I've Got You Under My Skin escrita por iara


Capítulo 25
Momo, é um prazer conhecê-la


Notas iniciais do capítulo

Oi! Feliz ano novo, adiantado! Estou desejando agora, pois não sei se vou postar amanhã.
Boa leitura!



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Acordei num sobressalto, assustada. Que barulho estranho era esse? Ah sim, o ano novo. Charles, desmaiado ao meu lado, nem se mexeu. Levantei da cama, enrolei um lençol no corpo e fui para a janela.

Os fogos eram lindos, bem coloridos. Iluminavam o mar, juntamente com a lua. Sentei no peitoril, e fiquei um bom tempo admirando. Era a primeira vez em anos que eu passava a virada longe do Acampamento. Senti um aperto no peito, que passou assim que ouvi uma voz brincalhona.

— Feliz ano novo, Emma.

— Pra você também, Charles. – virei-me para ele, e fiquei aliviada em ver que tinha vestido as calças. Ufa! – Está uma noite linda, né?

— Concordo. Perfeita para uma dança. – se curvou exageradamente. – Será que vossa majestade me concederia uma valsa?

— Mas é claro, Lorde Martinez. – e estendi a mão.

Foi complicado dançar, já que ao mesmo tempo que segurava o lençol, rodopiava. Tropecei três vezes. Por fim, nós dois desistimos, e apenas nos abraçamos e ficamos balançando ao ritmo da música que eu mesma cantava.

— Fale a verdade... – ele começou. – Você tem uma tara por Frank Sinatra, não é?

— Bem, mais ou menos. Era o cantor favorito de minha mãe. – suspirei. – E I’ve Got You Under My Skin é legal.

— É, também acho. E combina perfeitamente com o momento. – sorriu. – Eu sacrificaria qualquer coisa que imaginasse pelo prazer de ter por perto...

Mas toda vez que eu tento, só de pensar em você me faz parar antes de começar, pois eu tenho você sob minha pele... – continuei. – Essa pode ser a nossa música.

— Pode ser. – concordou. Ficamos em silêncio por um tempo. – Ei, adivinha no que eu estou pensando.

— Hm... Está pensando que deveríamos fazer um segundo round? – era um bom chute.

— Você me conhece tão bem. – riu.

E caímos na cama novamente.

.

No dia seguinte, levantei da cama tarde. Sentia dor por todo o corpo, como se nunca tivesse me exercitado na vida. Vesti um biquíni e fui tomar um banho no mar. Na volta, resolvi preparar alguma coisa na cozinha.

Aqui vai uma lista das coisas que queimei, ou estraguei de alguma forma; três omeletes, cinco panquecas e duas levas de bacon e ovos. Depois de tantas tentativas, peguei uma pizza congelada e pus no forno. Sim, eu tenho hábitos saudáveis.

— Ei, pizza de calabresa às 10h da manhã? – pensei que iria me repreender, mas... – Também quero.

— Vou deixar um pouco pra você. – fui vasculhar a geladeira. – O que quer beber?

— Sinceramente? Champanhe. – sua gargalhada me animou.

— Por sorte, tem uma garrafa aqui. Vamos brindar? – peguei duas xícaras e servi.

— Boa ideia. – ergueu para o alto. – Eu proponho um brinde ao ano novo.

— E a nossa primeira noite. – a porcelana fez um som cintilante, e bebemos tudo de vez. Ah, adorava aquelas bolinhas! – Que seja a primeira de muitas.

— Você é ambiciosa, hein? Se depender de você, vamos passar o dia todo na cama.

— Não é verdade. Nós temos que treinar, lembra? – e com muita tristeza, continuei. – E depois eu vou voltar para o Acampamento.

— Eu tinha me esquecido disso. – suspirou. – Quando vai voltar?

— Provavelmente daqui a algumas semanas. Você aprendeu rápido.

— E não tem como te convencer a ficar?

— Bem, eu vou fazer dezoito anos daqui a três meses. Sempre planejei continuar no Acampamento como uma professora ou alguma coisa assim.

— Então... Vai ser o fim?

— Sim. – tentei sorrir, mas pareceu uma careta. – Não se preocupe, te mando cartas.

Ficamos num silêncio sepulcral. Sim, minha decisão havia sido tomada. Charles era meu escolhido, mas como poderíamos ficar juntos? Vivíamos em mundos diferentes. E, num lapso de consciência, tomei minha decisão.

Não ia deixar que o destino nos separasse. E eu era capaz de fazer qualquer coisa para impedir. Qualquer coisa.

.

Voltamos para Nova York apenas alguns dias depois. Era terrível ter que deixar o calor do Havaí e voltar para a neve sufocadora. E foi mais estranho ainda ter que dormir no meu sótão, sabendo que eu poderia seduzi-lo para dormir em um lugar mais confortável. Mas isso não seria correto... Né?

Eu tinha que falar com Hermes. Não havia como escapar, minha escolha já estava feita. Quer dizer, mais ou menos; eu prefiro Charles, mas o larguei para continuar no Acampamento. De qualquer forma, eu teria que acabar com aquilo logo.

Numa manhã menos fria, resolvi pegar o metrô para o Empire State. Foi complicado visitar o Olimpo desta vez; os guardas acharam que eu era suspeita. Era como se alguém estivesse dando uma festa, e fui barrada na entrada. Droga!

