para mim.

– Ei estrume. - cumprimentei - O que faz aqui?

– Estou de passagem, saindo de Mystic.

–Tentando não esbarrar em Klaus. - ele fez uma careta com minha afirmação.

– Algo assim. Caroline está aqui? - perguntou curioso.

– Não.

– Veio com quem? -me olhou desconfiado.

– Mikaelson.

Tyler resmungou e eu olhei ao redor.

– Onde está Hayley?

– Foi embora. - falou duramente.

– Se enjoou da sua cara?

– Pergunta para o seu Mikaelson, ele vai saber te responder melhor do que eu. - ele riu transtornado com um brilho de louco no olhar.

– Ok Tyler. Niklaus não é meu Mikaelson.

– Qual é a ligação de vocês? - colocou a mão nos bolsos começando a caminhar, o acompanhei curiosa com a sua intromissão.

– Nenhuma. - menti - Estamos trabalhando para manter Klaus nos eixos. E por causa de Esther.

–Oh claro. A mãe louca. - revirei os olhos.

– O que Klaus fez com Hayley? Ele a matou? - me olhou atentamente.

– Não. Não matou. O quanto você vale para Niklaus?

– Hum?

– Toda a família Mikaelson gosta de você.

– Todo mundo gosta de mim. - balancei a cabeça erguendo o indicador - O problema do nosso relacionamento Tyler sempre foi você! - gritei chamando a atenção e ele me puxou para um beco escuro.

– Não tivemos relacionamento algum. Deixa de ser maluca. - gritou irritado.

– Nós nunca demos certo! Você sabe disso e a culpa é toda sua por ser um encrenqueiro nojento, irritante. Um bosta.

– Algum problema? - um cara se aproximou.

– Sim... o meu namorado está aqui quase me agredindo por que eu não quis beijar ele acredita? Eu não vou ficar nesse relacionamento abusivo. - neguei com a cabeça, como Tyler pode me destratar assim? O que fiz para ele? Ele nunca me tratou bem, era por isso que nos odiávamos.

– Cara qual é o seu problema? - Tyler sumiu.

– Obrigada moço.

Sumi no meio da multidão novamente.

~°~

Gritei abrindo o pacote de doces que se espalhou para todos os lados, enfiei um monte na boca enquanto pulava com a multidão. Alguém saltou sobre mim derrubando um bocado de cerveja, fiz careta e bebi um pouco do meu refrigerante enquanto sentia uma leve chuva iniciar. Olhei para o relógio digital enorme que havia no palco e vi que eram 3 horas da manhã. Onde está Niklaus? Como não veio me buscar ainda?

Bufei e sai correndo até o posto de gasolina que era onde os carros estavam estacionados, quando cheguei lá gritei surpresa morrendo de ódio. Eles foram EMBORA sem mim. ME ESQUECERAM. Como alguém é capaz de me esquecer em uma cidade no meio de um festival?

Olhei irritada e vi que o posto e a loja estavam fechados suspirei e engoli a raiva indo até a cabine de telefone, peguei o fone e disquei o número de Klaus a cobrar, ele atendeu e esperou até a ligação ser aceita.

– Quem é o imbecil que está me ligando a essa hora a cobrar? -sua voz saiu rouca e irritada.

– Sou eu a imbecil seu idiota. Você me esqueceu!

– Sage? - perguntou confuso e sua voz aumentou - Sage onde está?

Ri como uma louca.

– Adivinha? Em Nostreaus Niklaus! Você me esqueceu na cidade, esqueceu a sua amiga humana em uma cidade lotada de bêbados, híbridos, vampiros e bruxos! - gritei irritada.

– Do que está falando Sage? Já estou indo.

– Está demorando. - desliguei e liguei para Stefan.

Fiquei ali esperando ele atender e aceitar a ligação.

– Já imagino quem é, o que foi Sage? - Stefan estava desperto e agitado provavelmente deveria estar caçando.

– Como o que foi? Me esqueceram no meio do nada Stefan, que tipo de amigo você é? Para que serve essa sua preocupação toda se nunca usa quando é preciso?

– Ele te esqueceu? -pude ouvir o tom de riso - Estou indo te buscar.

Desliguei e fui em direção a festa novamente, o posto estava escuro e sombrio e eu seria um alvo extremamente fácil para vampiros e humanos. Quando cheguei ai local da festa fiquei surpresa por não ver mais ninguém, fiz uma careta e comecei a andar pelo beco escuro, olhei o prédio abandonado com curiosidade e pulei o muro entrando no local, ele estaria vazio e provavelmente seria um bom lugar para esperar Klaus e Stefan.

