Stalker escrita por Yokichan


Capítulo 3
Covarde


Notas iniciais do capítulo

Último capítulo, gente. ):



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Definitivamente, Sting precisa tomar uma decisão.

Depois que Yukino contou para toda Sabertooth que ele está a fim de Lucy Heartphilia na esperança de salvar a própria honra — a cena no restaurante do Velho Yajima lhe rendera certos aborrecimentos —, todos parecem olhá-lo de um modo esquisito. Soltam risadinhas e cochicham às suas costas, os mais descarados ousam até mesmo lhe perguntar se ele e Lucy estão mesmo juntos, sem contar nos olhares sugestivos e irritantes de Rogue. Essas coisas o deixam vermelho de raiva e o fazem expulsar qualquer um aos berros.

Nem mesmo Lector se atreve a tocar no assunto.

Sting se pergunta se aquilo já chegou aos ouvidos de Lucy e estremece.

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Quando Sting se cansa de todos aqueles olhares e se tranca em seu escritório particular, sozinho na própria frustração, Rogue desiste de bater na porta e, transformando-se em sombras, passa pelo buraco da fechadura. Sting rola os olhos numa careta de tédio ao vê-lo materializar-se no meio do cômodo.

— O que foi agora?

Rogue tem aquela expressão impessoal de sempre quando se senta na cadeira estofada diante da mesa de mogno e apoia os cotovelos sobre os braços da cadeira, revestidos de couro macio. De calcanhares cruzados sobre a mesa, Sting o encara e espera que ele comece a falar sobre o assunto do dia na Sabertooth.

— O que você está fazendo? — Rogue pergunta.

— O que você está fazendo?

— Estou tentando entender como você pode ser tão idiota.

Sting franze o cenho e pensa que a “cara de paisagem” de Rogue parece especialmente irritante. Como ele próprio também não sabe como é capaz de ser tão estúpido e de se expor ao ridículo como vem fazendo nos últimos dias e como não há nada que possa dizer em sua defesa, Sting desvia o olhar para a janela ao seu lado e permanece em silêncio.

— Por que você não fala logo pra ela?

Sting solta uma risada que pretende ser debochada, mas que soa nervosa.

— O que você acha? Ei, Lucy? Tudo bem? Então, que tal a gente ficar juntos?

— Convide-a pra sair.

— Ela vai me dispensar!

— Como você pode saber?

Sem perceber, Sting parte ao meio um lápis que tinha na mão. E age como costuma agir naquele tipo de situação, quando se sente acuado: torna-se agressivo. É um instinto de defesa, algo involuntário que ele não sabe controlar. Sua resposta a sentir-se pressionado é pressionar também, como se com isso pudesse desviar de si o foco do problema.

— Por que você não chama Yukino pra sair se acha tão simples?!

Rogue é pego num sobressalto como se alguém o tivesse batido e sente o rosto esquentar. Encarando Sting com um olhar a meio caminho entre a incredulidade e a humilhação, levanta-se e vai até a porta do escritório com passos pesados, puxa a maçaneta com tanta força que acaba por arrancá-la da madeira. Antes de sair, Rogue olha uma ultima vez para aquele que chama de gêmeo, mas que é o seu oposto.

— Você é um covarde. — Rogue diz.

E bate a porta atrás de si.

Covarde. Sting sente como aquela palavra queima fundo dentro de si e joga os pedaços do lápis partido na direção da porta. Maldito Rogue. Ele pensa que pode ser mesmo um idiota, mas não um covarde. Preferiria morrer a ser visto como covarde pela própria guilda e pela garota que ama.

E ele vai provar isso.

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É quase noite e Lucy está sentada à escrivaninha do quarto, tentando escrever o último capítulo de um romance. Contudo, as palavras parecem engasgadas na mente e ela suspira, fechando o caderno. Por hoje, aquelas linhas são tudo o que ela escreverá. Talvez amanhã se sinta mais inspirada. Está empurrando a cadeira para trás quando ouve um ruído vindo da janela e deixa o queixo cair em espanto ao perceber quem está ali.

Sting.

Ele pragueja baixinho ao espremer-se através da janela para dentro do quarto e tem um olhar estranho quando a encara. Um olhar forte e decidido que poderia atravessá-la, mas que se detém em seu rosto. Um olhar que sabe o que quer. Então ele vence a distância que os separa — Lucy levanta-se involuntariamente da cadeira — e a segura pelos braços. Seu toque é firme, mas delicado. O calor de seus corpos em contato faz com que o coração de Lucy estremeça e com que ela entenda o que está acontecendo ali.

Ela percebe que finalmente chegou o momento.

Depois de tê-la perseguido dia e noite sem saber que ela também o via, que achava graça daquele jornal virado de cabeça para baixo e que se segurava para não rir, que andava o dobro do caminho sem necessidade apenas para que ele pudesse persegui-la um pouco mais, que mostrava-se de propósito e que gostava de tê-lo por perto, Lucy compreende que Sting se decidiu — e que ambos querem o mesmo.

Então ela sorri.

E ele entende — o coração doendo dentro do peito — que é um sorriso que diz “sim”. Há aquele brilho quente em seus olhos quando ele inclina-se e a beija. Os lábios dela abrem passagem e as línguas se tocam num beijo intenso e molhado, num beijo que tem sede. Num beijo que não quer mais acabar. Lucy geme baixinho quando Sting aperta-lhe a cintura e fecha uma mão sobre seus cabelos, acima da nuca. Ela pendura-se em seu pescoço e ele a pressiona contra uma parede.

A noite é longa e nada precisa ser dito.

Ao contrário do romance que Lucy está escrevendo, este está só começando.


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Notas finais do capítulo

Acabou. ):

Digam o que acharam do final, sim?

Gente, acabei de postar uma oneshot Stincy. Pra quem quiser ler, ela já está no meu perfil aqui do site. (https://fanfiction.com.br/historia/662050/Jaesabado/)

Kissus.