I've Got You Under My Skin escrita por iara


Capítulo 22
A arte da sedução, por Afrodite


Notas iniciais do capítulo

Voltei, pessoal!
Estou pensando em fazer uma trilha sonora pra fanfic, que tal? Digam o que acham da ideia nos reviews.
Boa leitura!



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Se você é um semideus, vou te dar um conselho. Sim, eu agora dou conselhos, não posso? Então, como pessoa boa que sou, vou falar. Por favor, em hipótese alguma, NÃO USE O CELULAR! Se você tem um, jogue no lixo!

Se Charles tivesse seguido isso, eu não estaria enfrentando um cão infernal agora.

— Cai dentro, monstro! Quer ver você me derrubar! – saí correndo, jogando flechas contra o bicho.

Ele era muito rápido, e quase me pegou. Mas eu era muito mais esperta (obviamente, sendo uma filha de Apolo linda e maravilhosa como eu), e consegui subir no telhado de uma casa e atirei várias vezes. Finalmente, depois de algumas tentativas, virou pó. Ufa!

Peguei as malas que ficaram para trás e o celular. Joguei bem longe, sem ligar. Continuei andando até a estação de metrô e encontrei Charles com nossas passagens em mãos. Pelo menos isso, né?

— E aí, conseguiu? – perguntou.

— Sim, com muito sacrifício. Agora vamos logo, estamos atrasados.

— Espera aí, cadê o meu smartphone?

— Esquece isso. Já dei um fim nele.

— Mas... Mas... – fez um biquinho. Que fofo! – Era novinho...

— Não esquenta, eu te dou outra coisa de presente.

A viagem de metrô foi tranquila, o problema mesmo seria o voo. Ele me disse que odiava andar de avião, e eu teria que usar toda a minha paciência para tranquiliza-lo. Os problemas começaram um pouco depois da decolagem.

— Emma, o chão tá tremendo! – gritou. Ainda bem que a primeira classe estava vazia.

— Calma, é só uma turbulência leve...

— Turbulência?! – começou a respirar com muita rapidez. – Nós vamos todos morrer!

— Sossega aí, Charles! Fica quieto!

— Eu quero descer! Manda o piloto pousar! – começou a gritar, e as aeromoças ficaram rindo da gente. Mereço...

— Eu vou é te dar um calmante! Ou pior; se não calar a boca, vou te dar um soco!

Depois de tomar o sedativo, desmaiou na poltrona. Finalmente teria paz... Pelo menos, era o que eu esperava.

“Emma? Alô, alô, câmbio...” – uma voz falou na minha cabeça. – “Tá me ouvindo bem?”

— Afrodite? – sussurrei.

“É, sou eu querida. Tudo bem?” – deu uma risadinha. – “Eu só vim te dar um aviso, mas eu preciso que você fique bem caladinha, pra não acharem estranho. Olha, como você é inexperiente no sexo, vou te ajudar. Tem um livro especial na mala que eu fiz, e qualquer dúvida é só me chamar, viu? Até mais, meu amor!” – e a vozinha na minha cabeça sumiu. Será que eu fiquei vermelha demais?

Algumas horas depois, já tinha terminado de ler todas as revistas do avião. Mas, quando ia desistindo, dei uma olhada na janelinha. O que eu vi? Várias ilhas, rodeadas de um mar bem azul. Ah, isso é...

— O Havaí! – gritei, animada. – Acorda, Charles! Olha só!

— Já acabou? Já acabou... Ah, nós ainda estamos aqui! – o pânico voltou. Droga!

— Não, não é isso! Olha só onde estamos. – ele olhou pela janela e deu um berro.

— Olha só a altura! Eu quero descer! Alguém me tira daqui!

Não tive escolha, dei um soco na cara dele. Desmaiou de novo. Bem, pelo menos agora eu poderia aproveitar a vista em paz.

.

— Olha, eu acho que vou ser um Deus quando crescer. – ele falou, dando uma volta na casa.

— Ué, mas por quê?

— Se eu fosse um Deus, poderia fazer várias casas de praia como essas pra mim. – se jogou no sofá, e afundou completamente de tão macio que era.

— E eu poderia te visitar? – a pergunta saiu sem querer, e eu soube a resposta assim que vi seu rosto corado.

— É... Hm... Mas é... Claro. Sempre que quisesse. – nem ousou olhar pra mim.

— Obrigada. Ei, nem pense que eu vou ser boazinha, viu? Jogue suas malas no seu quarto e desça. Vamos treinar.

— Mas já?! Eu nem tive tempo de ver todas as acomodações!

— Você vai ter muito tempo. Agora, vamos logo!

Peguei os alvos e os arcos. O sol e a areia da praia foram tão relaxantes. Me sentia perfeitamente bem. Arrumei tudo, e não demoramos muito para começarmos. Na verdade, percebi uma coisa, no mínimo, intrigante; quando eu me aproximava, ele acertava os alvos. Mas quando ia pra longe... Era um desastre.

— Tá, nós temos que resolver isso. – falei, desistindo. – Talvez, se você tivesse alguma recordação minha... Ah, já sei!

Tirei o colar de minha mãe e coloquei nele. Até que não ficou ruim. E então me distanciei, fingi que nem estava olhando. E, como uma pessoa experiente que sou, ouvi a flecha acertando o alvo. Dei uma olhada; acertou bem no meio!

— Parabéns! Nossa... Acho que vou dar esse colar pra você. – comentei.

— Não, não precisa. Eu consertei pra você. – tirou e me devolveu.

— Então eu vou arranjar alguma coisa pra te dar sorte. – sorri. – Chega de treino por hoje. Já está anoitecendo, e eu quero comer pizza.

Entramos na casa, e minha mente não conseguia parar de rodar.

.

Mais tarde, já na cama, fui tentar ler o tal livro erótico. Kama Sutra, dizia na capa. Nem parecia ser tão ruim, mas quando comecei a folhear... Minha cabeça deu um nó, tentando entender como fazer aquelas posições.

— Nem é tão difícil... Já fiz essa. – ela falou, aparecendo no pé da minha cama. Apontou para uma página, dando um sorriso.

— Boa noite, Afrodite. É sempre bom vê-la.

— Mas é claro, querida. Como posso ajudá-la? – jogou o longo cabelo pro lado.

— Eu nem sei por onde começar. Se eu vou ter que fazer isso, quero fazer direito. E se Charles tiver experiência?

— Rá! Não seja engraçada! Charles ainda não foi iniciado, relaxe. Mas, é claro, isso não significa que seja menos inesquecível. Na verdade, é mais importante. Ele nunca vai se esquecer desse momento.

— Nem eu. Vai, me ajuda! – parecia desesperada demais. Se acalma, Emma, se acalma...

— Respire fundo. – pegou um papelzinho na bolsa, uma pena, e começou a escrever. – Tá, pra conseguir levá-lo pra cama, primeiro você tem que vender o seu produto. Amanhã, vai vestir um daqueles biquínis que eu te dei. Depois, peça pra ele passar protetor nas suas costas.

— Mas... E o meu bronzeado?

— Não esquenta, pode ser bronzeador também. Até porque os homens adoram aquelas marquinhas de sol. – seu sorriso alargou ainda mais. – Vamos continuar. Agora, passo dois; a sedução.

— Acho que essa não é minha praia. – eu era linda, é claro, mas nunca tentei seduzir ninguém.

— Não se preocupe. Eu posso te ensinar a arte. Temos até o amanhecer para isso.

Seria uma longa noite... Sem dúvidas.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Espero os comentários!
Beijos!!



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