Entrei no local com dificuldade e a porta quase caiu, caminhei pelo meio do entulho de tijolos jogados no chão e agradeci pela população não ser porca ao ponto de jogar lixo no local. Esfreguei meus braços tremendo devido ao frio e olhei ao redor notando uma pequena luz laranja que vinha dos cômodos, ouvi sussurros e percebi que era um grupo de viajantes em um total de 5. Aparentemente eles não haviam sidos achados pelo meu grupo, suspirei e peguei o meu punhal de sempre. Caminhei silenciosamente e enfiei o punhal na nuca de dois deles, antes que eu pudesse fazer algo contra mais algum uma forte dor de cabeça me atingiu, cambaleei e senti a tiara ser arrancada da minha cabeça, me virei em fúria.

– Eu paguei dois reais a mais por essas antenas!

Ignorei completamente a dor de cabeça ao ponto de não sentir mais nada, segurei sua cabeça e baixei minha mão com tanta força que a cabeça dele bateu no chão com violência fazendo um barulho alto que eu associei ao seu crânio sendo rachado. Olhei os outros dois e reparei que meu punhal havia sumido então bem... fui até a parede em que eles estavam próximos e vi que ela cedia, a empurrei com força e logo ela desabou sobre os dois corpos. Olhei ao redor e sai correndo para fora gritando quando todo o prédio começou a desmoronar, voltei e peguei minhas antenas de volta e corri para fora.

Caminhei novamente para o posto de gasolina e me sentei em um banquinho todo molhado e gelado, era assim que era ser moradora de rua? Que coisa horrível. Cruzei as pernas e logo vi o carro de Kol parar no estacionamento, Klaus e Stefan discutiam e Caroline apenas bufava irritado.

– Não grite comigo não fui eu quem perdeu uma abelha de 1,75 de altura. - Stefan resmungou.

– Minha abelha de 1,75 tem outros amigos além de mim.

– Ela veio com você.

– Parem os dois. - Caroline gritou e eu fiz cara feia me levantando.

Ainda bem que eu existo ou a essa hora estariam mortos. Vesti a jaqueta de Klaus e entrei no carro ao lado do motorista completamente emburrada, olhei para fora abrindo um sorriso malicioso.

Eu sabia exatamente o que faria quando chegasse em casa.

~°~

Como canções de ninar você é

Para sempre em minha mente

Eu vejo você em todos

Os pedaços da minha vida

Embora você não fosse meu

Você foi meu primeiro amor

– Para de correr Sage! - Niklaus veio como uma bala para cima de mim me segurando pela cintura.

Impulsionei meu corpo para frente e desabei no chão puxando que Nik que se desequilibrou e caiu por cima de mim, dei uma risada com a cara enfiada na grama e virei meu corpo para cima olhando o loiro que me olhava irritado. Gargalhei da sua cara tentando me levantar, mas ele me empurrou para baixo me mantendo no lugar.

Eu queria ir embora com você

E eu vou deixar todos os meus problemas aqui

Eu queria fugir com você

E eu vou trazer todos os meus sonhos e medos

– Sage não acredito que fez isso. - reclamou e eu gargalhei olhando seu cabelo todo rosa.

– Eu sinto muito. - gargalhei mais jogando o pincel sujo de tinta ao meu lado - Eu não tenho culpa se você ficou de baixo da escada Nik. A culpa é toda sua.

Ele bufou irritado sabendo que eu havia feito de propósito por ter me esquecido na cidade, ele passou uma mão pelo seu cabelo duro e fez uma careta enquanto eu ria mais ainda. Ele ficaria um bom tempo com esse cabelo rosa.

– Se me permite... você ficou uma graça. - ele me olhou atentamente e então abriu um sorriso.

Como canções de ninar você é

Para sempre em minha mente

Eu vejo você em todos

Os pedaços da minha vida

Embora você não fosse meu

Como canções de ninar você é

Para sempre em minha mente

Eu vejo você em todos

Os pedaços da minha vida

Embora você não fosse meu

Embora você não fosse meu

Você foi meu primeiro amor

Você foi meu primeiro amor

Klaus tinha uma paciência fora do normal comigo, eu queria que Stefan tivesse reagido assim.

Olhei o loiro atentamente e mordi os lábios enquanto fixava os meus olhos nos seus que mudaram para um tom de azul incrível. Ele usou sua mão direita para tocar minha bochecha, suas pupilas dilataram e eu vi um toque de curiosidade passar pelos seus olhos, Klaus entreabriu os lábios e me olhou em expectativa. Passei meus braços ao redor de seu pescoço e o puxei para mim sentindo uma sensação sufocante me dominar enquanto ele baixava seu rosto vagarosamente em minha direção.

