I've Got You Under My Skin escrita por iara


Capítulo 7
Momentos românticos... Blergh!


Notas iniciais do capítulo

Pra quem não sabe, BLERGH significa nojo. É, meio estranho, não é?
Não consegui resistir, e postei logo! Espero que gostem!



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Depois de uma noite de tantas emoções, eu merecia um descanso. Sim, sem a menor sombra de dúvida. Eu planejava dormir tranquilamente, e sonhar com coisas lindas e fofinhas. Oh sim, esse era o plano.

Mas parece que a sorte nunca estava comigo.

— Querida, temos que conversar! – de repente, uma figura alta pareceu do lado da minha cama. Assustada, me levantei rapidamente. Que droga! – Oh, desculpe. Não sabia que já estava deitada. Quer que eu volte outra hora?

— Afrodite... – tentei conter minha raiva. Quando eu finalmente conseguia ter um momento de sossego! – Já estou acordada.

— Maravilha! Vim aqui para ter uma conversinha especial com você...

— Do que se trata? – já tinha uma leve ideia, mas a esperança é a última que morre.

— Ora, da sua noite com o Charles! – parou para pensar um pouco, e deu um sorriso torto. – Quer dizer, não nesse sentido... Ainda.

— Afrodite! Eu nem posso pensar em uma coisa dessas! – mas que vergonha! Tá, tudo bem que eu não era a pessoa mais santa do mundo, mas com Charles?

— Emma, não se esqueça que eu sou a deusa do sexo também, ok? – jogou o longo cabelo loiro pro lado e continuou. – Mas não é isso. Estou falando da dança.

— Ah, sim. – acho que corei um pouco, mas fingi não perceber. – Foi só um momento entre amigos. Eu gosto de dançar, e ele se ofereceu.

— Não acho que tenha sido assim. Você se ofereceu para ensiná-lo, e foi muito lindo! O jeito como ele olhava para você...

— Acho que você está vendo coisas... – Charles, olhando pra mim? Impossível!

— Tenho certeza que não. Já estou vendo tudo! Os dois brincando juntos no quintal, e acidentalmente você cai sobre ele. Seus rostos estarão próximos, as respirações ofegantes e então...

— E então o quê? – já estava inquieta na cama.

— Se beijam com fervor, as mãos percorrendo suas costas, te pressionando mais contra o corpo dele... – ela deu um suspiro e se abanou dramaticamente. – Ufa, dá até calor.

— Afrodite, isso não vai acontecer. Nunca.

— Nunca diga nunca, Emma. Sabe que eu decido os casais, não é? Nem adianta lutar.

— Eu nunca vou aceitar uma coisa dessas! – gritei com força, e Afrodite se assustou um pouco.

— Calma, não queria te deixar nervosa. – deu dois tapinhas no meu ombro. – Bem, eu tenho que ir. Nos veremos em breve, querida. Adeus!

Ela sumiu em um piscar de olhos. De repente, a portinha do sótão se abriu. Charles entrou, afobado. Parecia ter dificuldades para respirar, e inspecionou todo o lugar com o olhar. Por fim, suspirou.

— Você me assustou... Sabia? – mal conseguia formar as frases. – Por que gritou? Aconteceu alguma coisa?

— Nada, foi só... Ahn... Uma aranha. – inventei rapidamente.

— Uma aranha? Mas parecia que estava falando com alguém...

— Impressão sua. Era uma aranha enorme. Tive muito medo. – assenti com a cabeça, para ficar mais autêntico. Pelo menos, esperava estar convencendo. É claro, eu sou uma ótima atriz!

— Bem, se você quiser ficar na minha cama... – e ficou vermelho. – Quer dizer, não nesse sentido! Eu nunca... Nós não...

— Eu entendi. – ri de sua confusão. – Não, mas obrigada pela oferta. Sou uma garota durona, tenho certeza que consigo dar um jeito.

— Se você diz... – deu de ombros. – Boa noite.

Coloquei minha cabeça no travesseiro, mas fiquei inquieta. O que Afrodite estava aprontando?

.

— Parece que não dormiu muito bem, professora. – ele apontou para minhas olheiras. – O que aconteceu? As aranhas ficaram te perturbando?

— Não enche. – peguei duas espadas e fui em direção ao quintal. – Vamos.

— Mas está frio lá fora, e é sábado!

— Exato. É sábado, e nós passamos a semana inteira sem treinar. Agora deixe de preguiça e levanta desse sofá!

Amargo, vestiu o casaco e me seguiu até o jardim. Não chovia, mas o vento era gelado. Até meus ossos congelaram, mas eu não ia desistir! Entreguei uma das armas pra ele e me coloquei em posição de combate.

