Não escrita por Yokichan


Capítulo 13
Salada de lula


Notas iniciais do capítulo

Último capítulo. ):

Muito obrigada a quem leu até aqui e comentou ao longo das postagens.
A opinião de vocês é sempre muito importante pra mim, ok?

Adoro vocês todos. ♥



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Tóquio. Três meses depois.

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Enquanto sobe as escadas do prédio, a camisa meio aberta e as mangas dobradas de qualquer jeito na altura dos cotovelos, o calor do fim do dia ainda grudado ao corpo, Itachi pensa nos restaurantes iluminados do Shibuya*, cheios de gente e música, rescendendo a carne grelhada e molho shoyu, e se pergunta por que diabos não está lá com Kisame — o colega de trabalho que vive lhe convidando para aquelas expedições noturnas. Porque, droga, é sexta-feira.

E Itachi odeia sexta-feira.

O cheiro o atinge como um cruzado de direita assim que ele abre a porta do apartamento, aquele cheiro nauseante que ele não suporta mais — pelo amor de Deus! — e que o lembra por que ele odeia tanto voltar pra casa nas sextas-feiras. Aquele cheiro de lula cozida. De salada de lula.

O jantar está servido sobre a mesa e Itachi sente vontade de gritar.

— Itachi? — a voz dela vem lá do quarto. — É você?

— Sim, infelizmente.

Ele ainda está olhando com desolação para a mesa, pensando que tudo o que mais quer no momento é uma porção de fritas e uma cerveja gelada. Oh, sim. Ele daria tudo para acabar com aquela promessa estúpida de Sakura e voltar a comer comida de verdade como gente de verdade.

Então ele nunca mais chegaria perto daquela porcaria de lula nojenta.

Mas Itachi sabe que é apenas um sonho. Ele reclamaria mais uma vez da maldita salada de lula e, mais uma vez, Sakura começaria com o blablabla de alimentação saudável e ômega 3. Então ele empurraria o prato e diria coisas que ela não gostaria nada de ouvir. “Eu não vou comer essa merda de lula de novo! Será que você não sabe cozinhar nada que preste, mulher?” Sakura começaria a gritar e depois a chorar, a chamá-lo de egoísta que não se importa com o bem estar da mãe dela, e então Itachi acabaria comendo aquilo.

Porque simplesmente não aguenta vê-la chorar, a sua garota-problema, mesmo desconfiando que seja de mentira.

— Ei, Sakura! — ele grita da sala. — Que tal pedirmos pizza hoje?

Então escuta a risada dela e não consegue não imaginá-la jogando a cabeça para trás e fechando os olhos enquanto ri, aquela coisa tão simples e ao mesmo tempo tão sensual. Assim como também não consegue não ir até o quarto espiá-la se vestir depois do banho.

Itachi fica ali, recostado na porta, o corpo quente e a boca molhada, tentando decidir se o que o está deixando louco é o perfume dela pairando no ar, a palidez da pele ainda úmida ou o conjunto de calcinha e sutiã que ela está usando. E quando ela vem dar-lhe um beijinho estalado nos lábios e abrir-lhe os botões da camisa, ele decide que não é nada daquilo, mas outra coisa que não sabe explicar.

Uma coisa que só Sakura tem.

— Nada de pizza.

— Por que não?

— Você sabe.

Ele a aperta nos braços e a tira do chão. E a leva para a cama.

— A lula da sua mãe.

Sakura solta outra daquelas risadas que o faz querer mordê-la — como ele está justamente fazendo agora — e concorda. Sim, a lula de sua mãe, a lula que ela também odeia, mas que não tem coragem de não comer. E, bem, não é como se fosse a pior coisa do mundo. Na verdade, o suplício resume-se a nada quando ele despe-a da bela lingerie e ela começa a gemer o seu nome.

Eles nem se lembram mais de que ainda é sexta-feira.


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Notas finais do capítulo

*Shibuya: um dos bairros mais badalados de Tóquio.



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