Eu queria recomeçar com você

E eu vou deixar todas as minhas preocupações aqui

Eu queria só você

E tudo aquilo que eu senti com você

Klaus encostou seus lábios no meu e os pressionou levemente enquanto eu apreciava a maciez e a temperatura, eu não esperava que Klaus fosse tão... doce. Talvez ele estivesse me testando esperando que eu o afastasse, mas não meu bem, isso não vai acontecer. Agarrei seu cabelo e cedi passagem enquanto sentia sua língua se chocar contra a minha, Klaus apertou meu quadril e deixou todo o seu peso cair sobre mim evitando que eu fugisse dele.

OH MEU SENHOR. Eu estava sendo beijada por Niklaus Mikaelson em um fim de tarde na grama molhada da minha casa.

Como canções de ninar você é

Para sempre em minha mente

Eu vejo você em todos

Os pedaços da minha vida

Embora você não fosse meu

Uma onda de excitação me atingiu quando ele se afastou mordendo levemente meu lábios, senti uma de suas mãos entrar por baixo de minha blusa tocando minha barriga enquanto ele descia pelo meu rosto beijando por onde passava até chegar em meu pescoço, senti seus dentes rasparem minha pele e então suas presas perfuraram meu pescoço enquanto sua mão se movia pelo meu tronco em movimentos suaves me provocando uma onda de arrepios.

A mordida era dolorosa, mas não me incomodava já que eu estava mais concentrada em sentir suas carícias e seus lábios quentes e molhados ao redor da mordida. Gemi baixo e Niklaus respondeu com um grunhido voltando seus lábios para os meus me fazendo sentir o gosto de meu sangue, correspondi o beijo violento que ele me deu e fiquei sem ar quando senti sua mão em minhas coxas, me afastei de Klaus quando ouvi as risadas das crianças que brincavam do outro lado do mudo.

Seus olhos novamente se tornaram de um verde intenso e brilhante enquanto um sorriso determinado surgiu em seu rosto e em seu olhar.

Como canções de ninar você é

Para sempre em minha mente

Eu vejo você em todos

Os pedaços da minha vida

– Eu preciso ir. Logo estarei em casa Sage. - vi seu sorriso animado enquanto ele se levantava e sumia.

Encarei o céu azul coberto pelas nuvens ralas e inclinei a cabeça para o lado vendo o brilho alaranjado do pôr do sol, abri um sorriso enquanto a luz desaparecia deixando apenas uma luz azulada no lugar. Ele me tirava o fôlego e eu tive certeza absoluta que eu queria Klaus em minha vida, eu não conseguia me enxergar sem ele. O Híbrido Original assassino, manipulador e sádico era o homem dos meus sonhos, era quem eu desejava e era meu porto seguro.

Céus, minha duvidas foram retiradas, eu estou mesmo apaixonada por Niklaus Mikaelson.

Embora você não fosse meu

Embora você não fosse meu

Você foi meu primeiro amor

Você foi meu primeiro amor

Você foi meu primeiro amor

~°~

– Deixa de ser chata Caroline. - ri da loira que me agarrou pelo pescoço - Eu já disse que não vou nessa maldita festa, vou aproveitar meu irmão, logo ele vai embora, daqui duas semanas.

Ela bufou e pediu ajuda com o olhar para Stefan que cruzou os braços emburrado enquanto tentava ajeitar o cabelo verde.

–Deixe ela Caroline, vai saber quando ela vai ter a oportunidade de ver o irmão de novo.

Caroline me soltou e pulou em Stefan se agarrando em seus ombros, olhou o cabelo e riu.

–Só eu fiquei assim e quero saber o motivo. - resmungou incomodado.

– Klaus está rosa. Agradeça pelo cabelo verde.

Ele tentou prender a risada, mas não conseguiu e acabou gargalhando me dando um abraço. Beijou minha testa e me arremessou para o sofá, cruzei as pernas e abri um pequeno sorriso me largando em cima de Damon.

– Damie...

– Não. - revirei os olhos.

– Ok. Vou sozinha. - me levantei vendo que Stefan não se ofereceria devido ao cabelo verde.

Meia hora depois eu estava sentada comendo meu sorvete e olhando as crianças que brincavam no parque, bati os dois pés contra o chão fazendo o balanço voltar a se movimentar e tornei a olhar o parque. Já estava no fim de tarde e logo escureceria.

