Who I Am escrita por A Friend


Capítulo 1
Who I Am.


Notas iniciais do capítulo

Oieee, fofuchos.
More one for you, my lovers ♥
Beijos ♥



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Misaki trancou a porta de madeira velha atrás de si, afinal, não haveria mais ninguém em casa. Guardou a chave na bolsa, e virou-se, dando de cara com o par de olhos verdes penetrantes de Usui, com o garoto dando um selinho rápido na maid. A morena revirou os olhos grandes e dourados, já se acostumando com a atitude do loiro, causando uma gargalhada rápida no mesmo.

Suzuna - curiosamente - ganhara uma droga de sorteio valendo uma droga de viagem para uma droga de resort numa droga de praia com passagens para duas pessoas. Misaki implorara para sua mãe ir, já que a mesma estava certamente precisando de uma folga e a filha mais velha odiaria que ela fosse no lugar da mãe. "Tudo bem", dissera ela. "Vou aproveitar minhas férias para trabalhar no Maid Latte mais do que o costume".

E o que acontecera? O maldito café teve a maldita sorte de ter um maldito de um cano quebrado, que, se não fosse consertado e usado com grande frequência (o que era), causaria, praticamente, uma bendita inundação no café. Resultado: agora que estavam namorando, Misaki e Usui não paravam de sair. Todos. Os. Santos. Dias. E a porcaria do café só iria voltar a funcionar depois de duas. Longas. Enormes. Semanas. Pela primeira vez, Misaki nunca se sentiu tão entediada.

E o pior é que ela nem sabia por que raios Suzuna fora se inscrever nessa droga de sorteio. Ela mal gosta de praia!

Bom, embora Misaki nem ao menos admitisse para si mesma, até que gostava de sair todo dia com Usui. No final, estavam se conhecendo mais do que o normal.

Mas ele era mesmo um alien pervertido.

-Usui? - ela chamou, olhando pra ele e ajeitando o cachecol rosa no pescoço.

-Sim? - ele respondeu, com o típico sorriso sarcástico no rosto, pelo qual Misaki teve a ousadia de se apaixonar.

A garota de olhos dourados respirou fundo e parou na frente dele, fazendo-o parar também, mantendo a cabeça meio levantada em razão de sua desvantagem na altura.

-Quem é você?

O loiro fez uma careta de surpresa. Não esperava a pergunta, muito menos uma pergunta como aquela.

Embora não ousasse admitir nem para Deus nem para si mesmo, Usui se sentia bastante inseguro em relação ao seu namoro com Misaki. Claro, namorá-la era incrível. Desejava isso desde se beijaram no teto da escola. Mas, bem, já fazia pouco mais de um mês desde que começaram um relacionamento, e toda vez que ela o olhava da mesma maneira que estava olhando agora, o garoto se perguntava se realmente havia feito alguma coisa de errado.

-Como assim, Misa-chan? - questionou, obviamente confuso. A maid revirou os olhos mais uma vez. Suspirou e perguntou outra vez.

-Quem é você, Usui? Quem acha que é? Como se descreveria se, em algum momento, alguém, sem se eu, te perguntasse?

"Ah, ótimo", pensou ele. "Misa-chan enlouqueceu de vez".

-Ah, sei lá, Misaki. - ele respondeu, evasivamente, dando de ombros. - Por que a pergunta?

Ela mordeu o lábio inferior, com os olhos distanciados dos dele, deixando-o com uma sensação agoniante.

-Nada. - respondeu ela. Misaki agarrou a mão do namorado, dando a ele mais uma surpresa, pois ela nunca demonstrava seu amor por ele em pública. Entraram em uma cafeteria qualquer da cidade, e sentaram-se em uma mesa afastada de todos, como sempre faziam.

Pediram dois capuccinos, e começaram a conversar calmamente. Então, tudo aconteceu rápido demais para ambos conseguiram processar. Três homens vestidos de preto e com o rosto escondido por uma máscara entraram no café. Os olhos do casal ficaram alertas e assustados. O homem número um olhou para os dois lá no fundo do local. Ergueu sua arma, e, antes que pudesse atirar, Misaki conseguiu ficar na frente do namorado.

Usui sentiu uma dor lascilante se estender por todo o seu corpo.

Mas ele não fora atingido.

***

Usui olhou para as paredes brancas ao seu redor, deixando-o com uma sensação de claustrofobia. Suas mãos tremiam, sua testa suava e os olhos verdes estavam alertas e movimentavam-se rápido demais.

