I've Got You Under My Skin escrita por iara


Capítulo 23
Seja uma gata!


Notas iniciais do capítulo

Gente, acho que a fanfic tá chegando ao fim... Podem chorar. Eu deixo.
Quem quiser recomendar agora, agradeço!
Boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/661166/chapter/23

Se há uma coisa que eu nunca imaginei que faria, seria aulas de sedução. Não, isso nunca passou pela minha cabeça. Mas agora, diante de Afrodite, estava pensando que até que não era tão ruim.

— A arte da sedução é uma coisa que poucas mulheres dominam. Exige muito talento. – começou a explicar, andando pelo quarto. – E eu tenho certeza que você vai conseguir.

— Não tenho tanta certeza disso. Nunca nem tentei ser sensual.

— Exato! É uma coisa natural, que vem de dentro. – jogou o cabelo para o lado. – Vamos começar. Quero que faça movimentos lentos, toque no pescoço... Assim. Isso. Aja como uma gata preguiçosa, sempre se esticando e ronronando.

— Ronronando? Acho que não consigo fazer isso.

— Ora, é só falar lentamente, com a voz arrastada e rouca. Mas não o tempo todo, só em momentos íntimos.

— Ah, claro. – ela pediu para que eu anotasse tudo que ela falava, e era o que eu estava fazendo. – Mas eu preciso saber mais sobre o sexo em si.

— Calma, não seja apressada. Temos que discutir algumas coisas antes.

— Que coisas? – lá vem coisa...

— Sei que gosta de usar suas calças jeans surradas, e não tenho nada contra, mas estamos no calor do Havaí. Use roupas mais curtas, como as que eu te dei. Shorts, camisetinhas, rasteiras... Isso te dá um jeito de surfista que combina perfeitamente com o bronzeado.

— Tudo bem... Se você diz.

— Não tenha medo de exibir seu corpo. Os filhos de Hefesto são iguaizinhos ao meu marido; podem até ser envergonhados, mas não resistem a um corpo bonito. Você verá. – seu sorriso foi fatal.

— Anotado. – pontuei. Minha letra estava tão feia que talvez eu nem conseguisse ler depois. Droga...

— Agora, vamos ao principal; o ato mais importante da peça. – deu uma piscadela para mim. – Se na sedução você tem que ser uma gata, na cama se transforme numa pantera furiosa.

— Ahn... Não sei se é uma boa ideia. – eu teria que bater nele?

— Deixe de bobagens e escute o que te digo. Tome as rédeas da situação. Mostre pra ele que você está no comando, você escolhe. Siga o seu ritmo, diga que tem o poder.

— Mas... E se ele não gostar?

— Bem, eu duvido muito que isso aconteça, mas é bom deixar que os homens façam o trabalho sozinhos de vez em quando. Afinal, Charles pode pensar que você duvida da masculinidade.

— Entendi. – era meio controverso, mas resolvi não falar nada. – E as posições?

— Recomendo “Cavalo de Balanço”, da página 203. Ou talvez “O Cadeado” também funcionasse, mas precisariam de uma mesa. Poderia ser na sala...

— Não, sem chance! Já vai ser uma experiência traumática demais, não precisamos de tanta exposição. Isso deve acontecer entre quatro paredes.

— Quanta caretice! Tá, tudo bem. – pegou sua bolsa em cima da cama. – Eu já vou, mas preciso te contar um detalhe.

— O que foi?

— Preciso que isso tudo aconteça antes do ano novo, entende? Acho que vai ser mais romântico. Se precisar embebedá-lo, e creio que não será necessário, tem um vinho delicioso na geladeira. Boa sorte, meu amor!

Evaporou, deixando apenas minhas anotações e o livro para trás.

.

Na manhã seguinte, meus nervos estavam à flor da pele. Iriamos nos divertir na praia, sozinhos. Não havia vizinhos, o que me assustou. Afrodite queria mesmo que tivéssemos intimidade.

Isso não me tranquilizava nem um pouco.

E só piorou.

Sim, eu sou muito azarada. Não precisa falar isso pra mim, viu leitor?

Imagina só a cara que fiz quando vi Charles. Todas as cenas da noite passada passaram na minha cabeça. Movimentos lentos, ronronar, ser uma gata. Parecia ser simples, mas nunca foi tão difícil. Até porque, meus amigos, ele estava sem camisa.

— Pensei que você fosse mais magro. – comentei, quando chegamos na areia. Não encare, Emma, se controle...

— É, eu andei treinando um pouco. Por isso chegava tão tarde em casa. – posso dizer, querido, que valeu a pena. – E então, o que acha?

— Está mesmo me perguntando? – será que havia bebido conhaque? Ficou bêbado? De onde tirou tanta coragem? – Bem, acho que se eu fosse uma garota aleatória da rua, gritaria “Que saúde, hein?” pra você.

— Esse elogio me deixa tocado. – fingiu estar emocionado, e se jogou na água. Devia estar quentinha... – Não vai entrar?

Tá, agora seria um momento crucial; iria tirar o meu vestido. Se ele gostasse do que visse, a batalha estaria ganha. Se não... Já podia começar a rezar. Fui subindo, subindo, subindo... E joguei na areia.

Era tudo ou nada.

Quando dei uma olhadinha para o rosto dele, adivinhem; estava completamente vermelho. Sério. Igualzinho a um tomate. Só pra provocar, resolvi fazer a mesma pergunta. Rá!

— E então? – dei uma voltinha. – O que acha?

— Hm... Eu acho que... Quer dizer... Ahn... Uh... – era tão fofo quando gaguejava. – Se eu te visse na rua, provavelmente não diria nada. Só desviaria o rosto.

— Ué, mas por quê?

— Uma garota como você, desse jeito, nunca ia dar bola pra mim. – isso foi bem deprimente.

— Ah, deixa disso! É claro que olharia. – sorri. – Talvez ficasse assustada com seus olhos, mas depois relaxaria. Você é legal.

— Obrigado, professora. Isso me deixa bem mais aliviado. – sarcasmo? Quanta ousadia!

Foi bem divertido. E o bronzeado foi voltando ao normal, graças ao sol. Ou ao meu pai, nesse caso. Quando voltamos para casa, reparei que eu não conseguia ser sensual. Simplesmente não fazia parte de mim.

— Charles, eu tenho um presente pra você. – comentei, depois de comermos pizza.

— Meu aniversário é em maio. Tá adiantada.

— Rá rá, que engraçado. Considere um presente de Natal atrasado. – peguei o arco sobressalente que havia roubado do estoque do Acampamento e dei pra ele. – Pronto, aqui.

— Mas isso aqui já era meu, né?

— É, eu ia te dar depois, mas eu dei um toque pessoal. Olha aqui, bem aqui. – apontei para um detalhe dourado. Eu havia entalhado um sol com as palavras “Para o melhor aluno do mundo”. – Gostou? É pra te ajudar na hora de atirar. Se quiser, eu posso tirar. Sei como vocês homens são implicantes com essas coisas. Tentei não deixar muito feminino, mas...

Ele nem me deixou terminar. Nem vi seus movimentos. Só senti seus lábios nos meus, bem ativos. Acho que de todos os nossos três beijos, esse foi o mais intenso. Fiquei até tonta.

Eu não esconder minhas intenções para Charles. Ele não merecia.

E eu iria falar a verdade, sem ligar para as consequências.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Babado!
Esperando os reviews! Beijos!!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "I've Got You Under My Skin" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.