— Hoje será nossa segunda aula. E não há melhor forma de aprender do que praticando.

— Então você vai, tipo assim, me atacar? Literalmente? – ficou assustado. Rá! Tem medo de me encarar, gracinha?

— Vou. E você vai ter que se defender e talvez retrucar. Entendeu?

— Por favor, pega leve comigo. – choramingou.

— Farei o possível. – sorri.

Empunhei a espada e investi contra ele. Desviou por pouco, e quase caiu no chão. Na segunda vez conseguiu bloquear. Porém, depois de alguns minutos, consegui desarmá-lo. Charles ficou atônito.

— Como você faz isso? Parece uma ninja!

— Anos de treinamento, apesar de não gostar muito dessa arma.

— Imagine se gostasse, hein? – riu um pouco. – Tá, vamos tentar de novo.

E nós tentamos. Incansavelmente, durante toda a manhã. Ele não conseguiu ganhar de mim nenhum vez. Por fim, desisti. Aquela não era a arma dele. Simplesmente. Sentei na grama, exausta.

— Acho melhor cancelar o treinamento por hoje, não é?

— Concordo. Estou cansada de ganhar de você.

— Ei, eu deixei, tá legal? Se eu me esforçasse de verdade, você nem teria chance!

— Ah é? Prove! – me levantei e peguei a espada. – Me enfrente.

Voltamos a lutar. Já estava cansada, e supus que aquilo seria rápido. Eu era uma boa guerreira, sabia de todos os truques. É claro que eu poderia vencer de um simples filho de Hefesto, certo?

Errado.

Não sei como fez aquilo, mas conseguiu me prender; fiquei de costas para ele, e passando os braços ao redor do meu corpo, apontou a espada para mim. Não havia escapatória, já que minha arma estava bem longe. Droga!

— Parece que o jogo virou, não é? – não podia ver seu rosto, mas sabia que sorria.

— Tá, parabéns. Agora me solta.

Imaginei que fosse fazer exatamente isso, mas não foi bem assim. Me virou para ele, e me deu uma espécie de abraço. Nós ficamos muito próximos, até demais. Não era do feitio dele me tocar daquela forma, e estranhei.

— Tudo bem? – minha voz falhou.

Não me respondeu, o que foi mais estranho ainda. Apenas me olhava daquele jeito estranho, e eu não conseguia identificar o que era. Pensei em empurrá-lo, mas queria saber até onde aquilo iria.

De repente, reparei que ele encarava meus lábios. Oh, não. Não, não, não! Aquilo era obra da deusa do amor, sem dúvidas! Mas quando pensei em me afastar, meu corpo amoleceu. Era impossível me mover. Nos aproximamos lentamente, cada vez mais perto, as respirações se misturando...

E começou a chover.

— Ai que frio! – gritei, quando senti os pingos me molharem. Em poucos segundos ouvi o som de um trovão ao longe, e nos separamos rapidamente.

Corremos para dentro da casa. Nós dois estávamos consideravelmente encharcados. Ele foi até um armário e me deu uma toalha. Agradeci e sentei no chão. Até que uma lareira viria a calhar naquela hora...

— Charles... – falei quando parou na minha frente, a cabeça baixa. – O que aconteceu?

— Desculpa, foi sem querer... Eu...

— Foi algo que fez sem pensar? – adivinhei o resto da frase.

— É, mais ou menos isso. Como sabe?

— Isso tudo é um plano dela.

— Dela quem? – olhou para os lados, como se pudesse ter alguém a espreita. Bobo...

— Afrodite.

— Afrodite? – fez uma pausa, coçando a cabeça. – Não é a deusa do amor?

— Sim. Ela me fez algumas visitas nos últimos dias, insinuando que faria de tudo para nos deixar juntos.

— Ah, entendi. Então, se quiser, ela pode simplesmente mexer nos pauzinhos e nos juntar?

— Basicamente. Percebe como isso é perigoso?

— Não realmente. – seu rosto mostrou dúvida. – Qual é o problema nisso?

— Aquilo que aconteceu no quintal é o mínimo, Charles. Ela é capaz de fazer qualquer coisa para juntar um casal, e é quase impossível resistir.

— E o que faremos?

— Bem... Eu não sei. Tenho que terminar o treinamento e ainda temos muita coisa pela frente. Por enquanto, vamos apenas deixar como está.

E depois de uma xícara de chocolate quente, aquela cena simplesmente não conseguia sair de minha mente.


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Notas finais do capítulo

E então? O que será que a nossa querida deusa do amor planeja para os dois?
Espero reviews, ok? E seria bom se vocês recomendassem a história, se realmente estiverem gostando...
Até mais!



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