Suzuna e a mãe de Misaki pegaram o voo de volta o mais rápido que puderam. Ambas estavam com os olhos vermelhos de tanto chorarem, e respiravam fundo para não terem um ataque outra vez. Algumas colegas de Misaki que Usui fazia questão de não lembrar o nome vieram e estavam à beira de um ataque. Usui também estava tendo um ataque. Mas, mesmo que não quisesse, seu corpo não deixava transparecer. Ele tentava amenizar a preocupação roendo as unhas (não havia mais unhas para roer), morder o lado interno da bochecha (já estava sangrando) e bater os pés no chão numa velocidade muito grande (parecia uma música).

Finalmente, depois do que pareciam milênios - passaram duas horas -, um homem com um jaleco branco entrou segurando uma prancheta e chamou os que estavam com Ayuzawa Misaki. Usui, e as outras que vieram se levantaram.

-Só familiares.

Usui morrera de vontade de gritar que, provavelmente, era o futuro marido de Misaki. "Isso se tivermos um futuro juntos", pensou ele, tristemente.

***

Usui passou a mão no cabelo loiro recém cortado, deixando-o mais bagunçado do que já estava.

Um ano. Exatamente um ano desde Ayuzawa Misaki entrara em coma.

"Por sorte", dissera o médico, "a bala não acertara na cabeça e ela teria morrido instantaneamente".

Sorte? Usui não era exatamente ligado às questões religiosas, mas, enquanto estava naquela sala que originava claustrofobia em pessoas inocentes, o garoto orou para Deus, Maomé, Buda ou qualquer outra entidade divina que ele conhecesse, pedindo que Misaki não morresse, e se morresse, que ele conseguisse continuar vivendo por ela.

Vestiu a jaqueta e saiu do prédio, partindo para uma cidade que um dia lhe pareceu animada.

Ao chegar no hospital, cumprimentou certos conhecidos que pegara o costume de conversar enquanto, depois da escola, passava o resto do dia no hospital.

-Olá, enfermeira Shiuziko. - cumprimentou ao passar ao lado da ruiva de meia-idade.

-Olá, Usui! - devolveu ela, com um sorriso feliz.

Retribuiu o sorriso e entrou no elevador silencioso, que passava alguma música que Usui não conseguiu reconhecer. Saiu do pequeno cômodo e seguiu ao quarto 102, onde Misaki ficara no longo período de tempo. Abriu a porta e a mente ficou coberta por névoa.

Lá estava ela. O cabelo moreno estava perfeitamente espalhado pelo travesseiro branco. Os braços estavam cada alinhados com seu corpo magro e esbelto. Os lábios estavam um pouco mais azulados e os olhos dourados fechados. Usui ansiava poder beijar aquela boca novamente e olhar naqueles olhos grandes e belos outra vez.

Fez como sempre fazia. Pegou a poltrona de couro e aproximou-a mais da cama, pegando na mão gelada da garota que dormia e não acordava.

-Hey. - ele falou baixo, apenas para sua maid favorita ouvir. - Hoje eu descobri uma coisa. Acho que descobri qual faculdade vou fazer. - "nossa, isso não parece mais tão estranho", pensou ele. No fim, acabara se acostumando a falar e ela não responder. - Acho que... Quero ser arquiteto. Atualmente, estou pensando que as coisa acabam rápido demais, entende? Quero construir algo permanente, Misa-chan. Que não se destrua com o tempo. Que as pessoas de hoje olhem o que as do futuro vão olhar também. Sempre acreditei na frase que dizia que o futuro está no passado. O que você acha?

A menina não respondeu.

Usui respirou fundo.

-Sabe, eu tenho pensado bastante naquela pergunta que me fez. - informou. - Quem eu sou? Acho que eu nem mesmo sei. Mas tenho certeza de uma coisa, Ayuzawa. - fechou os olhos, e sentiu a respiração acelerar. - Eu sou aquele que vai estar do seu lado. Aquele que vai te zoar e te beijar ao mesmo tempo. Aquele que nunca vai te deixar vencer, porque você gosta mesmo de uma luta verdadeira. Aquele que vai continuar indo no Maid Latte e só querer ser atendido por você. Aquele que vai sempre te fazer passar vergonha. Aquele que ainda quer ser chamado de alien pervertido. Aquele que vai te atrapalhar na hora de estudar. Aquele - fez uma pausa. - que vai continuar te amando, independentemente das circunstâncias.

O silêncio no cômodo continuou. A esperança de que ela poderia acordar naquele momento se desvaiu do corpo do loiro.

Mas sentiu seu mundo renascer no momento em que notou o leve aperto quente na mão que segurava a de Misaki.


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Notas finais do capítulo

Se tiver algum erro me avisem ♥