Depois de muita discussão, consegui ser liberada. Chegando no 600° andar, dei de cara com aquele mundo maravilhoso; as fontes, os jardins, os templos... Ah, um sonho! Mas tive que caminhar muito até achar a residência de Hermes. Imaginei que não teria nenhum problema entrar de repente, afinal, talvez ele nem estivesse em casa. Mas, quando abri a porta...

— Ah! Eu não vi nada, eu juro! – gritei, desesperada. O Deus das corridas estava completamente agarrado a uma mulher desconhecida. Droga! – Eu já estou de saída! A gente conversa depois, tá?

— Não, espera aí! Emma, deixa eu te explicar! – tentou controlar o cabelo completamente desarrumado. Mesmo todo confuso ele continuava bonito. Era até difícil me concentrar. – Ahn... Acho que é melhor apresentar vocês. Sunshine, quer dizer, Emma... Essa é Momo.

— É um prazer conhecê-la. Hermes vive falando de você. – jogou seu cabelo castanho para o lado, e sorriu. Ué, ela não era a mãe de Naty? Ops. – Ou pelo menos, falava. Andamos muito ocupados ultimamente, não é?

— É, andamos sim. – ele respondeu num tom sonhador, antes de reparar que eu estava ali. Que horror... – Sunshine, desculpe fazer isso com você dessa maneira. Sei que foi errado, me perdoe.

— Eu... Hm... Ahn... Eu... – estava gaguejando que nem Charles. Que mania miserável! – Me dá só um minutinho, tá? Preciso pensar.

Bem, eu deveria estar zangada com os dois. Eu havia sido traída! Quer dizer, logo depois de fazer o mesmo. Pensei em dar uma bronca, mas duas coisas passaram pela minha cabeça; primeira, Momo era legal, mas não boba. Na verdade, igualzinha a Hermes. Sarcástica, e adora uma brincadeira.

Segunda, eu poderia usar isso ao meu favor. Se estavam juntos, isso significava que eu não precisaria dizer nada. Não precisaria contar do ocorrido no Havaí, nem da minha escolha, nem nada. Simples assim.

Bingo!

— Meus queridos... – fiz um tom dramático. Será que era convincente? – Eu perdoo os dois.

— Perdoa? – Hermes franziu a testa. – Sério? Pensei que iria ser difícil...

— Ora, mas é claro que falo sério. Isso é normal. Vocês são Deuses poderosos, não estão acostumados a serem reprimidos. E além do mais, o pecado da carne é o mais tentador. Eu compreendo.

— Acho que a senhorita aqui está no chalé errado. – Momo riu, piscando os olhos azuis. – Tem certeza que não é filha de Afrodite?

— Absoluta. – fiz uma reverência exagerada. – Bem, já que está tudo resolvido, vou voltar para casa.

— Ei, mas você não tinha nada para falar pra mim? – o Deus da trapaça perguntou, duvidoso. Calma, Emma, relaxa...

— Imagina! Não era nada demais, só queria avisar que voltei da viagem. – sorri. – Bem, tenho que ir. Aproveitem o dia, pombinhos!

Saí de lá aliviada. Ufa, menos um problema para lidar. Ao invés de ir para o elevador, resolvi fazer uma visitinha ao meu pai. Ele ia ficar feliz em saber que larguei o seu meio-irmão malandro. Mas, definitivamente, não era meu dia de sorte.

— O QUE É ISSO?! – gritei, ao ver Apolo se pegando com uma mulher. Outra vez? – Por favor, se recomponha!

— Emma! Mas o que faz aqui tão cedo?

— Exatamente! Está cedo demais para ficar se agarrando! Mas que absurdo!

Já estava pensando em algumas palavras não muito bonitas, quando reconheci a mulher. Cabelos castanhos, olhos azuis... Não, não era Momo. Na verdade, antes fosse. Seria mais fácil.

— Naty?! – meu queixo estava no chão... E minha dignidade também. – Mas... Você? E... Ele? E... Como isso aconteceu?!

— Ah, nem vem dar uma de inocente, viu? – deu um sorriso sedutor para o meu pai, e tentei não desmaiar ali mesmo. – Eu sempre te disse que tinha uma queda por ele.

— É, mas isso é normal. Todo mundo gosta dele... E de mim também! Mas... Não pensei que fosse tanto!

— Foi um amor correspondido, eu diria. – fez igualzinho a sua mãe; jogou o cabelo para trás com toda a elegância. Nossa... – Deixa de ser careta! Você não vai dar chilique por isso, né?

— Eu vou dar chilique... – pausa dramática. – Se você não me chamar pra cantar no casamento! Ouse chamar qualquer um dos meus irmãos, e eu juro que mando os filhos de Ares atrás de você!

— Sabia que você ia apoiar! Viu, Apolo? Deveria confiar mais na sua filha! – ela deu um tapa nele, que respondeu com uma careta. – Obrigada, Emm.

— É sempre um prazer. Só, por favor, não fiquem se agarrando na minha frente. É estranho. – meu pai mostrou a língua. Infantil!

— Relaxa! – rimos juntas. – Nos vemos no acampamento?

— Sim, é claro. – acenei. – Até mais! Se cuidem, viu?

E não é que eu estava gostando da ideia de ter minha amiga como “madrasta”?


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Notas finais do capítulo

Que loucura, né? Essa Naty... Não tem jeito!
Espero os reviews! Beijos!!



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