– Estou impressionado pelo quanto você gosta disso. - Klaus me puxou para trás me arrancando do balanço e pegando meu sorvete.

– Nik, vê se me erra. - lambeu meu sorvete e logo depois beijou meu pescoço provocando uma onda de arrepios devido aos seus lábios gelados.

– Não querida. Não mais. - me virou para ele e vi sua expressão animada.

– O que aprontou? - ergui uma sobrancelha e quase cai o levando junto.

– Nada amor. Nada. - tocou minha bochecha me olhando especulativo, vi que apesar de seus esforços seu cabelo ainda tinha o tom rosa, mordi os lábios reprimindo a risada.

– Bem... então o que você tinha para me dizer depois da formatura. -lembrei e ele suspirou se afastando.

– Sage eu ainda fazendo algumas pesquisas bem minuciosas a respeito dos Salvatores.

– Mas o que tem a ver?

– Pesquisei também sobre ressurreição. -o olhei confusa me sentando no balanço e ele se agachou apoiando suas mãos em minhas pernas.

– Não estou entendendo onde quer chegar com isso.

– Descobri uma forma de trazer um único morto de volta a vida. -deu seu sorrisinho perverso.

–O que Stefan e Damon tem com isso?

– Não só eles. Podemos trazer mortos sem necessariamente abrir um portal para todos. -me olhou atentamente - Imagine se trouxermos alguém que sabe como impedir que os mortos venham para aqui? Que Esther abra o portal?

– Como acha que um morto sabe sobre isso?

– Não digo qualquer morto, digo um histórico. Que tenha tido contatos com bruxas, que tenha pesquiso a cerca disso. Uma Salvatore.

– Nik, eu não acredito... - o olhei cética, não acredito que Niklaus está pensando em...

– Os Salvatores sempre foram famosos pelo extenso circulo de bruxas que os cercavam. Uma Salvatore em especial se preocupou em fazer pesquisas a respeito de como evitar que os mortos voltassem para o nosso mundo, podemos traze-la de volta e conseguir informações, e um motivo para que Stefan e Damon deixe você finalmente ter uma vida sem regras.

Sem regras? Com um combo livre de um super problema? E mais felicidade? Me parecia um ótimo acordo com motivos aceitáveis, alguém que conhecia o problema profundamente e poderia pará-lo.

– E então como vamos fazer Nik?

– Nós iremos ressuscitar Anellise Salvatore.

Me encolhi vendo um sorriso malicioso em seu rosto percebendo que uma nova fase em minha vida se iniciaria. E sem saber eu me preparava para minha primeira batalha.

Fim da primeira temporada


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Notas finais do capítulo

Olá! Primeiramente eu gostaria de agradecer pelos comentários, acompanhamentos e etc... estou muito feliz mesmo, sinto muito por não ter postado ontem, como eu disse, tentarei não ultrapassar o limite de dois dias. Esse capítulo foi um pouco complicado de escrever, pois eu não sou muito do tipo apaixonante, apaixonada, apaixonável... então esse tipo de sentimento é beeem difícil de ser escrito por mim. Como escrever sobre algo que não se conhece tão bem não é? Sinto muito se a Sage parecer meio"crua" em relação a descrição desse tipo de sentimento, as emoções que a personagem expressa foram sentidas muito intensamente por mim, então fica fácil de detalhar... mas essa de amor e paixão é meio complicado sabe? Mas eu me esforço por isso, eu juro! Sage é uma personagem em que eu baseio tudo que sinto e tudo que eu tentaria fazer em uma situação parecida, então se a personagem está com muito raiva significa que eu estava muito puta escrevendo o capítulo, a mesma coisa para alegria, tristeza e outras coisas.
Nostreaus é uma cidade fictícia que vai aparecer bastante.
A música é Lullabies da Yuna e eu postei apenas a tradução dela ao invés da versão em inglês também.
As outras temporadas serão postadas nessa mesma fanfic, acho menos complicado dessa forma para não ter que ficar lidando com links já que sei que tem muita gente que não lê as notas finais, eu sou uma dessas pessoas, acredite.
E por fim quero agradecer pela recomendação maravilhosa da The Queen Sweet Natty, muito obrigada mesmo! Achei a coisa mais linda, fofa, gentil! E estou super sem palavras, agradeço de coração!
Bem gente, então até a próxima! E se eu não postar amanhã provavelmente estarei postando dia 25 sem falta já iniciando a segunda temporada!
Beijos!



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